Red Chocobo disse:
percebo que você e eu temos opniões muito próprias do que é necessário ou não em um mangá, eu acho que um mangá pode ser simples e muito bom.
Eu também disse, isso, não notou?
Quanto a coisas necessárias, não me refiro só a mangás, mas histórias em geral mesmo. Em muitos pontos, julgo da mesma forma a narrativa de quadrinhos e cinema, por exemplo, por certa semelhança em alguns pontos.
disse que o cenário era convincente e que a atenção dada no cenáriio era apenas a necessária não me contradisse
Eu falava me referindo mais a maioria do cenário que aparece, que sempre era muito escasso.
Não que eu quisesse que sempre aparecessem aqueles panoramas da cidade, porque isso ia ser muito cansativo, mas muitas vezes ele só desenhava os corpos em combate e linhas de velocidade. Só.
Não acho isso bom, porque já se desenvolveu há muito tempo nos mangás que um certo abandono da ambientação valoriza a ação visual, quando o uso de cenários por artistas de ramos fora dos mangás provam o contrário.
Só ver Moebius por exemplo (grande usuário dos cenários vastos e rebuscados), que até influencou muito manga-ka, inclusive o Kishiro.
mas essa é uma forma muito comum de não colocar choque na história como se fossem traços comuns do lugar sem comprometer o foco principal da história.
Não é uma forma errada, lógico, mas considero um erro usá-la quase como um padrão.
Ver cenários completos com alguma constância vem se tornando raridade em mangás. E em qualquer momento que a arte visual seja relegada a segundo plano é péssimo.
Não, não acho que o humor tem melhor lugar para aparecer, ou que os combates podem atrasar a história, os combates são parte principal da proposta de Gunm e o humor, eu pelo menos acho apropriado.
Isso é a proposta, sim, mas ao mesmo tempó a proposta por si só é meio desequilibrada, em termos de bom senso. Aí eu já entro mais no mérito do padrão de narrativa de mangás shonen. Humor em horas meio tensas demais pra isso e combates excessivos.
Não é exatamente uma falta excusiva do Kishiro, que até tentou fugir disso de vez em quando.
Ele trabalhou bem dentro da proposta, mas a proposta poderia ter sido muito melhor desenvolvida.
Entendo a sua decepção ao mangá pelo fato das obras que você diz gostar, mas diminuir essas obras em virtudes de consideradas melhores a nível artístico pode fazer com que coisas que gostemos e tenham qualidade consideradas piores do que são.
Eu não faço comparações levianas. Exatamente pelo ótimo motivo que você comentou.
Mas depois de um tempo vendo histórias dos mais variados tipos, fui pendendo cada vez mais pelo que é mais original.
Por isso dificilmente acho um mangá bom por aí, a maioria é muito a mesma coisa, entende?
Você cita Ghost in the Shell e Akira, mas existem também Meu amigo Totoro, e A viagem de Chihiro, que na minha opinião são muito melhores artistícamente falando, esquecendo a definição de arte de história da arte e adotando uma mais do senso comum...
Eu cito Akira e GiTS porque eles são de fato supriores, artisticamente falando mesmo. Em termos de animação e história.
Mas não é por que não citei uma centena de outros trabalhos que automaticamente os considero ignoráveis. Com certeza não acho isso de nada feito pelo Miyazaki.
Com relação a Vagabond você disse que a história era boazinha... desculpe, mas a carga de sentimento e poesia que sinto ao ler Vagabond fazem ela muito maiores do que o simples "boazinha"...
Lobo solitário tem muito mais lirismo e profundidade do que Vagabond, pra citar um exemplo. Em uma única revista ele explora muitas coisas além da profundidade dos seu personagens, muito mais do que Vagabond faz por exemplo.
Não que seja por falta de capacidade, isos é apenas a opção do autor.
O que digo aqui não se refere ao que você sente lendo, no entanto. Apenas falo de aspectos técnicos.
Desculpe se nessa discussão de alguma forma pareci desrespeitoso, essa nunca foi minha intenção.
Comigo não foi, relaxa.
Sei que não respondi várias coisas que você escreveu, você pode julgar isso até como uma vitória na discussão
Entrar numa discussão pra vencer seria provavelmente a coisa mais patética que eu poderia fazer, a não ser que eu fosse um advogado num tribunal.
eu acho, por exemplo que um personagem pode sim ser muito caracterizado sem muita história, mas deixe meu argumentos pra isso para um outro post.
Quanto a isso eu não tinha dito nada. Um personagem pode ser mesmo muito bem desenvolvido sem uma grande história acompanhando-o.
O contrário já não procede.
A discussão que tivemos foi muito boa para mim
Pois é, pra mim também estava indo muito bem.
Mas pro espectador nem tanto.
Se não se pode mais ter uma discussão inteligente aqui sem que cheguem querendo apartar, nota-se o nível de qualidade que o forum chegou...
