Coiote
Fallin´
Reportagem de Veja dessa semana:
Entre a batuta e a guitarra
Como a Finlândia se tornou a
pátria dos maestros – e da
praga do heavy metal melódico
Sérgio Martins
Ao contrário dos russos ou dos alemães, que emplacaram dezenas de compositores no cânone da música erudita, a Finlândia tem, até hoje, um único nome de que se orgulhar nessa área – o de Jean Sibelius (1865-1957). De alguns anos para cá, entretanto, os finlandeses começaram a tomar a dianteira da música clássica por outro flanco: o país está se tornando conhecido como um nascedouro de grandes regentes. Atualmente há finlandeses no comando de muitas das principais orquestras do mundo – como o carismático Esa-Pekka Salonen, diretor da Filarmônica de Los Angeles, o respeitado Sakari Oramo, que substituiu o lendário sir Simon Rattle na Orquestra Sinfônica de Birmingham, e Osmo Vänskä, que transformou a antes sonolenta Sinfônica de Minnesota num dos dez melhores conjuntos dos Estados Unidos. Vänskä é um dos dois maestros convidados para a temporada de 2006 da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (o outro é Leif Segerstam, diretor artístico da Filarmônica de Helsinque, que chega em abril). Em entrevista a VEJA, Segerstam disse que em seu concerto, em abril, inevitavelmente terá peças de Sibelius. "Mas farei questão de apresentar também uma das minhas 150 sinfonias", afirmou o ativo regente-compositor.
O curioso é como os finlandeses chegaram a tal posição de destaque no cenário erudito: literalmente em razão de uma penada. Desde a década de 50, quando o governo se empenhou na criação de escolas de música, a matéria é obrigatória no currículo escolar do país, e a partir do ensino básico. A medida ajudou a formar não apenas bons instrumentistas, compositores e regentes, mas também um público informado e exigente – condição imprescindível para que um ambiente musical floresça de fato. O Estado bancou, além disso, a construção de numerosos conservatórios, a fim de que os melhores alunos pudessem prosseguir em sua instrução musical. Hoje existem no país de apenas 5 milhões de habitantes nada menos do que 95 escolas de música. A maioria é gratuita ou custa muito pouco (ao menos para os padrões finlandeses). A principal é a Academia Sibelius, que gerou os mais famosos maestros finlandeses e mantém uma orquestra à disposição dos pupilos. "Os alunos obedecem a uma disciplina rígida. Eles têm de se esmerar na condução de balés, até se sentirem seguros para reger obras maiores", explica Matti Hyökki, um dos responsáveis pela academia.
Graças a essa disciplina, os regentes finlandeses tiram de letra a eventual má vontade das orquestras de outros países. "Primeiro, eles nos convidam para reger Sibelius, porque acreditam que um finlandês o mostrará sob sua melhor luz. Daí descobrem que provavelmente teremos capacidade de conduzir compositores de qualquer nacionalidade", brinca Vänskä, que regeu sua Sinfônica de Minnesota numa gravação da Quarta e da Quinta sinfonias de Beethoven definida como "antológica" pela crítica internacional. Leif Segerstam já chegou a enfrentar competição em sua própria seara. "Certa vez, um integrante da Sinfônica de Chicago discordou do meu Sibelius. Eu lhe dei uma aula de como as partituras desse compositor foram pessimamente transcritas pelos americanos. Daí ele sossegou."
A investida na educação musical dos finlandeses gerou, porém, um efeito colateral inesperado: a praga do heavy metal melódico, que mistura rock pesado com música clássica e lembra o aborrecidíssimo rock sinfônico dos anos 70. Na Finlândia, esse gênero é tão popular quanto o pagode no Brasil. Em toda esquina existe um grupo assim. A piada corrente é que os astros do metal melódico são, na verdade, a turma que tirou notas ruins na Academia Sibelius. Uma dessas ex-alunas da Sibelius é Tarja Turunen, ex-vocalista do Nightwish – um ícone do heavy metal finlandês –, que mais parece saída de uma ópera de Wagner do que de uma banda de rock (e que, de fato, confessa que não sabia nada de rock até entrar para o grupo). Outro caso curioso é do Apocalyptica, formado por três violoncelistas que tocam hits do heavy metal sob uma leitura, digamos, "erudita". Um deles, Perttu Kivilaakso, é violoncelista da Filarmônica de Helsinque – e nunca teve coragem de mostrar os frutos de seu "bico" ao chefe, o regente Leif Segerstam. No que depender do maestro, a situação vai continuar exatamente como está. "Respeito", diz Segerstam, com ar de quem respeita muito pouco, "mas não tenho tempo para esse tipo de coisa."
É incrível a ignorância da mídia não-especializada quanto ao heavy metal moderno.É só ver a definição de metal melódico do cara.Na verdade,Sergio Martins é um dakeles criticos de musica q deixou de acreditar na música qdo Lennon foi assassinado
Bem,discutamos aki naum apenas a reportagem mas também os rumos do metal melodico.
