Fúria da cidade
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Eventos astronômicos acontecem o tempo todo. Alguns deles, como chuvas de meteoros, são anuais e podemos sempre nos programar para observá-los. Outros, como conjunções planetárias e eclipses, são mais esporádicos, embora também sejam fáceis de prever com alguma antecedência. Admirar esses fenômenos pode ser uma ótima opotunidade de "escapar" do mundo ao nosso redor e refletir sobre a imensidão do cosmos, bem como sobre o nosso lugar no universo.
Em 2021, o destaque fica para o mês de maio, quando haverá um eclipse lunar durante uma Superlua, além do mês de novembro, que trará chuvas de meteoros, conjunções planetárias e outro eclipse lunar para quem estiver aqui no hemisfério Sul — alguns eventos são visíveis apenas em determinados continentes ou hemisférios.
Então, confira nesta matéria os eventos astronômicos mais legais do ano para nós, brasileiros, e se prepare para observá-los!
Céu do final da madrugada do dia 9 de março de 2021, com Saturno, Júpiter e Mercúrio aparecendo abaixo da Lua (Captura de tela: Canaltech/Stellarium)
Mercúrio, Júpiter, Saturno estarão bem próximos da Lua no dia 9 de março, mas você terá que permanecer acordado às 4h da madrugada para observar a conjunção. A Lua estará no início da fase crescente, então ela aparecerá apenas como um pequeno risco no céu.
A primeira Superlua do ano será em uma quinta-feira, quando ela ficará ligeiramente maior no céu noturno porque estará no perigeu, ou seja, no ponto de maior aproximação com a Terra. Essa aproximação faz com que nosso satélite natural possa ter um diâmetro até 7% maior e ficar 15% mais brilhante do que o habitual.
Isso ocorre porque a órbita da Lua em torno da Terra não é um círculo perfeito — é elíptica, ou seja, seu trajeto desenha uma oval ao redor do nosso planeta. Com isso, ela tem uma distância mais próxima e outra mais longe do nosso planeta. Quando a temos uma Lua Cheia ao mesmo tempo em que sua órbita está mais próxima à Terra, chamamos de Superlua.
O termo Superlua foi citado pela primeira vez em 1979 pelo astrólogo Richard Nolle, que por sinal propagou algumas ideias errôneas de que o evento estaria relacionado a desastres naturais. Contudo, a proximidade maior da Lua com nosso planeta apenas causa mais efeito sobre as marés, então não há nada a temer.
Entre as 19h e 21h do dia 17, aproveite para observar Marte perto da Lua. Não haverá um ocultamento nessa ocasião, mas essa aproximação é sempre divertida de se observar. Aproveite também para olhar a estrela Betelgeuse logo à esquerda, perto da constelação de Órion e suas "Três Marias".
(Imagem: Reprodução/Yuri Beletsky)
A chuva anual de meteoros Líridas atingirá o pico na noite entre 21 a 22 de abril. A Lua deverá se por no horizonte no início da madrugada, por volta de 1h do dia 22, o que favorecerá a observação das “estrelas cadentes”. Espera-se que vejamos, em média, 18 meteoros por hora.
Essa chuva de meteoros é formada por pó e detritos que se desprendem do cometa Thatcher quando ele passa pelo Sistema Solar, o que acontece uma vez a cada 415 anos. Quando a Terra passa pelo rastro do cometa durante sua órbita ao redor do Sol, alguns fragmentos acabam entrando em nossa atmosfera e queimam ao cair em direção ao solo.
A Líridas é conhecida pela humanidade há bastante tempo. Existem registros dessa chuva de meteoros no livro chinês de crônicas Zuo Zhuan, do ano de 687 a.C., e há também um registro de astrônomos chineses de que, no ano 15 a.C., a Líridas foi um evento impressionante.
A chuva de meteoros Eta Aquáridas atingirá sua atividade máxima entre os dias 5 e 6 de maio. Aqui no hemisfério Sul, a taxa de meteoros visíveis é maior que no hemisfério Norte, com previsão para até 50 por hora. Essa chuva está associada aos detritos do cometa Halley e é conhecida pela alta velocidade de seus meteoros — eles viajam a cerca de 66 km/s em direção à atmosfera da Terra e costumam deixar um rastro brilhante no céu por vários segundos.
