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Adolescentes

Clara

Perplecta
Usuário Premium
1 - Sábado passado, eu estava tranquilamente no meu quintal e um casal de adolescentes passou em frente a minha casa.
O rapaz, vendo meus gatos dentro de casa, largou o braço da garota que estava com ele, enfiou a cara no portão e gritou: "Demoooonios!!!"
Diante da minha cara de: :ahn?: ele vai embora rindo com a menina.

2 - Hoje, por volta das 18:30, estou no ponto de ônibus quando passam duas garotas, acho que nem adolescentes ainda, talvez uns dez ou onze anos. Calças justíssimas, blusinha curta, cantando bem alto, no meio da rua, um daqueles trecos chamados funk, repleto de palavrões e (o que é pior) erros de gramática e concordância.
E ainda param no ponto e continuam "cantando" aquilo, pra meu desespero e de um homem que as olhava, abestalhado.

Isso são apenas dois exemplos recentes.
Já perdi a conta das vezes que adolescentes e crianças do meu bairro e da minha rua me fizeram tremer e até chorar de pura raiva.

Fiquei pensando que a idade e a cidade em que vivo estão me deixando intolerante e mal-humorada, então, hoje me deparei com a coluna do Régis Tadeu no Yahoo, que transcrevo para vocês, mas antes pergunto: está tudo assim mesmo, tão ruim? Ou eu (e o colunista) é que estamos neurastênicos?
Porque, lamento dizer, eu concordei com tudo o que o colunista e o músico escreveram.=/

Ignorância e falta de educação são as marcas de uma geração de adolescentes

Caso você não o conheça, vou apresentá-lo. O pianista André Mehmari é um dos maiores pianistas do Brasil atualmente, um músico/arranjador/compositor/multiinstrumentista que tem como principal qualidade, além de sua técnica primorosa, o trânsito fácil e livre que consegue estabelecer entre os universos da música erudita e da música popular brasileira e o jazz. Ele chegou a vencer um Prêmio Visa de MPB Instrumental e vários concursos de composição erudita, já tocou ao lado de grandes cantoras como Ná Ozzetti e Mônica Salmaso, e tem seis discos lançados, todos excelentes. Você pode assistir abaixo dois exemplos desta competência instrumental:

