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Das viagens espaciais e a configuração da vida no universo:

Bem, primeiramente uma boa-tarde a todos. Fazia até um bom tempo que eu não postava no fórum. Enfim. Estava aqui a pensar sobre a suposta "contribuição" de Melkor em relação ao desgaste, obliteração e "ferimentos" que este (possivelmente) causara nas galáxias, planetas e estrelas em todo o universo, e então me veio uma dúvida intrigante em relação a existência de Eä e sua relação com as propriedades do "elemento-morgoth". Sim, pois sabemos pelo Silmarillion (a depender da interpretação do termo "Mundo", que para mim denota o universo e a criação do tudo) que a "vida" de Eä continua a fluir e a se expandir como um legado da labuta dos Ainur ou um "eco" da música outrora cantada:

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Em meio a todos os esplendores do Mundo, seus vastos palácios e espaços e seus círculos de fogo, Iluvatar escolheu um local para habitarem nas Profundezas do Tempo e no meio das estrelas incontáveis. E essa morada poderia parecer insignificante para quem leve em conta apenas a majestade dos Ainur, e não sua terrível perspicácia; e considere toda a área de Arda como um alicerce de uma coluna e a erga até que o cone do seu topo seja mais aguçado que uma agulha; ou contemple somente a vastidão incomensurável do Mundo, que os Ainur ainda estão moldando, não a precisão detalhada com que moldam todas as coisas que ali existem.

Por esta passagem, infere-se que o universo ainda continua num processo de formação e consolidação da potência advinda das propriedades formadora-criadoras da música dos Sagrados, mas não somente isto, haja vista que a chama imperecível parece desempenhar este papel propulsor da vida e da formação do universo material. Num exercício imaginativo somada ao trecho destacado na passagem acima e com as teorias científicas acerca do cosmo, a descrição feita por Tolkien parece (pode ser forçado, mas enfim) uma linguagem metafórica (ou uma mera coincidência) de um processo físico que o universo ainda apresenta, vide: http://pt.wikipedia.org/wiki/Expansão_métrica_do_espaço

Mas não só o trecho citado em destaque é o indicador desta suposição, conforme a especulação que eu tinha feito outrora neste tópico http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=104987:

ou até mesmo em regiões do universo que ainda estavam se formando (teria sido uma referência ao "oceano" de expansão que o universo ainda "sofre" hoje em dia?), vide o escrito: "Muito viajou ele (Eärendil) naquela embarcação, penetrando mesmo nos vazios desprovidos de estrelas" (O silmarillion - pag. 318).

Então aí chegamos à uma incógnita, pois, salvo me engano, a própria Eä e sua propriedade material estariam sob o julgo dos desígnios de Melkor, a exemplo das máculas inicialmente perpetradas pelo mesmo no início da existência do universo. Reiterando:

"E houve luta entre Melkor e os outros Valar. E, por algum tempo, Melkor recuou e partiu para outras regiões, e lá fez o que quis, mas não tirou de seu coração o desejo pelo Reino de Arda." (silmarillion - 11).

Sem dissentir:

"Transpôs as Muralhas da Noite com sua legião e chegou a Terra-média, a distância, no norte, sem que os Valar dele se apercebessem." (Silmarillion - 29).

Que outras regiões? Estaria havendo uma descrição de que Melkor viajou pelo espaço e protagonizou "ferimentos" nas nossas galáxias? Seria ele o responsável então por "dar início à deterioração" das estrelas de Varda (a criatura que ele mais odiava, por isso a rixa gerou essa "retaliação"?) no intuito de "criar" supernovas que destroem planetas? Seria ele o responsável por buracos negros que "engolem" sistemas solares inteiros?

No caso em comento, a potência do elemento morgothiano ocorrera pela disseminação da essência do inimigo e o sua utilização "direcionada", mas conforme Tolkien já descrevera, o elemento-morgoth, quando deixado "em paz" é menos destrutivo e desfigurador (podendo até gerar "boas-obras" não intencionadas pelo seu proprietário original, e por óbvio, estamos falando aqui da essência em "Arda desfigurada"). Mas se tomarmos como premissa tal conceito aplicado também as extensões das mansões infinitas do cosmo, o elemento teria ainda efeito destrutivo constante, mesmo que seu possuidor não tivesse presente para manuseá-lo? Se sim, poderíamos partir para uma premissa interessante que fora elencada na Myterious World: http://www.mysteriousworld.com/Journal/2008/Spring/LOTR_Cipher/MorgothsRing.asp

Though Tolkien considered the whole universe to be "Morgoth's Ring", if Morgoth did have a physical "ring", it would have been the terrible iron crown he wore, in which he had set the Silmarilli that he had stolen from Fëanor. Though setting the great jewels in the crown burned and blackened his hands permanently, and the wearing of the crown filled him with a deadly weariness, he endured the pain apparently because the Silmarilli contained within them a great power that he wished to control and use for his own dark purposes. Morgoth's ring, a ring of iron that he wore not upon his finger, but upon his head, is perhaps the most powerful and meaningful cipher in Tolkien's symbolic universe, as it combined both the original fire of creation set in the Silmarilli, and Morgoth's own iron will, symbolized by the ring of iron which, for a time, controlled them. Thus, though Morgoth was not able to bend and control all of creation to his own will, he was able to do so symbolically through the setting of the jewels of creation in his crown.

But would Morgoth have taken such a terrible risk just so that he could only symbolically control the universe?

Sem dissentir:

The riddle once again requires a look back at the Greek legend of Prometheus, the titan. Prometheus, who had stolen the secret of fire from the gods of heaven and given it to mankind, had earned the wrath of Zeus, who ordered him chained for all eternity to Mt. Elburz — a twin-peaked mountain in the Caucasus Mountains that lies south of modern Russia and northwest of modern Iran. And as part of his punishment, every day the eagle of Zeus would descend upon Prometheus and devour his liver, which regenerated the next day so that the eagle could feast once more.

Prometheus chained to the twin-peaked Mt. Elburz in the Caucasus Mountains, while the eagle of Zeus eats his self-regenerating liver. Prometheus was chained to the mountain for 30,000 years until Zeus relented and had Hercules release him. For ever after, the concept of a self-empowering individual, associated with an iron ring and an eagle, has been the symbol of choice for would-be dictators worldwide. Interestingly, the name Elburz comes from the ancient Avestan (Persian) term Hara Berezaiti which means "high watchpost",and was believed to be the center of the universe, around which all stars revolved. This twin-peaked "high watchpost" associated with the eagle of Zeus may be the ultimate inspiration for the double-headed eagle which shows up on the insignia of Napoleon's Imperial Order of the Iron Crown. Image from Encyclopedia Mythica.
a twin-peaked mountain in the Caucasus Mountains that lies south of modern Russia and northwest of modern Iran. And as part of his punishment, every day the eagle of Zeus would descend upon Prometheus and devour his liver, which regenerated the next day so that the eagle could feast once more.

However, Prometheus' mother, the nymph Asia, in return for her son's release, gave the gods the secret of eternal control of the universe, without which they could one day be overthrown. Secure in their power, they could then release Prometheus from his bonds without fear. However, since Zeus had decreed that Prometheus would be chained to the Caucasus forever, he realized that he could not undo his own decree, so in order to get around the letter of the law he constructed an iron ring made of the chain that had bound Prometheus to the rock of the mountain, and then set a chip of the rock Prometheus had been bound to into the ring so Prometheus would still be "bound to the rock" of Mt. Caucasus. Prometheus agreed, and even liked the ring, and thereafter mankind wore rings with inset stones to honor Prometheus, who had gone out of his way to help them. And though the story seems to have a happy ending, the central theme of the story is that the eternal control of the universe is somehow mysteriously related to an iron ring set with a special stone.

