Essa é uma das questões mais polêmicas a respeito das línguas tolkienianas.
Existem basicamente dois grupos de lingüistas tolkienianos: os mais "conservadores", que dedicam-se ao estudo do material deixado por Tolkien e rejeitam qualquer tentativa de "completar" os idiomas, estudando as línguas por elas mesmas (grupo esse encabeçado por Carl F. Hostetter e sua Equipe Editorial, que edita o material lingüístico de Tolkien ainda inédito nos jornais
Vinyar Tengwar e
Parma Eldalamberon); e o grupo dos mais "liberais", pessoas que, além de se dedicarem ao estudo das línguas por elas mesmas (formação, evolução, etc), buscam também tornar as línguas - principalmente o quenya e o sindarin - "utilizáveis", no mínimo utilizáveis para a criação de textos mais consistentes. Esse último grupo pratica constantemente a
reconstrução de palavras, que é o processo pelo qual se parte de uma raiz básica ou forma primitiva de élfico para criar uma palavra nova nos idiomas mais tardios: essas reconstruções quando usadas são chamadas de "neo-quenya" e "neo-sindarin", talvez o fato que os "puristas" mais odeiam nos "reconstrutores". Esse último grupo também é encabeçado por Helge K. Fauskanger.
Eu particularmente me coloco nos dois grupos, pois me interesso tanto pelo estudo das línguas em si como pela criação de novos vocábulos e textos. Creio que é possível conciliar as duas vertentes, mas nem todos pensam assim (um deles é Hostetter).
Porém, uma das "falhas" dessas reconstruções em relação ao quenya e o sindarin é o fato de que tais pessoas tomam como base para esse processo uma comparação direta com o
inglês, o que de fato torna muito questionável a validade de tais criações, uma vez que nem o quenya nem o sindarin têm o inglês como "inspiração" no que diz respeito à morfologia e sintaxe - seria mais lógico tentar criar esses paralelos com o finlandês e com o galês, que foram os idiomas que de fato inspiram o quenya e o sindarin, respectivamente.
Sugiro as seguintes leituras para que vocês tirem suas próprias conclusões sobre esse assunto:
- a Introdução do
Curso de Quenya
- as edições do jornal
Vinyar Tengwar
- várias mensagens sobre o tema nas listas de discussões
Elfling e
Lambengolmor
Quanto a material para "reconstrução", dois sites ótimos são o
Gwaith-i-Phethdain e o
Parma Tyelpelassiva.