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Bem e Mal

O bem se equilibra sem mal. O mundo não é uma balança. Arda também não é. Tolkien mostrou um mundo com criaturas intrinsecamente más. E esse mal era justamente o fator desequilibrante de Arda.
 
O Bem se equilibra sem o Mal. Arda não.

O equilíbrio não ocorre porque a "quantidade" (se desse para colocar numericamente) do Bem é maior que a quantidade do Mal.

Como definir esse equilíbrio? Ele aconteceria só em um mundo onde só existisse o Bem? Porém, como eu já disse, a liberdade dos indivíduos diminuiria se isso acontecesse. E isso nunca tornaria um mundo mais equilibrado.
 
A liberdade seria retirada se nesse mundo o mal fosse proibido, ou seja, o bem fosse estipulado como obrigatório. Se os indivíduos escolherem pelo bem, não se pode dizer que a liberdade foi retirada, pois foi baseada na decisão deles.

No mundo tolkeniano também há essa liberdade - a de escolha entre o bem e o mal.
 
bicho disse:
No mundo tolkeniano também há essa liberdade - a de escolha entre o bem e o mal.

Exato. Mas, num mundo onde o Mal não existisse, não haveria essa escolha. Então, todos seriam obrigados a viver e praticar o Bem.
 
Não existe bem sem mal. O inverso é recíproco.
Portanto, sem algo que seje conceituado como mal, não haverá nenhum conceito de bem, e assim por diante.
A harmonia reside no equilibrio dessas duas forças, e sua correlação espontânea e contínua.
Em alguns momentos há a sobreposição de um, ou do outro, mas esses ciclos estão dentro do padrão de desvio, não quebrando a lei desse equilibrio.
Em Arda, se o equilibrio ameaçasse ser rompido, Eru teria de intervir.
Foi o que aconteceu na queda de Numenor.
Em nossa realidade porém, não creio numa "intervenção superior".
Se o equilibrio romper-se definitivamente, havrão de se formularem novos conceitos de bem e mal. Conceitos mudam. Bem e mal só existem juntos, e só existem devido aos nossos conceitos e definições.
 
Bem e mal não são conceitos criados, são percebidos. O bem é o equilíbrio em si. O mal é o fator desequilibrante. É claro que pode-se formar conceitos errôneos sobre a realidade percebida, ou seja, essa percepção não garante que será interpretada da forma correta. O bem não se define claramente, mas o mal não pode ser tido como uma negação do bem, não simplesmente por se opor a ele, ou por ser seu antagônico, mas por ser mal em si.
 
bicho disse:
Bem e mal não são conceitos criados, são percebidos.

Trata-se da mesma coisa, pois a partir do momento em que você percebe, você faz um julgamento, bola um conceito. Como a percepção pode variar de pessoa para pessoa, os conceitos elaborados também, logicamente.

bicho disse:
O bem é o equilíbrio em si. O mal é o fator desequilibrante.

Não. Se houver constante predominância do bem sobre o mal, também haverá desequilibrio, logo, o bem em si estaria desequilibrando, e o mal seria fator equiparante, caso viesse a desfazer o predominio do bem.
Equilibrio de bem e mal, é como pesos variáveis numa balança. Nenhum pode ser especificamente taxado de equilibrante ou desiquilibrante. Depende da situação.
 
Acho que a discussão já saiu de Tolkien e partiu pra Filosofia mesmo...rs

Fëanor ¥ disse:
Trata-se da mesma coisa, pois a partir do momento em que você percebe, você faz um julgamento, bola um conceito. Como a percepção pode variar de pessoa para pessoa, os conceitos elaborados também, logicamente.

Então há uma realidade externa que faz diferença na criação do conceito. Essa realidade é independente da cultura geral de uma sociedade. O conceito formado não altera a forma da realidade, que pode ser percebida, de igual ou diferente maneira, por outro grupo.

Fëanor ¥ disse:
Equilibrio de bem e mal, é como pesos variáveis numa balança. Nenhum pode ser especificamente taxado de equilibrante ou desiquilibrante. Depende da situação.

