Felagund
Usuário
Mas ai corremos os risco de ser anacrônicos não é? Afinal, o perfil "adolescente problema" é típico do século XX inteiro, a infância mesmo é um paradigma existente em toda a segunda parte da modernidade, é difícil analisar tal conceito sendo que todas as pessoas vivas viveram esse paradigma sociológico de infância/adolescência. Eu pelo menos não consigo perceber diferenças significativas entre os adolescentes dos anos 60, 70 e os atuais. Claro, os meios mudaram, mídia, internet, governo e a própria forma da sociedade e governo reagirem aos jovens mudou muito (especialmente nas medidas de "proteção", como o isolamento de crianças e jovens de temas adultos, os interditos ao consumo de bebidas e etc), porém os problemas da adolescência são retratados em diversos livros durante todo o século XX sendo bastante parecidos, apesar de os meios onde eles se desenvolvem serem diferentes. É uma discussão longa e muito interessante, porém acredito que ninguém vivo possa dizer que viveu uma realidade jovem muito diferente das que se vivem hoje.Eu concordo com os que disseram que a falta de educação do adolescente não é algo novo.
Mas até que ponto, ao dizermos "adolescente é assim mesmo", não estamos essencializando a discussão. Evidentemente há uma dimensão que vem do próprio desenvolvimento biológico, hormonal, whatever. Mas não podemos negar que a própria idéia de "adolescência" é uma construção histórica, sujeita a apropriações e ressignificações. Isto é, essas representações sociais são dinâmicas. O conceito de adolescente que temos não é o que nossos pais ou avós tiveram.
A figura do "adolescente problema" realmente não é nova. Mas há uma série de novas questões a respeito que se entrelaçam à discussão: o bullying, exemplo acima mencionado, é uma preocupação nova no campo da psicologia, não?
A pergunta que me coloco é a seguinte: até que ponto essa nova geração em rede não possui maiores recursos para extravasar essa agressividade que lhe é inerente? Até que ponto os novos recursos midiáticos influenciam em novos comportamentos generalizados dentro de determinada faixa etária?
É claro que entrar nessa de "na minha época é melhor", nesse tipo de discussões valorativas, é uma armadilha. Mas ainda assim é possível estabelecer parâmetros de comparação.
E foda-se!! Os desenhos da minha época eram melhores!!
Tá, parei...
Última edição: