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Intertextualidade da música com a literatura

Thorondir

Usuário
Vou começar o tópico falando do artista que mais conheço, e vocês podem completar com outros casos que saibam.

Chico Buarque tem várias intertextualidades em sua Obra. A começar pelo que é mais presente em seus trabalhos: Carlos Drummond de Andrade.

Quadrilha (Drummond)

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história


Em 1975, Chico Buarque e Paulo Pontes fizeram uma peça de teatro chamada "Gota d'água". Uma das músicas, que mais tarde seria gravada pro disco da Bibi Ferreira, chamava-se "Flor da Idade" e claramente trazia um diálogo com Drummond em um trecho.

Flor da idade (trecho) (Chico Buarque)

Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo
Que amava Juca que amava Dora que amava Carlos que amava Dora
Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava
a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha


user rmboemer

_

Mais cedo, em 1968, Chico Buarque fez uma letra para Tom Jobim chamada "Sabiá". A música foi feita para o III Festival Internacional da Canção promovido pela Rede Globo, e, injustamente, sofreu uma vaia terrível ao vencer o festival. A intertextualidade dessa vez se dá com Gonçalves Dias. Vejam:

Canção do Exílio (Gonçalves Dias)

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.


O povo brasileiro, em plena Ditadura Militar, torcia para uma letra com uma crítica extremamente mais direta, chamada "Pra não dizer que não falei das flores", de Geraldo Vandré. O que o povo não entendeu é que "Sabiá" também trazia uma crítica ao exílio.

Sabiá (Chico Buarque e Tom Jobim)

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De um palmeira
Que já não há
Colher a flor
Que já não dá
E algum amor Talvez possa espantar
As noites que eu não queira
E anunciar o dia

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
E é pra ficar
Sei que o amor existe
Não sou mais triste
E a nova vida já vai chegar
E a solidão vai se acabar
E a solidão vai se acabar


user Tauil

_

Mais tarde, em 78, Drummond volta a aparecer na introdução de uma música de Chico, dessa vez com seu anjo torto.

Poema de sete faces (Drummond)

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.


A música "Até o fim" foi feita para o disco de 1978, popularmente conhecido como "Samambaia", quando a Ditadura começava a liberar músicas que antigamente haviam sido censuradas.

Até o fim (Chico Buarque)

Quando nasci veio um anjo safado
O chato do querubim
E decretou que eu estava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim


user nanata

_

Em 1969, retornando do auto-exílio da Itália, Chico teve sua primeira filha com a atriz Marieta Severo, a Silvia. Aqui Frederico Garcia Lorca aparece rapidamente.

Romance sonâmbulo (F. Garcia Lorca)

Verde que te quero verde.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar
e o cavalo na montanha.
Com a sombra pela cintura
ela sonha na varanda,
verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Verde que te quero verde.
Por sob a lua gitana,
as coisas estão mirando-a
e ela não pode mirá-las.

[...]


Declarado torcedor do Fluminense, Chico ganhou de presente do compositor Ciro Monteiro uma camiseta do Flamengo para a filhinha. Chico respondeu em forma de música:

Ilmo. Sr. Ciro Monteiro (Chico Buarque)

Amigo velho
Amei o teu conselho
Amei o teu vermelho
Que é de tanto ardor
Mas quis o verde
Que te quero verde
É bom pra quem vai ter
De ser bom sofredor

[...]


user fadochico

_

Também em 1969, Chico chama mais uma vez nosso Drummond.

No meio do caminho (Drummond)

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

[...]


A canção da vez foi gravada pelo MPB-4 aqui no Brasil e pelo Chico lá na Itália.

Cara a cara (Chico Buarque)

Tira a pedra do caminho
Serve mais um vinho
Bota vento no moinho
Bota pra correr

[...]


user fadochico

_

Por último, acho que vale a pena destacar uma passagem de João Guimarães Rosa na obra de Chico. A música "Assentamento" cheira a Rosa, absolutamente. Prefiro que vocês ouçam ao invés de eu escrever o que cada passagem remete em Guimarães, porque ela é crivada de intertextualidade.