http://www.youtube.com/watch?v=ONCBXPoCSBo

Bem, feitas as apresentações, vamos ao motivo que me levou a escrever a respeito dele hoje, mais precisamente, a uma terrível experiência pela qual ele passou e que dá bem a medida dos tempos em que vivemos hoje. Peço permissão para colocar abaixo o texto que ele escreveu em sua página no Facebook. Leia com atenção, por favor...
“Há uns dias participei como convidado especial de um projeto musical educacional, para jovens de escolas públicas, de 10 a 12 anos, aqui perto de São Paulo. Levaram uma ótima banda, fizeram um roteiro bem bolado e caprichado com atores de primeira, e na segunda parte, a pedido da produção, entrei no palco, feliz da vida para falar de (Ernesto) Nazareth e anunciar as canções que se seguiriam.
Ao som de berros e injustificáveis vaias irracionais, ouvi toda sorte de grosseria: ‘sai daí, filho da puta!’ ‘Vai tomar no ...!’, Vai se f....!’
Fiquei um tanto cabisbaixo, mas segui quase firme. Com muito orgulho, falei um pouco desta música. Acompanhado por um supermúsico amigo - o percussionista e compositor Caito Marcondes -, toquei desconcentrado e ainda estupefato uma suíte de maxixes ‘nazarethianos’ abraçando uma ária de opera. É, eu queria falar para eles desta coisa bonita da Musica, de não ter fronteiras, a não ser na cabeça de medíocres e preconceituosos.
Mas a fronteira ali estava tão antes de qualquer pensamento, de qualquer diálogo. Tudo tão aquém de qualquer desenvolvimento, que abaixei a cabeça e levei mecanicamente a apresentação até o final, acreditando que se tocasse para um único par de ouvidos férteis naquela plateia de 600 jovens pessoas já teria valido meu esforço, minha confiança na vida.
Sei bem que educação é sempre desafio e que o Brasil encontra-se muito longe de ter estrutura e pessoal adequado.
Meu apelo aqui fica para os pais, que acreditam que a educação de um filho se dá na escola. Ela se dá principalmente em casa, neste nível fundamental da formação do caráter de um ser humano. Não coloquem filhos no mundo se não estão aptos e dispostos a dar uma formação cuidadosa e apaixonada a estes novos seres.
E estou farto deste discurso politicamente ‘soft-new-age-correto’ e praticamente inefetivo, de aceitar tudo e botar panos quentes em tudo que um jovem faz e diz. Acredito que ele tem consciência de seus atos e cabe aos mais experientes apontar problemas, olhar esta turma como nossos semelhantes que, em poucos anos, estarão ocupando importantes cargos e funções.
Educação é invariavelmente feita com amor e dedicação e estas são responsabilidades primordiais dos pais, depois da escola e da experiência. De qualquer maneira agradeço a oportunidade de tocar para aqueles jovens, mesmo tendo sofrido agressões que me ofenderam. Sei que aqueles que ouviram saberão me agradecer no futuro. E estarei plenamente recompensado e tranquilo!”
Quem acompanha o que escrevo neste honrado espaço sabe bem o que penso a respeito desta molecada nos dias atuais. Para quem não sabe, vou repetir numa boa: salvo raríssimas exceções, toda uma geração de adolescentes brasileiros se transformou em uma manada de asnos!
É isto mesmo o que você acabou de ler. Sem tintas douradas ou palavras suaves. A realidade nua e crua é exatamente esta. Quem é pai ou mãe sabe exatamente o que quero dizer. Nos dias atuais, professores se transformaram em seres com nervos em frangalhos, com o espírito esgotado e abalado por terem que lidar com pequenos bucéfalos, precocemente empurrados para a vala da ignorância por causa do meio em que vivem, seja a família, os amigos e até mesmo a própria escola.
Meninos e meninas são capazes de sugar o bom humor de quem quer que seja, tão rapidamente quanto as palavras ásperas, os gritos e a violência verbal que emanam de suas bocas sujas e cérebros já necrosados. Conversando com professores, a opinião é unânime: sala de aula é hoje um lugar onde reina a insanidade. Capacidade de cognição e momentos de sensibilidade por parte destes adolescentes é visto como um autêntico milagre de natureza divina.
E quero deixar claro: isto não tem nada a ver com classe social e poder aquisitivo! Há uma horda de adolescentes cretinos milionários, ricos, pobres e miseráveis. A burrice e a falta de educação não fazem distinção.
O que aconteceu com o talentoso pianista André Mehmari em um teatro municipal de Campinas, mais precisamente no bairro da Vila Industrial, é sintomático da total falta de educação e bons modos de toda uma geração. Basta dar uma olhada no meu perfil do Twitter para ver a quantidade de ofensas pesadas – e que se multiplicam como moscas – toda vez que escrevo a respeito de ídolos musicais desta garotada sem cérebro. Palavrões cabeludíssimos escritos por meninas que sequer tiveram a sua primeira menstruação e meninos que nem conhecem o significado do termo “punheta”. Dá vontade de fazer vasectomia no dia seguinte...
Infelizmente, a escola não é mais capaz de propiciar aquela camada de civilização que complementava a educação familiar. Basta ver a quantidade de vídeos que inundam o You Tube com cenas de violência contra professores, colegas de classe e funcionários para sacar que toda uma geração de jovens já encara o seu semelhante como um rival, um adversário a ser derrotado de qualquer maneira, nem que seja preciso ir armado para as aulas. O fato de nenhum destes pequeninos monstros não reconhecer a autoridade no ambiente escolar é o retrato inequívoco da falta de autoridade dentro de casa. Não reconhecer isto é negar a existência de qualquer parâmetro de civilidade.
E há outro problema, tão sério quanto este: a superficialidade imediatista que vê sendo imposta a todos nós diariamente pelos meios de comunicação. Em um País que teoricamente prima pela “diversidade”, cada vez mais somos esbofeteados por estratégias de marketing desenfreadas, que tentam nos obrigar a tomar a cerveja “X”, vestir a roupa “Y” e comprar o carro “Z” para que ninguém se sinta... diferente! É o fim da picada!
Precisamos acabar com este papo de que “povo não gosta de cultura e arte”, que vem nivelando a programação das emissoras de TV e rádio a níveis abaixo do rasteiro. Temos que acabar com esta conversa de que “tudo é arte”, disseminada por pseudointelectuais de padaria, que defendem a ideia de que as classes menos favorecidas intelectualmente produzam a sua própria “cultura” e deixem de olhar para o passado ou para outras vertentes de informação e conhecimento. Para estes palhaços com pinta de sociólogos da PUC, tudo bem que isto resulte nos “Naldos”, “Lek Leks” e “quadradinhos de oito” da vida, pois é “cultura de um povo”. Cultura uma ova!
Ah, o nome do tal projeto do qual André participava chama-se Ouvir Para Crescer. Que ironia nauseante, não?
 
E eu que pensava que estava "envelhecida" quando me peguei pensando "mas esses adolescentes de hoje em dia estão bem idiotas...."
É realmente algo muito preocupante.... nós , como sociedade, estamos andando para trás... a ignorância está cada vez maior. Estranho porque vivemos em um mundo que o conhecimento está a um toque de distância... não é por falta de dinheiro... 1 hora em uma lan house chega a valer R$ 2,00... um folha impressa vale r$ 0.30... é como o texto diz.. a ignorância está atingindo os ricos e os pobres...
acabei de descobrir o que é esse quadrado de 8... mas que coisa ridícula... meu Deus... cadê os pais dessas meninas que ficam com a traseira para cima???
 
