Achei esta notícia a respeito dele no site do Ibest:
À americana
26.02.2004 | Escândalo sexual acontece em tudo quanto é canto, mas o ambiente acadêmico norte-americano gosta disso em particular. Em geral, envolve professores homens e alunas recatadas e jovens.
Agora é a vez de uma estrela literária – talvez a estrela máxima da crítica: o professor Harold Bloom. Segundo a escritora feminista Naomi Wolff, Bloom teria se convidado para um jantar no apartamento dela, que dividia com mais duas pessoas. Jantaram os cinco:
Ele trouxe, conforme havia prometido, uma garrafa de Amontillado, que bebeu continuamente. Também bebi. Pusemos velas na mesa – uma bela ocasião. Os outros nos deixaram e – finalmente! – achei que discutiríamos meus manuscritos de poesia. Eu o pus entre nós. Ele não abriu. Nem olhou. Ele se inclinou em minha direção até que seu rosto estivesse a centímetros de mim. "Você tem a aura dos eleitos em si", suspirou. Pensei que falava sobre minha poesia. Peguei o manuscrito e me virei para que ele o lesse.
Então sua mão desossada, pesada, estava quente em minha virilha.
Saí de seu lado. "Não era isso em que pensava", disse. Tudo tinha de repente ganho a aparência de um filme de horror ruim. A essas alturas, eu estava contra a pia, tão longe quanto possível. Ele veio em minha direção. Eu me virei em direção à pia e me vi vomitando. Bloom desaparecu.
Quando voltou do quarto com seu casaco, um momento depois, eu ainda estava congelada, minhas costas contra a pia. Ele disse: "você é uma menina muito perturbada". Então voltou à mesa, tomou o resto de sua bebida, arrolhou a garrafa e saiu.
Teria acontecido em 1983 – hoje, aos 73 anos, Bloom está doente. Em geral, a repercussão na imprensa é negativa em relação a Wolff. Discute-se porque ela decidiu trazer a história à tona depois de duas décadas. Questiona-se a própria veracidade. Bloom, através de amigos, limitou-se a dizer que é uma "mentira viciosa".
Na Slate, a jornalista Megan O'Rourke critica o que vê como defeito fundamental do argumento de Wolff: "muito do caso contra Bloom – e da atmosfera opressiva de Yale em 1983 – se baseia em disse-me-disse." Camille Paglia foi menos contida: "é indecente que Naomi Wolff não teve coragem de reclamar disso na época, ou menos nos anos 90, e traz isso à tona agora contra um homem que já passou dos 70 e tem problemas de saúde – um homem que transformou-se num herói cultural para leitores de humanidades em todo o mundo."