Senhor fúria, vide isto aqui.
http://www.poli.usp.br/Ensino/PosGraduacao/Aluno/PosGraduacaoDisciplina.asp?nomabvset=PEA
Teria de perguntar especificamente em qual matéria um amigo meu viu isso que o Deriel falou (e que você citou mas não sei porque não entendeu/ignorou)
Deriel disse:
Não é pra economia de energia e sim pra evitar sobrecarga nos sistemas durante os horários de pico durante o verão.
No caso, pelo que meu amigo me explicou, uma das matérias explicou que o simples acender de uma lâmpada requer uma engenharia e arquitetura de toda a rede elétrica para que o refluxo não detone Itaipu.
Ou seja, posso ser leiga, mas ligar um aparelho poderia dar tanto blecaute quanto o nível das águas. (se não for bem arquitetado de forma a calcular mais ou menos quanto refluxo tem em que horas do dia... ainda mais nos picos)
Mas concordo que o horário de verão não serviria para nada se não há conscientização da população em economizar, ser racional (afinal cada usina implica em muita floresta destruída, gerando gás carbônico com a decomposição, etc)
E como você está irritado, você deve perceber que o efeito irritadiço é muito semelhante ao que acontece quando estamos em aula. (afinal marcamos mais os professores ruins na cabeça que os bons)
Há a "desculpa" de se conscientizar a população (inclui-se donos de fábricas) nesses momentos. Se não há necessidade, ninguém dá muita bola, porque "tem mesmo para que economizar?".
A partir do momento que há o espectro da falta, ainda vai haver os desperdiçadores, mas há uma tendência da população de vigiar a si própria (meu se você gasta demais depois num tem pra ninguém, nem para mim).
É utilizando-se da característica egoísta comum do ser humano que temos melhor desenvolvimento educacional. Nossa cultura e conhecimento não surgiu porque estávamos confortáveis. Ao contrário: o fato de estarmos desconfortáveis a ponto de isso ameaçar nossa sobrevivência é que forçou o ser humano a construir ferramentas. Tudo para ficarmos mais confortáveis. Essa é a meta final de todo ser humano.
Sentimentos mais elevados surgem mais tarde. Mas só surgem se está garantido o seu.
O ponto é que independente de você ficar irritado (sendo isso um reflexo de que há a conscientização/educação como falei), a tendência com esse puxão de orelhas todo ano é ir conscientizando a população. Dando uma folga porque ninguém aguenta puxão de orelha/castigo toda hora.
Sem esse "lembrete" dificilmente a população se conscientizaria como você tanto quer. Afinal, você deve saber que isto não se faz num passe de mágica, não é mesmo?
Quanto aos paises da Europa e EUA (aliás, foi Benjamin Franklin quem instituiu o horário de verão nos EUA. Mas na época não havia energia elétrica
) o maior fator de consumo é o aquecimento das casas. Eu me lembro que essa conta de luz para cada pessoa é tão grande que se torna parte das despesas urgentes de qualquer família que more em locais que ficam abaixo de zero graus Celsius no inverno. Literalmente as pessoa se desesperam se não conseguem pagar a conta de luz.
Instituindo-se o horário de verão, a meu ver é para que as pessoas não "baixem a guarda" e abusem durante o verão, já que sendo uma facilidade de primeira necessidade no inverno, provavelmente a manutenção mais pesada é feita no período em que menos se precisa da mesma.
Por outro lado, se no inverno é necessário aquecimento, no verão as pessoas ligam o ar condicionado. Ou seja, teoricamente QUANDO é que teria a tal folga nos sistemas?
Nenhum sistema aguenta ficar perto da capacidade máxima o tempo todo, como você sabe.
Mas como disse que você trabalha com eletricidade... perdão! Eletrônica não é eletricidade. Você mexe com o que fazer com a energia elétrica, e não como manter e produzir.
De qualquer forma, voltando ao titio Franklin (um cara muito inteligente que ainda teve tempo de se meter na política e fez muita coisa, vocês devem saber. Além de empinar pipa, o experimento mais famoso, mas que teve pouca informação e muito perigo), na época dele não havia energia elétrica. O aquecimento era feito com madeira e carvão mesmo, e a iluminação era com lâmpadas de óleo. Óleo de baleia.
Independente dos fatores ecológicos, já que não existia o Greenpeace na época, o óleo de baleia já era muito caro. (Ser baleeiro era bom negócio) E combustível para o aquecimento também não é muito fácil de ficar armazenando.
Nesse caso, também percebemos (ou sou só eu quem percebe?) que adiantando o relógio teria mais luz no final do dia, e a pessoa acordaria enquanto estava ainda escuro. Em termos práticos novamente a economia de óleo seria mínima (mas ainda assim, seria boa desculpa para conscientizar as pessoas). O ganho real ser manter as pessoas menos tempo possível com o aquecedor ligado dentro de casa.
Na época ninguém entendia direito esse negócio de intoxicação de monóxido de carbono. Mas com certeza, entendiam que uma pessoa acordada necessita MENOS aquecimento que uma pessoa dormindo.
Se no começo da noite a pessoa chega em casa e ainda tem um pouco de calor e luz do dia, economizaria nesse quesito até a hora de dormir. E novamente porque acordaria ainda escuro, não necessitaria tanto aquecimento quanto precisaria estando letárgico.