Assentamento (Chico Buarque)

Quando eu morrer, que me enterrem na
beira do chapadão
-- contente com minha terra
cansado de tanta guerra
crescido de coração


Zanza daqui
Zanza pra acolá
Fim de feira, periferia afora
A cidade não mora mais em mim
Francisco, Serafim
Vamos embora

Ver o capim
Ver o baobá
Vamos ver a campina quando flora
A piracema, rios contravim
Binho, Bel, Bia, Quim
Vamos embora

Quando eu morrer
Cansado de guerra
Morro de bem
Com a minha terra:
Cana, caqui
Inhame, abóbora
Onde só vento se semeava outrora
Amplidão, nação, sertão sem fim
Ó Manuel, Miguilim
Vamos embora


É, na minha opinião, uma das mais bonitas do Cancioneiro Buarqueano, talvez por eu gostar tanto assim do Guimarães Rosa. :)

user fabonadio

_

Ufa, depois dessa, chega de Chico! [size=xx-small](ou não)[/size]
 
Última edição por um moderador:
Muito bom o tópico, Tauil.
Não sei se chega a ser interxtualidade, mas há uma música chamada Capitu, que foi gravada pela Ná Ozzetti, de autoria de Luiz Tatit, inspirada no enigma da personagem de Dom Casmurro.

De um lado vem você com seu jeitinho
Hábil, hábil, hábil
E pronto!
Me conquista com seu dom

De outro esse seu site petulante
WWW
Ponto
Poderosa ponto com

É esse o seu modo de ser ambíguo
Sábio, sábio
E todo encanto
Canto, canto
Raposa e sereia da terra e do mar
Na tela e no ar

Você é virtualmente amada amante
Você real e ainda mais tocante
Não há quem não se encante

Um método de agir que é tão astuto
Com jeitinho alcança tudo, tudo, tudo
É só se entregar, é não resistir, é capitular

Capitu
A ressaca dos mares
A sereia do sul
Capitã dos olhares
Nosso tom tem tabu
A mulher em milhares
Capitu

No site o seu poder provoca o o cio, o cio
Um passo para o vício, o vício
É só navegar, é só te seguir, e então naufragar

Capitu
Feminino com arte
A traição atraente
Um capítulo à parte
Quase vírus ardente
Imperando no site
Capitu
 
Tópico excelente, Tauil :sim:

Minha contribuição (copiando um post lá do início do Hellfire):


Os Argonautas

o barco, meu coração não aguenta
tanta tormenta
alegria, meu coração não contenta
o dia, o marco, meu coração
o porto, não
navegar é preciso
viver não é preciso
o barco, noite no teu tão bonito
sorriso solto perdido
horizonte, madrugada
o riso, o arco, da madrugada
o porto, nada
navegar é preciso
viver não é preciso
o barco, o automóvel brilhante
o trilho solto, o barulho
do meu dente em tua veia
o sangue, o charco, barulho lento
o porto silêncio


Além, é óbvio, da menção ao mar (que é uma constante em Mensagem), fica claro o conteúdo sebastianista da letra, tal como acontece no livro de Pessoa. Só para comparar, aí vai uma poesia da segunda parte de Mensagem, Mar Português:

Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.


Como dá para perceber, ambos os textos falam sobre correr atrás dos sonhos, de não viver na letargia. Segundo o Marcelo, o Caetano em entrevista certa vez contou que ele com sua música queria ser o D. Sebastião do Brasil. É interessante isso, porque em nosso seminário foi levantada a hipótese de Pessoa ter a mesma intenção com Mensagem, já que ele deixa claro que quer resgatar as glórias de Portugal (dos tempos das navegações), através da cultura.

Só para não deixar o negócio incompleto, D. Sebastião em Mensagem é apresentado tal como ficou conhecido pelo povo por conta da poesia do Bandarra, sapateiro que criou o mito de que D. Sebastião um dia retornaria para fazer de Portugal o Quinto Império.

Além dessa conotação de resgate de glórias, D. Sebastião em Mensagem também representa a loucura como virtude. Na primeira parte, O Brasão, Pessoa além de colocar D. Sebastião nas Quinas (lugar reservado aos que representam a alma da nação), também termina o poema dedicado a ele da seguinte maneira:

Ficou meu ser que houve, não o que há.
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem

Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?