Correlação interessante esta:

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Por fim, vê-se esta interessante análise do caráter tirânico de Melkor:

But what if Morgoth's "ring" did indeed have a great power of its own? Was there a prominent "iron crown" in the history of Europe that was believed to have unusual powers, a crown that may have been the inspiration for Morgoth's iron crown? In fact, one of the most famous crowns in European history fits that description perfectly: The Iron Crown of Lombardy:

The Iron Crown is so called from a narrow band of iron about one centimeter (three-eighths of an inch) within it, said to be beaten out of one of the nails used at the crucifixion. According to tradition, the nail was first given to Emperor Constantine I by his mother Helena, who discovered the cross. How it fell into the hands of the Lombard kings, Germanic conquerors of northern Italy, is not well explained. Theodolinda, the queen of Lombards, in many legends is said to have been involved in its discovery. Some scholars posit that there were, in fact, many nails being circulated at the time. Almost thirty European countries lay claim to a holy nail. Constantinople seems to have made liberal use of them: "Empress Helena, who seems to have spent much of her reign locating holy relics, once cast a nail from the Holy Cross into the sea to calm a storm. Another was fitted to the head of a statue of the Emperor Constantine, while a third was incorporated into his helmet." A fourth nail was melted down and molded into a bit for his horse. In how the nail in the Iron Crown in particular reached the Lombards: "Constantine also understood the value of these objects in diplomacy." Several were sent off to various dignitaries, one of whom was Princess Theodolinda. "She used her nail as part of her crown, the famous Iron Crown of Lombardy." She later donated the crown to the Italian church at Monza in 628, where it is preserved as a holy relic. It was later used in Charlemagne's coronation. The crown became one of the symbols of the Kingdom of Lombards and later of the medieval Kingdom of Italy. The outer circlet of the crown is of six gold and enamel segments of beaten gold, joined together by hinges and set with precious stones that stand out in relief, in the form of crosses and flowers. Its small size and hinged construction have suggested to some that it was originally a large armlet or perhaps a votive crown. Probably the little size of the crown was caused by a readjustment after the loss of two segments, as proven in historical documents.37
The Lombards, also known as the Longbardi (lit., "long beards") were a Nordic or Germanic people who had emigrated south sometime around the sixth century AD in search of greener pastures, finally settling in the region now known as Lombardy, in what is now northern Italy, in 568.38 The most famous wearer of the Iron Crown of Lombardy was the legendary Holy Roman Emperor Charlemagne, who conquered the region in 774 and for a time made it part of his empire. Other famous emperors since the time of Charlemagne also wore it, including such notables as Otto I, Henry IV, Frederick I Barbarossa, (whose conquests would later inspire one Adolph Hitler), and even Napoleon who, when the Cardinal Archbishop of Milan attempted to crown him, took the crown and placed it upon his own head, issuing the stern warning, "God gives it to me, beware those who touch it!"39

Interestingly, at least two segments have disappeared somewhere along the line, causing the crown to be remade into a smaller version which no longer properly fits, being more the size of a collar than a crown. It is interesting that the crown is now the size of a collar, because the final time that Morgoth was captured by the Valar in The Silmarillion, his iron crown was beaten into a collar, his symbol of power turned into a symbol of defeat. The fact that the iron crown has had sections removed from it sometime in the ancient past was probably part of the inspiration for Tolkien's very important tale of Beren and Lúthien, wherein the hero Beren recovers one of the Silmarilli by cutting it from Morgoth's crown. Through this most personal of ciphers, Tolkien may be intimating that the Iron Crown of Lombardy once held two (or three?) jewels of great importance that were removed from it in ancient times, one of which he himself may have intimate knowledge of. Could it be that the Iron Crown of Lombardy held one or more of the missing tsohar stones, which were later removed and hidden away in order to be put to more practical (or diabolical) use in our near future?

Neste caso, a tomada das Silmarills teria não somente uma função de domínio simbólico de Melkor sobre o destino "apenas" de Arda. A potência infinita, imperecível e força motriz criadora da luz contida nas gemas poderia servir como substrato-ferramenta para os desígnios niilistas de Melkor?

Não só para perpetrar e dar continuidade ao desgaste de Arda (mesmo após o seu aprisionamento, ou seja, um legado perpetuo), mas quem sabe do universo como um todo. Melkor poderia ter-se utilizado das propriedades de formação e criação do existir contido nas chamas para usar a matéria negra contida na luz propagada e que alcança todas as áreas do universo e assim manipular de longe o elemento-morgoth em todo o cosmo?

Ou "comunicar sua essência mortífera" no coração pulsante da vida de Eä: A chama imperecível, a força responsável pela expansão espaço-temporal, e que está "no coração da existência, no meio do vazio", ou seja, é a soma de um espírito destruidor e corruptor que assim como Sauron e o Um anel utilizaria da essência abundante do elemento Morgoth para macular e alterar as "funções" de arda, Melkor estaria utilizando o poder "abundante e inesgotável" da luz desejada para "modificar" a função criativa da Chama Imperecível? Se isto for verdade, não só a terra pereceria (como realmente é descrito no Legendarium), mas o próprio universo compartilharia o mesmo destino: http://pt.wikipedia.org/wiki/Morte_térmica_do_universo

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Há muito tempo físicos preveem que o universo acabará na chamada “morte térmica”, estado em que terá utilizado toda a sua energia e não poderá mais sustentar nenhum movimento. Porém, novos cálculos realizados por uma equipe de físicos australianos mostram que a morte térmica pode chegar mais cedo do que os cientistas acreditavam.
A morte térmica é baseada no conceito da entropia, que afirma que estados desordenados são mais estáveis que aqueles ordenados. Em uma experiência da vida real, por exemplo, pode se dizer que é mais fácil quebrar uma janela de vidro (estado ordenado) do que reorganizá-la ou criar uma nova janela – estado desordenado – ou seja, a janela permanecerá quebrada. Na escala do universo, sistemas complexos como estrelas, planetas e galáxias são como a janela de vidro, e os novos cálculos mostram que buracos negros supermassivos estão quebrando-os mais rapidamente do que imaginávamos. Leia aqui um conto de Isaac Asimov sobre a entropia.
Já era de conhecimento dos físicos que os buracos negros contribuem com a entropia do universo ao quebrar a matéria e energia em seus turbilhões gravitacionais, mas os cálculos sempre mostraram o nível da desordem com base nos buracos negros menores e mais frequentes.
Entretanto, o novo cálculo leva em consideração o poder destrutivo dos buracos negros supermassivos, que podem consumir galáxias inteiras. Os cientistas australianos descobriram que os cálculos antigos subestimavam quanto do universo esses buracos negros já “engoliram”.
Porém, não é preciso começar a se preocupar com o fim do mundo: em uma escala humana, é como se o cálculo anterior afirmasse que o universo fosse morrer aos 90 anos. O novo cálculo descobriu que ele está mais próximo desta idade do que dos 50 anos. Mas é claro que as estimativas envolvem a morte térmica para daqui a bilhões de anos, então o universo ainda tem um bom tempo para aproveitar a velhice.

