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A importancia de se ter uma religiao

Você acha importante seguir uma religião seja o cristianismo, o catolicismo, espiritismo, budismo e outras? Se sim por que?

Eu me considero agnóstico( mas não ateu) mesmo tendo feito catequese, crisma e primeira comunhão na igreja católica e eu assisto aula bíblica de graça na igreja aqui perto de casa.

Eu tenho alguma crença em Deus e alguma crença na Bíblia mas eu não pauto minha vida em relação a isso e não pretendo fazer batismo e nem virar membro da igreja. Eu acredito muito mais na ciência mesmo e pra mim Deus é mais como um tipo de "lei da física" do que um ser todo poderoso que criou tudo. Não tenho costume de rezar. Encaro a Biblia mais como uma matéria de literatura. Acho interessante mas não muita importancia.

Eu acho interessante o espiritismo( acredito um pouco em fantasmas e espíritos) mas também não tenho convicção e também não dou muita importancia para isso pra mim é possível ter crenças mas sem modificar sua vida para praticar uma religião.
 
Sim.

Porque mesmo sem ter religião a sua vida é pautada por valores que você nunca vai conseguir reduzir a um pensamento puramente secular, por mais que você tente. A ideologia mais materialista ou neutra tem suas origens na escatologia cristã ou no universalismo helenístico, a moral ocidental está fincada no Tanach (Bíblia hebraica), nossas instituições jurídicas estão alicerçadas no Direito canônico da Igreja católica, nos mitos pagãos gregos e especialmente romanos e na lei judaica, nossos sistemas políticos se originam de teorias platônicas e aristotélicas com fortes tons esotéricos e pré-gnósticos.

Isso para não falar nas inúmeras realizações da cultura, artes, literatura, tudo com óbvias e fecundas influências religiosas e esotéricas. Nossa ciência mesmo, por mais que seja diferente da ciência antiga ou medieval, devem a teorias e rudimentos de pesquisas de pensadores islâmicos, cristãos e hindus seus fundamentos.

Eu acho muito difícil me embrenhar no terreno da cultura, e preciso fazer isso para compreender o mundo em que vivo, prescindindo da religião, do estudo dos fenômenos religiosos. Eles estão na base da civilização, até quando muitas vezes parecem atentar contra a civilização corrente, pois a religião pode tanto ser conservadora e parasitária quanto revolucionária e progressista, a depender das circunstâncias históricas e igualmente espirituais.

Agora sobre ter uma religião... Isso já é mais complicado.

Acredito que passei nos últimos anos a entender que meus interesses intelectuais nas religiões não têm absolutamente nada a ver com minhas aspirações espirituais. Acredito que esses estudos podem estimular alguém na fé, gerar interesse e alimentar a espiritualidade, mas podem ter, se isentos e realmente imparciais e cientificos, o efeito exatamente oposto. Podem destruir a fé. Foi assim que minha fé no cristianismo foi estatelada ao longo de muitos anos de estudo, não apenas teológico como histórico e antropológico, e percebi que por mais que admire intelectualmente as religiões hindus, por exemplo, não servem para mim, ou suas estruturas de iniciação, cultos, e seus valores não se coadunam com os meus. Tenho uma grande admiração por elas, mas é especialmente filosófica e estética, mas não me relaciono com seus símbolos senão de forma muito emocional e pouco profunda.

Hoje entendo que posso levar esses estudos sem ficar bitolado com pertencer a alguma dessas religiões, e isso é saudável. Tanto que recomendo isso a quem não possui nenhuma, ou é ateu ou agnóstico, não para se converterem, mas para aprenderem sobre elas, aprendendo, assim, sobre sua importância perene, seu valor profundamente humano, suas realizações culturais e morais, sua história, e seu valor fundante e fundamental para a cultura. Evitaria também leituras reducionistas dos fenômenos religiosos, os quais tendem a interpretá-los por algum viés ideológico ou pseudo-científico, ou mesmo religioso como o fazem as disciplinas teológicas (portanto, nada parciais) de História da Igreja, teologia dogmática, antropologia bíblica etc.

