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[HBO] Roma (1ª e 2ª Temporada)

Re: [HBO] Roma

Boa noite moçada... Ninguém vai me ajudar naum??????
Eu vi tem um tempinho o ultimo episodio da serie mas o download que eu fiz ficou incompleto... Ele termina na hora que o titus chega em roma carregando o lucius aí eu naum sei o que acontece depois...
Alguem pode me dizer tudo que acontece depois?
Agradeço muito..
Abraços...
 
Re: [HBO] Roma

Eu fiquei com muita vontade de assistir esse seriado com o término de Spartacus. Quem sabe eu não tente acompanhar nesse final de ano.
 
Re: [HBO] Roma

Não tem NADA a ver com Spartacus. E é MUITO melhor. Da HBO, pra mim, só perde em qualidade para Band Of Brothers/The Pacific. Curti muito Roma.

E Julio César = Foda. E seu sobrinho, idem. :lol:
 
Série excelente. Vi nos idos de 2009, 2010, e revi só recentemente. Mesmo tendo visto só nessa época, tinha as cenas mais marcantes ainda gravadas na memória (e revisitadas no YouTube), então achava que a série não poderia me surpreender. Mas me enganei... Porque muito mais do que as tramas políticas, as reviravoltas e tudo mais, a série retrata muito bem a própria Roma, daí o nome. Tanto a vida privada de nobres, quanto a vida dos pobres. O que é relativamente raro né, em geral, séries e filmes desse tipo se concentram em nobres e guerreiros, mas, apesar de o núcleo pobre da série ser centrado em dois guerreiros romanos, temos um bom vislumbre da sua vida privada, vivida essencialmente numa "favela" da época. E isso é relativamente raro de se ver em obras audiovisuais que retratam o período...

Nesse sentido, a série retrata de forma autêntica algo que tende a escapar (em maior ou menor grau) na maioria das séries e filmes de proposta semelhante, que é uma certa estranheza que o período deve ter se defrontado aos padrões modernos. Tomemos, por exemplo, um filme que carece completamente dessa sensibilidade, que é Gladiador. No filme, vemos um general romano de nome Máximo, mas que parece um cavaleiro cristão com ares modernos: não vemos ele com escravos ou fazendo nada que soe estranho, a impressão que dá é que poderíamos trocar uma boa ideia com ele num bar, sem ruídos. Quando o vemos rezando, a impressão que passa é que a sua religião não difere tanto do cristianismo, reza para estátuas pequenas parecidas com santos. Quando lembra da família, vemos uma família também bem afim à família cristã. E por aí vai.

Já Roma difere bastante nesse sentido. Por exemplo — e dando um spoiler leve — vemos um protagonista simpático tentar levar uma vida mais privada, depois de muitas provações. O que faz? Investe dinheiro em escravos...! Pior: os escravos morrem, só sobra um, e ele carrega esse escravo pela rua, meio puto. É esperado que o espectador simpatize com a desventura do personagem, mas, por outro lado, o personagem está carregando um escravo no meio da rua...! Nunca veríamos o Máximo de Gladiador — ou o protagonista da maioria dos filmes épicos — fazer algo desse tipo… Essa espécie de dissonância moral (esperada em obras com certo grau de realismo) está presente por toda a série. E não só moral, como, por exemplo, em matéria de gestos (!), em matéria sexual, em matéria de religião, etc. E tudo muito bem embarcado na história, quase nada está ali para chocar ou encher linguiça.

Outra vantagem é que, apesar de a série ser uma espécie de precursora de GoT, inclusive na brutalidade, nas mortes, etc., diferentemente de GoT, Roma desenvolve arcos completos, e os personagens morrem bem 'morridamente' para concluir esses arcos, e não meramente para chocar (muito pelo contrário, poucas mortes são surpreendentes, mesmo para quem não conhece nada sobre os personagens históricos ali retratados). Daí que, tendo arcos relativamente completos, Roma tem personagens com complexidades morais muito melhor trabalhadas do que as ditas complexidades de um Tyrion que mata o pai cagando (!!), um Jaime que come a irmã, uma rainha louca que queima a cidade, etc... Em Roma, por exemplo, temos um Brutus bem autêntico que se divide entre a lealdade e o legalismo, ora caindo e ora se redimindo, e temos um Marco Antônio que se vê desprovido do seu antigo eu, não ao perder o braço, as pernas ou o seu 'manhood', mas por decursos bem naturais que a sua vida tomou. Frente a isso, os personagens de GoT soam até apelativos e rasos. Em Roma, vemos virtude misturada com decadência e estranheza, e essa mistura é bem rara de se encontrar (e quando é encontrada, é rara de estar equilibrada). Nesse sentido, o filme The Northman, por exemplo, é um filme que, como Roma, nos oferece um ethos bem diferente do nosso de forma relativamente autêntica. Mas The Northman oferece pouco no campo da virtude, na capacidade de inspirar, no retrato de dramas humanos de apelo universal..., pois se tratam basicamente de guerreiros primitivos seguindo morais e anseios também primitivos. O que já não acontece com Hamlet, que apesar de ter o enredo bem correlacionado a The Northman, apresenta temáticas mais universais.[1] E não acontece com Roma. Em suma, é um caso exemplar de série em que há um equilíbrio entre autenticidade histórica vs. inspirações universais.

A série tem alguns defeitos. Boa parte deles provém do fato de terem cancelado a série antes de roteirizar a segunda temporada, de forma que os roteiristas condensaram numa temporada o que seria material de 3, 4 temporadas. Enquanto a primeira temporada abarca 5 anos em 12 episódios, a segunda temporada abarca cerca de 15 anos em 10 episódios. Daí muita coisa passa bem depressa. O personagem Otávio, por exemplo, cresce de um episódio para outro, muda o ator, e parece mudar a sua personalidade, processo que em condições ideais seria feito de forma mais vagarosa. Uma batalha muito importante está para começar no final do episódio, mas no episódio seguinte logo de cara já está concluída. E por aí vai. Mas, apesar de tudo isso, os roteiristas fizeram, no geral, um bom trabalho. Essa batalha, por exemplo, apesar de não aparecer, é muito bem explorada em termos de diálogos e consequências, sob o ponto de vista melancólico do exército derrotado…

Enfim, série indispensável.
 
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