Raul fazia parte daquela tribo habitual de todos os sítios, conhecida como... "Os Populares". Desconsiderava os estudos, e tinha como meta de vida "pegar" mais do que seus colegas em uma só noite.
Foi agora aos 26 anos, já com as mãos encalecidas dirigindo o táxi da companhia que trabalhava há 7 anos, que uma coisa frustrante aconteceu com ele. Entrou em seu táxi, uma garota que ele logo reconheceu graças a pinta no canto da boca.
Era uma das garotas feias que ele sempre zombou. A pobre garota foi ridicularizada e teve problemas psicológicos por causa da brutalidade de Raul, por culpa da ignorância de todo seu grupo de amigos.
Em questão de segundos senta ao lado de Cíntia, um ricaço charmoso e dinheiroso, de humor agradável e jeito muito simpático. Cíntia estava linda como nunca.
— Ora Raul, é você.
— O mundo é pequeno, não Cíntia? Você está muito boni...
— Amor, esse é aquele que eu já quis namorar — ela diz em tom caçoísta e sarcástico — Raul, o popular despreocupado com os estudos.
— Não se preocupe com ele, e não lembre do quanto ele lhe fez sofrer. Não sei se percebeu, mas ele hoje é um homem barrigudo de barba mal feita que não faz nada de produtivo na vida, além de dirigir um táxi, assistir televisão e beber coca-cola.
— Certo... — Todo sem graça, e sem ter como desmentir sua vida profana — Vão para onde?
— Rua Tal, OnlyForRich Palace.
Como ela estava bonita. A garota da pinta estava adorável, sensual, fascinante, encantadora, admirável... O completo oposto do que já foi.
Os dois saíram do táxi, pagaram a corrida, e foram-se. A última coisa que escutaram de Raul, foram murmúrios.
— Deliciosa.
A última visão de Raul em vida, foram as curvas de Cíntia. E seu rosto, a pinta no canto da boca. Como estava bela.
O acidente foi feio. Ele ficou olhando Cíntia entrar no hotel enquanto lembrava daquela cena.
"Quer namorar comigo, Raul?"
"Você é muito feia, garota, sai fora."
Não prestou atenção no que vinha logo no final da Rua Tal. O trem passou por cima dele, e não houve uma única pessoa que se lembrasse dele. Exceto Cíntia. Mas seu generoso e compreensivo marido a consolou.
Ela hoje está muito feliz, ao lado de seu galante esposo, que a trata como uma deusa. Bela como Vênus/Afrodite.
Aos 15 anos de idade, ele só queria namorar garotas bonitas. Desprezava e até humilhava as desavantajadas de peitos e bunda. Raul fazia parte daquela tribo habitual de todos os sítios, conhecida como... "Os Populares". Desconsiderava os estudos e tinha como meta de vida "pegar" mais do que seus colegas em uma só noite.
Foi agora aos 26 anos, já com as mãos encalecidas, dirigindo um táxi velho e deteriorizado de uma companhia que pagava muito mal na qual ele trabalhava há uns sete anos, que uma coisa muito estranha aconteceu com ele.
Abriu a porta de seu táxi, uma daquelas garotas desavantajadas das quais ele costumava zombar. O único aspecto que fez com que ele a reconhecesse (já que ele nunca se importou em lembrar das feias) foi uma pinta que ela tinha no canto da boca. Na época aquela pinta fazia com que ela parecesse ainda mais ridícula e era motivo costumeiro de zombação por parte de toda escola (a Dumbo de pinta no canto da boca), mas naquele dia só a deixava mais sexy. Ela tinha as unhas muito bem feitas e seus cabelos já não eram mais tão crespos, eram um tanto lisos (sem exagero), com as pontas encaracoladas. Seus olhos, grandes, estavam com um volume de maquiagem um pouco excessívo. Sua boca aparentava estár um pouco maior, e ela devia ter feito cirurgia na orelha (que já não eram mais de abano).
