Re: Albuns conceituais!
Goba disse:
Demétrio, Camel é rock progressivo apenas ou trabalha sob o nome de alguma vertente (kraut rock, etc)?
Goba,
CAMEL é rock progressivo típico sim, inclusive é uma banda que iniciou sua carreira ainda na primeira metade dos anos 70. Na verdade, embora não tão famoso quanto Pink Floyd, Genesis, Yes e Jethro Tull, o Camel foi e continua sendo hoje outro grupo seminal do rock progressivo inglês. Contava originalmente em sua formação com Andrew Latimer (guitarra, flauta e vocais), Pete Bardens (teclados, vocais), Doug Ferguson (baixo) e Andy Ward (bateria), formação esta com a qual gravou aqueles que são considerados por muitos como sendo os melhores discos de sua carreira, a saber (em ordem cronológica):
- Camel – 1973
- Mirage – 1974
- The Snow Goose – 1975
- Moonmadness – 1976
A partir de 1977 começaram a sair alguns membros da formação original, primeiramente o Ferguson e depois o Bardens. Houve muito entra-e-sai nessa fase intermediária do Camel (final dos anos 70 e primeira metade dos anos 80), principalmente de músicos egressos do grupo Caravan (Richard Sinclair, David Sinclair e Jan Schelhaas), do Kayak (Tom Scherpenzeel), Happy The Man (Kit Watkins) e até do ex-Genesis Anthony Phillips, além de outros como Mel Collins e Colin Bass (este último pertencente à banda até hoje).
Fazem parte dessa fase os seguintes discos:
- Rain Dances – 1977
- A Live Record (Live) – 1978
- Breathless – 1978
- I Can See Your House from Here – 1979
- Nude – 1981
- The Single Factor – 1982
- Stationary Traveller – 1984
- Pressure Points (Live) – 1985
Depois disso houve um período de hibernação, tendo Latimer (a esta altura único membro remanescente e dono definitivo do nome Camel) finalmente voltado à carga em 1991 com novo disco e gravadora própria (a Camel Productions), apresentando o excelente Dust and Dreams e iniciando com ele uma nova fase de discos belíssimos na história do Camel, comparados aos melhores de seus bons tempos, de volta ao estilo que tanto o caracterizou – melodias arrebatadoras, longas passagens instrumentais, presença marcante da guitarra, teclados e flauta e arranjos vocais de grande suavidade e beleza. São dessa terceira fase os seguintes discos:
- Dust and Dreams – 1991
- Never Let Go (Live) – 1993
- Harbour of Tears – 1996
- Coming of Age (Live) – 1997
- Rajaz – 1999
- A Nod And A Wink – 2002
A marca registrada no som do Camel são os solos de guitarra do Andy Latimer. São solos de encher o coração da gente de tão bonitos, repletos de pura emoção realmente. Verdadeiros hinos do rock progressivo como Lady Fantasy (do disco Mirage), Lunar Sea (do disco Moonmadness), a emocionante Ice (do disco I Can See Your House from Here), a também belíssima faixa título do disco Stationary Traveller, dentre muitas outras pérolas musicais, nos dão o testemunho da incrível capacidade do Latimer de compor melodias realmente maravilhosas. Teclados também têm papel importante na música do Camel, notadamente nos primeiros discos, nos quais o Pete Bardens (lamentavelmente falecido há poucos anos, vítima de câncer) deixou sua marca também.
Um detalhe curioso é que, muito embora a música do Camel seja bastante melódica e suave para os padrões do Metal, por exemplo, o líder da banda Opeth, Mikael Akerfeldt, é um fã declarado da banda e algumas músicas do Opeth realmente apresentam fortes elementos do Camel, a exemplo da belíssima "Harvest", do disco Blackwater Park.
Demétrio.