Trabalho com adolescentes na ONG, e posso dar uns testemunhos (só Jesus na causa, né). Falta de educação, interesse em estudar e falta de respeito com figuras de autoridade (a professora é chata, o pai é idiota e por aí vai) são os nossos principais problemas lá.
 
Eu sou considerado velho por muitos e até o cara mais chato das pessoas que assim me consideram( ex: amigos da minha " namorada " ). Mas realmente o respeito está em falta. Eu mesmo respeito o gosto musical, como o funk, de muitas pessoas que curtem esse estilo de musica e queria ser respeitado por minhas escolhas tb. Antigamente ,e isso á 10 anos atrás, não se viam tanta ignorância assim. As coisas " evoluíram " em tão pouco tempo que dá medo oque vem pela frente. Bom Post Clara V. ,vejo que só estou cercado de bons conservadores .
 
Sou adolescente, mas tenho que dizer, a falta de educação ultrapassa os limites do tolerável. Vou citar um exemplo que aconteceu comigo. As pessoas prestam uma prova para entrar em um curso técnico, onde deveriam aprender uma profissão, e fazem oque ? Ficam ouvindo funk com o alto falante no máximo. Quer escutar funk ? Sem problema, mas os outros não são obrigados a gostar do mesmo " estilo musical " que você.
 
Olha, eu dei aula no estado para a mulecada adolescente e de verdade, me lembrou muito o que eu vi quando era estudante.
Pode ser que por eu ser novo eu e meus colegas possamos fazer parte dessa "geração desrespeitosa", porém minha avó e minha mãe foram diretoras e professoras durante anos e as duas afirmam que adolescente sempre foi razão de crise de nervos. Já cansei de ver minha mãe voltando querendo socar um aluno e tendo crise nervosa. Realmente, tratar com eles é dificil pra cacete, porém não consigo ver essa exclusividade toda nesta geração de agora que nunca tivesse existido nas anteriores próximas.

E quanto as meninas se vestirem com 12 anos como "piriguete"... Bem, isso também nem é tão novo assim vai. Quem não lembra da época do "É o Tchan", em que toda garotinha queria usar aqueles shorts/calcinha da Carla Perez na escola?

E bem, quanto ao funk, realmente ele caiu de vez no gosto popular da mulecada, que também nunca foi parametro de bom gosto (ou vamos nos esquecer que um dia gostamos de Menudos, Backstreet boys, É o Tchan, Bonde do Tigrão e todas essas outras porcárias das nossas épocas?). Certo, o funk é mais agressivo, tem letra pesada e explicita, mas o choque que nós levamos ao ver jovens ouvindo esse tipo de musica deve ser os mesmo que os pais de antigamente tiveram quando viram suas filhas rebolando com Elvis Presley ou falando que foram convidadas "para um tal de suruba" com o Mamonas.

Sei lá, eu tento tomar todo o cuidado pra não virar aquele tipo de cara mais velho que eu sempre desprezei quando era mais novo: O saudosista de um tempo que não existiu, fingindo que a musica pop de quando nós tinhamos 14 anos era "muito" superior aos dos dias atuais, que os nossos blockbusters eram muito mais divertidos que os atuais, que a nossa infancia vai ser sempre superior as das gerações futuras e que nós, quando adolescentes, eramos muito mais respeitadores que os atuais.
 
Desta vez eu concordo com o Felagund, rs! Afinal de contas, eu lembro que os adolescentrs da minha epoca eram trrmendos idiotas... Isso nao chega a ser exclusividade de agora. Ha 10, 12 anos atras ja se rrclamava do.bonde do.tigrao, da mae loira, enfim... E tbm na oitava serie minha turma uma vez fez tanto.barulho que nao deixou um grupo de teatro se apresentar... Enfim, isso sempr existiu, creio

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Perdoem a ma digitacao, teclado do celular... uu
 
Concordo com todos. Mas tenho a impressão que a situação piorou de uns anos pra cá.
Minha sogra é professora da rede pública e ela dá aula para crianças de 7 , 8 anos. E sabe o que os alunos dela fazem?
Dois meninos seguram uma menina e um outro menino vai e beija a menina. Na boa, véi, ehehhe na minha época não tinha isso não!
Eu ando na rua e vejo meninos de 8 anos xingando "vai se f.." poxa gente! hehehehehe
 
adolescente é complicado mesmo. antes de dar aula para adolescentes, eu dizia para minha chefe que não queria, pq detestava adolescente. mas muitos dos meus melhores alunos eram adolescentes. bagunceiros? ô. mas sabiam os limites em sala de aula, eram inteligentes e tinham senso de humor. troquei livros, cds e filmes com alunos, tive ótimas conversas e dei muita risada com eles. converso com alguns até hoje em dia, e fico feliz em ver que estão se tornando excelentes adultos. então veja bem, não estou dizendo que as pessoas postando aqui estão erradas ao comentar sobre a falta de educação dos adolescentes, mas só acho isso é uma característica da idade, não da geração. quando eu estava no primeiro ano do segundo grau, lembro que minha turma ficou orgulhosa de ter feito uma professora chorar e pedir demissão. minha turma da 6 série tinha orgulho de ser considerada "a pior sexta série que o lourdão já teve". coisas assim. e tipo, isso há 20 anos. e como o felagund apontou, o lance das meninas dançando funk, ó esse gif aqui:

tumblr_lhifwb7MPK1qcginwo1_500.gif


as menininhas estavam com roupinha de tchan porque tinha concurso pra criança dançar na boquinha da garrafa. wtf. e isso tem aí uns 15 anos. enfim, como disse: característica da idade, não de uma geração.
 
