O título poderia ser "O encontro, o reencontro e o desencontro" mas de tanto se repetir encontro no título isso me pareceu muito nasal e desgostei da palavra. Poderia ser "Lentamente", por causa de uma breve alteração que fiz no final dos versos do tempo. Ou "Do encontro ao desencontro". Ou "Do desencontro até a saudade". Parou em "De encontro à saudade".
Tive a idéia desse poema nesta noite a menos de uma hora numa conversa com uma amiga que não vejo a tempos. Ela é obcecada pela saudade e até gosta. Eu desgosto. Ela me perguntou quando nós iríamos nos reencontrar. Eu respondi mais ou menos assim: "A companhia reforça a memória. A saudade se faz de ausência. O reencontro mata a saudade. A companhia reforça a memória. A saudade se faz de ausência. Não há reencontro. A saudade não morre e se quebra o círculo vicioso que por sua vez se transforma num ponto parado no meio do nada". A conversa original na verdade foi bem diferente e não consigo me lembrar direito. Ela se perdeu porque opção pra salvar o histórico no MSN está desmarcada. Que assim seja.
Me inspirei num poema do Wilson, aqui no fórum, o lobo antes da porta. Queria fazer uma lista mas acabou ficando totalmente diferente. Eu pus verbos e repeti as palavras, fiz outra estrutura. Tentei domar meu lado caótico e revisei várias vezes o que escrevi tirando assim toda a espontaneidade.
E agora estou tentando me explicar. Passei boa parte do dia redigindo e corrigindo relatórios no meu trabalho, com toda a formalidade e secura de documentos oficiais. Parei com as leituras que minha vadiagem de férias permitiam e agora chego em casa e só penso em descansar, sem vontade de sair.
Mas pelo menos com o dinheiro do meu salário eu finalmente consegui comprar um flauta transversal.