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Cite um trecho do livro que você está lendo! [Leia o 1º post]

...Breaca obrigou-se a sorrir contra uma repentina incerteza. Não estava sozinha com o filho e nunca estaria. Breaca esquecera como seria, como fora com Cunomar; até ele nascer, ela não soubera que era possível querer tão bem a uma coisinha tão pequena. Até aquele momento, não conhecera a assustadora e gloriosa verdade de que a parte do seu coração que ainda não fora dada a outras pessoas acabara de se dividir novamente em duas e que uma das partes tinha sido recém-instalada em um outro corpo.

Boudica - Livro II - Touro
 
Mais umas do Eurípides, para horror do mulherio:

"......................................
Mas as mulheres são assim; nada lhes falta
se o leito conjugal é respeitado; se ele
recebe um dia o menor golpe, então as coisas
melhores e mais belas vos parecem péssimas.
Se se pudesse ter de outra maneira os filhos
não mais seriam necessárias as mulheres
e os homens estariam livres dessa praga!"

("Medeia", Eurípides, trad. Mário da Gama Kury)

§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§

"Ah! Zeus! Por que impões ao homem o flagelo
de mau caráter chamado mulher e o mostras
à luz do sol? Se desejavas propagar
a raça dos mortais, não seria às mulheres
que deverias dar os meio para isso.
Em troca de ouro ou ferro ou do pesado bronze
depositado em teus altares, deverias
ter concedido aos homens meios de comprar,
segundo as suas oferendas, o direito
de ter os próprios filhos e poder viver
livres da raça feminina em suas casas.
............................................................
[continua por mais 40 versos]"

("Hipólito", Eurípides, trad. Mário da Gama Kury)

§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§

Não se pense, contudo, que o Eurípides só falava mal das mulheres. Se seleciono apenas esses trechos é porque me espantou que ele dissesse tão abertamente coisas assim. o_O A obra do cara é cheia de outros versos lindões e patati patatá.
 
Isso é o que diz aquela pseudociência chamada psicanálise? :hxhx:
 
Só existe uma forma de não nos arriscarmos a perder aqueles que poderíamos amar. É não permitindo que eles entrem em nossa vida.
Na vida, oscilamos entre as dores que nos impõem e aquelas que impomos a nós mesmos. Um belo dia, descobrimos que são as mesmas.
É mais confortável ter amigos do que amigas. As mulheres captam coisas demais. No que se refere a elas próprias, são verdadeiras e catastróficas toupeiras, mas veem a situação dos outros com enorme clareza. Analisam, decifram, comentam e sugerem. Já os homens se limitam a conselhos simplistas e despropositados.
Espontaneamente, quando imaginamos o nosso parceiro ideal, desenhamos a nós mesmos, sem as lacunas ou as fragilidades e com o sexo que mais nos convenha.
No estranho universo das relações sentimentais, a fusão leva à fissão.
Passara a vida tentando não chamar a atenção. Era uma questão de sobrevivência. Chamar a atenção implica dois tipos de perigo: expomo-nos aos golpes e ao esquecimento. Mais prudente é manter-se em um claro-escuro sem glórias.
O cristianismo enfiou a ideia de verdade na cabeça das pessoas com o uso de torturas e tribunais da Inquisição. Mas, desde que se deixou de levar feiticeiras à fogueira, perseguir judeus e defender a escravidão, a mentira parece bem mais adaptada à vida social.
A ideia da morte é mais grave do que a própria morte, pois nos persegue a vida inteira.
Como as relações sexuais, a morte também requer preliminares. O cansaço, as desilusões e as doenças são as carícias e os beijos que relaxam os músculos e permitem à morte que nos leve suavemente.
Talvez uma história de amor, de Martin Page
 
Eu até mandei um e-mail para meus amigos com essas citações, achei fantástico.

"O homem de alta linhagem pode gostar das mansóes e das terras herdadas como se fossem partem de si próprio, como troféus do seu nascimento e do seu poder, mantendo com elas ligações de orgulhos, de riqueza e de triunfo. Mas o afecto do pobre pela casa onde mora, onde outros moraram no passado e outros irão morar no futuro, conserva uma raiz mais valiosa, profundamente enterrada num solo mais puro. Os seus deuses domésticos são de carne e sangue, sem qualquer liga de ouro, prata, nem pedras preciosas. Ele não tem quaisquer bens, senão os afectos do seu próprio coração, e quando eles se estendem a paredes e a soalhos nus, apesar dos farrapos, da árdua faina e das magras refeições, esse homem recebe de deus o amor pelo seu lar, e a sua rude choupana torna-se um lugar sagrado"

E na página seguinte ele diz:

"Não se trata de uma questão trivial, de um brado da plebe trabalhadora, de uma simples questão de saúde e de conforto das gentes que se possa desprezar, como um escarro que se cospe nas noites de quarta-feira. É no amor ao lar que nasce o amor da nação. E quem, em tempos de aflição, é o mais ou melhor patriota? Aqueles que veneram a terra, e possuem as suas florestas e os seus rios e o seu solo e tudo aquilo que ela produz, ou aqueles que amam o seu País, sem lavrarem um palmo de terra, em todo o seu vasto domínio".

