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Editora Conrad

Anica disse:
meu problema principal com a conrad é o preço, pelo menos no que diz respeito aos livros (HQs eu até entendo que algumas sejam mais caras, mesmo lá fora qualquer livro com muita imagem acaba custando mais caro para a editora e, por consequencia, para o comprador).

mas com o valor dos livros, a conrad poderia no mínimo comprar um papel melhorzinho para os romances. meu deuses americanos custou preço de cosac na época que comprei, e é mó toscão. melhorou um pouco em lugar nenhum, mas ainda assim não justifica o valor que eles cobram.

já eu contorno esse problema comprando usados na estante virtual. comecei os meus exemplares do disco novos, mas depois q vi q os usados vinham em bom estado e pela metade do preço, mudei de estratégia.
 
Eu gosto bastante da Conrad pelos quadrinhos e (vejo que ninguém citou) pelos livros da Coleção Baderna. Estou tentando colecionar todos eles, mas como são muitos e caros fica meio complicado.

Teoria e prática da baderna
Por Estadão 6/12/01 10/01/2002 às 04:50


o objetivo da coleção é apresentar o debate atual em torno “do que talvez possa ser definido como nova esquerda não parlamentar”. Campos afirma que a coleção não pretende atrair consumidores e, sim, “mais gente para a festa”.

Teoria e prática da baderna

Quando anunciou seu suicídio, em 1999, o perigoso terrorista cultural Luther Blissett era uma rede subversiva (e muito divertida) composta por algumas centenas de pessoas, em sua maioria anarquistas, e isso só na Itália. Ao esvaziarem o “condivíduo” - ou “nome múltiplo” - os veteranos do movimento deixavam uma reputação estabelecida e uma máscara vazia para ser adotada pela nova geração.
Durante seus quatro anos de atividade, esse primeiro Luther Blissett produziu romances, ensaios e livros-reportagem (um deles, uma denúncia contra o uso da caça aos pedófilos como pretexto para o autoritarismo na Internet), muito desse material publicado e/ou disperso pela Web; expôs algumas figuras importantes da mídia italiana ao ridículo - por exemplo, fazendo um programa de TV nos moldes do Linha Direta lançar uma busca internacional por uma pessoa desaparecida inexistente; ou enviando a emissoras de televisão trechos do que seria o vídeo de uma missa satânica mas que, quando finalmente exibido em sua totalidade, revelou-se uma alegre tarantela.
Blissett tinha uma boa noção de “fair-play”: muitas de suas fraudes continham pistas (a assinatura L.B. em suas “denúncias graves”, por exemplo) que poderiam levar à descoberta, antes do ridículo. Infelizmente, alguns vícios recorrentes da mídia - a queda pelo sensacionalismo, a tentação moralista - acabaram impedindo que as pistas fossem percebidas a tempo. O objetivo desse "condivíduo"? Além de umas boas risadas, fazer “guerrilha psíquica” ou, citando o movimento Critical Art Ensemble, “criar choques semióticos que contribuam para a negação da cultura autoritária”. Em outras palavras, dar às pessoas uma oportunidade de olhar para o mundo com outros olhos.
E, agora, dois anos depois de “morrer” na Itália, Blissett chega ao Brasil. Não na prática, ainda - não se sabe que alguém já tenha enviado um vídeo falso ao Jornal Nacional e engabelado a Globo - mas por meio de um livro: exatamente, Guerrilha Psíquica, composto por ensaios em que Luther Blissett explica um pouco do que faz, e o porquê. Se não o livro todo, ao menos seu segundo capítulo, A Arte da Comunicação-Guerrilha, deveria ser leitura obrigatória em redações de imprensa e escolas de Comunicação; é um belo guia para a prevenção de vexames.
Guerrilha Psíquica é apenas um dos volumes da Coleção Baderna, lançada pela Conrad Editora (para quem curte quadrinhos, a mesma de Dylan Dog, A Playboy e Aliens Mutantes). Outros volumes da coleção são TAZ, de Hakim Bey - uma figura tão mítica quanto Luther Blissett, a ponto de o próprio Blissett ter escrito um livro "de autocrítica", assinando-o com o nome de Bey - Distúrbio Eletrônico, do Critical Art Ensemble e Provos, de Matteo Guarnaccia.
Segundo Rogério de Campos, diretor editorial da Conrad Livros, o objetivo da coleção é apresentar o debate atual em torno “do que talvez possa ser definido como nova esquerda não parlamentar”. Campos afirma que a coleção não pretende atrair consumidores e, sim, “mais gente para a festa”.
“Nova esquerda não parlamentar” é, claro, um escopo amplo. Um dos temas de que a coleção pretende tratar no futuro são os Black Blocs - os grupos compactos de manifestantes que, embora tenham origem mais antiga, ganharam fama mundial nas ruas de Seattle e em outras manifestações antiglobalização (ou "por uma globalização justa").
Há diversos manifestos e textos teóricos sobre como montar um Black Bloc eficiente, muitos desses ensaios disponíveis na Internet. Alguns, mais radicais, defendem a ética da depredação de propriedade, pública e privada, durante passeatas ("toda propriedade é um roubo", etc). Nesse mesmo texto, A note on anarchist tactics since Seattle,surge a idéia de que os Black Blocs devem tratar a mídia “do mesmo jeito que a polícia o faz” - isto é, a tapa, o que dá ao jornalista a triste perspectiva de apanhar dos dois lados.
Outros textos, no entanto, lembram que um Black Bloc não é um movimento em si, mas uma tática, que pode ser adotada por manifestantes violentos ou pacíficos, e citam uma manifestação Black Bloc contra a pena de morte, nos EUA, em 1999.
A Coleção Baderna ainda pretende publicar, segundo Campos, uma coletânea de textos situacionistas - movimento esquerdista europeu que basicamente desistiu da política, da guerrilha e dos sindicatos e decidiu transformar o mundo a partir da mídia e da cultura. "Tomar a Unesco" é uma das metas lançadas em um Manifesto Situacionista.
A coleção da Conrad é organizada por um grupo que se autodenomina “Coletivo Baderna” e que, segundo Rogério de Campos, “só existe na Internet”. O coletivo se pauta por uma série de “resoluções”. Uma delas define que o objetivo da coleção é “publicar livros que forneçam idéias divertidas (e, portanto, mais eficientes) para”, entre outros itens, “destruir o império, quebrar o modo de produção capitalista”, “esmagar os fascistas”, “atazanar a classe média” e “divertir a macacada”.
Concorde-se ou não com essas metas, é bom ver textos fundamentais a respeito do ativismo contemporâneo saindo, finalmente, em português; e entre duas capas, porque ler na tela cansa e o cartucho de impressora custa caro. Textos como os de Hakim Bey e Luther Blissett, embora ignorados pela esquerda institucionalizada, vêm tendo impacto cada vez maior nas ideologias do underground e da Web - entre hackers e artistas alternativos, por exemplo - há anos. Talvez seja até uma surpresa para muita gente saber que existe debate teórico, dissenso e organização por trás de ações como os Black Blocs.
Mas agora, finalmente, o público brasileiro vai poder saber do que esses caras estão falando.