Definitivamente, Franklin usou da RACIONALIDADE para propor isso mais tarde quando virou político. E claro, as pessoas não gostaram muito.
Então imagine como seriam os gastadores dos americanos que não aderiram ao tratado de Kyoto ameaçando o futuro de nosso planeta, se não houvesse essa conscientização desde a época da independência dos EUA. Se já os acha insuportáveis (a política externa deles, não eles pessoalmente falando, que podem ser gente fina), você acharia que o demônio era simpático sem esse nível de educação que eles atingiram.
Sim, eles são educados e até conscientes. Até o Curunir que tanto metia pau neles, ao CONHECER o povo americano teve de admitir que estava errado.
Então eu reconheço que os efeitos de titio Franklin, desde o século final XVIII estão fazendo algum efeito hoje. Considerando-se que não dá para mandar as pessoas pararem de ser idiotas (senão seria ditadura), há a necessidade de ir conscientizando aos poucos. Aos poucos o número de sem-noção diminui.
Por que digo isso? Pensando em termos de sem-noçãozice americana que elegeu o Bush (entre outros, como o Senhor da Guerra que não gostava de crianças), vemos que antigamente (pouco antes da Guerra Civil), os "cidadãos" que eram apenas os brancos proprietários de alguma coisa, tinham como maioria os escravagistas. A minoria era comerciante e ia aumentando (note que negros não tinham direitos políticos, mesmo depois de libertos. E essa mentalidade se estendeu a tal ponto que aconteceu aquela revolta em Los Angeles nos anos 80, mas mesmo nos anos 60 era comum a política de escolas para brancos e escolas para negros, negros que não podiam subir em ônibus, negros que não podiam entrar na Academia, mesmo quando indicados para o Oscar, etc.)
Se pensarmos dessa forma, é REALMENTE incrível que hoje o quadro de sem-noçãozice esteja competindo com os sensatos (52% de sem noção contra 48% de sensatos é um bom número) hoje em dia. Ou seja, de uma maioria escravagista de 90% houve uma evolução real. Aumentou a proporção de pessoas sensatas comparado com antigamente.
O ponto é que não dá para sermos uma ditadura para botar juizo na cabeça das pessoas. Elas ficam revoltadas em criar juizo e ficam piores, só por ficar (vide escola). Devemos fazer coisas sutis como Horário de Verão, como propôs tio Ben que aos poucos sem que o aluno perceba vai conscientizando.
É como a dengue. Se não houvesse o perigo de ficar doente, alguém ia se preocupar com saneamento básico na própria casa? (sim, tem gente que acha isso luxo e que não é necessário)
Afinal, nem todo mundo tem obrigação de continuar indo na escola. Aliás, muita gente depois que sai da escola acha que não precisa mais aprender!
Agora pensemos em termos de se tivessemos energia à vontade, se o governo tivesse feito um monte de hidroelétricas e termo-elétricas e usinas vaga-lume (Angra é conhecida como pisca-pisca
)
A tendencia nunca é diminuir o consumo. É sempre aumentar.
Qual o impacto disso no meio ambiente?
É fácil a gente pensar que o governo tem culpa. E realmente tem culpa em não estruturar as coisas de forma a propiciar um crescimento sem ameaçar nossa vida e recursos naturais (florestas também são recursos), e em não conscientizar todo mundo de que não pode ficar gastando à toa.
Mas então essa "falta" de energia elétrica surge para nos lembrar também que a geração dessa energia surge do sacrifício de inúmero hectares de floresta, terras, cidades, etc., que são inundados. Teoricamente isso é um desperdício também, já que consumimos terrras cultiváveis para gerar às vezes alguns míseros megawatts.
Existe um certo limite para que construamos hidroelétricas. Por exemplo, imaginem uma no amazonas, a calamidade que seria toda a planicie alagada para sempre. Inviável!
Surgem as expectativas de termo-elétricas. Mas estas visivelmente JOGAM FUMAÇA pelas chaminés. (Hidro joga CO2, mas pela decomposição... isso tá se tornando também um problema)
No passado, houve a previsão calamitosa de que não haveria comida para todos no século XX, pois a produção tinha crescimento aritmético e a população geométrico.
Não contavam com a tecnologia que dinamizou a produção.
Mas ainda há o limite que este planeta pode comportar de gente. Quanto mais gente, mais necessidade de energia. E gerar a energia compromete o meio ambiente.
E como barrar esse crescimento da necessidade de energia?
Hoje em dia precisamos de tantas pessoas assim no mundo?
Digo, no passado era necessário muitas pessoas para fazer uma coisa. Hoje em dia não! Tanto que o desemprego na verdade também é reflexo de excesso de gente.
Novamente, surge aqui o dilema: não dá para impedir as pessoas de terem filhos. Senão acontece o desastre que está a China (6 milhões de homens não vão poder casar e estão procurando noivas fora da China).
Parece idiotice, mas a conscientização aqui também está sendo feita aos conta-gotas. Porque de outra forma, o ser humano burro como somos, faz tudo do contra só para ser do contra.
Então acho que esse discurso "o governo não fez a parte dele" é muito perigoso. Dizem que ganhar o que se deseja é perigoso. Você perde algo precioso no processo: não mais terá o sonho, se o sonho se materializa. Você começa a querer outra coisa, e outra, e outra que é absurdo querer porque pode ser fatal pra você, mas mesmo assim quer. Como querer uma estrela. (vide Calígula)