Neste ano, a Lua estará muito próxima do radiante, que é a constelação de Aquário. Por isso, mesmo que em fase crescente, o brilho do nosso satélite natural reduzirá um pouco a visibilidade dos meteoros.
(Imagem: Reprodução/David Ake/Associated Press)
No dia 26 de maio, haverá eclipse lunar total, que é quando o nosso satélite natural passa pela sombra (umbra) da Terra. Neste ano, o evento vai coincidir com a segunda Superlua do ano, fazendo com que o eclipse ganhe um aspecto ainda mais especial. E se você gosta de nomes estranho, os eclipses lunares totais às vezes também são chamados de Luas de Sangue por causa do brilho laranja-avermelhado que a Lua ganha. Quando isso acontece durante a Superlua, temos uma Superlua de Sangue.
O eclipse será total em países do Pacífico e Leste Asiático, Austrália e oeste da América do Norte, mas aqui no Brasil será apenas parcial. As regões mais privilegiadas serão as mais próximas do Pacífico, ou seja, cidades como Rio Branco, no Acre, onde a Lua terá mais da metade de seu disco encoberto sob a umbra. A Superlua, entretanto, poderá ser apreciada apor todos.
Todos os anos, a Delta Aquarídeas acontece entre os dias 14 de julho e 18 de agosto, mas a taxa de meteoros por hora atingirá o ponto máximo na madrugada de 28 pra 29 de julho. Seu radiante fica na constelação de Aquário, mais precisamente a estrela Delta Aquarii, e sua história registrada ainda é bastante recente. Essa chuva tem a palavra “austral” em seu nome porque ela é visível principalmente no Hemisfério Sul (austral é um termo relativo à região abaixo da linha do Equador).
Seu cometa de origem permanece em um certo mistério. Embora alguns astrônomos cogitem que a chuva seja resultado dos detritos deixados pelo cometa 96P/Machholz, descoberto em 1986, isso é algo que ainda não é confirmado. Antes, pensava-se que ele se originou dos cometas Marsden e Kracht Sungrazing, por exemplo.
(Imagem: reprodução/ESA/Meteor Research Group/ CILBO)
As Perseidas são uma das chuvas de meteoros mais brilhantes do ano e ocorrem entre 17 de julho e 24 de agosto, com o pico ocorrendo por volta de 9 a 13 de agosto. Também é uma chuva com muitas “estrelas cadentes”, com uma taxa prevista para até 150 meteoros por hora. Entretanto, ela é melhor vista no hemisfério Norte, então pode ser que por aqui essa quantidade seja um pouco menor.
Sua origem é o cometa 109P/Swift-Tuttle, considerado um objeto perigoso para a planeta Terra, por sinal. A trilha de detritos que ele deixa para trás se chama “nuvem Perseida”, e ela fica sempre ali, no mesmo lugar. Sempre que nosso planeta passa por ela, a gravidade atrai alguns desses detritos, que caem em nossa atmosfera e queimam ali mesmo, sem que nenhum objeto atinja a superfície.
Na Perseidas, os meteoros são velozes e brilhantes, e podem deixar rastros que duram alguns segundos. Também podem ocorrer a aparição de bólidos, meteoros muito brilhantes que geram clarões no céu. Com sorte, você verá earthgrazers, que é quando um fragmento espacial atinge a atmosfera em um ângulo muito baixo e termina retornando ao espaço, deixando um rastro mais longo.
Uma estreita conjunção de Marte e Mercúrio ocorrerá no dia 18 de agosto, quando os dois planetas estiverem se aproximando do horizonte após o pôr-do-Sol. É difícil dizer que poderemos vê-los durante a aproximação máxima, já que eles desaparecerão por volta das 18h, mas há uma chance para os habitantes das regiões Norte e Nordeste.
(Imagem: Reprodução/Ben Goldstein)
A chuva de meteoros Orionídeas, outra que acontece por causa do cometa Halley, é mais uma das melhores para se observar. Ela acontece entre os dias 15 e 29 de outubro todos os anos e, em 2021, atinge seu pico na madrugada do dia 20 para 21, com até 15 meteoros por hora.