(A bailarina Baderna, agitou o Rio de Janeiro e foi tão audaciosa, que a partir dela começou a ser chamada baderna toda manifestação situada fora dos parâmetros convencionais).

Mas se os objetivos do coletivo fosse tão legais, bonitinhos e anti-capitalistas o preço dos livros seria outro...
 
Não gosto da Conrad não [alguém gosta?]. Comprava Dr. Slump que foi cancelado abandonado sem nunca darem uma explicação... [mas também não é só por isso].

No começo, bem no começo, tipo 1999, 2000, era uma editora legal. A qualidade dos mangás não era isso tudo, mas os preços eram razoáveis.

De lá para cá, e antes da venda, eles foram por um caminho que, para mim, só se justifica chamando de ganância: começaram a aumentar o preço dos mangás e se voltar para edições caras de livrarias. No começo eles justificavam os aumentos do preço culpando o dólar [acho que no primeiro governo Lula de 2003, engraçado que depois o preço não baixou junto com o dólar], depois dizendo que o papel era importado da Suécia [no caso da edição "definitiva" de Dragon Ball: é pensar que o consumidor é trouxa, acho]. Depois foram se voltando cada vez mais para edições de livraria como Nausicaä, o que parece ter causado uma divisão entre os sócios [na minha opinião. Sei lá se foi isso], gerando a Pixel.

Não sei como ela é de literatura. Só tenho uns quatro livros dela que não são quadrinhos, mas são mais técnicos. Mas nunca achei a qualidade dela tão boa pelo preço que cobra[va] como dizem [a não ser no princípio]: é fácil encontrar erros de revisão e de impressão [lembro até de um quadrinho repetido na edição 5 ou 6 do Dragon Ball original, haha]. Fora as várias edições incompletas.

Enfim, dela só quero três coisas mais: o mangá Adolf [pelo autor], o resto da biografia de Osamu Tezuka e distância.
 
Verdade, Adolf também é uma das melhores coisas que eles já lançaram e, felizmente, completaram (também, eram só cinco volumes). Fiz questão de comprar, é uma das melhores obras do Tezuka.
 

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