Fonte: http://hypescience.com/22946-o-universo-chegara-ao-fim-mais-cedo-do-que-se-acreditava/

Vale a pena também a leitura: http://novo-mundo.org/geral/um-conto-de-isaac-asimov.html Tolkien, salvo me engano, gostava dos contos de Azimov.

Tomando emprestado a premissa invocada por Tar-Mairon e Ilmarinen:

Então podemos deduzir, pelo post do Ilmarinen, que Tolkien cogitou diminuir a importância de Arda em um drama cósmico muito maior do que ela, ao mesmo tempo em que transformava Melkor no Dark Lord universal (literalmente). Diante desta ideia, podemos, por nossa vez, pensar em Saurons agindo como "regentes" dele em outros planetas de outros sistemas solares.

Possível, mas a sugestão de Tolkien é que outros servos de Melkor teriam que se haver com os panteões de Valar fiéis a Ilúvatar e de que, se Melkor realmente dispunha de aliados em outros rincões do espaço, os mais poderosos ( pq Arda ainda seria o local do drama principal) foram recrutados pra lutar contra os Valar terrestres ( "os mais nobres e que entendiam melhor a mente de Eru") depois da sua primeira expulsão, quando ele voltou pra construir Utumno. O que não impede, claro, que houvesse outros maiar de nível "saurônico" que não quiseram peitar Manwë e Varda e optaram por ficar fazendo trabalho maléfico no cosmo longe da vassalagem direta a Melkor.

Mesmo preso em arda e com seu poder espiritual disseminado, os servos de nível "saurônico" podem ter tido acesso ao ingrediente maldito enviado por seu mestre, e também eles seriam desfiguradores e quem sabe instrumentos deste processo.

Destarte, se assim fosse o destino de Eä na mente de Tolkien, a incógnita a respeito dos elfos e a mantença de sua existência (já que a vida deles é a vida do mundo) poderia ser respondida com a transferência das terras abençoadas para um outro plano ou dimensão "protegida" desta queda, ou que a própria Valinor e seus integrantes encontram-se num estado suplantador da matéria, não padecendo, portanto, de nenhuma influência deste evento:

Essa propriedade "mantenedora" da integridade do nosso astronauta e sua "nave-espacial" pode muito bem ser a somatória de algum processo de "purificação" ou "retomada" à um estado primevo "Puro" da própria Vingilot e quem sabe do próprio Eärendil, uma benção concedida por intermédio dos Valar, com alguma "ajuda" da própria Silmarill em posse do nosso piloto, de forma a permitir uma "navegação" pelo vácuo do universo ou a entrada de verdadeiros Buracos de minhocas (que daria uma ajudinha para que a humanidade pudesse chegar em outros planetas, porque depender "''''só"''' da velocidade da luz, é inviável para nós, chamas efêmeras) que facilitassem tal jornada:

Sem dissentir:

pode muito bem ser que tais portais sub-existam e que só aos "verdadeiros Titulares" (elfos) estariam destinadas tais passagens, de forma que, especulo que estes buracos de minhocas não tenham somente uma propriedade física (no sentido da jornada física até um "outro universo/dimensão" em que Valinor estaria inserida), mas poderia ser uma porta de entrada de purificação espiritual/metafísica/etérea para os "Primogênitos" definhados pela contaminação do "elemento Morgoth" presente em seus corpos (gostaria de saber os paralelos de folclores e mitos acerca deste portal de purificação/abertura de selos/chácaras)

Fonte: http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=108571
 
Última edição:
O modo como sempre imaginei o universo e a localização das mansões de Iluvatar no que tange aos espaço entre os espaços, mas assim como as mansões de Deus se abalaram com a "guerra sonora", o universo também ruirá:

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Vide que cada sistema, planeta e galaxia possuem elementos e características própria, e em minha interpretação os Valar possuíam o "embrião" de suas funções, poderes e reinos em Arda, já possuíam no universo, ou seja, seus principados estavam em todo lugar e "em lugar nenhum", e somente com o decreto de Eru, limitaram sua área de atuação na Terra.
 
Estava a olhar um dos escritos do Professor: os HOME. E acabei me deparando com um trecho deveras interessante, mas que fora abandonado por Tolkien em sua construção mitológica para a formação cósmica em Eä:

"And this tale also I have heard among the sages of the Noldor in ages past: that in the midst of the War, and before yet there was any thing that grew or walked on Earth, there was a time when the Valar came near to the mastery; for a spirit of great strength and hardihood came to their aid, hearing in the far heaven that there was battle in the Little World. And he came like a storm of laughter and loud song, and the Earth shook under his great golden feet. So came Tulkas, the Strong and the Merry, whose anger passeth like a mighty wind, scattering cloud and darkness before it. And Melkor was shaken by the laughter of Tulkas and fled from the Earth. Then he gathered himself together and summoned all his might and his hatred, and he said: 'I will rend the Earth asunder, and break it, and none shall posess it.'

"Then he gathered himself together and summoned all his might and his hatred, and he said: 'I will rend the Earth asunder, and break it, and none shall possess it.'
"But this Melkor could not do, for the Earth may not be wholly destroyed against its fate; nevertheless Melkor took a portion of it, and sized it for his own, and reft it away; and he made it a little earth of his own, and it wheeled round about in the sky, following the greater earth wheresoever it went, so that Melkor could observe thence all that happened below, and could send forth his malice and trouble the seas and shake their lands.

Vale a leitura da notícia desta semana: http://www1.folha.uol.com.br/cienci...a-com-materia-prima-da-terra-diz-estudo.shtml

Para cada um dos trechos destacados, há uma correspondente científica, haja vista que, nesta primeira versão a lua e (aparentemente) o sol já tinham sido estabelecidos antes mesmo do "despertar" dos filhos de Eru. E o que é interessante, é que há uma teoria de 1975, elencada após a morte do Professor, e antes do lançamento do Silmarillion, que fala de um "Outro planeta" que: wheeled round about in the sky, following the greater earth wheresoever it went, so that Melkor could observe thence all that happened below, and could send forth his malice and trouble the seas and shake their lands."

Sem dissentir:

Enquanto Theia se encontrava presa nesta órbita cíclica, a Terra teve tempo para se diferenciar na estrutura de núcleo e manto que actualmente exibe. A crosta era apenas incipiente, visto que a superfície estava ainda quente demais para permitir a formação de massas continentais. Theia também deve ter desenvolvido alguma estratificação durante a sua estadia em L4.
Quando Theia cresceu o suficiente para escapar do ponto lagrangiano entrou numa órbita instável e a colisão com a Terra tornou-se inevitável, visto que ambos os planetas ocupavam a mesma órbita. Os investigadores acreditam que o impacto – o Big Splash – possa ter acontecido escassas centenas de anos após o escape definitivo. A colisão não foi frontal, mas sim de lado, e ocorreu a uma velocidade de 40,000 quilómetros por hora. Parte substancial do núcleo de Theia afundou-se na Terra e o seu material incorporou o núcleo terrestre. O resto do planeta e parte da zona superficial da Terra foram projetados para o espaço. O que sobrava do núcleo estabilizou a cerca de 22.000 km da Terra apenas 27 horas depois do impacto, segundo a modelação utilizada pelos cientistas, num percursor do que seria a Lua.