Falando expressamente sobre o valor profundo da espiritualidade, eu acredito ser muito perigoso não pertencer a alguma estrutura iniciática ou religiosa, é como sair em uma chuva torrencial sem guarda-chuva e capa. O mundo espiritual não é sempre agradável, belo e inocente, porque é expressão direta das leis cósmicas, objetivas e impessoais, e é afetado indiretamente pelo livre-arbítrio dos seres conscientes. Apenas a moral pode ser pouco, e sabemos como podemos cair de elevados princípios morais facilmente, de modo que não pertencer a uma linha espiritual legítima e reconhecidamente tradicional é correr grande risco. Além disso, quanto ao envolvimento pessoal, até emocional, não sei se ele é tão necessário, pode ser até danoso, porque nossas emoções e vontades mudam e isso pode nos levar a caminhos inesperados e que não planejaramos inicialmente. Acho que a emoção pode ser um grande combustível para a vida espiritual, em qualquer via, tradição ou atividade em que nos envolvermos, mas não pode ser a única sob pena de nos vermos como em um relacionamento que começou bem, como uma lua de mel, mas que pode ficar tóxico, desagradável e rançoso e nem sempre é fácil arranjar o divórcio. E toda ligação espiritual profunda deixa sequelas...

Olhando minha própria caminhada no judaísmo, as dificuldades financeiras que isso enseja, o obstáculo da comunidade judaica brasileira que é tão fechada e isolada, a dificuldade de se ter um amparo espiritual fácil, e o estado frequente de abandono em que parecemos estar, me impressiono com s liberdade que isso engendrou. Se não possuo dinheiro para comer kasher ou celebrar muitas Festas como se deve, por outro lado, o pouco que vou conquistando é unicamente meu, e será passado aos meus descendentes que, sendo filhos de mãe judia como espero que sejam, não precisarão passar pelo que estou passando. Se a comunidade é um obstáculo para mim agora, não mais será depois de uns anos, as portas das sinagogas já começam a ser abertas e não só meus descendentes como eu mesmo não entrarei pedindo desculpas, licenças e muito menos exigindo ser reconhecido como igual, primeiro porque já entrarei conquistando meu espaço de direito, e segundo, sem esmorecer para trabalhar pela comunidade da melhor forma que puder. Se não existe um líder religioso bajulando você em troca de bajulação de volta, ou somas enormes de dinheiro, aprendi a contar com amparo espiritual unicamente em D'us, nos instrumentos de conhecimento e estudo que a tradição nos lega e a não confiar em gurus para restabelecer minha saúde espiritual, e sim nos meus próprios esforços e intelecto. O judaísmo é uma tradição essencialmente de estudo e de prática. Acho que quero dizer com isso é que a liberdade espiritual que encontrei no judaísmo, no povo de Israel, sem ser uma religião está, paradoxalmente, justamente nas restrições de liberdade e conforto emocional que ela impõe, e exige de você trabalho duro para conquistar seu espaço, investimentos, gana para estudar e aprender e independência intelectual para tirar suas próprias conclusões a partir dos ensinamentos dos sábios, aplicar seu entendimento com sabedoria, e coragem para perseguir sua própria linha de pesquisas. É uma religião muito acadêmica, sem ser nem religião nem filosofia, é essencialmente uma nação em constante movimento e aprendizado, aprendendo e ensinando. É a vida espiritual que eu sempre quis ter: difícil, livre e autenticamente recompensadora.

Mas não me considero, em nenhum momento, ter encontrado a religião verdadeira, meu caminho, ou qualquer dessas outras baboseiras. Não sei qual meu caminho daqui pra frente, nem se vou perseverar nela até o fim. Só sei que estou onde sempre quis estar, onde deveria estar, justamente porque estou sempre em movimento.
 
Última edição:
Não me considero seguidor fiel de uma religião específica, porque me considero aberto a conhecer e vivenciar novas experiências religiosas seja numa casa kardecista, umbandista, budista e por aí vai.
 
Existe uma diferença entre ter uma crença pessoal (ainda que compartilhada com outros) versus orientar toda a sua vida e forma de julgar o mundo e as pessoas em torno de um grupo ritualístico (ainda que dominante).

E acho que minha escolha de palavras já expressa minha opinião...

Se não me falha a memória, budismo não se enquadra como religião. Budistas não professam uma fé em torno de uma deidade (Buda é um humano-exemplo e um estado que mortais podem alcançar, não um criador/entidade) nem cultuam nenhuma figura de adoração. Seria mais como uma filosofia de vida. Eu sei que é comum, todo mundo faz isso, mas incluir budismo como religião seria quase como considerar veganismo uma religião pra algumas pessoas é mesmo.
 