Os meteoros da Orionídeas podem ser muito velozes, chegando a 66 km/s, além dos riscos brilhantes serem bem finos. Infelizmente, a Lua Cheia estará próxima do radiante, o que atrapalhará a visibilidade.
A Táuridas é dividida em duas chuvas, com meteoros nas cores laranja, vermelho e amarelo e com uma maior duração de visibilidade geral, indo de 21 de outubro a 27 de novembro. Mas é no dia 5 de outubro, com a Táuridas do Sul, que a chuva atingirá o pico, com radiante bem próximo à estrela Aldebaran. Essa estrela fica relativamente perto de Rigel, Betelgeuse e Sirius, que estão entre os objetos mais brilhantes do céu noturno.
A origem dessa chuva é o cometa Encke, embora existam outras fontes de fragmentos também associadas a ela — talvez por um cometa muito maior que, ao se desintegrar, deixou Encke como “herança”, e muitos outros escombros em sua órbita. O sistema de chuva Táuridas tem grande importância científica porque seus resíduos ajudam nas pesquisas envolvendo o cometa Enke, que pode ter tido um papel fundamental na história do nosso planeta.
O planeta Vênus estará pertinho da Lua nas noites de 7 a 9 de novembro, um momento legal para observar estes mundos. Infelizmente, a Lua estará no início da fase crescente, então veremos pouco dela durante essa aproximação. O melhor momento de visualização lunar será no dia 8 ou 9, mas Vênus já estará um pouquinho mais distante. Mesmo assim, vale a pena a tentativa.
(Imagem: Reprodução/Jeff Dai)
A chuva de meteoros Leônidas, uma das mais imprevisíveis, terá pico na madrugada de terça-feira (17), com meteoros residuais aparecendo também ao longo das noites seguintes. Durante os momentos de pico, a Leônidas pode proporcionar cerca de 10 a 20 "estrelas cadentes" por hora. Porém, mais uma vez, a Lua Cheia pode atrapalhar um pouco a visibilidade.
Apesar da pouca quantidade de meteoros por hora, esta é uma das chuvas mais deslumbrantes, podendo haver algumas “bolas de fogo” com um tempo de duração maior que o normal. Eles também podem atingir altas velocidades, podendo chegar a 70 km/h.
Essa chuva está associada à passagem do cometa 55P/Tempel-Tuttle, que leva 33 anos para completar uma volta ao redor do Sol. O nome do cometa vem dos dois astrônomos que o descobriram, em momentos diferentes e de modo independente: Ernst Tempel e Horace Parnell Tuttle observaram o corpo celeste em 1865 e 1866, respectivamente. O radiante da chuva, como o nome indica, é a constelação de Leão.
A última chuva do ano terá pico na noite de 19 de novembro. Trata-se de uma das mais interessantes por ter alta quantidade de meteoros, que são um pouco mais lentos, o que torna o espetáculo mais bonito, podendo chegar a uma taxa de 120 por hora. A Geminídeas é fruto de pequenas rochas e destroços largados pelo asteroide 3200 Faetonte.
Mais uma vez, a Lua estará perto do radiante, que é a constelação de Gêmeos. Mas isso não significa que os meteoros não serão visíveis, então vale a pena tentar observar caso o céu esteja livre de nuvens.
(Imagem: Reprodução/ITGD Design Team/Vikas Vashisht/Vikram Gautam)
Além da chuva de meteoros, a noite de 19 de novembro também terá um eclipse lunar parcial, quando a Terra passa em frente ao Sol e se alinha com a Lua, mas não tão perfeitamente quanto o alinhamento que ocorre no eclipse total. Assim, a sombra da Terra cobre apenas uma porção da Lua no céu noturno.
O evento será visível no México, na América Central e na América do Sul. Também será uma noite de Microlua cheia, ou seja, quando a Lua cheia estará em seu ponto mais distante da Terra, no apogeu. Em ocasiões como esta, nosso satélite natural fica ligeiramente menor que o habitual.
Em 2021, o destaque fica para o mês de maio, quando haverá um eclipse lunar durante uma Superlua, além do mês de novembro, que trará chuvas de meteoros, conjunções planetárias e outro eclipse lunar para quem estiver aqui no hemisfério Sul — alguns eventos são visíveis apenas em determinados continentes ou hemisférios.
