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Top 10 Obras Literárias Difíceis

[align=justify]Para ler essas obras, que são provavelmente as obras-primas desses autores, queria muito ler outras obras deles, principalmente as que antecederam essas aqui listadas. Fiz isso com o Steinbeck e vi que é muito melhor, você fica com uma visão mais abrangente, percebe melhor as referências, os temas recorrentes, o próprio amadurecimento literário que ele vai tendo ao longo da caminhada literária dele...é muito legal. Pena que a biblioteca daqui deixa muito a desejar e que eu não sou rico, XD.[/align]
 
ôxe,
nessa lista aí tem uns livros que são chatos, não "difíceis". Sei lá, ou então difícil é eufemismo, vai saber. Será que isso é vontade de ver a roupa invisível do rei?

Caso de A Letra Escarlate. Pqp, coisachatadodemônio.

Guerra e Paz eu li e não gostei.

*momento indignação com uma lista de 10 que, obviamente, não pode conter tudo o que todo mundo acha que deveria*
E CADÊ OS IRMÃOS KARAMAZOV?? Pôxa, não é tão arrastado como Guerra e Paz, mas ainda sim é um pouco complicado. A descrição da vida do ancião Zósima é um saco. Mas o livro em si é infinitas vezes melhor. Taí um livro Bom (maíusculo, pra não dizer bom pra car£#*%..) e que não se lê em três ou quatro dias.
*fim do momento indignação*

E será só eu que não acha Grande Sertão: Veredas difícil, complicado, arrastado? Eu AMO o jeito que ele escreve nesse livro. É fluido, é gostoso, ele diz certas coisas somente com a escolha das palavras dele, é muiiiito legal. Ácho que tá na hora de mudar essa fama de difícil dele. Eu mesmo adiei a leitura uma porrada de vezes pq, afinal, era difícil pra diabo. No final das contas, foi um livro que conseguiu ser legal e genial ao mesmo tempo e, isso sim, é difícil de se ver.
Pra citar um brazuca com título parecido: Os Sertões é muito mais complicado, na minha opinião. Eu peneeeei pra ler.

Outro que podia entrar fácil para essa lista era Laurence Sterne (já que é uma lista americana que coloca praticamente só livros em inglês...). A Vida e Opiniões do Cavalheiro Tristram Shandy é bem estranho, apesar disso, (ou justamente por isso) é meu livro favorito. Tem um capitulo que descreve um ofício papal recomendando o batismo in uterus de fetos que corram risco de morrer. Ele transcreve por completo, para citar mais um exemplo, o contrato de casamento entre a mãe e o pai dele, se não me engano.:sim:



Tenho o Quem matou John Galt?, mas tb to com preguica de ler.
Eu se fosse vc leria só se não tivesse outra coisa pra ler. É chato e, como dizer?, óbvio. :puke:
 
Poxa Sorel, tenho muita vontade de ler o livro do Tristam Shandy, se não me engano não foi essa obra que inaugurou o "fluxo de consciência"?
 
Lucas_Deschain disse:
Poxa Sorel, tenho muita vontade de ler o livro do Tristam Shandy, se não me engano não foi essa obra que inaugurou o "fluxo de consciência"?

Que eu saiba foi o James Joyce com o Ulisses, não?
 
Diego disse:
Lucas_Deschain disse:
Poxa Sorel, tenho muita vontade de ler o livro do Tristam Shandy, se não me engano não foi essa obra que inaugurou o "fluxo de consciência"?

Que eu saiba foi o James Joyce com o Ulisses, não?

Na verdade foi com Eveline e ficou mais famoso por causa de Um Retrato do Artista quando Jovem.

Se eu não me engano, uns dez anos antes tinha um dramaturgo que escrevia peças com fluxo de consciência. Se eu lembrar, volto a falar aqui.
 
O livro do Laurence Sterne é diferente de praticamente tudo o que vc já leu, e vale MUITO a pena, leia sim =). Me interessei nele por causa do Memórias Póstumas de Brás Cubas, que eu também adoro, mas que é muito pior que o livro do Sterne.

E, realmente, o Sterne tem mto mérito em inaugurar esse lance todo de romance passado na cabeça do narrador. Só que o que ele escreve não se enquadra na definição "crítica" de fluxo de consciência pq o tempo do livro não é, de fato, o da cabeça do personagem. Ele rola mais como um relato livre, em que ele joga no papel tudo que vem na cabeça. Mas ainda existe essa figura de um autor escrevendo, não é como em Eveline, como disse o Pips, ou como no Som e a Fúria (uma maluquice só, mas que também vale a pena) ou To the Lighthouse (da Virginia Woolf, n sei o título em port), pra citar os monstros da técnica.

Aliás, eu demorei bagarai pra ler o To the Lighthouse (e o Orlando, tbm...), ê livrinho que merecia estar na lista!

pips: minha mãe já me falou algo sobre um tal de Richardson, que teria sido o precursor do fluxo de consciência do ínicio do séc.XX. Mas não sei se ele foi realmente o primeiro, primeiro. Na real, não sei bulhufas sobre ele.
 
Tauil disse:
Facilmente Grande Sertão entraria aí. Acho que a coleção dO tempo e o Vento, do Eríco Veríssimo, também deve ser bem difícil de ler.
Tempo e o vento não é difícil não, tem uma narrativa simples, é uma grande obra mas não acho que possa ser considerada difícil, a primeira vez que li tinha 13 anos e mesmo assim não achei ela difícil.

estrelinhas coloridas...
 