Como disse, é uma espécie de elogio à loucura. Seria essa loucura (aqui no sentido de meta impossível de conquistar, mas mesmo assim perseguida) que nos difereria dos animais e nos dá impulso para viver.

___
Edit: "Marcelo" ali é Marcelo Sandmann, meu professor de Literatura Portuguesa na época. Esse cara é absurdamente foda. E eu tenho a política de não definir coisas como foda desde que alguém disse que "quem usa foda para definir algo é porque nunca teve uma boa trepada", mas com ele não tem muito o que dizer. Exemplo? Assistam esse video. Mas assistam mesmo.

 
Última edição por um moderador:
Meu Mestre Maior, Tom Jobim tem uma parceria com Paulo César Pinheiro (outro craque) que também exala intertextualidade. Se vocês ouvirem essa música poderão notar a obra, principalmente, de dois grandes autores: Guimarães Rosa e Drummond. A obra também é dedicada a Mário Palmério, mas não o conheço para identificar.

Vejam se conseguem notar.

Matita Perê (Tom Jobim e Paulo César Pinheiro)

No jardim das rosas
De sonho e medo
Pelos canteiros de espinhos e flores
Lá, quero ver você
Olerê, Olará, você me pegar

Madrugada fria de estranho sonho
Acordou João, cachorro latia
João abriu a porta
O sonho existia

Que João fugisse
Que João partisse
Que João sumisse do mundo
De nem Deus achar, Ierê

Manhã noiteira de força viagem
Leva em dianteira um dia de vantagem
Folha de palmeira apaga a passagem
O chão, na palma da mão, o chão, o chão

E manhã redonda de pedras altas
Cruzou fronteira de servidão
Olerê, quero ver
Olerê

E por maus caminhos de toda sorte
Buscando a vida, encontrando a morte
Pela meia rosa do quadrante Norte
João, João

Um tal de Chico chamado Antônio
Num cavalo baio que era um burro velho
Que na barra fria já cruzado o rio
Lá vinha Matias cujo o nome é Pedro
Aliás Horácio, vulgo Simão
Lá um chamado Tião
Chamado João

Recebendo aviso entortou caminho
De Nor-Nordeste pra Norte-Norte
Na meia vida de adiadas mortes
Um estranho chamado João

No clarão das águas
No deserto negro
A perder mais nada
Corajoso medo
Lá quero ver você

Por sete caminhos de setenta sortes
Setecentas vidas e sete mil mortes
Esse um, João, João
E deu dia claro
E deu noite escura
E deu meia-noite no coração
Olerê, quero ver
Olerê

Passa sete serras
Passa cana brava
No brejo das almas
Tudo terminava
No caminho velho onde a lama trava
Lá no todo-fim-é-bom
Se acabou João

No Jardim das rosas
De sonho e medo
No clarão das águas
No deserto negro
Lá, quero ver você
Lerê, lará
Você me pegar
 
Cara, esse é o melhor tópico que existe aqui nesse subfórum. Muito boa a idéia, ainda mais que a maior parte do que eu escuto tem de alguma forma a ver com literatura.
Bom... vou deixar a minha contribuição também.

A banda paulistana Dance Of Days, também tem muitos de seus trabalhos baseados em ícones literários. Diferente da maioria dos artistas, as referencias literárias ficam mais subliminares nas músicas, mas nem por isso deixam de ser interessantes ao ouvinte.
Algumas comparações são:

Corvos Do Paraíso
Palavras mais palavras
Malditas, desgraçadas...
Outra vez jogadas contra o vento
Tudo aquilo que senti
Já não vale mais nada
Agora que vejo o quão tolo foi acreditar
Que o calor humano da revolução
Jamais queimaria minhas mãos
"Solidariedade proletária" escorrer
Ver o sangue nas costas de meus irmãos...

