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Roberto Bolaño

Anica

Usuário
(Abrindo o tópico na esperança de que o Tiago leia e responda minha pergunta =P )

Da Wiki:

Roberto Bolaño Ávalos (28 de abril de 1953 — 15 de julho de 2003) foi um escritor chileno, ganhador do Prêmio Rómulo Gallegos por seu romance Os Detetives Selvagens, que ele descreveu como uma carta de amor à sua geração. Bolaño foi considerado por seus pares o mais importante autor latino-americano de sua geração.

Bibliografia

Ficção

* Consejos de un discípulo de Morrison a un fanático de Joyce (1984)
* La pista de hielo (A Pista de Gelo) (1993)
* Literatura nazi en América
* Estrella distante (1996)
* Llamadas telefónicas (1997) (contos)
* Los detectives salvajes (Os Detetives Selvagens) (1998)
* Amuleto (Amuleto) (1999)
* Monsieur Pain (1999)
* Nocturno de Chile (Noturno do Chile) (2000)
* Putas asesinas (Putas Assassinas) (2001) (contos)
* Amberes (2002)
* El gaucho insufrible (2003) (contos)
* 2666 (2004)
* Last Evenings on Earth (2006) (contos)
* El secreto del mal (March 2007) (contos)

Poesia

* Los perros románticos: Poemas 1980-1998 (2000)
* Tres (2000)
* La universidad desconocida (2007)

Não-Ficção

* El gaucho insufrible (2003)
* Entre paréntesis (2004)

***

Perguntas para quem conhece o autor (cofcof[size=xx-small]Tiago[/size]cofcof):

* Qual o melhor que você já leu dele?
* QUANDO CHEGA 2666 EM PORTUGUÊÊÊÊÊS?!!!!!!!! :uhu:
 
aaaaaaaaa sejamos sinceros: leia tudo, tudo mesmo

hauahuahuahuahuahuahuahuahuauahuahua

pensando mais em vc Anica, eu lembraria de Literatura Nazi/ Estrella Distante...

a parte de ficção científica norte-americana é um primor...

e o espanhol do Bolaño não é dos mais difíceis não...
 
só 2011?!!!!! pq tanta demora? o_O

lá em portugal já saiu, não? eu to quase comprando para ler em inglês mesmo. odeio não saber ler em espanhol ><
 
Sebastian Zorn disse:
Já ouvi tanta gente (que tem gostos literários semelhantes aos meus) elogiando os livros desse cara, que estou pensando em incluir um deles no próximo carrinho de compras.

Esse 2666 também vai ser lançado pela Companhia das Letras?

Lord_Ueifoul disse:
vai sim... é o monopólio deles né...

Anica disse:
artigo do xerxenesky que saiu no zero hora:


O fenômeno latino da década
Festejado por uns e visto com desconfiança por outros, o escritor chileno Roberto Bolaño, falecido em 2003, deixou uma obra tão volumosa quanto forte, marcada por tensões, ambivalências e pelo desencanto com a vida social e política contemporânea

Falecido em 2003, o escritor chileno Roberto Bolaño não viveu tempo suficiente para aproveitar o fenômeno editorial em que se tornou, especialmente nos Estados Unidos, onde foi recebido como um dos maiores escritores da década e se converteu em êxito comercial. Por outro lado, como sugerem seus detratores, se não tivesse morrido tão jovem (aos 50 anos), seria impossível vendê-lo como esse rebelde que as editoras o transformaram. Não são poucos os críticos que têm se debruçado sobre o “mito Bolaño”, acusando a tradução para o inglês de romantizar suas narrativas, dando- lhe ares de Jack Kerouac, e as editoras de distorcerem sua biografia para fazer dele um jovem revolucionário. E, pouco a pouco, o mito Bolaño também invade o Brasil. Qual é a nossa sorte? A sua obra se sustenta e transcende qualquer façanha biográfica.

A produção do escritor se concentra em um brevíssimo espaço de tempo: de 1996 até sua morte em 2003. A lenda reza que Bolaño só começou a dedicar-se à escrita após a primeira crise hepática, quando percebeu que seu tempo de vida seria bastante limitado. A partir desse momento, escreveu desesperadamente. Como diz seu colega Enrique Vila-Matas, “tirar Bolaño de sua escrivaninha seria como tirar um morto da sepultura”. No Brasil, até o presente momento, foram publicados seis de seus livros, todos pela Companhia das Letras. Só em maio de 2010 a editora brasileira lançará 2666, romance póstumo de 1.100 páginas que é considerado sua obra-prima.

