Melian
Período composto por insubordinação.
Meio impossível não gostar da lista do Fëanor. Lista linda (que comentarei depois. Tô postando do trabalho, porque meu PC continua desligando). Até pensei em ficar SUPER irritada com ele, por faltar Machado na lista, mas, gente, Gabiel García Marquez e Sagan me deixaram calminha, calminha. Quanto ao café, continuo irredutível. O Paganus pega o seu café, Fëanor.
Fëanor disse:Após muita enrolação, segue aí a dita:
AVISO: prolixidade adiante.
Esse negócio de escolher 5 livros é crueldade pura. Refiz minha lista umas 3 vezes. Tinha começado só com clássicos que a maioria certamente já deve ter lido, e depois mudei tudo.
Foi doído ter que deixar de fora caras como Dostoiévski, Saramago, Kafka, Orwell, Fitzgerald, Shakespeare, Machado, Huxley... e o próprio Tolkien. Muitos já devem saber - ou desconfiar - que meu livro favorito ever é O Silmarillion. Mas a lista ficaria tremendamente sem graça seguindo por esse caminho. Decidi que ela ficaria mais interessante da maneira como vocês a encontram aqui.
É uma lista com obras que, além de me marcar de alguma forma em algum momento, explicam/contêm algumas características da minha personalidade. Mas essas partes eu vou explicando em cada descrição. Por fim, também achei que, sendo uma lista com obras certamente conhecidas mas provavelmente não lidas por muitos, seria mais útil no propósito de servir como sugestão.
E chega de papo, vamos à lista (que não está em ordem de preferência entre essas obras - exceto, creio, pela primeira):
O Chamado da Floresta (The Call of the Wild - Jack London)
Acredito que esse livro é o que mais mexeu comigo até hoje. Identifico-me bastante com a história, com a mensagem apelativa à liberdade, e com o personagem principal - um cão.
Esse cão é Buck, um mestiço de são-bernardo com collie, que leva uma vida pacata com seu dono. Até que, repentinamente, ele é arrancado desse meio e depara-se com outro, oposto. Buck é roubado e levado para o Alasca, onde irá puxar trenós carregados de homens e seus equipamentos em busca de ouro. A vida, até então fácil, torna-se um desafio. Cada dia testa os limites de Buck, e lhe traz novas lições sobre os homens e outros cães. E sobre este mundo selvagem, inóspito.
Pouco a pouco começa a surgir dentro de Buck um espírito até então enclausurado pela domesticação. Mas, a despeito dos instintos selvagens que nascem, ele jamais perde a retidão de seu caráter.
Já li esse livro várias vezes, e quase que invariavelmente eu acabo chorando no final.
O Guia do Mochileiro das Galáxias (The Hitchhiker's Guide to the Galaxy - Douglas Adams)
Escolhi o primeiro livro como representante da série. Tenho uma predileção praticamente idêntica por cada um dos 5 livros, então se era para escolher um, que fosse o primeiro, que carregou o nome para a série toda.
Não poderia deixar de fora essa obra-prima da ficção científica e do humor. Um livro que me faz gargalhar alto, e cujo humor na realidade é o meio escolhido para satirizar as condições humanas. Douglas Adams não poupa ninguém de seu sarcasmo apuradíssimo, e consegue prender você facilmente entre as páginas do livro - que, quando você se dá conta, já chegou ao fim, de tão prazerosa e fluída que é sua leitura.
Cem Anos de Solidão (Cien Años de Soledad, - Gabriel García Márquez)
Dá um nó na garganta só de lembrar dos Buendía - a família cuja história em um povoado isolado é contada ao longo de cem anos.
Não é uma leitura fácil. Muitas pessoas se perdem em meio aos nomes semelhantes dos integrantes da família no suceder das gerações. Mas não é importante lembrar-se de cada personagem, e sim compreender o laço último que os liga: a solidão. É a sina dos Buendía.
E é quando você engole em seco enquanto lê que percebe o quanto a obra tem a dizer sobre a sua própria solidão.
Pálido Ponto Azul (Pale Blue Dot - Carl Sagan)
Sou um grande admirador do trabalho do Sagan. Uma grande pessoa, com grandes pensamentos, que o consagraram como maior divulgador da ciência no século XX. E muitos desses pensamentos estão contidos nesse livro.
Trata-se de um redimensionamento da humanidade, escancarando a realidade de seu contexto, dando-lhe uma lição de humildade. Sagan usa de sua mente científica e cética para fazer reflexões extremamente válidas sobre o homem e sua relação com seu lar - a Terra - e traçar possibilidades para o nosso futuro na exploração do espaço.
O título do livro é inspirado em uma fotografia da Terra, tirada pela sonda espacial Voyager 1.
Vou aproveitar para deixar aqui um vídeo narrado pelo próprio Sagan, com trechos do livro:
Clube da Luta (Fight Club - Chuck Palahniuk)
A maioria deve ter assistido o filme. Se curtiram, leiam o livro.
A busca pelo caos. A guerra contra a conformidade e o socialmente imposto. A solidão (de novo!). Os distúrbios. O sabão. Os explosivos. Tudo num livro só.
"Raymond K. K. Hessel, your dinner is going to taste better than any meal you've ever eaten, and tomorrow will be the most beautiful day of your entire life."
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