Então, confira nesta matéria os eventos astronômicos mais legais do ano para nós, brasileiros, e se prepare para observá-los!
Eventos astronômicos de março de 2021
Conjunção planetária (9)
Céu do final da madrugada do dia 9 de março de 2021, com Saturno, Júpiter e Mercúrio aparecendo abaixo da Lua (Captura de tela: Canaltech/Stellarium)
Mercúrio, Júpiter, Saturno estarão bem próximos da Lua no dia 9 de março, mas você terá que permanecer acordado às 4h da madrugada para observar a conjunção. A Lua estará no início da fase crescente, então ela aparecerá apenas como um pequeno risco no céu.
Eventos astronômicos de abril de 2021
Superlua (8)
A primeira Superlua do ano será em uma quinta-feira, quando ela ficará ligeiramente maior no céu noturno porque estará no perigeu, ou seja, no ponto de maior aproximação com a Terra. Essa aproximação faz com que nosso satélite natural possa ter um diâmetro até 7% maior e ficar 15% mais brilhante do que o habitual.
Isso ocorre porque a órbita da Lua em torno da Terra não é um círculo perfeito — é elíptica, ou seja, seu trajeto desenha uma oval ao redor do nosso planeta. Com isso, ela tem uma distância mais próxima e outra mais longe do nosso planeta. Quando a temos uma Lua Cheia ao mesmo tempo em que sua órbita está mais próxima à Terra, chamamos de Superlua.
O termo Superlua foi citado pela primeira vez em 1979 pelo astrólogo Richard Nolle, que por sinal propagou algumas ideias errôneas de que o evento estaria relacionado a desastres naturais. Contudo, a proximidade maior da Lua com nosso planeta apenas causa mais efeito sobre as marés, então não há nada a temer.
Marte perto da Lua (17)
Entre as 19h e 21h do dia 17, aproveite para observar Marte perto da Lua. Não haverá um ocultamento nessa ocasião, mas essa aproximação é sempre divertida de se observar. Aproveite também para olhar a estrela Betelgeuse logo à esquerda, perto da constelação de Órion e suas "Três Marias".
Chuva de meteoros Líridas (22)
(Imagem: Reprodução/Yuri Beletsky)
A chuva anual de meteoros Líridas atingirá o pico na noite entre 21 a 22 de abril. A Lua deverá se por no horizonte no início da madrugada, por volta de 1h do dia 22, o que favorecerá a observação das “estrelas cadentes”. Espera-se que vejamos, em média, 18 meteoros por hora.
Essa chuva de meteoros é formada por pó e detritos que se desprendem do cometa Thatcher quando ele passa pelo Sistema Solar, o que acontece uma vez a cada 415 anos. Quando a Terra passa pelo rastro do cometa durante sua órbita ao redor do Sol, alguns fragmentos acabam entrando em nossa atmosfera e queimam ao cair em direção ao solo.
A Líridas é conhecida pela humanidade há bastante tempo. Existem registros dessa chuva de meteoros no livro chinês de crônicas Zuo Zhuan, do ano de 687 a.C., e há também um registro de astrônomos chineses de que, no ano 15 a.C., a Líridas foi um evento impressionante.
Eventos astronômicos de maio de 2021
Chuva de meteoros Eta aquarídeos (5)
A chuva de meteoros Eta Aquáridas atingirá sua atividade máxima entre os dias 5 e 6 de maio. Aqui no hemisfério Sul, a taxa de meteoros visíveis é maior que no hemisfério Norte, com previsão para até 50 por hora. Essa chuva está associada aos detritos do cometa Halley e é conhecida pela alta velocidade de seus meteoros — eles viajam a cerca de 66 km/s em direção à atmosfera da Terra e costumam deixar um rastro brilhante no céu por vários segundos.
Neste ano, a Lua estará muito próxima do radiante, que é a constelação de Aquário. Por isso, mesmo que em fase crescente, o brilho do nosso satélite natural reduzirá um pouco a visibilidade dos meteoros.