Agora que se contam corpos como grãos
Com os mortos enterramos nossos ideais
Como não alimentar
O ódio em meu olhar
Se a dor da traição aumenta cada vez
Que lembro de teu discurso febril
Escondendo a foice em teus olhos
E me sinto tão usado, infantil
E tão culpado, imundo, vazio, doente, imbecil
Tudo por ter acreditado uma vez

Que fala sobre a obra O Apanhador no Campo de Centeio

Dorian
Tantos motivos pra parar e
Tantos motivos pra dizer que não
Faz diferença estar bem

Entre o corpo esquálido
e o cálice vazio,
entre os lábios rachados,
entre as cinzas do que
restou de ti frente a teus medos,
do que contarás para teus filhos
Entre o espaço dos dias
que nunca se vão e o olhar
deprimido frente a televisão
trair tudo o que sentes se repete,
quão mais tentes dizer
saber que nao há

Tantos motivos pra parar e
Tantos motivos pra dizer que não
Faz diferença estar bem

"Por que me acordou?
Por que me quer bem?
Fecha a porta do meu quarto,
não me importa ser exato
no que desejei..."

Narciso se olhou dentro de seus olhos,
como se estivesse fora de seu corpo.
Nunca se sentiu tão doente.

"Estamos fora do ar
temporariamente pois nossos
transmissores estão em manutenção"

Serei eu este anjo caído ao chão?
Já não se parece mais comigo...
Já não se parece mais Domingo.

Mãe, diz que não foi nada...
eu fui tão cego voando rumo a luz.
Mãe, perdi minhas asas no fogo
e agora meus braços sangram.

Que tem refenrencias a história de Narciso e ao livro do Oscar Wilde O Retrato de Dorian Gray

Nos Olhos de Guernica (Um Curto Verão em La Mancha)

Que deixa claro a relação com o a história de Don Quixote

Quem Vai Limpar O Quarto De Gregor Samsa?
Não vou mais me levantar.
Não vou mais tentar
pois sempre acordo sem lembranças
tentando dizer que nada mais vai me machucar.
Nada mais vai me fazer acreditar
ser capaz de mudar, então deixa amanhecer...

Deixa outra vez sem saber porquê
Deixa outra vez sem saber...

Tentaram dizer que o garoto deveria viver
sem lhe avisar que não lhe deixariam portas
pra sair de seu quarto nem janelas.

Não vou mais insistir.
Não vou mais tirar de mim
a maquiagem borrada
e este gosto que não sabe parar.
Não vou mais tentar fingir ser forte e sorrir
quando nada mais me satisfaz...
então deixa amanhecer...

Deixa outra vez sem saber porquê
Deixa outra vez sem saber...

Tentaram dizer que o garoto
deveria correr sem parar.
Mas como correr se lhe arrancaram as pernas?
Como escapar?

Uma das músicas mais difíceis ed se fazer uma ligação com a obra literaria, pois além do título, não deixa muitas pistas sobre estar falando do livro A Metamorfose do Kafka
 
Eu tinha pensado semana passada neste tópico, em criar mas fui adiantado de uma forma muito legal! Parabéns ae!

Eu como fan assumido da Regina Spektor vou deixar algo dela aqui também. Algo que gostei muito dela são as referências a obras ou personagens, as vezes de forma breve e outras como próprio tema de suas canções.

"Baobabs" (Pequeno Príncipe)
You have tamed me
Now you must take me
How am I supposed to be
I don't have my thorns now
I feel them sprouting
They'll grow right though if I don't watch it
They'll grow right through even if I watch it
And a sunset couldn't save me now

These baobabs and baobabs and baobabs some more
But you can't outwait fate

And you have tamed me
Now you must take me...
taa-tt-ttaa-ttt-taa-tt-taake

And I wouldn't raise my child inside this city anyway
They grow up too savvy and they grow up too fast
And they know about buying shit and they know about sex
And they know about investment banking and also about brokerage firms
And they know about the numbers and they know about the words
And they know about the bottom line and also about stones
And they know about careers and about the real deals
And they all grow up and become people's people with people skills

But you have tamed me
Now you must take me
How am I supposed to be
I don't have my thorns now

But you have tamed me
Now you must take me
How am I supposed to be
I don't have my thorns

Samson (Sansão e Dalila)
You are my sweetest downfall
I loved you first, I loved you first
Beneath the sheets of paper lies my truth
I have to go, I have to go
Your hair was long when we first met