Isso é verdade, na minha 6 serie tinha competição pra ver qual ia ser a pior turma do ano, mais já no primeiro e segunda ano competiamos para ser os melhores, então não e problema de geração é da idade. A tendência e só melhorar não é?
 
O saudosista de um tempo que não existiu, fingindo que a musica pop de quando nós tinhamos 14 anos era "muito" superior aos dos dias atuais, que os nossos blockbusters eram muito mais divertidos que os atuais, que a nossa infancia vai ser sempre superior as das gerações futuras e que nós, quando adolescentes, eramos muito mais respeitadores que os atuais.

Concordo com isso que você disse. Foram encontradas placas com escrita cuneiforme, datadas de um milênio antes de Cristo, que diziam que os jovens daquela época não respeitavam tanto os mais velhos quanto a geração passada. A juventude é assim desde tempos imemoriais
 
Concordo e discordo e incluo meus dois centavos.

Pra mim a história de adolescentes estarem "piores" é como falar que o país está mais violento.
Estatisticamente a violência cai ano após ano, de uma forma lenta, mas cai, o que aumenta é a nossa percepção dela.
Onde quero chegar? Bem não é o adolescente que tá pior, é a divulgação que está maior. 10 anos atras quando eu tinha 15 anos, eu conhecia muito adolescente que é tão ignorante quanto os de hoje, a diferença que eles não tinham acesso a internet como se tem hoje. Hoje tudo vira foto e cai nas redes sociais, ficamos logados o dia inteiro, então somos diariamente exposto a esse tipo de comportamento, enquanto tempo atras, só sabíamos daquilo que estava dentro da area que nos cercava.
 
Pois é, acho que o Felagund disse quase tudo. E falo isso pois esse sentimento nostálgico é pra mim um verdadeiro câncer na nossa sociedade.

Não digo que o sentimento nostálgico em si seja um câncer. Na verdade, é claro que o sentimento nostálgico é algo bom, pois, de resto, o passado é a maior riqueza que nós temos. Agora o problema é quando começa essa conversa de que no meu tempo as coisas não eram assim, que as coisas descambaram... Falo isso porque tenho colegas que cresceram comigo e que vejo falando esse tipo de coisa, mas eu sempre fico assim: "wtf? Cara, nós só temos 20, 25 anos."

O problema é quando usamos o passado como um parâmetro de valor. E como com a internet ficou inegavelmente mais fácil o contato com nosso passado (quantas vezes compartilham no facebook coisas que nem nos lembrávamos?), esse sentimento nostálgico ganha um relevo maior, um relevo recorrente.

Por exemplo, quando o autor do artigo diz:

Precisamos acabar com este papo de que “povo não gosta de cultura e arte”, que vem nivelando a programação das emissoras de TV e rádio a níveis abaixo do rasteiro. Temos que acabar com esta conversa de que “tudo é arte”, disseminada por pseudointelectuais de padaria, que defendem a ideia de que as classes menos favorecidas intelectualmente produzam a sua própria “cultura” e deixem de olhar para o passado ou para outras vertentes de informação e conhecimento. Para estes palhaços com pinta de sociólogos da PUC, tudo bem que isto resulte nos “Naldos”, “Lek Leks” e “quadradinhos de oito” da vida, pois é “cultura de um povo”. Cultura uma ova!

Ah, aí o cara joga bosta no ventilador. Tem muita coisa errada aí... O problema não está em falar que tudo é arte ou que tudo é cultura, mesmo porque Lek Lek é também cultura. O problema é que ele aplica esses conceitos a um juízo de valor, como se o Lek Lek não fosse cultura, fosse apenas algo descartável etc e tal. Quando na verdade são discussões distintas o saber se X é cultura ou se não é cultura ou se X é melhor que Y.

Claro que a discussão fica bem mais ampla, mas isso não é uma novidade da geração atual. Eu mesmo me lembro que na minha adolescência pedi pra minha mãe um CD do Bonde do Tigrão. E ela me deu um CD Pirata.

Agora confesso que não tenho muito contato com adolescentes. O contato que tive não se diferencia muito do que eu também vivi como adolescente, então não sei dizer se a coisa está realmente assim... Mesmo porque a adolescência é uma fase crítica do desenvolvimento humano. E é natural que existam pessoas, em famílias desestruturadas ou outro problema de raiz diversa, que não saibam lidar com esse tipo de transformação em seu corpo. E, como não tem ou perspectiva ou ninguém que possa ajudá-lo (por mais que o adolescente não peça ajuda, acho que o simples fato de ter alguém que possa dar ajuda já é uma coisa), aí, bem como a criança que não tem do quê brincar durante a tarde, vai buscar alguma forma de entender ou de aplacar aquelas mudanças que estão ocorrendo. Se o ser humano não tem alguém que lhe ensine como viver no mundo, ele se joga no mundo.

