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Cite um trecho do livro que você está lendo! [Leia o 1º post]

O amor é abstrato demais, e indiscernível. Ele depende de nós, de como nós o percebermos e vivemos. Se nós não existíssemos, ele não existiria. E nós somos tão inconstantes... Então, o amor não pode não o ser também. O amor se inflama, morre, se quebra, nos destroça, se reanima... nos reanima. O amor talvez não seja eterno, mas a nós ele torna eternos... Para além da nossa morte, o amor que nós despertamos continua a seguir o seu caminho.
Azul é a cor mais quente - Julie Maroh
 
" Um sorriso de lástima foi a primeira resposta do médico.

- Meu caro Estácio, disse ele depois, esse trocadilho de andorinhas e cabreiros é a cousa mais extraordinária que eu esperava ouvir a um matemático. Saiba que detesto igualmente a filosofia da oscuridade e a retórica dos poetas. Sobretudo, gosto que me respondam em prosa quando falo em prosa.
- Parece-lhe que poetei? perguntou Estácio rindo.
- Despropositadamente. Ora, eu falo de coisas sérias; e convém não confundir alhos, que são a metade prática da vida, com bugalhos, que são a parte ideológica e vã.
- Eu serei ideológico.
- Não tem o direito de o ser.
- Pois bem, deixe-me com as minhas matemáticas, as minhas flores, as minhas espingardas.
- Não! Há de intercalar tudo isso com um pouco de política. "

Lendo esse livro apaixonante: Helena do Machado de Assis :grinlove:
 
Mais uma do Verissimo, dessa vez atacando a República Velha:

(...) Cada qual vota de acordo com a sua consciência, não é mesmo, doutor?

- Nem todos - retrucou Rodrigo - Há os que votam coagidos pela capangada da situação porque têm amor à pele, e os funcionários públicos, que votam com o governo para não perderem seus empregos. E há ainda os que votam sem saber e sem ter o direito de votar!

- Sem saber... sem ter o direito?

- Refiro-me aos mortos. Os defuntos sempre votam com o governo, moço! - Rodrigo sentiu que a sua voz se tornava gutural, gorda, quase engasgada. - Em suma, no Rio Grande as eleições se fazem a bico de pena!

O tempo e o vento - O retrato vol. 1 - Erico Verissimo
 
Quando leio trechos assim, me dá uma vontade de ir para o meio da natureza e simplesmente não fazer nada, ficar apenas lá, absorvendo o universo.

Não seria possível imaginar bosque mais calmo. Não havia pássaros, nem insetos, nem bichos, nem vento. Quase se podia sentir as árvores crescendo.
As Crônicas de Nárnia - Livro 1 - C.S. Lewis
 
O riso tem as mais variadas cores. O riso é apenas um eco distante de uma explosão interior, pode consistir numa salva de foguetes festivos azuis, vermelhos e dourados. E pode consistir de pedaços de corpo humano que arrebentou e subiu...
O homem é como nos romances: até a última página não se sabe como termina. Caso contrário não valeria a pena ler...
As dores são quantidades negativas que diminuem a soma daquilo que chamamos de felicidade.
Aquele casal no paraíso teve de escolher entre a felicidade sem liberdade, ou liberdade sem felicidade. Os tolos escolheram a liberdade e depois, durante séculos suspiraram pelas algemas.
Aquela mulher exercia sobre mim um efeito tão desagradável como o de um componente irracional que se introduz numa equação e não pode ser analisado.
A velocidade da língua em um segundo, deve ser muito menor do que a velocidade do pensamento em um segundo, e nunca o contrário.
Nós - Evgueny Zamiatin
 
Você não pode ver o que eu vejo porque vê o que você vê. Não pode saber o que sei porque sabe o que você sabe. O que vejo e o que sei não podem ser acrescentados ao que você vê e ao que você sabe porque são coisas diferentes. Também não pode substituir o que você vê e o que sabe porque isso seria substituir a você mesmo.

Tudo o que você vê, ouve ou vivencia de qualquer jeito que seja é específico pra você. Você cria um universo ao percebê-lo, então tudo no universo que percebe é específico para você.