Samson went back to bed
Not much hair left on his head
He ate a slice of wonder bread and went right back to bed
And history books forgot about us and the bible didn't mention us
And the bible didn't mention us, not even once

You are my sweetest downfall
I loved you first, I loved you first
Beneath the stars came fallin' on our heads
But they're just old light, they're just old light
Your hair was long when we first met

Samson came to my bed
Told me that my hair was red
Told me I was beautiful and came into my bed
Oh I cut his hair myself one night
A pair of dull scissors in the yellow light
And he told me that I'd done alright
And kissed me 'til the mornin' light, the mornin' light
And he kissed me 'til the mornin' light

Samson went back to bed
Not much hair left on his head
Ate a slice of wonderbread and went right back to bed
Oh, we couldn't bring the columns down
Yeah we couldn't destroy a single one
And history books forgot about us
And the bible didn't mention us, not even once

You are my sweetest downfall
I loved you first

"Oedipus"
I'm the king's thirty second son
Born to him in thirty second's time
Born to him the night still young
Born to him with two eyebrows on
And that's all I was wearing
When I woke up staring at the world

My mom had been a rather crazy queen
But not at all a sex machine
She liked to keep her body clean, clean
Thought the world to be quite obscene
But she retired to her chamber
And we remain quite strangers

And to see me made her awful sad
And to touch me made her awful sad
And to see me made her awful
And to touch me made her awful

I'm the king's thirty second son
And all it took was thirty second's time
But a spoiled little prince I was not
Had a chamber maid and a chamber pot
And there's thirty one others just like me
There's thirty one others I can be

Sometimes I'd stand by the royal wall
The sky'd be so big that it broke my soul
And i stood on my toes to catch a glimpse
Of my mother's eyes and my mother's skin
And she retired to her chamber
And we remain quite strangers

And to see me made her awful sad
And to touch me made her awful sad
And to see me made her awful
And to touch me made her awful

And one morning I woke up
And I thought Oedipus, Oedipus, Oedipus, Oedipus
Then one morning I woke up and I thought Rex, Rex, Rex
Then one morning I woke up
And I thought Oedipus, Oedipus, Oedipus, Oedipus
Thirty two's still a goddamn number
Thirty two's still counts
Gonna make it count
Gonna make it count
Gonna oh oh

Thirty two's still a goddamn number
Thirty two still counts
Gonna make it count
Gonna make it count
Gonna oh oh

Long live the king
Long live the king
Long live the king
Long live the king
Long live the king
Long live the king
Long live the king
Long live the

I'm the king's thirty second son
There's thirty one others just like me
There's thirty one others on the way
There's thirty one others after that

Sometimes I stand by the royal gate
People screaming love and hate
And they scream
And they scream
And they scream
And they scream
Long live the king,
Long live the queen

And to see me made her awful sad
And to touch me made her awful sad
And to see me made her awful
And to touch me made her awful

And one morning I woke up
And I thought Oedipus, Oedipus, Oedipus, Oedipus
Then one morning I woke up and I thought Rex, Rex, Rex
Then one morning I woke up
And I thought Oedipus, Oedipus, Oedipus, Oedipus
Thirty two's still a goddamn number
Thirty two's still counts
Gonna make it count
Gonna make it count
Gonna oh oh

Thirty two's still a goddamn number
Thirty two's still a goddamn number
Thirty two's still a goddamn number
Thirty two's still a goddamn number

Thirty two
Thirty two
Thirty two
Thirty two
Thirty two
Thirty two
Thirty two

Long live the king
Long live the king
Long live the king
Long live the king
Long live the king
Long live the king
Long live the king
Long live the king

Ao longo de suas canções ela faz referência a Fitzgerald, Hemingay, Ezra Pound, Shakespeare, Virginia Woolf e Margaret Atwood.


Abraços! Fico devendo para depois alguns clipes!
 
Uma das mais conhecidas:

Monte Castelo
Legião Urbana
Composição: Renato Russo (recortes do Apóstolo Paulo e de Camões).

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...

É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja
Ou se envaidece...

O amor é o fogo
Que arde sem se ver
É ferida que dói
E não se sente
É um contentamento
Descontente
É dor que desatina sem doer...

