Pips
Old School.
O filme não é inexpressivo. É um filme ao mesmo tempo pessoal e profissional do Scorsese. Ele não tem reviravoltas mirabolantes, é um trajeto comum, o que vale na história é a entrega do personagem principal dentro de seu medo de entrar na loucura. Sem contar que todas as cenas nos sonhos de Teddy (desde os papéis voando durante sua invasão em Dachau ou as cinzas voando durante o incêndio) é uma das coisas mais incriveis que Scorsese poderia fazer. ele suavizou, levando em consideração que muitas partes do livro (falando sobre a vida sexual, as brigas, as bebedeiras de Teddy) foram deixadas de lado para o espectador se focar no mistério que é o personagem principal, o mistério do desaparecimento e da ilha é para deixar de lado, o que interessa aqui é até que ponto a mente de uma pessoa pode levá-la a caminhos obscuros. Esse é o cinema de Scorsese, ele é cru, ele não precisa se sustentar num mistério, mas na sua condução, na condição de deixar todos que acompanham seu protagonista cada vez mais sufocados, lembrando que heróis não são sarcásticos o tempo todo e muito menos bonzinhos, Teddy é matador e tenta se redmir, ele é ser humano, ele sangra, ele tem dores de cabeça, etc. Isso é bem exemplificado no plano e na fala final do filme (o único momento de ambiovalência de toda a projeção).
Outra coisa, o roteiro não tem furos, ele tem lapsos assim como seu personagem principal, o real e o imaginário em constante tangência criam a história e não sua linearidade.
Outra coisa, o roteiro não tem furos, ele tem lapsos assim como seu personagem principal, o real e o imaginário em constante tangência criam a história e não sua linearidade.