Eclipse lunar e Superlua (26)
(Imagem: Reprodução/David Ake/Associated Press)
No dia 26 de maio, haverá eclipse lunar total, que é quando o nosso satélite natural passa pela sombra (umbra) da Terra. Neste ano, o evento vai coincidir com a segunda Superlua do ano, fazendo com que o eclipse ganhe um aspecto ainda mais especial. E se você gosta de nomes estranho, os eclipses lunares totais às vezes também são chamados de Luas de Sangue por causa do brilho laranja-avermelhado que a Lua ganha. Quando isso acontece durante a Superlua, temos uma Superlua de Sangue.
O eclipse será total em países do Pacífico e Leste Asiático, Austrália e oeste da América do Norte, mas aqui no Brasil será apenas parcial. As regões mais privilegiadas serão as mais próximas do Pacífico, ou seja, cidades como Rio Branco, no Acre, onde a Lua terá mais da metade de seu disco encoberto sob a umbra. A Superlua, entretanto, poderá ser apreciada apor todos.
Eventos astronômicos de julho de 2021
Chuva de meteoros Delta Aquarídeas (28)
Todos os anos, a Delta Aquarídeas acontece entre os dias 14 de julho e 18 de agosto, mas a taxa de meteoros por hora atingirá o ponto máximo na madrugada de 28 pra 29 de julho. Seu radiante fica na constelação de Aquário, mais precisamente a estrela Delta Aquarii, e sua história registrada ainda é bastante recente. Essa chuva tem a palavra “austral” em seu nome porque ela é visível principalmente no Hemisfério Sul (austral é um termo relativo à região abaixo da linha do Equador).
Seu cometa de origem permanece em um certo mistério. Embora alguns astrônomos cogitem que a chuva seja resultado dos detritos deixados pelo cometa 96P/Machholz, descoberto em 1986, isso é algo que ainda não é confirmado. Antes, pensava-se que ele se originou dos cometas Marsden e Kracht Sungrazing, por exemplo.
Eventos astronômicos de agosto de 2021
Chuva de meteoros Perseidas (12)
(Imagem: reprodução/ESA/Meteor Research Group/ CILBO)
As Perseidas são uma das chuvas de meteoros mais brilhantes do ano e ocorrem entre 17 de julho e 24 de agosto, com o pico ocorrendo por volta de 9 a 13 de agosto. Também é uma chuva com muitas “estrelas cadentes”, com uma taxa prevista para até 150 meteoros por hora. Entretanto, ela é melhor vista no hemisfério Norte, então pode ser que por aqui essa quantidade seja um pouco menor.
Sua origem é o cometa 109P/Swift-Tuttle, considerado um objeto perigoso para a planeta Terra, por sinal. A trilha de detritos que ele deixa para trás se chama “nuvem Perseida”, e ela fica sempre ali, no mesmo lugar. Sempre que nosso planeta passa por ela, a gravidade atrai alguns desses detritos, que caem em nossa atmosfera e queimam ali mesmo, sem que nenhum objeto atinja a superfície.
Na Perseidas, os meteoros são velozes e brilhantes, e podem deixar rastros que duram alguns segundos. Também podem ocorrer a aparição de bólidos, meteoros muito brilhantes que geram clarões no céu. Com sorte, você verá earthgrazers, que é quando um fragmento espacial atinge a atmosfera em um ângulo muito baixo e termina retornando ao espaço, deixando um rastro mais longo.
Conjunção de Marte e Mercúrio (18)
Uma estreita conjunção de Marte e Mercúrio ocorrerá no dia 18 de agosto, quando os dois planetas estiverem se aproximando do horizonte após o pôr-do-Sol. É difícil dizer que poderemos vê-los durante a aproximação máxima, já que eles desaparecerão por volta das 18h, mas há uma chance para os habitantes das regiões Norte e Nordeste.
Eventos astronômicos de outubro de 2021
Chuva de meteoros Orionidas (21)
(Imagem: Reprodução/Ben Goldstein)
A chuva de meteoros Orionídeas, outra que acontece por causa do cometa Halley, é mais uma das melhores para se observar. Ela acontece entre os dias 15 e 29 de outubro todos os anos e, em 2021, atinge seu pico na madrugada do dia 20 para 21, com até 15 meteoros por hora.
Os meteoros da Orionídeas podem ser muito velozes, chegando a 66 km/s, além dos riscos brilhantes serem bem finos. Infelizmente, a Lua Cheia estará próxima do radiante, o que atrapalhará a visibilidade.