Logo depois de Cíntia, entrou um ricaço charmoso e dinheiroso, de humor aparentemente agradável e jeito muito simpático. Cíntia estava linda como nunca.
— Ora Raul, é você.
— O mundo é pequeno, não Cíntia? Você está muito boni...
— Não, o mundo não é pequeno. É enorme por sinal. Nós é que somos muito sortudos, não é mesmo? Quanto tempo! — ela diz em tom sarcástico e caçoísta — Raul... quem diria...? Taxista...? Muita gente disse para você se preocupar mais com os estudos... Com todo respeito, essa não é a mais digna das profissões. Não é mesmo, meu amozinho? — a ultima oração foi direcionada a seu marido, é claro.
Raul olhou pelo espelho retrovisor e o que seus olhos encontraram foi uma Cíntia toda sexy, em pose maravilhosa agarrada no pescoço de seu Marido, tentando desabotoar o primeiro do botão de sua camisa.
— Epa! Aqui no meu táxi não. — e continuou constrangido — É... Er... Para onde é que vão mesmo?
— Então André... Esse taxista foi o popular da escola, despreocupado com os estudos, e o mesmo que por tanto tempo fez-me sofrer de quem tanto lhe falei — disse de modo discreto para que Raul não ouvisse.
— Vamos para a Rua Tal, OnlyForRich Palace.
André tentou dizer bem baixinho para Cíntia que ela parasse de pensar no passado, e sofresse por um amor platônico por um garoto que se tornou o que é hoje: um PROJETO de homem; barrigudo e com uma barba mal feita.
— Já viu aquela latinha no painel do táxi? As aparências mostram que ele dirige esse táxi velho o dia inteiro, tem refeições precárias, e quando chega em casa no final da noite senta no sofá com uma lata de refrigerante, assiste um pouco de televisão até dormir, algumas vezes no próprio sofá. É o que imagino de alguém com vinte e poucos anos, com aparência de quase quarenta. Olha essa barriga...
Por mais que André tivesse falado baixo, Raul não pôde deixar de ouvir, mas fez pouco caso. Preferiu ignorar já que não teria argumentos para desmentir sua vida profana.
"Como ela está bonita" pensou. "A garota da pinta está adorável, sensual, fascinante, encantadora, admirável... O completo oposto do que já foi.
Os dois saíram do táxi, pagaram a corrida, e foram-se. A última coisa que escutaram de raul, foram murmúrios.
— Deliciosa.
"Quer namorar comigo, Raul"
"Você é muito feia, garota, sai fora"
Como se arrependeu por não estudar. Como se arrependeu por ter recusado a proposta e ainda por cima, ter feito mal a garota.
Ele manteve sua atenção nas curvas e nas pernas compridas de Cíntia. Pernas muito bonitas. Seu rosto. A pinta. No canto da boca. Como estava bela. Raul, admirando seu rebolado e seus cabelos maravilhosos, se esqueceu de que no final daquela rua, passava o trem.
O acidente foi feio. E depois daquílo a única pessoa no mundo, que dele ia lembrar era ela. Mas, apesar de tudo, ela hoje está muito feliz, ao lado de seu galante esposo, que a trata como uma deusa. Bela como Vênus/Afrodite. Ele a consolou. Foi generoso e compreeensivo.
Mas volto a dizer... O acidente foi REALMENTE feio de ver.
Pessoal, é meu primeiro conto. ou mini-conto. Fiz incentivado por JLM.
O que acharam? Resolvi que só ficar escrevendo e escrevendo, só vai fazer-me acumular erros. O que tenho que fazer é revisar, corrigir.
Levando em consideração dicas de todos os contos, reescrevi esse, para que ficasse mais agradável. Os diálogos estavam meio... Forçados. Alterei algumas coisas, ordem de coisas, tirei palavras... Ficou maior.
Bom, mas tinha ficado maior ainda, só que tentei fazer como JLM disse. Tirar 10% do texto para que ficasse mais direto. Li em voz alta como Sorel disse. Ah, e também tentei desenvolver mais os personagens, a história como Breno disse.