Existe uma diferença entre ter uma crença pessoal (ainda que compartilhada com outros) versus orientar toda a sua vida e forma de julgar o mundo e as pessoas em torno de um grupo ritualístico (ainda que dominante).
Qual a diferença? Nenhuma crença, não só as religiosas, é individual. Todas são socialmente formadas, compõe nossos valores e nossa forma de julgar o mundo. E como julgamos, mesmo que não tenhamos religião, é sempre influenciado por elas, de alguma forma.

Você pode ler sobre algum culto obscuro na internet e tentar reproduzi-lo (como neo-pagãos), que a base escritural ou pelo menos ritualística é socialmente construída, pertence a um povo etc. Não é algo que você inventou sozinho, ainda que faça adaptações. A única possibilidade seria inventar a própria religião, mas isso é ainda mais fora de propósito, porque religião é eminentemente social.

Eu não consigo conceber como uma prática religiosa individual fora de uma vivência comunitária possa virar algo mais do que lamber o próprio saco. Pode ser uma coisa minha mas... Não tem jeito, o jeito que você interpreta Escrituras sem o apoio de uma comunidade ancestral de outros comentadores e intérpretes será vazio e pobre, toda oração e mantra recitado está ancorado em gerações atuais e posteriores de monges e santos que as escreveram e viveram, e a meditação mais profunda e interior teve seu princípio em uma longa tradição de tentativa e erro. O próprio Buda mencionado não nasceu em uma tabula rasa, é produto do seu tempo e surgiu como reação aos debates filosóficos da escolas ortodoxas hindus, seu próprio ateísmo é uma resposta ao monismo vedantino. O ideal de homem dele nada tem a ver com o self-made Man aos moldes capitalistas e ocidentais: a estrutura comunitária dos grupos e escolas budistas o comprova.

A própria distinção entre visão pessoal e individual da espiritualidade e uma religião formal é extremamente complexa, como o comprova a história da mística. Grandes movimentos religiosos nasceram de uma pulsão individual e profética, como o próprio cristianismo, e o próprio cristianismo mantém estruturas individuais para se viver a espiritualidade, como o eremitismo monástico. Mas mesmo nessas estruturas ascéticas, e na intenção do fundador, está um elemento social indeclinável: a Igreja como Corpo de Cristo, a nação de Israel, a ummah Islâmica, as comunidades monásticas budistas e os ashrams etc. Mesmo no interior de comunidades com uma espiritualidade muito interior, o elemento social é vital e importante.

É claro que religiões muito formais e institucionalizadas frequentemente se sentem ameaçadas em seu poder com movimentos espirituais muito vigorosos. É compreensível. Por mais bem estabelecida teológicamente que a hierarquia religiosa seja, ela não consegue controlar com dogmas e diretivas morais manifestações mais irracionais e apaixonadas, que são comuns no misticismo. Foi assim que Roma sempre desconfiou, procurou controlar e, na pior da hipóteses, perseguir e destruir certos tipos de misticismo. Os judeus piedosos não receberam bem os êxtases jubilosos do chassidismo de Baal Shem Tov. E por aí vai... Mas eventualmente, seja de uma forma domesticada ou se adaptando a essas novas exigências, o tecido social acaba absorvendo essas manifestações e arrumando um lugar para elas, e se transmutando no processo.

Então nada contra quem não pratica uma religião e tem vida espiritual, mas a pessoa se engana. Mesmo sem saber, sem frequentar qualquer grupo, desde o momento que você crê em algo ou pratica alguma coisa, você está totalmente inserida na religião.
 