O que pode estar rolando hoje em dia é que, com a internet, esse adolescente entra nessa mesma internet que, "desgovernada" por definição, o inclui numa infinidade de coisas. Ele está solto num fluxo informacional que é de fato maior que o que a maioria de nós cresceu e conviveu, mas que não necessariamente seja conduza a caminhos tão distintos como o autor desse artigo apontou.
 
Última edição:
Sei lá, me parece que vocês resumiram tudo ao saudosista babaca que, diante de uma criança mal criada vem com o papo de "no meu tempo não era assim", e deixaram de lado o principal de toda essa história, que foi o depoimento do artista.

Definitivamente não sou do tipo que acha que as coisas era melhores antigamente (seja esse antigamente há 5, 20 ou 30 anos) não tenho muitas boas lembranças de minha infância e menos ainda da adolescência, e nas péssimas recordações desses períodos incluo muito das minhas atitudes.

Resumindo, não acho que eu era mais educada quando criança ou menos insolente quando adolescente, mas de fato, não imagino eu ou qualquer outra criança, na escola, quando tinha 11 anos, fazer isso (mandar um artista tomar no **) numa apresentação (qualquer que fosse) ou enfiar a cara numa casa estranha e berrar sei lá o quê e sair rindo tranquilamente como se fosse uma coisa bacana. :think:

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Apenas acrescentando uma coisa que já queria escrever desde ontem.

Qual o limite entre você não ser um adulto saudosista de araque (aquele do “no meu tempo...”) e o adulto omisso que, diante de um bulling não se envolve, ou diante dessa grosseria que fizeram com o artista, finge que está tudo bem, por que, afinal, “é coisa de adolescente” ?

Qual o limite que você impõe pra sua filha ou filho pra que ele ou ela não tenha que enfrentar uma gravidez juvenil, ou pior, uma DST ou vício em drogas?
 
Apenas acrescentando uma coisa que já queria escrever desde ontem.

Qual o limite entre você não ser um adulto saudosista de araque (aquele do “no meu tempo...”) e o adulto omisso que, diante de um bulling não se envolve, ou diante dessa grosseria que fizeram com o artista, finge que está tudo bem, por que, afinal, “é coisa de adolescente” ?

Qual o limite que você impõe pra sua filha ou filho pra que ele ou ela não tenha que enfrentar uma gravidez juvenil, ou pior, uma DST ou vício em drogas?

opa, calma lá. quando comentei que adolescente é assim mesmo não falei que era oba-oba. adolescente é babaca justamente porque ainda está no meio do processo de educação. se vc cruza os braços e deixa o adolescente deitar e rolar, ele será um adulto babaca, e esse é o problema. tem que dar bronca ou ainda, apontar o que é errado, sim.
 
Ocorre que existe muita energia improdutiva acumulada (a mente desocupada é a oficina do diabo). Zona de conforto, drogas, mind virus... Enquanto a disponibilidade descontrolada desses recursos aumentar a tendência será de o adolescente querer testar os educadores com armas cada vez mais pesadas e sofisticadas.

Boa parte do climão de "vale tudo" estagnado na economia do mundo tem a ver com o fato de que as pessoas estão com muitas dívidas mas que não percebem que estão endividadas (zonas de conforto abusivo) e o jovem é o que menos nota que ficou empobrecido.

Os hikikomoris no Japão muitas vezes só conseguem sair do ritmo quando os pais param de mandar mesada ou falecem e são forçados pela fome a arrumar uma maneira de correr atrás do prejuízo.

Pra piorar esses casos são de pessoas inteligentes que ficam assim. É uma lógica parecida com a do crime, as pesquisas indicam que ao contrário do que se imagina um assassino possui geralmente inteligência acima do normal (precisa planejar, dominar e derrotar uma vítima que é algo complexo). Existe um fomento para preguiça e sem-vergonhice (tem até quem goste de ser safado) outros possuem péssimas famílias e por aí vai... E se a sociedade é molenga e protege os preguiçosos (igual a nossa) vai achar que todo mundo tem problema de saúde quando na verdade é um erro de diagnóstico (é um aluno escondendo falta de empenho).

As escolas precisam voltar a ter o senso de propósito que tinham, de exigir a formalidade. Os pais e a escola não devem mascarar a realidade, vendendo ilusões e ensinando a informalidade e o chulo. Porque no futuro emprego o cliente cobra o melhor e o melhor é estável e estruturado igual a formalidade. Ou seja, sem que o adolescente saia do estado de dívida em que se encontra diante da sociedade torando-se produtivo ele vira um candidato ao ostracismo maquiado pela tecnologia.
 