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...

É um não querer
Mais que bem querer
É solitário andar
Por entre a gente
É um não contentar-se
De contente
É cuidar que se ganha
Em se perder...

É um estar-se preso
Por vontade
É servir a quem vence
O vencedor
É um ter com quem nos mata
A lealdade
Tão contrário a si
É o mesmo amor...

Estou acordado
E todos dormem, todos dormem
Todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade...

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...


Amor é fogo que arde sem se ver ...
de Luís Vaz de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Bíblia Sagrada) É no capítulo 13 da epístola que Paulo fala grandiosamente sobre o amor (em grego ágape) que, em algumas traduções, aparece com o vocábulo caridade:

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o Amor.
 
Hoje, conheci mais um disco do sensacional Renato Braz, artista pouquíssimo conhecido. É a melhor voz masculina da atualidade, para mim. Tudo que ele faz é ótimo, o instrumental, os arranjos, as canções, o repertório, enfim.

Em 2006, ele lançou seu último CD, o "Por toda a vida", com canções de Jean e Paulo Garfunkel. Uma das faixas fala da infância de Guimarães Rosa

Menino quieto
Deixa esse menino quieto
Que é o seu jeito de ficar
Quieto, brincando por dentro
Brinquedo de imaginar

Esse que a gente tá vendo
Lendo, lendo sem parar
Do avesso é bem travesso
Tem talento pra voar

Vai e vem a rede
A varanda é o verde mar
E um farol se acende
Além de seu olhar

Vira uma outra página
Imagina o que virá
Pensamento é vela ao vento
Leva pra qualquer lugar

Veja esse menino atento
Todo assunto quer saber
Se a linguagem dos insetos
É difícil de aprender

Construindo o mundo
Com as pedrinhas do jardim
Bem maior que tudo
É o sertão sem fim

Sabiá, sanhaço,
Azulão, papa-capim
Cantam no quintal da infância
De João e Miguilim

ps quem quiser baixar o disco (o Renato permite) acesse o blog www.umquetenha.blogspot.com e procure o nome "Renato Braz" na coluna da direita.
 
Breno C. disse:
Cara, esse é o melhor tópico que existe aqui nesse subfórum. Muito boa a idéia, ainda mais que a maior parte do que eu escuto tem de alguma forma a ver com literatura.
Bom... vou deixar a minha contribuição também.

A banda paulistana Dance Of Days, também tem muitos de seus trabalhos baseados em ícones literários. Diferente da maioria dos artistas, as referencias literárias ficam mais subliminares nas músicas, mas nem por isso deixam de ser interessantes ao ouvinte.
Algumas comparações são:

Corvos Do Paraíso
Palavras mais palavras
Malditas, desgraçadas...
Outra vez jogadas contra o vento
Tudo aquilo que senti
Já não vale mais nada
Agora que vejo o quão tolo foi acreditar
Que o calor humano da revolução
Jamais queimaria minhas mãos
"Solidariedade proletária" escorrer
Ver o sangue nas costas de meus irmãos...

Agora que se contam corpos como grãos
Com os mortos enterramos nossos ideais
Como não alimentar
O ódio em meu olhar
Se a dor da traição aumenta cada vez
Que lembro de teu discurso febril
Escondendo a foice em teus olhos
E me sinto tão usado, infantil
E tão culpado, imundo, vazio, doente, imbecil
Tudo por ter acreditado uma vez

Que fala sobre a obra O Apanhador no Campo de Centeio

Dorian
Tantos motivos pra parar e
Tantos motivos pra dizer que não
Faz diferença estar bem

Entre o corpo esquálido
e o cálice vazio,
entre os lábios rachados,
entre as cinzas do que
restou de ti frente a teus medos,
do que contarás para teus filhos
Entre o espaço dos dias
que nunca se vão e o olhar
deprimido frente a televisão
trair tudo o que sentes se repete,
quão mais tentes dizer
saber que nao há

Tantos motivos pra parar e
Tantos motivos pra dizer que não
Faz diferença estar bem

"Por que me acordou?
Por que me quer bem?
Fecha a porta do meu quarto,
não me importa ser exato
no que desejei..."