Depois do Big Splash, o material resultante do impacto foi acreccionado às sobras do núcleo de Theia e pouco a pouco a Lua como satélite adquiriu consistência. As forças de maré fizeram (e continuam fazendo) a Lua se afastar da Terra, sendo a distância média atual de 385.000 km. Calcula-se que cerca de 90 por cento do seu material seja originário dos destroços do planeta Theia. O Big Splash explica as duas características da Lua que mais têm intrigado os cientistas: a Lua tem a mesma composição isotópica das rochas da Terra porque o seu percursor (Theia) se desenvolveu na mesma distância relativa do Sol; tem uma proporção de núcleo ferroso bastante inferior porque a parte principal do núcleo de Theia afundou na Terra na altura da colisão.

Esta teoria encontra hoje em dia bastante aceitação dentro da comunidade científica embora persistam no entanto algumas dúvidas e pontos por esclarecer. Um dos principais problemas é a posição e existência dos pontos lagrangianos na época do Big Splash, que pode ser afetada pelas condições do sistema solar há 4,5 bilhões de anos, que não são conhecidas na sua totalidade.

A Hipótese do grande impacto: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipótese_do_grande_impacto

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Isso é até trazido à baila por uma outra passagem do HOME, um corolário (coincidente) entre uma obra de Fantasia (e sua linguagem poética) com os ditames científicos.

And still there is rumor among the Eldar of the war in which the Valar assaulted the stronghold of Melkor, and cast him out, and removed it further from the earth, and it remains in the sky, Ithil whom the Men call the Moon. There is both blinding heat and cold intolerable, as might be looked for in any work of Melkor, but at least now it is clean, yet utterly barren, and nought live there, nor ever hath, nor shall." - Morgoth's Ring, Page 41-42

Ou seja, numa primeira versão, a fuga de Melkor, que se deu em razão da chegada de Tulkas, teve por consequência um evento cosmológico muito mais dramático do que a versão final adotada no livro: A destruição das lâmpadas para ---> Duas árvores e os ---> 2 corpos celestes atuais. O interessante é: "Pois o Sol foi criado como um sinal para o despertar do homem e para o declínio dos elfos, ao passo que a Lua homenageia sua memória."

Na antiga versão temos que:

In one early version, Melkor even helped set up the Lamps. Then later Tolkien decided to "demythologize" some of his formation of Arda concepts.

"The fundamental difference between C * and C lies in this, that in C* the Sun is already present from the beginning of Arda ... and the origin of the Moon, similarly 'de-mythologised' by removal from all association with the Two Trees, is placed in the context of the tumults of Arda's making. It seems strange indeed that my father was prepared to conceive of the Moon - the Moon, that cherishes the memory of the Elves ... as a dead and blasted survival of the hatred of Melkor, however beautiful its light. In consequence, the old legend of the Lamps was also abandoned: whence the different placing of the passage about Melkor's perversion of living things..."

O interessante é que há uma outra cosmogonia parecida com o conhecimento científico atualmente vigente: A Enuma Elish.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Enuma_Elish

http://www.angelfire.com/me/babiloniabrasil/enelish.html

Bem parecidos o mito mesopotâmico e os estudos da formação do nosso Satélite.

Mas, também, temos que lembrar que os poderes dos Valar não se limitam ao "Mundo" num sentido de "se limitar somente à Arda", pois as palavras ditas na obra:

- Contemplem sua Música! - E lhes mostrou uma visão, dando-lhes uma imagem onde antes havia somente o som E eles viram um novo Mundo tomar-se visível aos seus olhos; e ele formava um globo no meio do Vazio, e se mantinha ali, mas não pertencia ao Vazio, e enquanto contemplavam perplexos, esse Mundo começou a desenrolar sua história, e a eles parecia que o Mundo tinha vida e crescia.

O Mundo dito aqui não é o planeta terra, mas sim o universo, o mesmo universo que é resultado da labuta dos Poderes de Eä: "Do Mundo que é"/"do Mundo visível":

E em meio a todos os esplendores do Mundo, seus vastos palácios e espaços e seus círculos de fogo, Ilúvatar escolheu um local para habitarem nas Profundezas do Tempo e no meio das estrelas incontáveis. E essa morada poderia parecer insignificante para quem leve em conta apenas a majestade dos Ainur, e não sua terrível perspicácia; e considere toda a área de Arda como o alicerce de uma coluna e a erga até que o cone do seu topo seja mais aguçado que uma agulha; ou contemple somente a vastidão incomensurável do Mundo, que os Ainur ainda estão moldando, não a precisão detalhada com que moldam todas as coisas que ali existem.

E diferentemente da Arda Primeva que era "plana", o universo sim pode ser (parcialmente) enquadrado com esse conceito geométrico de globo ditado pela passagem: Que eu, particularmente, penso que seja (também) a "Singularidade", um dos conceitos da Teoria do Big Bang:

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A totalidade do nosso universo foi comprimida nos confins de um núcleo atômico. Conhecida como singularidade, este é o momento antes da criação, quando o espaço eo tempo não existiam. De certa forma, você pode pensar no universo como um buraco negro às avessas. Um buraco negro é cercado por um horizonte de eventos (falaremos disso em breve), uma superfície interna que não podemos ver. O universo é cercado por um horizonte cosmológico, uma superfície externa da qual não podemos ver. A grande diferença , porém, é que o horizonte de eventos é fixo enquanto o horizonte cosmológico varia de observador para observador.
Fonte: quartzodeplasma.files.wordpress.com/2012/05/radiac3a7c3a3o.png

Sem dissentir:

- E,de repente, os Ainur viram ao longe uma luz, como se fosse uma nuvem com um coração vivo
de chamas; e souberam que não era apenas uma visão, mas que Ilúvatar havia criado algo novo: Eä, o Mundo que É.

Mas, me parece que, no intuito de manter o simbolismo análogo com as duas-testemunhas, Tolkien manteve o conceito primevo das Duas Lâmpadas. E salvo me engano, as palavras hebraicas referente aos nossos corpos celestes: Sol e Lua; significa "luminares" ou "Lâmpadas", à exemplo dos dizeres bíblicos:

Gênesis 1:15 e 17 que diz assim: E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi. 17 diz: E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra.

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Gênesis 1:16 E fez Deus os dois grandes luminares; o luminar maior para governar o dia...

Agora o que eu acho uma correlação interessante é paralelo (interpretativo) entre os dizeres bíblicos referentes às "Águas" que (me parece) circunda a terra, ou seja, o vácuo espacial assume não só um significado científico, mas também metafísico-metafórico quando levamos em conta a definição que Tolkien faz para a "vazio espacial" que rodeia Arda:

Gênesis 1:3 E disse Deus: Haja LUZ; e houve LUZ. E viu Deus que era boa a LUZ; e fez Deus separação entre a LUZ e as trevas.
E Deus chamou à LUZ Dia; e às trevas chamou noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro. E disse Deus: haja uma EXPANSÃO no MEIO DAS ÁGUAS, e haja separação entre ÁGUAS E ÁGUAS.

E fez Deus a EXPANSÃO, e fez separação entre as ÁGUAS que estavam DEBAIXO da EXPANSÃO e as ÁGUAS QUE ESTAVAM SOBRE A EXPANSÃO; e assim foi.
E chamou Deus à EXPANSÃO CÉUS, e foi a tarde e a manhã, o dia segundo. E disse Deus: ajuntem-se as ÁGUAS DEBAIXO DOS CÉUS num lugar; e apareça a porção seca; e assim foi.