Então nada contra quem não pratica uma religião e tem vida espiritual, mas a pessoa se engana. Mesmo sem saber, sem frequentar qualquer grupo, desde o momento que você crê em algo ou pratica alguma coisa, você está totalmente inserida na religião.
É mesmo? Mas acreditar na minha opinião em algo é natural para qualquer pessoa assim como muita gente acredita em vida alienígena e adora ver filmes e ler livros de ficção sobre isso( mas isso não é uma religião - eu também acredito em vida extraterrestre). No caso do cristianismo acreditar em Deus sem rezar e coisas afins ao meu ver é uma coisa mas ter o costume de rezar, ler a bíblia, participar dos cultos e dar importancia aos ensinamentos bíblicos é outra coisa muito diferente. A religião não é só uma crença e sim todo um conjunto de valores e idéias e também no caso de quem vira membro mudanças de hábitos e comportamentos( por exemplo um homem ou mulher cristão membro da igreja não pode acessar sites de pornografia porque a prostituição é contra os ensinamentos bíblicos). Uma pessoa não pode dizer que é cristã se ela não " está nem aí " para as doutrinas da igreja evangélica ou católica mesmo que ela reze ou vá para os cultos senão é hipocrisia. Seria o mesmo que eu dizer para a sociedade que virei vegetariano mas continuo comendo hamburger e sobrecoxa de frango.

Então pra você só porque eu acredito em vida após a morte e em energias espirituais eu sou cardecista? Eu nunca fui a um centro espirita na minha vida.
 
Se não me falha a memória, budismo não se enquadra como religião. Budistas não professam uma fé em torno de uma deidade (Buda é um humano-exemplo e um estado que mortais podem alcançar, não um criador/entidade) nem cultuam nenhuma figura de adoração. Seria mais como uma filosofia de vida. Eu sei que é comum, todo mundo faz isso, mas incluir budismo como religião seria quase como considerar veganismo uma religião pra algumas pessoas é mesmo.
Estranho eu sempre ouvi falar que o budismo é uma religião.
 
A wikipedia tambem considera uma religiao, mas diz "de carater filosofico, e nao teista". Que nao era religiao eu ouvi de budistas. Agora nao sei de mais nada.
 
Sempre existiu questionamentos que pra alguns são tratados apenas como uma filosofia de vida e pra outros é uma verdadeira e legítima religião. Não sou de ficar entrando a fundo no mérito se é ou não é e sim aproveitar o que cada um tem de melhor a oferecer.
 
Tem gente que é feliz, saudável e consciente tendo religião.
Tem gente que é o oposto disso.

Tem gente que é feliz, saudável e consciente não tendo religião.
Tem gente que é o oposto disso.

Simples assim.
Você acha importante seguir uma religião seja o cristianismo, o catolicismo, espiritismo, budismo e outras? Se sim por que?

Eu me considero agnóstico( mas não ateu) mesmo tendo feito catequese, crisma e primeira comunhão na igreja católica e eu assisto aula bíblica de graça na igreja aqui perto de casa.

Eu tenho alguma crença em Deus e alguma crença na Bíblia mas eu não pauto minha vida em relação a isso e não pretendo fazer batismo e nem virar membro da igreja. Eu acredito muito mais na ciência mesmo e pra mim Deus é mais como um tipo de "lei da física" do que um ser todo poderoso que criou tudo. Não tenho costume de rezar. Encaro a Biblia mais como uma matéria de literatura. Acho interessante mas não muita importancia.

Eu acho interessante o espiritismo( acredito um pouco em fantasmas e espíritos) mas também não tenho convicção e também não dou muita importancia para isso pra mim é possível ter crenças mas sem modificar sua vida para praticar uma religião.
 
É mesmo? Mas acreditar na minha opinião em algo é natural para qualquer pessoa assim como muita gente acredita em vida alienígena e adora ver filmes e ler livros de ficção sobre isso( mas isso não é uma religião - eu também acredito em vida extraterrestre). No caso do cristianismo acreditar em Deus sem rezar e coisas afins ao meu ver é uma coisa mas ter o costume de rezar, ler a bíblia, participar dos cultos e dar importancia aos ensinamentos bíblicos é outra coisa muito diferente. A religião não é só uma crença e sim todo um conjunto de valores e idéias e também no caso de quem vira membro mudanças de hábitos e comportamentos( por exemplo um homem ou mulher cristão membro da igreja não pode acessar sites de pornografia porque a prostituição é contra os ensinamentos bíblicos). Uma pessoa não pode dizer que é cristã se ela não " está nem aí " para as doutrinas da igreja evangélica ou católica mesmo que ela reze ou vá para os cultos senão é hipocrisia. Seria o mesmo que eu dizer para a sociedade que virei vegetariano mas continuo comendo hamburger e sobrecoxa de frango.

