Intercenas
Manaós, 9 de junho de 1910, ~ 6:40 - 7:20
Investigadores: Todos
Tendo o grupo decidido que o mais prudente seria passar direto pela cena do "acidente" sem despertar suspeitas, Jerome põe o carro numa velocidade mediana e ultrapassa o trecho da estrada em que o táxi está tombado. Ao cruzar pela multidão, o policial Alberto reconhece os dois patrulheiros que estão vistoriando o carro, e também nota um repórter do
Notícias do Igarapé, que costuma cobrir os eventos policiais, conversando com alguns cidadãos e tomando notas em uma caderneta. A caminhonete mal é notada e eles passam sem problemas a caminho do centro da cidade.
Chegando em Manaós, para além do cansaço físico causado pela noite em claro, a preocupação imediata dos investigadores passa a ser a fome. Resolvem que, antes de decidir para onde ir nessa manhã, o essencial seria alimentar-se bem para aguentar as horas que se seguirão. Assim, Jerome dirige até uma cafeteria simples que conhece e estaciona perto dali.
Quando estão indo para lá, veem na esquina um garoto jornaleiro carregando seus pacotes de jornais e anunciando em brados a manchete do dia:
- EXTRA, EXTRA! SAIBAM TUDO SOBRE O INCÊNDIO NO TEATRO AMAZONAS! EXTRA, EXTRA!
Ouvir essas palavras deixa o grupo sobressaltado. Rapidamente Jim tira uma moeda, paga o garoto e pega um dos jornais. Ainda na rua, na porta da cafeteria, o inglês abre apressado o jornal página daquela notícia. Depois de bater os olhos, ele se acalma e a lê, então, para os colegas:
INCÊNDIO DO TEATRO. FOGO FOI CONTROLADO.
No fim da noite de ontem um princípio de incêndio colocou em risco o Teatro Amazonas. Aparentemente o fogo foi causado por um curto-circuito no painel de controle dos bastidores. O zelador informou que, ao acionar os botões para apagar as luzes do palco, faíscas saltaram do painel, incendiando tecidos e madeiras que estavam naquele local. A ação eficaz dos seguranças e a rápida chegada da Brigada de Incêndio impediram que as chamas se alastrassem e uma grande tragédia ocorresse no maior patrimônio de nossa cidade. Felizmente ninguém se feriu, pouca coisa foi destruída e o teatro não corre o risco de ser interditado, o que confirma a estreia da aguardada peça "O Rei em Amarelo" para o dia 21 próximo. A polícia já está investigando o incidente.
Nagato, por algum motivo, foi o que pareceu mais interessado naquele fato.
Ainda com "a pulga atrás do orelha", os cinco resolvem entrar no estabelecimento, sentar-se e fazer seus pedidos antes de discutir os planos imediatos.