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Ilha do Medo (Shutter Island, 2009)

Sua nota para o filme:


  • Total de votantes
    13

Hugo

Hail to the Thief
Diretor: Martin Scorsese

Elenco: Mark Ruffalo (Chuck Aule), Michelle Williams, Emily Mortimer, Patricia Clarkson, Jackie Earle Haley, Leonardo DiCaprio (Teddy Daniels), Max von Sydow, Ben Kingsley

Sinopse: Em 1954, uma dupla de agentes federais investiga o desaparecimento de uma assassina que estava hospitalizada. Ao viajarem para Shutter Island - ilha localizada em Massachusetts - para cuidar do caso, eles enfrentam desde uma rebelião de presos a um furacão, ficando presos no local e emaranhados numa rede de intrigas. (Cinema em Cena)

Estréia: 2/10/2009 (EUA) 4/9/2009 (Brasil)

Expectativa: Scorsese retorna a ficção com um projeto promissor e interessante. Pena que ainda não tenha largado o Di Caprio.

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Anexos

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Última edição:
Re: Shutter Island (2009)

Trailer fresquinho:

 
Última edição por um moderador:
Re: Shutter Island (2009)

O filme antes ia se chamar Paciente 67 (nome do livro por aqui) e estrear no Brasil em outubro. Mudaram o nome pra Ilha do Medo e a data pra 9 de fevereiro :think:
 
Mas a data mudou por lá tambem né, aqui vai estrear 10 dias antes.
 
Grande "filme menor" do Scorsese. Aliás, este Scorsese experimental é, como de resto eu já esperava, muito mais satisfatório que o Scorsese piloto-automático (tenho o Aviador e Gangues em mente).

A crítica anda empenhada em escrutinar a história e apontar todas as falhas do roteiro - os comentários vão desde "dramaticamente fraco" a "previsível". Mas na verdade este não é um filme para encarar no plano do racional, mas sim no plano da experiência. O espectador atento descobrirá a solução da trama cedo, e Scorsese nunca está realmente interessado em esconder "o segredo" - na realidade, eu argumentaria que saber o que está acontecendo ajuda a apreciar o filme devidamente. De facto, suspeito que caso Scorsese se preocupasse mais com a eficácia do roteiro do que com a forma como o conta, este seria um filme banal e descartável, que porventura conseguiria arrancar aplausos de uma audiência que anda embevecida com os twists, mas que em dez anos só seria recordado em retrospectivas do diretor. Este Shutter Island eu sei que lembrarei por bastante tempo.

O argumento oferece o cenário ideal para o tipo de trabalho que o diretor veterano quis desenvolver. Se passa numa ilha secreta guardada pelo governo, em que os temporais parecem uma constante, e que serve de abrigo a uma instituição para os "incuráveis" da sociedade. A personagem de Di Caprio, um detective de motivos dúbios saído de qualquer filme noir dos anos 40, deambula pelo cenário, reagindo mais que pensando [1], o que pode incomodar os puristas do roteiro transparente mas é coerente com o espírito da coisa, servindo para os objetivos de Scorsese: criar um sentimento crescente de paranóia e claustrofobia psicológica.

Mesmo na aparente simplicidade da narrativa conseguimos distinguir questões pertinentes sobre a nossa percepção da realidade (o que advém mais da realização do Scorsese que do roteiro, lá está). Infelizmente o final faz cair por terra qualquer hipótese de levar essa premissa a bom porto, o que é um pouco frustrante, mas não chega a lesar irremediavelmente a experiência.

O filme me fez voltar a pensar numa velha questão: será o roteiro tão vital para um filme como se costuma crer? Será mais importante para o cinema a atmosfera que se cria do que aquilo que se está a contar? Robert Altman dizia que o filme ideal não terá história nenhuma. Vejam a perfeita cena de abertura - em que partimos de um cais com vista o oceano, e vamos, por cenários cada vez mais fechados, num tom ominoso, até aos portões da instituição - e ponderem.


[1] Muitos dos noir mais aclamados são conhecidos pelas gaffes do roteiro - o desenlace de Big Sleep, por exemplo, tem uma falha grave, o que não impede o filme de ser considerado um dos melhores de todos os tempos. Eles são lembrados menos pela clareza com que os fios da narrativa são ligados do que pelo ambiente criado pelo realizador ou a performance dos protagonistas.
 
Última edição:
Cara, eu curti bastante. A cena inicial já me fisgou, e o filme não me soltou até a última tomada sensacional. A trilha foi ótima, e o roteiro também.

Nota 8.
 
Scorsese é O cara. Adoro aquela taturaninha que ele tem em cima dos olhos. E o filme merece ser visto e revisto. Não sei a causa da implicância do Hugo com o DiCaprio, ele tá foda no filme.
 
