Realmente, mas ela fez o que é de praxe (e lógico) no mercado editorial, seja ele o de livros ou de revistas: investir no que é popular, pois é sempre o que dá mais lucro.
O problema é que na maioria das vezes o popular (me mantendo na área anime/mangá, embora valha para praticamente qualquer outro setor) não tem uma qualidade alta porque é meio que feito em "massa": o mangá/anime em si torna-se apenas o ponto inicial do que se trasformará em uma "franquia", fica sendo apenas o carro abre-alas onde a história acaba ficando rasa pois o que interessa é explorar a arte do mangá/anime, a imagem a partir da qual bonecos, jogos, canecas e o diabo a quatro serão produzidos. Vide exemplos clássicos como Pokémon e os outros animes na linha bichinhos/cartas, Dragon Ball, Sailor Moon.
A vantagem do Japão é que, devido ao colossal número de mangás/animes lançados todos os anos por lá, as opções de escolha são muito maiores. A maioria do material que é lançado destina-se a se tornar popular eventualmente, mas muita coisa de ótima qualidade se salva também. É possível "garimpar" o que interessa no meio de tanto lançamento.
Mas quem mora no Brasil obviamente tem suas opções de escolha incrivelmente reduzidas, já que editoras como a JBC não garimpam entre os materias lançados no Japão algo de qualidade artística, e sim de qualidade comercial. É só ver a linha de mangás dela: Kenshin, Sakura, Rayearth, Chobits, Shaman King, Love Hina... nenhum deles é uma obra-prima, convenhamos... mas rendem horrores porque são febre entre a gurizada.
Não dá pra dizer que a JBC está errada, pois do ponto de vista editorial está é muito certa. A editora só sobrevive lucrando
muito, e só se lucra muito vendendo o que tem apelo comercial imenso, e não o que apenas meia dúzia de
connoisseurs compraria.
O problema é que, nesse processo, acabamos levando na cabeça por querermos algo que nos seja mais estimulante intelectual, artística e emocionalmente.
Como não vejo um modo do mercado de mangás no Brasil dar um salto de qualidade, acabo de detendo apenas em livros mesmo.