[Knolex][Crônicas de Copacabana]
Copacabana
Seis horas da manhã é o horário mostrado pelo relógio no calçadão. Os primeiros raios de sol saem discretos atrás do mar e os primeiros tiros de bom dia são disparados pelos traficantes.
Já se pode ver crianças e adolescentes correndo em direção aos diversos pontos de ônibus, com medo de chegarem atrasadas em seus respectivos colégios. Também se vêem os donos de quiosques e bares abrindo seus estabelecimentos. O vendedor ambulante chega nos distribuidores de biscoitos esperando um dia de muitas vendas, enquanto os donos de barraquinhas de areia desenterram suas mercadorias do fundo da areia macia. Ao longe, dá para avistar uma senhora bem velhinha, daquelas que nem do próprio nome consegue se lembrar, jogando milho, sabe-se lá de onde, para centenas de pombos que ali habitam.
No relógio já são nove horas. O trânsito é intenso e as pessoas correm para poderem chegar no trabalho a tempo. Ouve-se bastante também vendedores de praia e seus tão populares gritos de “Ô água!!! Sorvete!! Picolé!!”. No calçadão, idosos e jovens andam ou correm para manter a forma e conservar a saúde, enquanto as babás passeiam com os bebês falando mal “daquela vizinha de Guadalupe que tomou chifre do marido e apanha todo dia”, ao invés de cuidarem de suas próprias vidas, que já são tão massacradas pelo dia a dia de uma grande cidade.
Três horas se passam, meio-dia, doze horas agora são. Executivos em restaurantes, mendigos pedindo comida, pivetes correndo atrás de velhinhas cuja bolsa está fácil de pegar. Moleque com camisa de time estrangeiro assaltando carro ou ônibus, O que der.
Passaram doze oras, meia-noite. No mesmo calçadão por onde velhas loucas e babás fofoqueiras passaram pouco antes, travestis e prostitutas tomam conta do local. Boates lotadas, orgias no meio da pista, cartão-postal nacional agora é mundo “underground”.
Numa seqüência de acontecimentos, um dia inteiro já passou, logo o horário será seis horas da manhã e tudo voltará a acontecer de novo, numa desvairada e fora do comum rotina, que esperamos que não tenha fim, afinal quando Copacabana ficou famosa com certeza já era assim.
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Copacabana
Seis horas da manhã é o horário mostrado pelo relógio no calçadão. Os primeiros raios de sol saem discretos atrás do mar e os primeiros tiros de bom dia são disparados pelos traficantes.
Já se pode ver crianças e adolescentes correndo em direção aos diversos pontos de ônibus, com medo de chegarem atrasadas em seus respectivos colégios. Também se vêem os donos de quiosques e bares abrindo seus estabelecimentos. O vendedor ambulante chega nos distribuidores de biscoitos esperando um dia de muitas vendas, enquanto os donos de barraquinhas de areia desenterram suas mercadorias do fundo da areia macia. Ao longe, dá para avistar uma senhora bem velhinha, daquelas que nem do próprio nome consegue se lembrar, jogando milho, sabe-se lá de onde, para centenas de pombos que ali habitam.
No relógio já são nove horas. O trânsito é intenso e as pessoas correm para poderem chegar no trabalho a tempo. Ouve-se bastante também vendedores de praia e seus tão populares gritos de “Ô água!!! Sorvete!! Picolé!!”. No calçadão, idosos e jovens andam ou correm para manter a forma e conservar a saúde, enquanto as babás passeiam com os bebês falando mal “daquela vizinha de Guadalupe que tomou chifre do marido e apanha todo dia”, ao invés de cuidarem de suas próprias vidas, que já são tão massacradas pelo dia a dia de uma grande cidade.
Três horas se passam, meio-dia, doze horas agora são. Executivos em restaurantes, mendigos pedindo comida, pivetes correndo atrás de velhinhas cuja bolsa está fácil de pegar. Moleque com camisa de time estrangeiro assaltando carro ou ônibus, O que der.
Passaram doze oras, meia-noite. No mesmo calçadão por onde velhas loucas e babás fofoqueiras passaram pouco antes, travestis e prostitutas tomam conta do local. Boates lotadas, orgias no meio da pista, cartão-postal nacional agora é mundo “underground”.
Numa seqüência de acontecimentos, um dia inteiro já passou, logo o horário será seis horas da manhã e tudo voltará a acontecer de novo, numa desvairada e fora do comum rotina, que esperamos que não tenha fim, afinal quando Copacabana ficou famosa com certeza já era assim.
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