Última edição:
opa, calma lá. quando comentei que adolescente é assim mesmo não falei que era oba-oba. adolescente é babaca justamente porque ainda está no meio do processo de educação. se vc cruza os braços e deixa o adolescente deitar e rolar, ele será um adulto babaca, e esse é o problema. tem que dar bronca ou ainda, apontar o que é errado, sim.

Então, Anica.
Não falei específicamente da sua, mas da maioria das opiniões aqui.

Acho que é mais um problema dos adultos do que propriamente dos adolescentes, sabe?
O que me deixou mais atônita foi o depoimento do artista, não do colunista (que eu já li vários textos dele falando quase a mesma coisa e sei que ele é assim, do tipo que já vem chutando o balde).
Nem me interesso em discutir se funk é cultura ou o escambau. Não é isso.

O que me deixou, sei lá, curiosa? preocupada? foi essa declaração do Felagund:

Sei lá, eu tento tomar todo o cuidado pra não virar aquele tipo de cara mais velho que eu sempre desprezei quando era mais novo: O saudosista de um tempo que não existiu, fingindo que a musica pop de quando nós tinhamos 14 anos era "muito" superior aos dos dias atuais, que os nossos blockbusters eram muito mais divertidos que os atuais, que a nossa infancia vai ser sempre superior as das gerações futuras e que nós, quando adolescentes, eramos muito mais respeitadores que os atuais.

Então.
Onde termina o cuidado pra não se tornar esse "adulto que ele desprezava" e começa o adulto negligente que acha que quem deve educar é a escola (ou o Estado, ou os avós, ou a babá ou os vizinhos)?

Por que pra mim, até onde vi e concordei com o colunista do artigo e o músico do depoimento, foi que o problema ali era de pura educação dos jovens que não sabiam se comportar diante de uma apresentação.
Quer dizer, pelo jeito não teve nenhum adulto ali que levantasse, pegasse um microfone e fizesse o povo respeitar os artistas.

Provavelmente por terem esse medo do Felagund de se tornar um adulto desprezível diante dos olhos dos adolescentes?
Será que é isso?
 
Resumindo, não acho que eu era mais educada quando criança ou menos insolente quando adolescente, mas de fato, não imagino eu ou qualquer outra criança, na escola, quando tinha 11 anos, fazer isso (mandar um artista tomar no **) numa apresentação (qualquer que fosse) ou enfiar a cara numa casa estranha e berrar sei lá o quê e sair rindo tranquilamente como se fosse uma coisa bacana.
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Eu estudei no Colégio Objetivo, e lá sempre rolou o FICO (Festival Interno do Colégio Objetivo), e várias bandas famosas sempre foram, brasileiras e até uma vez internacional. Antigamente era no Ginásio do Ibirapuera, e era liberado bebida (isso mesmo, bebida para alunos do colegial), podia fumar a vontade, e sempre que entrava alguma banda que alguém não gostava, era xingamento a torto e a direito, inclusive um "Ei, Lobão, vai tomar no cu" em coro da plateia inteira, e isso na época que minha mãe estudou lá. Eu mesmo fui várias vezes no FICO (e no começo do meu colegial ainda podia beber e fumar dentro da Via Funchal, pois o festival saiu do Ibirapuer ae foi pra lá) e todo vaiou sonoramente o Supla e a Piti, pq todo mundo queria ver o Charlie Brown.

Adolescente é assim mesmo, minha vó conta que no baile de 15 anos dela deu maior problema pq as garotas colocaram Elvis para tocar no baile e os pais acharam aquilo um absurdo.

Vaiar um pianista é terrível, mas no Rock in Rio de 2011 não ensaiaram uma vaia ao Elton John? E lá não era só adolescente não. Acho que o problema é que já a tempos os jovens nao se interessam por musica erudita, e portanto, quando em grupo, reagem dessa forma babaca, pq adolescente em grupo É babaca, eu fui muito, meus alunos são, meus tios fora, todos fomos.

Eu nunca gritei pra nenhum gato, mas adorava provocar um pastor que ficava em uma casa vizinha ao meu colégio, botando a mão dentro do portão e esperando ele dar o bote, para depois tirar a mão e ficar rindo. É babaca? Claro que é, mas porra, eu tinha 12, 13 anos, que tipo de maturidade pode se pedir de alguém nessa idade?

Qual o limite entre você não ser um adulto saudosista de araque (aquele do “no meu tempo...”) e o adulto omisso que, diante de um bulling não se envolve, ou diante dessa grosseria que fizeram com o artista, finge que está tudo bem, por que, afinal, “é coisa de adolescente” ?

Qual o limite que você impõe pra sua filha ou filho pra que ele ou ela não tenha que enfrentar uma gravidez juvenil, ou pior, uma DST ou vício em drogas?
Mas pera lá po, o adolescente cantar funk, falar essas putarias todas e ser mal educado não quer dizer que ele é alguém promíscuo. Tem que educar adolescente mesmo, é uma tarefa difícil, todo pai sofre pra conseguir, porém é parte da idade, com o tempo e com uma educação adequada a mulecada melhora.