Mi Müller disse:
Tempo e o vento não é difícil não, tem uma narrativa simples, é uma grande obra mas não acho que possa ser considerada difícil, a primeira vez que li tinha 13 anos e mesmo assim não achei ela difícil.

estrelinhas coloridas...

O legal de Érico Veríssimo é justamente isso: sua narrativa é simples, mas muito bela e profunda. A construção dos personagens é incrível.
 
[align=justify]Não só a construção dos personagens como a condução da narrativa, ele consegue fazer ela ser fluída sem pecar por falta ou excesso de detalhes, ele faz mergulhos descritivos e psicológicos ótimos ser ficar enfadonho, sem perder aquele fio afiado da história. Muito bom mesmo![/align]
 
Eu não li nenhum desses, infelizmente. Anyway, acho que, pelo pouco que ouvi falar e conversei sobre, Ulysses deveria estar aí.
 
Maura Corrêa disse:
Mi Müller disse:
Tempo e o vento não é difícil não, tem uma narrativa simples, é uma grande obra mas não acho que possa ser considerada difícil, a primeira vez que li tinha 13 anos e mesmo assim não achei ela difícil.

estrelinhas coloridas...

O legal de Érico Veríssimo é justamente isso: sua narrativa é simples, mas muito bela e profunda. A construção dos personagens é incrível.

Lucas_Deschain disse:
[align=justify]Não só a construção dos personagens como a condução da narrativa, ele consegue fazer ela ser fluída sem pecar por falta ou excesso de detalhes, ele faz mergulhos descritivos e psicológicos ótimos ser ficar enfadonho, sem perder aquele fio afiado da história. Muito bom mesmo![/align]

Eu acho o Érico genial, me apaixonei pela obra dele quando ainda nem tinha bagagem para compreender a grandiosidade da obra. Não me lembro de nenhuma obra que possa ser considerada difícil, apesar de o Tempo e o Vento ser bastante longa.
 
concordo, lucas. não diria que "inaugurou" a vertente literária do fluxo de consciência, mas sem dúvida laurence sterne é o precursor. gosto muito do tristam shandy, extremamente divertido, e tem muito daquele veio cômico da sátira inglesa (por exemplo de fielding ou de swift). eu diria que é um "fluxo de consciência" não tanto no sentido mais contemporâneo ou do século XX, em que entra o fio associativo mais psicológico do personagem. no sterne, é um fio associativo menos, digamos, introspectivo - o personagem está escrevendo e falando, uma palavra lembra outra, um episódio puxa o outro, e ele vai embora - neste sentido, não tem um "enredo", o enredo é a viajação mental e metaliterária do personagem, sempre muito divertido, autoirônico etc., você vai acompanhando as associações, ou ele próprio vai estabelecendo as associações mentais, sem "dramatismo" ou sem aquela profundidade psicológica dos "estados de consciência" mais própria do fluxo de consciência do século XX.
e certamente no shandy não é um partido literário programático como veio a ser com virginia woolf ou james joyce. nisso do shandy entra muito também o humor inglês (que chamavam de learned wit, quer dizer, a espirituosidade, o senso de humor culto e elaborado, quando não a franca sátira), eu diria que o que dá o enquadramento programático do tristam shandy é a sátira, e a técnica utilizada foi essa viajação associativa desenfreada que quase um século e meio depois foi então elaborada e alçada a programa.
 
Sorel disse:
O livro do Laurence Sterne é diferente de praticamente tudo o que vc já leu, e vale MUITO a pena, leia sim =). Me interessei nele por causa do Memórias Póstumas de Brás Cubas, que eu também adoro, mas que é muito pior que o livro do Sterne.

E, realmente, o Sterne tem mto mérito em inaugurar esse lance todo de romance passado na cabeça do narrador. Só que o que ele escreve não se enquadra na definição "crítica" de fluxo de consciência pq o tempo do livro não é, de fato, o da cabeça do personagem. Ele rola mais como um relato livre, em que ele joga no papel tudo que vem na cabeça.


oops, eu não tinha visto esse comentário. sim, concordo em número, gênero e grau. (e bem lembrado, machado de assis era fã do sterne)
 
Sorel disse:
(...)Pra citar um brazuca com título parecido: Os Sertões é muito mais complicado, na minha opinião. Eu peneeeei pra ler.(...)
Eu ia citar este. Muito rebuscado, pretensamente erudito, daqueles que ao ler deve-se ter ao lado um dicionário, no mínimo do século XIX.
 
A Editora Ateliê tem uma edição com cerca de três mil notas de rodapé esclarecendo o significado dos termos e, se preciso, "recriando" a frase de forma mais "didática"....
 
Nossa, será que o Euclides da Cunha ia gostar dessa versão "alternativa" da obra dele, mais acessível? hehe
Muito obrigado pela informação, depois vou procurar por essa edição ;)
 
O texto continua sendo o mesmo, integralmente reproduzido; mas as notas de rodapé é que ajudam bastante nas descrições geográficas, zoológicas e etc.

O que é uma mão na roda pra quem não sabe diferenciar uma pedra basáltica dum arenito...
 

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