Praticamente Inofensiva (volume 5 da série Guia do Mochileiro das Galáxias) - Douglas Adams
 
Por mais que nos esforcemos, por mais forte que seja nossa heroica força de vontade humana (e nós humanos temos tal capacidade, essa capacidade fabulosa de acreditar que o impossível pode acontecer), às vezes nossos braços humanos ridiculamente insignificantes são fracos demais. Às vezes o mundo simplesmente é grande demais para nós, o furacão violento demais, o mar tão imenso que cansa até mesmo o mais bravo dos corações, a força de vontade mais firme.
Às vezes a coisa mais corajosa que um Herói precisa fazer não é combater monstros e enganar a morte e as bruxas. Mas sim enfrentar as consequências de seus próprios atos.
Como pegar a Joia do Dragão, de Cressida Cowell
 
O amor é parecido com a água. A água existe por todos os lados, em todo lugar. Gelo, rio, nuvem, chuva, mar. Uma parte é grande, outra minúscula. Uma parte é boa para beber, outra salgada demais. Todas têm utilidade para a terra. Estão o tempo todo em ciclo de movimento. A terra necessita da água para resistir.
E as mulheres são como a terra, precisam submergir em água. Água com terra se modela, cresce. A terra muda por conta do rio, faz via aquática. O leito do lago sabe segurar a água, conter. A água de gelo é geleira, move a terra. Chuva é deslizamento, mar faz areia. Sempre dois: terra e água. Uma precisa da outra. Tornam-se unidade juntas.

A Viagem do Tigre - Colleen Houck
 
O fim do estudo é o conhecimento, e o fim do conhecimento é a prática ou comunicação. É verdade, o deleite está comumente associado a todos os avanços do conhecimento, mas, quando estudamos somente com esse fim, é preciso considerá-lo mais como diversão do que como ocupação - e assim havemos de incluí-lo entre nossas recreações.
Todos sabem que o homem é suscetível de alguns graus de felicidade e grandes graus de miséria nesta vida.
Os graus do PRAZER mental (voluptas animi):
►Contentamento - quando resulta de causas brandas, especialmente no convívio;
►Deleite - quando resulta da presença de objetos sensíveis agradáveis;
►Alegria - quando resulta da consideração de algum grande e sólido bem;
►Conforto - quando [de] alguma mágoa passada que se elimine;
►Felicidade - quando perfeita e livre de todo incômodo.
Os graus da DOR mental (dolor animi):
►Cansaço - uma dor da mente, quando resulta da longa continuação de algo;
►Aborrecimento - quando resulta de uma causa pequena, da qual a mente esteja muito consciente;
►Mágoa - quando resulta de alguma coisa que é passada;
►Pesar - quando resulta da perda de um amigo;
►Tormento - quando de uma dor violenta do corpo;
►Melancolia - quando impede o discurso e a convivência;
►Preocupação - quando acompanhada de uma grande fraqueza;
►Angústia - quando muito violenta;
►Miséria - quando é o máximo que podemos conceber sem nenhuma mistura de conforto.
Suportamos a ausência de um grande prazer mais facilmente do que a presença de um pouco de dor. Falta de sensação não é o meio entre prazer e dor; coloca-se a insensibilidade que não seja perpétua no lado melhor: jamais nos queixamos do sono, que sempre nos furta a sensação de nossos gozos, mas o tomamos por prazer, quando faz cessar qualquer uma de nossas dores.

Prazer, dor, as paixões, de John Locke
 
A vida só tinha sentido se a gente encontrasse alguém que mudasse, que destruísse sua vida. (27)
Quando Julio se apaixonou por Emilia toda a diversão e todo o sofrimento prévios à diversão e ao sofrimento que lhe proporcionava Emilia passaram a ser simples imitações da diversão e do sofrimento verdadeiros. (19)
Julio fugia dos relacionamentos sérios, não se escondia das mulheres, mas da seriedade, pois sabia que a seriedade era tanto ou mais perigosa que as mulheres. (13)

Bonsai, de Alejandro Zambra
 
"Ao tratar, contudo, do amor-próprio, por que motivo devo ater-me a uma ou duas espécies somente de loucura? Quantos meios extraordinários não terá o meu querido amor-próprio, que vedes aqui presente, para obstar a que o homem fique desgostoso de si mesmo? "

Elogio da Loucura - Erasmo de Rotterdam
 
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"Que é um adivinho? Um mortal como nós
que quando tudo está tranquilo e corre bem
diz algumas verdades entre mil mentiras,
mas nas horas difíceis não se manifesta,
como se nada de importante acontecesse."

("Ifigênia em Áulis", Eurípides, trad. Mário da Gama Kury)
 
"..........................................................
Em face dessa agitação sempre crescente
que já se alastra por toda a nossa cidade,
estão marchando para o palácio real
mulheres incontáveis; elas consideram
perfeitamente natural fazer censuras
a todas as pessoas de seu próprio sexo;
valendo-se de um pretexto qualquer, Antígona,
para conversas cheias de maledicência,
elas falam demais e distorcem os fatos.
O supremo prazer de todas as mulheres
é não dizer qualquer palavra de elogio
quando começam a falar umas das outras."*

("As fenícias", Eurípides, trad. Mário da Gama Kury)

*N.T.: Versos como estes alimentavam a aversão das atenienses por Eurípides, conhecido por sua misoginia.


:rofl:
 

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