Entre a batuta e a guitarra
Como a Finlândia se tornou a
pátria dos maestros – e da
praga do heavy metal melódico
Sérgio Martins
Ao contrário dos russos ou dos alemães, que emplacaram dezenas de compositores no cânone da música erudita, a Finlândia tem, até hoje, um único nome de que se orgulhar nessa área – o de Jean Sibelius (1865-1957). De alguns anos para cá, entretanto, os finlandeses começaram a tomar a dianteira da música clássica por outro flanco: o país está se tornando conhecido como um nascedouro de grandes regentes. Atualmente há finlandeses no comando de muitas das principais orquestras do mundo – como o carismático Esa-Pekka Salonen, diretor da Filarmônica de Los Angeles, o respeitado Sakari Oramo, que substituiu o lendário sir Simon Rattle na Orquestra Sinfônica de Birmingham, e Osmo Vänskä, que transformou a antes sonolenta Sinfônica de Minnesota num dos dez melhores conjuntos dos Estados Unidos. Vänskä é um dos dois maestros convidados para a temporada de 2006 da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (o outro é Leif Segerstam, diretor artístico da Filarmônica de Helsinque, que chega em abril). Em entrevista a VEJA, Segerstam disse que em seu concerto, em abril, inevitavelmente terá peças de Sibelius. "Mas farei questão de apresentar também uma das minhas 150 sinfonias", afirmou o ativo regente-compositor.
O curioso é como os finlandeses chegaram a tal posição de destaque no cenário erudito: literalmente em razão de uma penada. Desde a década de 50, quando o governo se empenhou na criação de escolas de música, a matéria é obrigatória no currículo escolar do país, e a partir do ensino básico. A medida ajudou a formar não apenas bons instrumentistas, compositores e regentes, mas também um público informado e exigente – condição imprescindível para que um ambiente musical floresça de fato. O Estado bancou, além disso, a construção de numerosos conservatórios, a fim de que os melhores alunos pudessem prosseguir em sua instrução musical. Hoje existem no país de apenas 5 milhões de habitantes nada menos do que 95 escolas de música. A maioria é gratuita ou custa muito pouco (ao menos para os padrões finlandeses). A principal é a Academia Sibelius, que gerou os mais famosos maestros finlandeses e mantém uma orquestra à disposição dos pupilos. "Os alunos obedecem a uma disciplina rígida. Eles têm de se esmerar na condução de balés, até se sentirem seguros para reger obras maiores", explica Matti Hyökki, um dos responsáveis pela academia.
Graças a essa disciplina, os regentes finlandeses tiram de letra a eventual má vontade das orquestras de outros países. "Primeiro, eles nos convidam para reger Sibelius, porque acreditam que um finlandês o mostrará sob sua melhor luz. Daí descobrem que provavelmente teremos capacidade de conduzir compositores de qualquer nacionalidade", brinca Vänskä, que regeu sua Sinfônica de Minnesota numa gravação da Quarta e da Quinta sinfonias de Beethoven definida como "antológica" pela crítica internacional. Leif Segerstam já chegou a enfrentar competição em sua própria seara. "Certa vez, um integrante da Sinfônica de Chicago discordou do meu Sibelius. Eu lhe dei uma aula de como as partituras desse compositor foram pessimamente transcritas pelos americanos. Daí ele sossegou."
A investida na educação musical dos finlandeses gerou, porém, um efeito colateral inesperado: a praga do heavy metal melódico, que mistura rock pesado com música clássica e lembra o aborrecidíssimo rock sinfônico dos anos 70. Na Finlândia, esse gênero é tão popular quanto o pagode no Brasil. Em toda esquina existe um grupo assim. A piada corrente é que os astros do metal melódico são, na verdade, a turma que tirou notas ruins na Academia Sibelius. Uma dessas ex-alunas da Sibelius é Tarja Turunen, ex-vocalista do Nightwish – um ícone do heavy metal finlandês –, que mais parece saída de uma ópera de Wagner do que de uma banda de rock (e que, de fato, confessa que não sabia nada de rock até entrar para o grupo). Outro caso curioso é do Apocalyptica, formado por três violoncelistas que tocam hits do heavy metal sob uma leitura, digamos, "erudita". Um deles, Perttu Kivilaakso, é violoncelista da Filarmônica de Helsinque – e nunca teve coragem de mostrar os frutos de seu "bico" ao chefe, o regente Leif Segerstam. No que depender do maestro, a situação vai continuar exatamente como está. "Respeito", diz Segerstam, com ar de quem respeita muito pouco, "mas não tenho tempo para esse tipo de coisa."
É incrível a ignorância da mídia não-especializada quanto ao heavy metal moderno.É só ver a definição de metal melódico do cara.Na verdade,Sergio Martins é um dakeles criticos de musica q deixou de acreditar na música qdo Lennon foi assassinado
Bem,discutamos aki naum apenas a reportagem mas também os rumos do metal melodico.
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