Livro: A loja de antiguidades - Charles Dickens
 
(...) Terminamos, depois de dez anos, comprando um velho Austin. Ele não nos impediu de tomar a motorização individual como uma escolha política execrável, que dispõe os indivíduos uns contra os outros, pretendendo lhes oferecer um meio de subtrair-se ao lote comum.

Carta a D., André Gorz.
 
- Não é você que me demite. Sou eu que te condeno a ficar.
Meu coração de pedra-pomes, Juliana Frank.

Não gostei do livro. Como diz a personagem, é uma acaralhação. Mas, vez por outra, a gente encontra umas sacadas legais.
 
"Um quadro, por mais admirável que seja a arte do pintor e maravilhoso o seu poder, exige do espectador uma submissão de si mesmo, proporcional ao milagre que foi realizado. Por mais que reluza a tela, devemos olhá-la com os olhos da fé, pois do contrário a sua mais alta excelência nos escapará. Há sempre necessidade de ajudar a arte do pintor com os nossos próprios recursos de sensibilidade e imaginação. Não que essas qualidades acrescentem realmente qualquer coisa ao que o mestre executou, mas devem ser postas inteiramente sob controle e operar com ele de tal maneira que, num estado de espírito diferente, quando nos mostramos frios e críticos, ao invés de receptivos, estejamos aptos a imaginar que os mais elevados méritos do quadro foram produtos da nossa própria fantasia e não criação dele."

O Fauno de Mármore - Nathaniel Hawthorne
 
Foi difícil terminar de ler e mais difícil ainda acreditar que foi o mesmo autor de Por quem os sinos dobram, O velho e o mar e Paris é uma festa quem o escreveu, mas, apesar dos pesares, Ter e não ter, de Hemingway, traz alguns bons trechos:
Eu costumava ganhar trinta e cinco dólares por dia, durante a estação inteira, levando gente pra pescar. Agora, fui baleado, perdi o braço e o meu barco, contrabandeando uma merda de carga de bebida que mal valia o preço do barco. Mas, me escute bem, minhas crianças não vão ficar com a barriga doendo de fome e não vou cavar esgotos para o governo por menos dinheiro de que preciso para alimentá-las. Aliás, fosse como fosse, eu não ia poder mesmo cavar esgotos agora. Não sei quem fez as leis, mas sei que não há lei que nos obrigue a passar fome.

E a profética sentença:
(...) alguns se valiam da tradição americana do Colt ou do Smith and Wesson, esses instrumentos tão bem fabricados, que eliminam insônia, fazem cessar o remorso, curam câncer, evitam falências e, com a simples pressão de um dedo, abrem uma porta de fuga de posições intoleráveis; esses admiráveis instrumentos americanos, tão fáceis de ser transportados, tão eficientes em seus resultados, tão bem concebidos para acabar com o sonho americano quando ele se transforma em pesadelo, e que têm como único inconveniente a sujeira que criam para os parentes limparem.
 
Última edição:
"Eis-me prostado a vossos peses
que sendo tantos todo plural é pouco.
Deglutindo gratamente vossas fezes
vai se tornando são quem era louco.
Nem precisa cabeça pois a boca
nasce diretamente do pescoço
e em vosso esplendor de auriquilate
faz sol o que era osso."

Ao Deus Kom Unik Assão
CDA
 
"O que significa o despertar súbito - nesse quarto obscuro - com os barulhos de uma cidade de repente estrangeira? E tudo me é estrangeiro, tudo, sem um ser para mim, sem um só lugar onde abrigar essa mágoa. O que faço aqui, o que significam esses gestos, esses sorrisos? Não sou daqui - também não sou de outro lugar. E o mundo não é mais do que uma paisagem desconhecida onde meu coração não encontra mais apoio. Estrangeiro, quem pode saber o que essa palavra que dizer."

Albert Camus, em um de seus cadernos de anotações, sobre o estranhamento de morar em Paris durante os anos da Segunda Guerra e com saudades de sua Argélia natal.
 
“We who live comfortable, affluent lives in the twenty-first century cannot begin to imagine what it must have been like to be a pauper in a workhouse. We cannot picture relentless cold with little heating, no adequate clothing or warm bedding, and insufficient food. We cannot imagine our children being taken away from us because we are too poor to feed them, nor our liberty being curtailed for the simple crime of being poor.”

Jennifer Worth, Shadows of the Workhouse

Terminei o livro ontem e ainda estou em choque. Livro pesado e mensagens pesadas. Não tem como ler um livro desses e sair ileso.
 
"Podemos pôr um verde mortal num rosto de um homem e produzir um horror; podemos fazer luzir a rara e terrível lua azul; ou podemos fazer com que os bosques irrompam em folhas de prata e os carneiros vistam lanugens de ouro, e por o fogo quente no ventre do réptil frio. Mas numa tal "fantasia", como a chamamos, uma nova forma se faz; o Reino Encantado começa; o Homem torna-se subcriador"

J. R. R. Tolkien em Árvore e Folha, sobre contos de fadas.
 

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