Narciso se olhou dentro de seus olhos,
como se estivesse fora de seu corpo.
Nunca se sentiu tão doente.

"Estamos fora do ar
temporariamente pois nossos
transmissores estão em manutenção"

Serei eu este anjo caído ao chão?
Já não se parece mais comigo...
Já não se parece mais Domingo.

Mãe, diz que não foi nada...
eu fui tão cego voando rumo a luz.
Mãe, perdi minhas asas no fogo
e agora meus braços sangram.

Que tem refenrencias a história de Narciso e ao livro do Oscar Wilde O Retrato de Dorian Gray

Nos Olhos de Guernica (Um Curto Verão em La Mancha)

Que deixa claro a relação com o a história de Don Quixote

Quem Vai Limpar O Quarto De Gregor Samsa?
Não vou mais me levantar.
Não vou mais tentar
pois sempre acordo sem lembranças
tentando dizer que nada mais vai me machucar.
Nada mais vai me fazer acreditar
ser capaz de mudar, então deixa amanhecer...

Deixa outra vez sem saber porquê
Deixa outra vez sem saber...

Tentaram dizer que o garoto deveria viver
sem lhe avisar que não lhe deixariam portas
pra sair de seu quarto nem janelas.

Não vou mais insistir.
Não vou mais tirar de mim
a maquiagem borrada
e este gosto que não sabe parar.
Não vou mais tentar fingir ser forte e sorrir
quando nada mais me satisfaz...
então deixa amanhecer...

Deixa outra vez sem saber porquê
Deixa outra vez sem saber...

Tentaram dizer que o garoto
deveria correr sem parar.
Mas como correr se lhe arrancaram as pernas?
Como escapar?

Uma das músicas mais difíceis ed se fazer uma ligação com a obra literaria, pois além do título, não deixa muitas pistas sobre estar falando do livro A Metamorfose do Kafka

Melhor banda do mundo pra mim, foi através das composições do Nenê Altro que comecei a gostar de literatura, leiam o livro dele, é bem nihiilista, mas é legal, mostra uma são paulo vista por baixo, uma temática que é bem ausente na nossa literatura.
 
Tauil disse:
Ufa, depois dessa, chega de Chico! (ou não)

Não mesmo!
"Morte e Vida Severina", composta por Chico sobre poema de João Cabral de Mello Neto.
Diz a lenda que o poeta não gostou quando soube que sua obra ia ser musicada, mas depois que viu o trabalho do Chico, virou fã.
Também né? :pipoca:

A letra:

Esta cova em que estás, com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida

É de bom tamanho, nem largo, nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio

Não é cova grande, é cova medida
É a terra que querias ver dividida

É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estarás mais ancho que estavas no mundo

É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais que no mundo, te sentirás largo

É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas à terra dada nao se abre a boca

É a conta menor que tiraste em vida

É a parte que te cabe deste latifúndio
(É a terra que querias ver dividida)

Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas à terra dada nao se abre a boca



E aqui um vídeo com a música, parte de um especial da TV Globo:

http://www.youtube.com/watch?v=0Ju-PGT0xY8&feature=related
 
Videotape do Radiohead faz referências a famosíssima lenda de Fausto. Vai a letra aqui embaixo e o link para o vídeo no final.

Radiohead - Videotape

When I'm at the pearly gates
This'll be on my videotape
My videotape
My videotape

Mephistopheles is just beneath
And he's reaching up to grab me

This is one for the good days
And I have it all here in
Red, blue, green
Red, blue, green

You are my centre when I spin away
Out of control on videotape
On videotape
On videotape
On videotape

This is my way of saying goodbye
Because I can't do it fact to face
So I'm talking to you before
No matter what happens now
I won't be afraid
Because I know
Today has been the most perfect day I have ever seen

Vídeo no YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=G_-Spe_Oz3c
 
A música "A hora da estrela" do Pato Fu parece falar sobre o começo do final da Macabea, do livro da Clarice Lispector,
quando ela está saindo da cartomante que lhe prometeu um futuro melhor, que muitas coisas boas vão acontecer com ela.