E eu particurlamente sou bastante saudosita, adoro falar dos filmes, jogos, musicas e até mesmo dos lugares que eu frequentava quando era mais novo, porém não fico fazendo julgamento axiológico do meu tempo com o dos outros, pq odiava quando era mais novo o povo mais velho falando "vcs são a pior geração que tem, não souberam o que é diversão de verdade e bla bla bla".
Po, eu lembro com saudades da época que quando atendiam o telefone a minha net caia, da dificuldade para baixar musicas, dos jogos com gráficos simples e profundidade e etc, mas não acho que isso formou meu caráter e que os jovens de hoje com a banda larga, jogos com super velocidade e com bandas diferentes da minha época estejam piores, acho que é o momento deles aproveitarem e serem babacas mesmo, melhor ser babaca agora do que depois de velho.

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O que me deixou, sei lá, curiosa? preocupada? foi essa declaração do Felagund:



Então.
Onde termina o cuidado pra não se tornar esse "adulto que ele desprezava" e começa o adulto negligente que acha que quem deve educar é a escola (ou o Estado, ou os avós, ou a babá ou os vizinhos)?

Por que pra mim, até onde vi e concordei com o colunista do artigo e o músico do depoimento, foi que o problema ali era de pura educação dos jovens que não sabiam se comportar diante de uma apresentação.
Quer dizer, pelo jeito não teve nenhum adulto ali que levantasse, pegasse um microfone e fizesse o povo respeitar os artistas.

Provavelmente por terem esse medo do Felagund de se tornar um adulto desprezível diante dos olhos dos adolescentes?
Será que é isso?
Não tem nada disso, eles não fizeram pq sabe que, com adolescentes em grupo, isso seria impossível, só aumentaria as vaias, achar que com um "bate papo" vai controlar 600 adolescentes é loucura.

E virar esse velho saudosista que eu desprezo mesmo é achar que toda a geração posterior a sua é pior do que a própria e as anteriores, que a musica piorou, que a educação piorou, que a violência aumentou, que o respeito acabou e etc, isso simplesmente não existe, é saudosismo de um tempo que nunca existiu, igual meu avô e seus amigos que insistem em dizer que na época da ditadura não tinha crime, que os jovens da época dele não usavam drogas e etc. É simplesmente errado, é romantizar o passado pq está totalmente deslocado no presente, e isso eu NUNCA vou querer virar mesmo, essa pessoa que fantasia o passado por ter medo do presente.

Agora realmente, adolescente precisa de limites, precisa ser educado e etc, mas não pode esquecer que eles são adolescentes, cheios de hormônios, duvidas, conflitos e que querer tratar eles como "jovens adultos" é atirar no pé, esperar muita coisa deles não existe, a única coisa a se esperar de adolescentes é que eles cresçam.
 
Mas pelo que entendi do post do Felagund, ele fala do adulto que usa o discurso nostálgico como parâmetro de valor, no sentido de que seu passado, sua história foi melhor que a do adolescente hoje. Quando o autor do artigo diz que a adolescência de hoje virou uma uma manada de asnos, ele parece dar a entender que a coisa ficou assim, do nada. Brotou. Quando, como você disse, os adultos também possuem uma culpa nisso tudo, pois, de resto, se o passado dessas pessoas foi tão maravilhoso, como o presente está tão horroroso?

Vou tentar falar um pouco das perguntas que você propôs:

Onde termina o cuidado pra não se tornar esse "adulto que ele desprezava" e começa o adulto negligente que acha que quem deve educar é a escola (ou o Estado, ou os avós, ou a babá ou os vizinhos)?

O adulto que o Felagund e eu nos referimos é o adulto que diz que seu passado foi o melhor. O limite é quando você percebe que o passado é pura e simplesmente um parâmetro subjetivo, e um boneco do Fofão que foi fabricado às pencas tem um valor diferente pra um, um valor diferente pra outro. O limite é quando passamos a respeitar vidas, histórias. Meu pai jogava peão na rua, eu jogava Beyblade e a criança hoje joga online.

Agora, já atrelando uma possível resposta ao que creio que você quis perguntar, sobre qual seria o limite entre o adulto visto como chato pra adolescência e o adulto que não tá nem aí, bem, nesse caso o critério é mais bagunçado, pois o adolescente quer liberdade mas não sabe lidar com a liberdade. É a hora em que ele começa a responder mal para o pai e, como naquela página do Bode Gaiato:

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Não sei se tem como agradar os dois lados. Não sou pai, mas imagino que para quem seja a coisa deva ser complexa, mesmo porque, como diz aquele programa do Içami Tiba, quem ama educa. De fato, mas o adolescente nem sempre vê essa educação como algo legal, e às vezes quer cair pra fora e pode até mesmo ver esse adulto como algo desprezível. Por exemplo, eu odiava o fato de que minha mãe ia na escola pegar meu boletim, quando a mãe de tantos colegas meus não iam. Eu queria a liberdade, mas não sabia o que era aquela liberdade.