E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares; e viu Deus que era bom.
IIª Pedro 3:5 Nos diz assim: Eles voluntariamente ignoram isto, que pela Palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os CÉUS , e a TERRA, que foi TIRADA DA ÁGUA E NO MEIO DA ÁGUA SUBSISTE.

Interessante é que no próprio Silmarillion, há passagens em o Professor se utiliza da expressão: "O oceano de Fora" para se referir ao senhor das águas:

Ulmo, entretanto, vivia só e não tinha morada em Valinor, nem jamais ia até lá, a menos que houvesse alguma reunião importante. Desde o início de Arda, ele habitava o Oceano de Fora e lá reside. De lá, governa o fluxo de todas as águas, as marés, os cursos de todos os rios e o
reabastecimento das nascentes, o gotejar de todos os pingos de orvalho e de chuva em todas as terras sob o céu. Nas profundezas, ele pensa em música majestosa e terrível; e o eco dessa música percorre todas as veias do mundo na dor e na alegria.

Penso eu que, numa primeira leitura, o Oceano que a obra faz referência seria tão somente à uma parte de toda geografia da Arda criada. Entretanto, me parece que Ulmo comandava todas os fenômenos relacionados à agua justamente no espaço sideral/no vácuo espacial que "circunda" a Terra, e não só na própria
Arda.

Iimagino que ele lançou "as sementinhas" para que as vidas privemas se formassem em diversos planetas - uma espécie de sopa da vida primordial - o que não deixa de fazer sentido, haja vista o poder e importância que a água tem na formação da vida (na forma que a gente conhece). Esta perspecitva parece ser corroborada com uma outra passagem de um outro famoso "astronauta":

E Vingilot atravessou Valinor carregada até o limite extremo do mundo; e ali ela passou pela Porta da Noite e foi alçada aos oceanos do firmamento.

Mas eu me pergunto, como essa correlação metafísica (e metafórica) das "ÁGUAS" elencadas pela Bíblia e que influenciou (aparentemente) a concepção cosmológia do Professor pode se ligar ao significado do vácuo espacial em expansão e infinito? Eu pessoalmente faço um paralelo com simbólico de que as "águas"; o oceano representam o inconsciente, o vazio simbólicos expandidos também num sentido científico/físico - e temos o monstro neste oceano de Dirac:

leviathan.jpg


melkor_et_ungoliant.jpg


Os 2 caos primordiais enfrentandos e "contidos", Sem dissentir, faço a citação à este ótimo post do tópico: http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=95060&page=3&highlight=Gandalf

O que acontece com Gandalf é um tema presente também em outro mito - Jonas e a baleia.
Farei um paralelo, utiizando citações de Campbell e trechos dAs Duas Torres páginas 99 e 100 quando Gandalf conta o que aconteceu nos abismos de Moria:

"Jonas na baleia é um tema padrão, entrar no ventre da baleia e sair novamente. A baleia representa a personificação de tudo o que está no inconsciente. Numa leitura psicológica a água é o inconsciente. A criatura na água seria o dinamismo do inconsciente, que é perigoso e poderoso e tem de ser controlado pela consciência.

O primeiro estágio da aventura do herói quando ele começa a aventura é deixar o reino da luz, que ele conhece e controla e ir até a beirada, e é ali que o monstro do abismo vem encontrá-lo.
Aí pode haver dois ou três resultados: num deles, o herói é despedaçado e cai em fragmentos no abismo e depois ressucita. "

"Por muito tempo caí - disse ele finalmente, devagar, como se tentasse recordar com dificuldade. - Caí por muito tempo, e ele caiu comigo. O fogo dele me envolvia. Eu estava me queimando. Então mergulhamos em aguas profundas e tudo ficou escuro. A água era fria como a maré da morte: quase congelou meu coração.
- Profundo é o abismo atravessado pela Ponte de Dúrin, e ninguém nunca o mediu - disse Gimli.
- Mas ele tem um fundo além da luz e do conhecimento - disse Gandalf. - Cheguei lá finalmente, às mais remotas fundações de pedra. Ele ainda estava comigo. Seu fogo estava extinto, mas agora ele era um ser de lodo, mais forte que uma serpente estranguladora.
- Lutamos muito abaixo da terra vivente, onde não se conta o tempo. Ele sempre me agarrava e eu sempre o derrubava, até que finalmente ele fugiu para dentro de túneis escuros."
-As Duas Torres, pag 99

"Ou então ele mata o poder do dragão, como faz Siegfried. Mas aí ele prova o sangue do dragão - ele tem de assimilar aquele poder, e quando Siegfried mata o dragão e prova seu sangue ele ouve o canto da Natureza. Ele transcendeu se caráter humano e voltou a associar-se aos poderes da Natureza que são os poderes da nossa vida dos quais a nossa mente nos afasta."
"Uma grande fumaça se ergue à nossa volta. O gelo caiu como chuva. Joguei o inimigo para baixo, e ele caiu e quebrou a encosta da montanha no ponto em que a atingiu ao ser destruído. Depois a escuridão me dominou, e eu me perdi do pensamento e do tempo, e vaguei muito por estradas que não vou contar.
- Estava nu quando fui enviado de volta [...] Fiquei ali deitado, olhando para cima, enquanto as estrelas rodavam, e cada dia era longo como uma era na vida da terra. Chegavam aos meus ouvidos os rumores longínquos de todas as terras: o nascimento e a morte [...] Então finalmente, Gwaihir, o Senhor do Vento, me encontrou novamente e me carregou para longe.
[...]
-"Você foi uma carga", respondeu ele, "mas não é agora. Está leve como a pluma de um cisne em minhas garras. O sol brilha através de seu corpo. Na realidade, acho que não precisa mais de mim: se o deixasse cair você flutuaria no vento."
-As Duas Torres, pag 100

As relações são muito claras. O ventre da baleia seria o abismo de Moria. O monstro que vem encontrá-lo na beirada do abismo é o Balrog.
Gandalf faz as duas coisas de que Campbell fala; cai e ressucita e também destrói o monstro e assimila o poder.
Ele cai nos abismos profundos do inconsciente, "além da luz e do conhecimento" e enfrenta o seu dinamismo perigoso e poderoso, representado pelo monstro lodoso. Ele vence o embate e se perde na escuridão, andando pelas estradas buscando o caminho de volta à consciência.
 
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Bem, aqui estão algumas de minhas reflexões:

-Uma canção para a erva que cresce na terra, uma canção para que a erva adoeça. Uma canção para que cada coisa tenha um lugar no mundo e que as canções de Eru pudessem sempre surpreender a todos nele apanhando os amantes no seu amor, os tristes em sua tristeza e os maliciosos na sua malícia.

-Semelhantemente ao nosso mundo Eru era a origem e destino final das coisas.

-A passagem do tempo era marcada por artefatos e referencias ("landmarks"). De maneira que um objeto de ferro como a lança do destino simboliza um marco na passagem do tempo, igual a um cometa no céu, uma nuvem de estrelas cadentes, uma seca mais prolongada ou o aparecimento periódico de uma espécie. Biblicamente, nem todos os servos divinos eram contados como possuidores de vontade própria e as luminárias testemunhavam também uma história. Segundo o texto, a mãe de prometeus era ninfa, uma força da natureza que cedeu o segredo do controle em troca da liberdade do filho:

There are 5 different types of nymphs, Celestial Nymphs, Sea Nymphs, Land Nymphs, Wood Nymphs and Underworld Nymphs.