A Hora da estrela
Ela está pronta
Pra mudar a sua vida pra sempre
Já imagina
Como tudo vai ser tão diferente
E aquele lugar la na frente
Vai ser seu

Mais um minuto
E tudo o que sonhou vai ser verdade
Não há no mundo
Quem não entenda a sua felicidade
Que possa dizer com certeza
Que o lugar é seu
Que é de quem nasceu pra brilhar

Uh, a hora da estrela vai chegar
Uh, agora ninguém vai duvidar
Não hoje, não mais
Nem nunca, jamais

Ela esta pronta
Pra mudar a sua vida pra sempre
 
Depois de fazer aquele artigo sobre a intertextualidade na obra do Chico Buarque, destacando alguns diálogos que suas composições fazem com obras literárias, resolvi expandir o horizonte e fazer outro abordando mais compositores, todos brasileiros. Faremos outro post só com música estrangeira. Aos que possam estar boiando, de acordo com o dicionário, “intertextualidade” é a relação entre dois ou mais textos.Vamos, então, à breve seleção:


Continue lendo...
 
essa vem do meu blog, se alguém quiser ver os links para as músicas, é só ver o texto original.

Sabe aquelas músicas que te animam nos momentos difíceis? Mas não, não estou em um momento difícil. É que hoje recebi um email de uma desconhecida - o Gmail não o classificou como spam - e achei a letra interessante. Assim como a história de Dom Quixote, ela inspira a luta pelos seus sonhos, o que é animador a qualquer pessoa.

A música se chama Impossible Dream, com melodia de Mitch Leigh e letra de Joe Darion, e foi baseada no romance Dom Quixote, de Miguel Cervantes, para o musical Man of La Mancha. A música já foi interpretada por Andy Williams, Elvis Presley, Donna Summer, Luther Vandros, entre outros. Já virou comercial da Honda, muito bonito, por sinal.

A versão brasileira da música foi feita por Chico Buarque e Ruy Guerra, e tem o final diferente da original (é mais curta), talvez por ter sido feita ainda no regime militar, mas mesmo assim não deixa de fazer a gente refletir. No Brasil, ela já foi interpretada por Maria Bethânia e Simone. A seguir, veja um clipe da música no Youtube com ilustrações do livro.


Sonho Impossível

Sonhar mais um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender

Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão

É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo, cravar esse chão
Não me importa saber, se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer por um pouco de paz

E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão

E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão


Impossible Dream

To dream the impossible dream
To fight the unbeatable foe
To bear with unbearable sorrow
To run where the brave dare not go

To right the unrightable wrong
To love pure and chaste from afar
To try when your arms are too weary
To reach the unreachable star

This is my quest
To follow that star
No matter how hopeless
No matter how far

To fight for the right
Without question or pause
To be willing to march into Hell
For a heavenly cause

And I know if I'll only be true
To this glorious quest
That my heart will lie peaceful and calm
When I'm laid to my rest

And the world will be better for this
That one man, scorned and covered with scars
Still strove with his last ounce of courage
To reach the unreachable star
 
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Por isso eu tomo ópio. É um remédio
Sou um convalescente do Momento.
Moro no rés-do-chão do pensamento.
E ver passar a Vida faz-me tédio.

Estrofe retirada de Opiário de Álvaro de Campos e recitada no final da canção pelo vocalista Fernando Ribeiro.
 
Última edição por um moderador:
E intertextualidade com HQ? Pode?

Lembro que, logo que li o previw do Sandman, da editora Panini, pensei: "Ah tá... finalmente entendi aquela música da Luiza Possi" :timido:

Olha só a parte do quadrinho:

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E a música:


Luiza Possi - Não diga que não te dei nada

Te dei saliva pra matar a sede
E suor pra lavar o amor
Te dei o sangue que corre nas minhas veias
E lágrimas frias no calor

Te dei a flecha pra atirar em mim
E um livro pra rasgar as folhas
Te dei o zíper de fechar e abrir
E a possibilidade de escolha

Não diga que eu não te dei nada

Te dei uma moeda de pedra
Te dei um nome e os nomes estão perdidos
Te dei a pena da asa de um anjo
E os meus sonhos preferidos

Não diga que eu não te dei nada
 

Valinor 2023

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