Eventos astronômicos de novembro de 2021
Chuva de meteoros Táuridas do Sul (5)
A Táuridas é dividida em duas chuvas, com meteoros nas cores laranja, vermelho e amarelo e com uma maior duração de visibilidade geral, indo de 21 de outubro a 27 de novembro. Mas é no dia 5 de outubro, com a Táuridas do Sul, que a chuva atingirá o pico, com radiante bem próximo à estrela Aldebaran. Essa estrela fica relativamente perto de Rigel, Betelgeuse e Sirius, que estão entre os objetos mais brilhantes do céu noturno.
A origem dessa chuva é o cometa Encke, embora existam outras fontes de fragmentos também associadas a ela — talvez por um cometa muito maior que, ao se desintegrar, deixou Encke como “herança”, e muitos outros escombros em sua órbita. O sistema de chuva Táuridas tem grande importância científica porque seus resíduos ajudam nas pesquisas envolvendo o cometa Enke, que pode ter tido um papel fundamental na história do nosso planeta.
Vênus perto da Lua (8)
O planeta Vênus estará pertinho da Lua nas noites de 7 a 9 de novembro, um momento legal para observar estes mundos. Infelizmente, a Lua estará no início da fase crescente, então veremos pouco dela durante essa aproximação. O melhor momento de visualização lunar será no dia 8 ou 9, mas Vênus já estará um pouquinho mais distante. Mesmo assim, vale a pena a tentativa.
Chuva de meteoros Leônidas (17)
(Imagem: Reprodução/Jeff Dai)
A chuva de meteoros Leônidas, uma das mais imprevisíveis, terá pico na madrugada de terça-feira (17), com meteoros residuais aparecendo também ao longo das noites seguintes. Durante os momentos de pico, a Leônidas pode proporcionar cerca de 10 a 20 "estrelas cadentes" por hora. Porém, mais uma vez, a Lua Cheia pode atrapalhar um pouco a visibilidade.
Apesar da pouca quantidade de meteoros por hora, esta é uma das chuvas mais deslumbrantes, podendo haver algumas “bolas de fogo” com um tempo de duração maior que o normal. Eles também podem atingir altas velocidades, podendo chegar a 70 km/h.
Essa chuva está associada à passagem do cometa 55P/Tempel-Tuttle, que leva 33 anos para completar uma volta ao redor do Sol. O nome do cometa vem dos dois astrônomos que o descobriram, em momentos diferentes e de modo independente: Ernst Tempel e Horace Parnell Tuttle observaram o corpo celeste em 1865 e 1866, respectivamente. O radiante da chuva, como o nome indica, é a constelação de Leão.
Chuva de meteoros Geminídeas (19)
A última chuva do ano terá pico na noite de 19 de novembro. Trata-se de uma das mais interessantes por ter alta quantidade de meteoros, que são um pouco mais lentos, o que torna o espetáculo mais bonito, podendo chegar a uma taxa de 120 por hora. A Geminídeas é fruto de pequenas rochas e destroços largados pelo asteroide 3200 Faetonte.
Mais uma vez, a Lua estará perto do radiante, que é a constelação de Gêmeos. Mas isso não significa que os meteoros não serão visíveis, então vale a pena tentar observar caso o céu esteja livre de nuvens.
Eclipse lunar parcial (19)
(Imagem: Reprodução/ITGD Design Team/Vikas Vashisht/Vikram Gautam)
Além da chuva de meteoros, a noite de 19 de novembro também terá um eclipse lunar parcial, quando a Terra passa em frente ao Sol e se alinha com a Lua, mas não tão perfeitamente quanto o alinhamento que ocorre no eclipse total. Assim, a sombra da Terra cobre apenas uma porção da Lua no céu noturno.
O evento será visível no México, na América Central e na América do Sul. Também será uma noite de Microlua cheia, ou seja, quando a Lua cheia estará em seu ponto mais distante da Terra, no apogeu. Em ocasiões como esta, nosso satélite natural fica ligeiramente menor que o habitual.
Fique de olho nesses eventos astronômicos que acontecem em 2021
O ano de 2021 terá um eclipse lunar total durante uma superlua em maio e outro eclipse parcial em novembro e trará as chuvas de meteoros anuais
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