Então, pode ser sim que tenha faltado um adulto pra pegar o microfone e ter dito: "Ô BANDO DE MACACO! FECHA O BICO!"

Mas também faltou a família, o estado, os avós, a babá, os vizinhos. Educação não é um nem outro, mas todos. Faltou, por exemplo, educação não na família do Joãozinho, mas na família do Zequinha, o descolado da turma, que começou os xingamentos: e como é na adolescência que a ânsia de pertencer a um grupo aflora à flor da pele, é perfeitamente comum que mesmo aquele adolescente de boa família tenha gritado "viado!" pro artista.

Poxa! Aqui na Pecuária de Goiânia mataram um estudante. Mas o que me chamou a atenção nisso foi que no vídeo, em determinado momento, no meio da confusão, entrou um maluco rumando o chute em todos que estavam ali. A polícia perguntou pra ele o que merda ele tinha na cabeça, e ele respondeu: "Queria sentir a sensação de brigar". Lembro duma vez que andava de ônibus e num longo trajeto de 20 a 30 minutos uns moleques atrás de mim conversavam sobre brigas na escola, sobre o filho X do policial Y que era faixa preta em não sei o quê... Era só briga, briga!

E eu cresci ouvindo isso! Aliás, eu era meio que A exceção na minha sala, pois nunca briguei com ninguém.

Mas voltando ao exemplo do artista, como nós vivemos numa sociedade homofóbica, e como a adolescência é a idade em que o indivíduo começa a se incluir na sociedade de fato, e sem o intermédio familiar, então o fato dele xingar "viado!" pro artista lá na frente não se torna uma questão tão absurda assim. A sociedade adora dizer que não é homofóbica, mas adora invadir a privacidade do homossexual pra gritar "viado!". Pra gritar "viado!" pro homossexual que anda de short curto na rua. Pra achar que isso é falta de vergonha, que ISSO é falta de educação. Educação é só estar lá na escola rapando a merenda.

Então se a pessoa não tem um parâmetro básico, ou um meio que lhe permita regular ou criar um esteio, ela grita mesmo "viado!" no meio de um show. Não sei dizer, sinceramente, até que ponto essa geração possui isso em níveis menores que os outros, mesmo porque o adolescente de hoje entra em contato com essas coisas a partir da internet e com mais facilmente. E a internet é, e forma ainda mais complexa e profunda, um ambiente de privacidade e não-privacidade. É quando uma pessoa coloca sua intimidade e tem essa intimidade observada.

Pegue isso num país que ainda está aprendendo a usar a internet. Conheço pessoas de bem, pessoas sérias que postam coisas na internet de assustar. O cara coloca coisas ali que, se fossem ditas da boca pra fora, ao vivo e a cores, essa pessoa seria, sei lá, detida. Pois acha que internet é anonimato, sei lá.

E o adolescente está no meio disso. Se não existe um preparo, mesmo um preparo para usar a internet, a coisa complica... Pois, por exemplo, sei lá, ele vê o pai postando que viado tinha que apanhar pra virar macho na internet. Vê a comunidade evangélica dizer que Deus castigou os jovens da boates KISS porque "não estavam rezando".

Ou vê o coleguinha ao lado, pois está solto nesse mundão de Deus, e esse coleguinha não tem esteio familiar, social, enfim. Na minha adolescência, as crianças iam pra rua. Hoje, vão pra internet. E, por mais que eu não garanta que eu xingaria o músico, eu, conhecendo quem fui durante a adolescência, confesso que no mínimo comentaria "que baitola!" depois da apresentação.
 
Última edição:
Eu concordo com os que disseram que a falta de educação do adolescente não é algo novo.
Mas até que ponto, ao dizermos "adolescente é assim mesmo", não estamos essencializando a discussão. Evidentemente há uma dimensão que vem do próprio desenvolvimento biológico, hormonal, whatever. Mas não podemos negar que a própria idéia de "adolescência" é uma construção histórica, sujeita a apropriações e ressignificações. Isto é, essas representações sociais são dinâmicas. O conceito de adolescente que temos não é o que nossos pais ou avós tiveram.
A figura do "adolescente problema" realmente não é nova. Mas há uma série de novas questões a respeito que se entrelaçam à discussão: o bullying, exemplo acima mencionado, é uma preocupação nova no campo da psicologia, não?
A pergunta que me coloco é a seguinte: até que ponto essa nova geração em rede não possui maiores recursos para extravasar essa agressividade que lhe é inerente? Até que ponto os novos recursos midiáticos influenciam em novos comportamentos generalizados dentro de determinada faixa etária?
É claro que entrar nessa de "na minha época é melhor", nesse tipo de discussões valorativas, é uma armadilha. Mas ainda assim é possível estabelecer parâmetros de comparação.

E foda-se!! Os desenhos da minha época eram melhores!! :mrgreen:
Tá, parei... :cerva:
 

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