Então pra você só porque eu acredito em vida após a morte e em energias espirituais eu sou cardecista? Eu nunca fui a um centro espirita na minha vida.
A crença pode ser natural e é socialmente moldada do mesmo do. Eu tenho uma visão elástica de religião, não é só a instituição e seus dogmas, isso é apenas a cristalização ou a racionalização juridicizada de práticas e comportamentos muito antigos e atreladas a crenças, muitas religiões nem mesmo possuem essas instituições até os dias de hoje. Muçulmanos, judeus, indígenas sulamericanos, todos tem uma religião mas seu nível de pertencimento a ela não é mediatizada por nenhuma Igreja ou papa. Isso é uma criação propriamente cristã, mas não são menos religiosos por isso.
 
Eu sou religioso. Talvez as pessoas diriam que eu sou muito religioso.

Mas, para mim, como religioso, a expressão "seguir uma religião" faz pouco sentido.

Meus pais foram missionários em Angola e Moçambique, e meus dois avôs eram pastores da Igreja Presbiteriana do Brasil (não de forma acrítica). Eu nasci em um ambiente profundamente religioso e não faz sentido algum pra mim imaginar a minha vida sem Deus. Para mim, não é questão de seguir uma religião. É questão de conhecer o mundo.

Achei interessante o que você disse:

Eu acredito muito mais na ciência mesmo e pra mim Deus é mais como um tipo de "lei da física" do que um ser todo poderoso que criou tudo.

Você compara a ciência com a religião. O que é a ciência? Um apanhado de conhecimento sobre a realidade. E a religião? Pra mim, também é um apanhado de conhecimento sobre a realidade. Há um Deus, e, como cristão, creio que há somente um Deus, e que ele é pessoal, todo-poderoso e todo-bondoso. Acredito que o único Deus é constituído de três pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. E acredito na encarnação, morte expiatória, ressurreição, ascensão e futuro retorno do Deus Filho como Jesus Cristo. Para mim, isso são fatos. Estou convencido desses fatos. E é por isso que há uma igreja que eu frequento, é por isso que há orações que eu faço, é por isso que tento pautar toda a minha vida em torno de Jesus Cristo.

Então eu não acho que seguir uma religião seja uma questão de importância por benefícios que isso possa ter como saúde mental, amizades, tribalismo ou o que for. Para mim, ser cristão é me submeter a esse ser pessoal que me chama para sua comunidade de amor.

Claro que há um grande gap entre a teoria e a prática. Mas isso é verdadeiro acerca de todo empreendimento humano (seja a própria ciência, o cristianismo, o islamismo, o budismo, o judaísmo, o hinduísmo, ou qualquer religião, ou ainda o comunismo, a social democracia, o liberalismo econômico, o positivismo, o moralismo e por aí vai). O ponto não é se a maioria das pessoas que se identificam como cristãos conseguem manifestar o amor de Jesus em suas atitudes. O ponto é: Jesus de fato é Deus?

A religião poderia até ser ruim para a saúde mental de alguém (a minha, por exemplo), mas isso não é relevante, para mim, para determinar se sigo ou não uma religião.
 
Esse é um ponto importante porque demonstra a natureza essencial da fé cristã: é uma religião marcada pela crença em certas coisas. Claro que há prática atrelada a essas crenças, mas ainda mais importante do que as coisas que você faz são as coisas em que você acredita, tanto que em torno disso se classificam as denominações.

Em outras religiões tradicionais, isso já pode ser diferente.
 
Esse é um ponto importante porque demonstra a natureza essencial da fé cristã: é uma religião marcada pela crença em certas coisas. Claro que há prática atrelada a essas crenças, mas ainda mais importante do que as coisas que você faz são as coisas em que você acredita, tanto que em torno disso se classificam as denominações.

Em outras religiões tradicionais, isso já pode ser diferente.
Sim, estava lendo sobre isso e há uma autora que classifica algumas religiões como mais ortodoxas e outras mais ortopráxicas, isto é:

  • Uma religião mais ortodoxa (orthos, correto, e doxa, crença/opinião) é tal que a crença é central à religião.
  • Uma religião mais ortopráxica (orthos, correto, e praxis, ação -> prática) é tal que as práticas e rituais são centrais à religião.
Para ela, o cristianismo é o exemplo central de uma religião ortodoxa, enquanto islamismo e judaísmo já são mais ortopráxicas.
Mas isso é impreciso. Há um autor que defende que os cristianismos orientais são muito mais ortopráxicos que os cristianismos latinos/ocidentais.
 