O bem é o fator sustentador da balança, não um dos pesos. O mal pende para a destruição. Para algo existir, tem que haver pelo menos algo bom. Para haver equilíbrio total, deve existir apenas bem. Não há como existir apenas mal, pois um mundo com apenas mal caminharia para uma auto-destruição.
 
bicho disse:
Então há uma realidade externa que faz diferença na criação do conceito.

Óbvio que há. Impossivel formular um conceito sem uma percepção do ambiente externo. Já dizia Descartes: "Nada está no intelecto que não tenha passado pelos sentidos."

bicho disse:
Essa realidade é independente da cultura geral de uma sociedade.

De modo algum. A cultura de uma sociedade é um dos principais fatores, se não o principal, na formulação de conceitos e "modelagem" da realidade. As pessoas fazem julgamentos e tomam atitudes geralmente de acordo com a realidade e cultura nas quais estão inseridas. Dentro dessa cultura podem haver variações e contradições, obviamente, devido à individualidade de cada pessoa. Mas de maneira alguma isso isenta a importância da cultura coletiva.

bicho disse:
O bem é o fator sustentador da balança, não um dos pesos. O mal pende para a destruição. Para algo existir, tem que haver pelo menos algo bom. Para haver equilíbrio total, deve existir apenas bem. Não há como existir apenas mal, pois um mundo com apenas mal caminharia para uma auto-destruição.

Não, não pode haver um mundo com apenas mal.
Mas não pode haver um com apenas bem, pois, além disso ser utópico, inalcançável, a partir do momento em que só existisse bem, novos conceitos de mal seriam feitos, pois o bem existe devido à comparação com o mal, que é seu oposto.
Da mesma maneira, não haveria uma definição para o mal se não houvesse o bem, para mostrar o que o mal é.
Assim, o bem não pode existir sozinho. O mal não é uma existência em si, mas sim tudo aquilo que julgamos que o é.
Assim, constantemente vamos julgar as coisas como boas e más.
Nada existe sem seu oposto.
Se o mal o mal acabasse, o mesmo aconteceria como bem.
 
bicho disse:
O bem é o fator sustentador da balança, não um dos pesos. O mal pende para a destruição. Para algo existir, tem que haver pelo menos algo bom. Para haver equilíbrio total, deve existir apenas bem. Não há como existir apenas mal, pois um mundo com apenas mal caminharia para uma auto-destruição.

Além do que o Fëanor ¥ disse sobre novos conceitos do mal serem formados, se em algum momento fosse decretado que há só o bem, rapidamente haveria um ato de mal. O mal não é algo que pode ser retirado do espírito, é algo que pode ser praticado mesmo sem intenção e mesmo com o livre-arbítrio.
 
Nob disse:
bicho disse:
O bem é o fator sustentador da balança, não um dos pesos. O mal pende para a destruição. Para algo existir, tem que haver pelo menos algo bom. Para haver equilíbrio total, deve existir apenas bem. Não há como existir apenas mal, pois um mundo com apenas mal caminharia para uma auto-destruição.

Além do que o Fëanor ¥ disse sobre novos conceitos do mal serem formados, se em algum momento fosse decretado que há só o bem, rapidamente haveria um ato de mal. O mal não é algo que pode ser retirado do espírito, é algo que pode ser praticado mesmo sem intenção e mesmo com o livre-arbítrio.

Sim. Considerei um mundo com apenas bem só teoricamente. É impossível para o homem ser apenas bom.
 
Fëanor ¥ disse:
De modo algum. A cultura de uma sociedade é um dos principais fatores, se não o principal, na formulação de conceitos e "modelagem" da realidade. As pessoas fazem julgamentos e tomam atitudes geralmente de acordo com a realidade e cultura nas quais estão inseridas. Dentro dessa cultura podem haver variações e contradições, obviamente, devido à individualidade de cada pessoa. Mas de maneira alguma isso isenta a importância da cultura coletiva.

A sociedade "modela" os conceitos sim, mas são vislumbres da realidade. Tais conceitos podem ser deturpados em relação à verdade.
 
Nesse ponto concordamos, visto que realmente a percepção da realidade não ocorre adequadamente/corretamente em muitos casos, devido à uma interpretação errada ou à um estereótipo cultural imcompativel, causando a formulação d um conceito erroneo. O modo como percebemos a realidade nem sempre é "real". Na verdade acho qua na maioria das vezes não o é.
 

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