-Também biblicamente considera-se que a morte ou o(s) anjo(s) da morte se encarrega(m) de reivindicar o corpo ou aquilo que nasceu da terra para que volte ao destino férreo que o aprisiona enquanto a alma que não nasceu deste destino seja reivindicada por outros seres para o céu ou inferno.

-De modo que Melkor não conseguiu ocupar no mundo os lugares que foram ocupados por Eru nem roubar os dons, nem corromper definitivamente os fear ou descobrir as trilhas secretas das coisas novas que Eru colocava no mundo a cada era. O destino construído por Melkor se desenhava por cima de um destino ainda mais profundo. E a luz de Eru, da qual a luz de Varda era só um pálido reflexo ou lembrança, era tão forte que o único conseguia ver o quanto de escuridão e luz havia em Melkor.
 
Interessantes reflexões de todos aqui. Parabenizo a todos. Se analisássemos essa parte interessante da "antiluz", poderíamos perceber que ela é, na verdade, o puro esquecimento por parte de Eru. Ela ocupa todos os lugares longe das luzes de Eru, Varda e da Chama Imperecível. Aqui levanto a questão... Poderia ela ser realmente algo além de Eru, ou apenas a parte inconsciente deste?
 
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A "unlight" de Ungoliant não era algo tão sobrenatural assim, afinal os fachos de laser dos sistemas de guiagem de bombas "inteligentes" não conseguem atravessar densas nuvens de fumaça (e não nos esquecemos de que ela, a "antiluz", podia solidificar-se e que também podia ser destruída pelo fogo). Ou seja, Ungoliant tinha a capacidade de absorver quaisquer formas de energia e as transformava nesta "névoa".

Penso que a "bonitinha" era a anti Varda por excelência, a sepultadora de estrelas (assim como Varda era a "ativadora de astros"), a valie dos buracos negros (sim, há a questão da reprodução, mas esta é assunto para outro tópico).

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Tem um texto interessante sobre a Ungwë Liantë neste link: clique.

A Antiluz era algo mais. Era o resquício final do Vazio Original, cuja natureza era diferente do Ava Kúma atual. Nela, "as coisas que são pareciam deixar de ser, e ela tinha submissão a Ungoliantë, podendo sufocar e estrangular pessoas segundo sua vontade", ou seja, é o Raab, o oposto da Chama Imperecível, o Esquecimento de Eru e o seu opositor, infinitamente mais fraco que ele e infinitamente redutível, mas também tão indestrutível quanto ele. Pois, se Eru destruísse Ungweliant, com ela iriam as Trevas, e sem Trevas não há luz. Eä se tornaria apenas luza sem fim, e ela destruiria a tudo com seu poder, e tudo voltaria a ser caos e deixaria de ser, e sobraria somente Eru, vagando em meio a caos eterno, mas dessa vez, não de escuridão, mas pura Luz. Por isso Ilúvatar precisa da Aranha, não para si próprio, mas em nome da Existência de Eä. Ele PODE destruí-la, mas isso seria destruir Eä, e arruinar a Grande Música.

Na verdade, há uma semelhança entre A Grande Aranha e os buracos negros. Ambos devoram Luz e produzem Antiluz. Ambos são malignos, e desfazem o projeto do Único. Se mesmo Eä, a obra do Grande Eru Ilúvatar, poderá ser desfeita diante dos buracos negros, que teoricamente são outras Ungwë Lianti, quem dirá que o Poder de Ungoliant não seria algo assim? Será que esta só não se tornou um bruaco negro por ter escolhido atacar justamente Arda, O Grande Reino?

Ou seja, A Fiandeira de Trevas é algo mais poderoso do que imaginamos a princípio.

Lembrete para mim mesmo: Postar sobre Ungoliant no meu saite. É um assunto que deve ser aprofundado.
 
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O já clássico ensaio do Ilmarinen sobre Ungoliant... Cheguei à conclusão de que a "bonitinha" poderia ser uma valie após ter lido e relido este excelente texto.

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Post do Meneldur no tópico sobre o Glaurung:

"Sim, mas Tolkien disse mais de uma vez que embora Maiar pudessem, em tese, se reproduzir, a única que efetivamente teve filhos foi Melian. Como exemplo, temos essa passagem do Osanwë-kenta:
'Pengolodh also cites the opinion that if a "spirit" (that is, one of those not embodied by creation) uses a hröa for the furtherance of its personal purposes, or (still more) for the enjoyment of bodily faculties, it finds it increasingly difficult to operate without the hröa. The things that are most binding are those that in the Incarnate have to do with the life of the hröa itself, its sustenance and its propagation. Thus eating and drinking are binding, but not the delight in beauty of sound or form. Most binding is begetting or conceiving.
'We do not know the axani (laws, rules, as primarily proceeding from Eru) that were laid down upon the Valar with particular reference to their state, but it seems clear that there was no axan against these things. Nonetheless it appears to be an axan, or maybe necessary consequence, that if they are done, then the spirit must dwell in the body that it used, and be under the same necessities as the Incarnate. The only case that is known in the histories of the Eldar is that of Melian who became the spouse of King Elu-thingol.'
Basicamente, o que é dito é que certas coisas, 'prendem' o espírito dos Ainur aos hröar, aos corpos físicos. Algumas prendem mais, outras menos. Gerar filhos prende muito. E uma consequência disso é que se você fica "muito preso" (gerando um filho, por exemplo), você fica submetido às mesmas necessidades dos Encarnados. E Melian é o único caso desse tipo."

http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=108992&page=2

E não foi exatamente isto o que aconteceu com Ungoliant? Ela não se tornou tão presa às necessidades da encarnação a ponto de devorar a si mesma?

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Não a ponto de poder gerar filhos; Tolkien diz que Melian foi a única Ainu a chegar a esse ponto.
 
Não a ponto de poder gerar filhos; Tolkien diz que Melian foi a única Ainu a chegar a esse ponto.

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Ungoliant teve uma prole numerosa, Laracna foi uma de suas filhas.

Eu quis dizer que a dita cuja (Ungoliant), fosse lá o que fosse, tornou-se tão dependente dos "prazeres da carne" que acabou por devorar a si mesma.

Entendo a encarnação para os Ainur mais como um inconveniente a ser evitado do que como uma tentação. E considerando Ungoliant louca, como eu considero, penso que ela fez a besteira de encarnar-se e ficou totalmente presa às necessidades da encarnação.

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Ungoliant teve uma prole numerosa, Laracna foi uma de suas filhas.

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Eu sei; por isso ela não pode ser Ainu. Tolkien diz (duas vezes, acho) que Melian foi a única Ainu a ter filhos. Se Ungoliant teve filhos, então não é Ainu.
 
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Se não fosse por este aspecto, ela caberia à perfeição na categoria de ainu extraterrestre, concordam?

A "bonitinha" em seu momento supremo:

T - Ungoliant And Melkor.jpg

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... e sem Trevas não há luz. Eä se tornaria apenas luza sem fim, e ela destruiria a tudo com seu poder, e tudo voltaria a ser caos e deixaria de ser, e sobraria somente Eru, vagando em meio a caos eterno, mas dessa vez, não de escuridão, mas pura Luz. Por isso Ilúvatar precisa da Aranha, não para si próprio, mas em nome da Existência de Eä. Ele PODE destruí-la, mas isso seria destruir Eä, e arruinar a Grande Música.

Uma análise sobre o trecho de reflexão.