Sim, estava lendo sobre isso e há uma autora que classifica algumas religiões como mais ortodoxas e outras mais ortopráxicas, isto é:

  • Uma religião mais ortodoxa (orthos, correto, e doxa, crença/opinião) é tal que a crença é central à religião.
  • Uma religião mais ortopráxica (orthos, correto, e praxis, ação -> prática) é tal que as práticas e rituais são centrais à religião.
Para ela, o cristianismo é o exemplo central de uma religião ortodoxa, enquanto islamismo e judaísmo já são mais ortopráxicas.
Mas isso é impreciso. Há um autor que defende que os cristianismos orientais são muito mais ortopráxicos que os cristianismos latinos/ocidentais.
Sim, hehe, eu mesmo já defendi essa tese da Igreja Ortodoxa ser muito mais prática que os cristianismos ocidentais. Isso porque além das regras de oração, é um cristianismo muito centrado na Liturgia e focado na dimensão ritualística, com atos corretos, seu simbolismo específico.

Hoje eu vejo que embora isso seja verdade, a importância da crença correta ali é ainda mais essencial, pois os orientais são muito ligados aos dogmas históricos de suas Igrejas e defendem esse legado patrístico e canônico com unhas e dentes, contra aquilo que entendem ser inovações ocidentais, como purgatório, indulgências, pecado original etc. Ou seja, para você criticar a esse nível o desenvolvimento de uma doutrina é porque é apegado a ela, e foi realmente o que vi na minha experiência como ortodoxo.

Os muçulmanos são também muito ligados à mensagem revelada, ainda que esta se desdobre na obrigatoriedade de uma série de comportamentos éticos e rituais.

O judaísmo, sim, é essencialmente ortoprático. A dimensão da crença tem uma importância diminuta para eles, desde que o judeu possa celebrar o Shabat em paz, fazer as Festas, comer kasher. Tudo gira em torno da prática dos mandamentos, de guardar uma observãncia ritual, social e familiar de Torá. Outra religião que é muito parecida nisso é o candomblé: a fé nos orixás não é tão necessária desde que os atos rituais, os ebós, boris, banhos e trabalhos de purificação sejam realizados de acordo com aquilo que o oráculo determinou necessário para aquela pessoa, naquele momento de sua vida.
 
No meu caso, eu se fosse falar de crença, eu tenho muito mais nos bons ensinamentos que aprendo tendo contato (por menor que seja), com cada religião do que ficar preso unicamente a crença em uma ou várias figuras divinas, não que isso não seja importante, mas ficar apenas adorando algo ou alguém de forma praticamente ou totalmente vazia, sem ter a mínima compreensão do que realmente existe numa determinada religião, isso não faria o menor sentido pra mim.
 
Isso me lembra algo que ouvi uma vez. Não temos como ter certeza do que se passou há milênios, mas faz sentido, e eu tenho muito respeito pelo conhecimento de quem me disse isso. Enfim.

Antigamente politeísmo era comum porque a humanidade estava acostumada a ver tudo na natureza acontecendo em grandes números. Árvores eram muitas, todas as espécies de animais eram plurais, tudo aparecia em quantidade. Fazia sentido que os seres sobrenaturais também fossem assim.

Quando um cara - o egípcio Amenhotep IV, a propósito - propôs que existisse só um Deus, ninguém levou a sério, e um argumento seria esse: que seria anti-natural algo no mundo que só existisse um. Daí ele usou o sol como analogia: só existe um. Não interessa em que cidade você esteja, ou na terra ou no mar, em qualquer reino que seja, o sol é o mesmo para todos. E Deus seria como o sol.

Daí todo mundo entendeu que ele estava dizendo que aquele objeto amarelo no céu era o deus dele e da confusão veio a adoração ao "deus sol", que nunca tinha sido a intenção dele.

Enfim, o monoteísmo de Amenhotep IV durou muito pouco, já que a crença que ele queria instalar batia de frente com os interesses políticos dos poderosos da época, e a tentativa morreu quando o Amenhotep IV em si morreu.
 
Daí ele usou o sol como analogia: só existe um
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