É um filme com roteiro meio fraco, reviravolta batidíssima, mas com execução quase sempre perfeita: direção, fotografia, Leo e Mark; só o uso da trilha não me pegou muito. Daria pra considerar exercício de gênero se as pessoas que votam pra colocar um filme assim no top 250 do IMDb não estivessem acima de tudo impessionadas com os rumos do mistério, que na verdade não têm nada de impressionante.
 
O filme me fez voltar a pensar numa velha questão: será o roteiro tão vital para um filme como se costuma crer? Será mais importante para o cinema a atmosfera que se cria do que aquilo que se está a contar? Robert Altman dizia que o filme ideal não terá história nenhuma. Vejam a perfeita cena de abertura - em que partimos de um cais com vista o oceano, e vamos, por cenários cada vez mais fechados, num tom ominoso, até aos portões da instituição - e ponderem.

Sim, é vital.

O Altman pode dizer isso pq os trabalhos dele são mais desenrolar de acontecimentos do que propriamente história. Pegue Nashville. São três horas de filme, e o que acontece realmente? MASH foi filmado em puro improviso. O roteirista ficou puto da vida com o Altman quando viu que o elenco tava cagando completamente pro script (ironia é que ganhou Oscar de roteiro heh). Como comparar?

Shutter Island está preso a começo, meio e fim de um roteiro que não tem nada de mais, não é como um O Iluminado em que a adaptação da história é secundária. O Scorsese fez tudo o que pôde dentro dessa limitação, inclusive lembrando O Iluminado em vários momentos, e se saiu muito bem, mas sempre dentro desse limite instransponível. Não é um ótimo filme.
 
Sim, o roteiro é inexpressivo, especialmente se formos comparar à direção brilhante do Scorsese.
Nada mais compatível com a história que assistimos do que experimentar, até aí não há nada muito original. Mas a precisão como o Scorsese filma que é assustadora. Criando atmosferas e ambientes na linha tênue do que consciente/inconsciente (real/irreal). E tornando o DiCaprio o Ego (A câmera sempre está no seu ponto de vista e/ou girando a sua volta), este que por sinal, aguentou o rojão que o Scorsese botou nas suas mãos.
E o Scorsese está claramente cagando para a trama desde os primeiros minutos de filme
(Quando o Ruffalo já tem uma puta dificuldade de tirar a arma)
, o que eu acho ótimo, até porque não há nada de muito novo a apresentado por ali
(Além de suspiros de um sujeito assombrado pela culpa da guerra e do seu maior trauma)
.
 
Última edição:
E tornando o DiCaprio o Ego (A câmera sempre está no seu ponto de vista e/ou girando a sua volta), este que por sinal, aguentou o rojão que o Scorsese botou nas suas mãos.

Esse o único ponto que achei negativo nesse filme, o DiCaprio na tela o tempo todo, falando o tempo todo. Mas era difícil de evitar, uma vez que a história girava toda em torno dele. O fato é que, no final do filme, eu já estava enjoado de olhar e só achar ele na tela. Coisa semelhante ao que eu senti assistindo "Intrigas de Estado" em relação ao Russell Crowe.
 
Ilha do Medo é um filme esquisito, apesar da direção fantástica do Scorsese o roteiro tem problemas sérios (a reviravolta é brilhante, entretanto).

Pra falar a verdade, eu esperava mais. Não sei exatamente o quê. Apesar de marcante, o filme em nenhum momento prende.

Nota: 6,0
 
Eu vi Ilha do Medo na sexta-feira. Gosto bastante do Scorsese, do estilo de direção adotado por ele, para ser mais específica. Hoje, mais cedo, enquanto respondia a carta de um amigo, escrevi meia página, defendendo Ilha do medo, e, por extensão, o Scorsese. E boa parte da defesa consistia em exemplificar que, embora o roteiro, propriamente dito, não seja memorável, a execução fez com que o filme se tornasse, ao apagar das luzes, satisfatório. É um bom filme.

E eu sei que este meu amigo, assim que ler a carta, vai mandar sms/scrap/mensagem off no msn dizendo que o maior problema de Ilha do Medo é o uso excessivo de Chroma key. A eterna implicância dele com o Scorsese é algo de que ele tem orgulho. E ele precisa, de alguma forma, criticar o filme. :lol:
 
Não achei o roteiro inexpressivo. Scorsese soube como criar um thriller a partir de um personagem que sofre de transtornos psiquiátricos. Se fosse um pouco mais curto, com menos excessos nos flashbacks, poderia ser considerado um dos grandes trabalhos do diretor. De qualquer forma, é um filme que me encantou mais do que qualquer coisa que o Scorsese fez desde os Bons Companheiros.
 

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