A interpretação correta da luz primordial, principalmente a luz de Eru, é que diferentemente do fogo comum ela era muito mais fundamental do que a matéria do mundo e não dependia de fatores inferiores como o triângulo do fogo que conhecemos dependente de substâncias pré-moldadas ou talvez de sombras para funcionar. O efeito disso é que para Eru havia luzes mais fracas e outras mais fortes e ele podia passar sem usar a escuridão (ele era chamado de único e sem divisões), entretanto podia também escolher usar a escuridão por algumas razões:

-Para demonstrar que podia usar sombra e luz e mesmo assim sair ganhando.
-Para ensinar Melkor.

De modo que havia duas formas de aprender. Pela luz e pelo amor ou pela escuridão e pela dor aos rebeldes. Por exemplo, aprendendo pela luz aprenderia-se/experimentariam 100% do mundo, pelo combate da luz com as trevas as pessoas cresceriam mais que 100%.
 
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Se não fosse por este aspecto, ela caberia à perfeição na categoria de ainu extraterrestre, concordam?

A "bonitinha" em seu momento supremo:

Ver anexo 47455

Legenda: Me solta sua aranha cabeluuuudaaaaaaaaAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!-E o grito de Melkinho abalou toda Beleriand e transformou Lammoth no "stir of echoes"

But Ungoliant had grown great, and he less by the power that had gone out of him; and she rose against him, and her cloud closed about him, and she enmeshed him in a web of clinging thongs to strangle him. Then Morgoth sent forth a terrible cry, that echoed in the mountains. Therefore that region was called Lammoth; for the echoes of his voice dwelt there ever after, so that any who cried aloud in that land awoke them, and all the waste between the hills and the sea was filled with a clamour as of voices in anguish.The cry of Morgoth in that hour was the greatest and most dreadful that was ever heard in the northern world; the mountains shook, and the earth trembled, and rocks were riven asunder.

Na verdade não, Tar Mairon, existem outros indícios na caracterização dela que apontam pra noção dela não ser um dos maiar ( ou mesmo uma ainu genericamente falando, isso pelo menos, enquanto já era uma "aranha" com poderes de
trevas antilluz, num estado anterior do seu ser pode ter sido diferente como expliquei no último post citado aí) ALÉM da questão da prole, inclusive a capacidade de "mascarar" o ser das coisas.

Eu expliquei isso lá no ensaio da Ungoliant:

Em primeiro lugar, a natureza de seus poderes que consiste na habilidade de absorver Luz e gerar as Trevas que são, não a ausência de luz, mas a presença de uma coisa nova, dotada de ser próprio, não são condizentes com os atributos de qualquer dos Maiar e Valar. Mesmo Melkor, que era considerado Senhor das Trevas e que tinha espiritos de sombra como seus servidores não era capaz de criar a Antiluz de Ungoliant. Os Balrogs caminhavam embuçados em trevas, mas a escuridão que os encobria carecia das propriedades da Antiluz : sua tangibilidade ( as teias de Ungoliant aprisionaram Tulkas) e a capacidade de estrangular e subjugar a vontade de suas vítimas( um poder herdado por Laracna pois suas teias tinham essa mesma capacidade).

Ungoliant também possuía uma habilidade que lhe era peculiar: o Dom de absorver o poder armazenado em receptáculos e construtos místicos mesmo que eles NÃO FOSSEM previamente designados para esse fim ( transferir o poder para ela, como era o caso das carnes com as quais Morgoth deu de comer a Carcharoth) quer fossem eles produto do labor de espíritos Ainur, (as árvores de Valinor , os poços de Varda), quer fossem originados pelos Eldar ( as jóias de Valinor que os Noldor aprenderam a criar, onde parte do seu poder ficava alojado)

Eu sei; por isso ela não pode ser Ainu. Tolkien diz (duas vezes, acho) que Melian foi a única Ainu a ter filhos. Se Ungoliant teve filhos, então não é Ainu.

Isso mesmo Meneldur, só que foram 3 vezes, elas estão citadas aí:

Até onde eu saiba, um Ainu pode procriar se estiver encarnado em um hröa e seu parceiro for reprodutível (não outro Ainu). E esse hröa tem que ser compatível com o do parceiro. O filho nasce da raça do ser reprodutível, mas com uns dons a mais, vindos do Ainu.
No caso de Melian, ela assumiu um corpo nos padrões élficos, casou-se com um elfo e teve uma filha super-elfa. Não foge à regra.

Não vejo porque Ungoliant não possa ser Maia e ter se reproduzido com alguma Aranha, gerando assim uma prole de super aranhas.

A coisa aí é meio complicada mesmo ( como tudo que diz respeito à parte "esotérica", teológica e conceitual da mitologia do Silmarillion):

Tolkien , de fato, disse em uma nota (a de número 5 no Osanwë Kenta) que os maiar que usam fánar durante tempo longo e praticam atos que impliquem no deleite de faculdades corpóreas (coisas que, subentende-se no texto, os maiar corruptos tendiam a fazer mais), acabam transformando esses fánar em corpos físicos reais (hröar) que são idênticos aos corpos materiais dos Encarnados. Entretanto, mesmo quando usou esse conceito já tardio pra explicar uma das possiveis origens dos orcs, dizendo que eles poderiam ser resultado de cruzamento desses maiar menores demoniacos com homens e elfos, Tolkien afirmou 3 vezes que a única história conhecida de um maia se encarnar pq concebeu prole com Encarnado foi a de Melian.

Fonte: Ensaio dos Orcs

"...em qualquer caso, é provável ou possível que mesmo os menores dos Maiar tornar-se-iam orcs? Sim: tanto fora de Arda como dentro dela, antes da queda de Utumno. Melkor corrompeu muitos espíritos - alguns grandes, como Sauron, ou menores, como balrogs. Os menores poderiam ter sido primitivos (e muito mais poderosos e perigosos) orcs; mas, por procriar quando encarnados, eles (como Melian) tornar-se-iam cada vez mais ligados a terra, incapazes de retornar ao estado de espírito (mesmo forma demoníaca), até serem libertados pela morte (assassinato), e eles definhariam em força. Quando libertados eles seriam, claro, como Sauron, condenados: isto é, reduzidos à impotência, infinitamente recessiva: ainda odiando, mas incapazes cada vez mais de fazê-lo fisicamente eficaz. (ou não seria o estado órquico muito definhado de morte um poltergeist?)..."

Fonte: Osanwë Kenta:

"Não sabemos as axani (leis, regras, como primeiramente originadas de Eru) que foram estabelecidas sobre os Valar com referência em particular ao seu estado, mas parece claro que não havia uma axan contra tais coisas. No entanto, parece existir uma axan, ou talvez consequência necessária que, se eles estão decididos, o espírito deve então habitar o corpo que é usado, e ficar sob as mesmas necessidades do Encarnado. O único caso que é conhecido nas histórias dos Eldar é o de Melian, que se tornou esposa do Rei Elu Thingol. Isso com certeza não foi feito com maldade ou contra a vontade de Eru, e embora tenha levado ao sofrimento, tanto Elfos como Homens foram enriquecidos".

Fonte: Shibboleth of Fëanor, trecho pertinente incluído no meu ensaio Ungoliant , Dualismo e Livre-Arbítrio nos Mitos de Tolkien.Versão integral e completa postada aqui

“Lúthien foi através de sua mãe, Melian, descendente, também, dos Mayar [ Maiar] o povo dos Valar, cujo ser começou antes que o mundo fosse feito. Melian, única de todos aqueles espíritos, assumiu uma forma corpórea, não apenas como uma vestimenta mas como uma habitação permanente em forma e poderes idêntica aos corpos dos Elfos. Isso ela fez por amor a Elwë; e tal foi permitido sem dúvida porque essa união já tinha sido prevista no começo das coisas, e foi tecida no Amarth [ Destino] do Mundo, quando Eru primeiro concebeu o ser de suas crianças, Elfos e Homens como é contado[ na maneira e de acordo com a compreensão de suas crianças] naquele mito que é chamado A Música dos Ainur.”

É interessante que Tolkien tenha dito isso em 3 vezes distintas em textos pós Senhor dos Anéis. Isso sugere muito fortemente* uma coisa: mesmo que um maia cujo fána tivesse se tornado hröa pudesse, de fato, reproduzir com Encarnado,** Tolkien parece nunca ter pensado em Ungoliant como tendo sofrido o processo porque nunca se lembrou de citar o caso dela ao lado do de Melian, o que é bastante notável dado o papel importante que a prole da Aranha Gigante teve na Terra Média ( desde as primeiras versões da história de Beren e Lúthien), incluindo no Senhor dos Anéis já que Laracna (Shelob) era sua filha.

* mas, óbvio, não dá certeza absoluta,Tolkien pode , simplesmente ter se esquecido de Ungoliant e de seus descendentes)

** na verdade pela nota a transformação ocorre como consequência do processo de concepção e não como causa para ele ( o que implica em dizer que os fánar já são funcionalmente, compatíveis com hröar em termos de aptidões físicas e biológicas.

Se tal fosse o caso ,a tendência dele seria ter incluído Ungoliant como um exemplo destacado. Então, isso, combinado com a manutenção das características únicas da personagem, tal como a capacidade de gerar Antiluz e a de crescer rapidamente ingerindo Luz e "poder", sugere que a origem dela devia ser a original do Livro dos Contos Perdidos em uma versão atualizada.

E, ademais, a noção de que ela poderia ser Avatar do Vazio não precisaria,necessariamente, torná-la, no seu ínício, um ser mais poderoso que Melkor ou que ele não poderia controlar. Na verdade, excluída a hipótese de vê-la como uma maia no seu ser natural, ficam mesmo a de avatar do Vazio e/ou a de ser um dos seres malignos criados pela " dissonância", que Tolkien mencionou no Mitos Transformados ( vide trecho incluído no ensaio).

É possível combinar a hipótese da dissonância com a de Avatar do Vazio numa só (como a Elanor Ladeira parece ter feito no post anterior e como eu também teorizei umtempo atrás porque isso poderia servir pra explicar a existência anômala de um espírito no meio da Escuridão do Vazio ou na "porção" do mesmo (expliquei no ensaio a tese de que o "Vazio" ou a Escuridão Original é uma forma de matéria caótica) que foi usada para dar forma à Ungoliant.

Isso foi uma das questões principais com as quais tive que lidar no ensaio, já que, se fosse o caso de Ungoliant ser Móru, espírito da Noite Primordial, como no Livro dos Contos Perdidos, ela teria que ser a origem da corrupção de Melkor porque a Noite Primordial na versão do Lost Tales era senciente, pensava e tinha livre-arbítrio , os pensamentos corruptos de Melkor tinham vindo dela. Tal essência teria que ser absolutamente má porque "Eru ainda não tinha virado a Luz de Sua Face para ela". Vide abaixo citação da Ainulindalë na versão original do The Book of Lost Tales (HoME I).

In this way the mischief of Melko spread darkening the Music, for those thoughts of his came from the Outer Blackness whither Ilúvatar had not yet turned the light of his face; and because his secret thoughts had no kinship with the beauty of Iluvatar's design its harmonies were broken and destroyed.

Como Tolkien, aparentemente, abandonou essa noção original já que ele disse que nada é mau na sua origem e que tal maldade , ausência do Espírito de Eru( seguindo idéias de Santo Agostinho e de Boécio), tornaria a coisa "nula" e carente de vontade e livre arbítrio, então, pra adaptar a idéia original é necessário achar uma explicação alternativa pra existência do espírito mesclado com a essência do Vazio.

Nesse caso, é possível pensar em 3 hipóteses: na dissonância criando um espírito anômalo "não criado" por Ilúvatar, na do espírito ser um subproduto do Espirito de Melkor( como o de Glaurung parecia ser, já que falava com a Voz de Morgoth, e como o do Anel o era em relação a Sauron) ou ,uma idéia mais ousada, a de que Ungoliant poderia ter sido, originalmente, um espírito maia que se fundiu, ao comando de Melkor, com a "protomatéria" do Vazio e das Trevas para ele conhecer a sua natureza que tanto lhe aguçava a curiosidade ( variação da encarnação via possessão da matéria animada ou inanimada que acontecia com as estátuas vigias de Cirith Ungol,com os lobisomens pelo poder de Sauron e, provavelmente, com a espada de Túrin Turambar).

Aí as teorias, logicamente se tornam "fânons", feitos pra preencher lacunas do cânon, e até idéias pra fanfictions no lugar de ensaios. E, como vocês puderam ver, até mesmo uma noção que deu origem a um texto de quarenta páginas pode acabar evoluindo como esse post procurou mostrar. Eu tive que atualizar muitas idéias e opiniões da época em que fiz o ensaio uma vez que outras evidências se tornaram disponíveis , como o próprio Osanwë Kenta, que só apareceu quando o ensaio já estava pronto.

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Legenda-
"Foi bom pra vc também amor? O que não me mata me torna mais forte.Agora eu quero um cigarro...Vou fazer fumaça... Próxima parada:Thangorodrin"


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A, IMHO, paixão não-correspondida de Melkinho, Varda Elentári, Star Maker
 
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Tenho a impressão ("impressão", não "certeza") de que Ungoliant, na mente do Professor, evoluiu de "espírito do vazio" (na falta de expressão melhor) para algo muito próximo de uma ainu enlouquecida (por causa da Dissonância?) após ler, aqui no fórum que Tolkien curtia astronomia (e Ungoliant lembra muito um buraco negro em miniatura, mesmo). Isto e mais a imensa quantidade de informação que você disponibilizou em seu excelente ensaio, Imarinen (depois você me paga aquela Eisenbahn), me fizeram pensar assim.

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Honestamente, acho difícil ( até por causa de Tolkien não considerá-la no ranking de encarnação hröariana definitiva até em textos tardios do Legendarium); de qualquer forma, mesmo que tivesse entrado um espírito ainu no mix ( talvez uma maia corrompida de Vairë, a tecelã, como eu e outros pensamos), na versão da cabeça dele, no fim, o core, a parte PRINCIPAL era mesmo a noção de avatar da Noite Primordial até o fim, porque ela era sui generis DEMAIS pra ser, SÓ OU PRINCIPALMENTE, uma Ainu, do mesmo jeito que a Pecado do Paraíso Perdido e a Morte, tb do livro de Milton, NÃO ERAM anjos, embora rebentos de Satã. Tem uma analogia tremenda entre os conceitos aí.
 
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É bem interessante esta teoria de que Ungoliant seria o resultado da equação Maia + Proto-Matéria + Trevas. Ou seja, um experimento de Melkor. E por bem pouco ele não foi vítima de sua obra, se não fossem os balrogs chegarem na hora H, ele, a Coroa da Criação, teria sido processado e expelido do corpo de Ungoliant em forma de antiluz hehehehe...

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