Para o leitor lusófono, uma boa porta de entrada na obra do autor é Estrela Distante, livro de 1996 publicado mês passado. Situado no Chile às vésperas, durante e após o golpe militar, Bolaño trabalha o saturadíssimo tema da ditadura, explorado até o limite na literatura latino- americana, mas o faz com um frescor que dá a impressão de que é um pioneiro no tema. A trama, centrada na figura de um aviador misterioso que escreve poemas no céu com fumaça, ao mesmo tempo em que é um assassino frio a serviço do governo, serve de pretexto para Bolaño explorar seus temas mais recorrentes: a figura do intelectual e as nebulosas relações entre ética e estética, cultura e poder.

Como na máxima de Walter Benjamin, que afirma não haver documento de cultura que não seja também um documento de barbárie, a enigmática figura do poeta-assassino parece mostrar que a cultura e a razão também engendram seus monstros. O narrador de Bolaño perde-se então na perplexidade daquele que busca compreender, mas que nunca encontrará uma solução dialética possível para um homem que une dentro de si arte e violência.

Distanciando-se dos autores engajados que marcaram o boom latino-americano, como Gabriel García Márquez, a prosa de Bolaño é marcada por uma ambivalência e um desencanto forte com a política. Seus livros retratam intelectuais, escritores, poetas e leitores que vivem em um mundo sem lugar para a cultura, ao mesmo tempo que a cultura é tudo para esses personagens. Como escreveu a revista norte-americana n+1, “o escritor em Bolaño é ao mesmo tempo um herói e um idiota”.

Isto fica bastante claro em Os Detetives Selvagens, o mais extenso livro de Roberto Bolaño lançado no país. A trama central (pois há centenas de enredos menores paralelos) gira em torno de poetas marginais da década de 70 que viajam ao deserto mexicano atrás de Cesarea Tinajero, uma fictícia poeta desaparecida. A literatura surge como força-motriz que impulsiona as ações dos personagens. Nada é tão simples, entretanto. O núcleo de Os Detetives Selvagens é composto de dezenas de testemunhos, englobando mais de duas décadas, alternando de forma compulsiva os narradores. Essa sinfonia de vozes tão radical é dos grandes engenhos do autor: impede uma visão única sobre um fato, rompendo também com a possibilidade de uma posição política determinada e estanque. A poesia podia ser tudo para aquele grupo de poetas – mas e para o resto do mundo?

Uma premissa bastante similar – a busca por um autor desaparecido – é o início de 2666, o monstruoso livro póstumo do autor. Monstruoso em múltiplos sentidos: em extensão (1.100 páginas), em amplitude (é um romance composto de cinco pequenos romances e vai da Alemanha na década de 40 até os dias de hoje no México) e tematicamente (o centro do livro são as centenas de mulheres assassinadas em Ciudad Juárez, que no livro recebe o nome de Santa Teresa). Lançada em 2004 no mundo hispânico, a obra foi finalizada em termos de enredo, mas não estilisticamente, graças à morte prematura do seu autor. Nunca saberemos o que Bolaño teria melhorado ou cortado ali, embora o leitor não seja capaz de perceber nada disso, pois, da forma como ele o deixou, o livro já atraiu inúmeros gritos de “obra-prima” por parte da crítica.

A experiência de leitura de 2666 é bastante extrema. Apesar da sua dimensão, boa parte do livro é fluída e de leitura rápida, ao contrário de outros autores que lançam romances de grande porte, como Thomas Pynchon. Não obstante, a quarta e maior parte, focada nos crimes ocorridos na cidade fronteiriça, traz uma prosa quase jornalística, descrevendo com uma frieza brutal morte após morte. O leitor se sente como um detetive estudando os casos e procurando um sentido naquilo tudo. A estrutura de 2666 também parece remontar os principais motifs de Bolaño: a primeira e a última parte têm a própria literatura como foco, e, no centro do romance, há essa série de mortes inexplicáveis, como se a violência estivesse englobada pela cultura.

É a partir dessas tensões incômodas e arenosas que a obra de Bolaño se constrói. Entre o quixotismo dos jovens poetas apaixonados pela literatura de Os Detetives Selvagens e a violência incompreensível da América Latina de 2666, o escritor chileno compôs livros que ressoarão por muito tempo e que podem, quem sabe, curar a desilusão de alguns críticos com a literatura contemporânea.

ANTÔNIO XERXENESKY | Ficcionista, autor do romance Areia nos Dentes (Não Editora)

Fonte: Zero Hora

Pips disse:
Ganhei Estrela Distante. Luciano ou Ueifoul, o que vocês acham desse?

Luciano R. M. disse:
É bastante bom... Digo até que um dos meus favoritos, dos que eu li.

Chatov disse:
Ramalokion disse:
E eu jurava que o tópico era sobre o criador e ator do Chavez!

Tenho que confessar.
Pensei o mesmo.

Pips disse:
Estou no fim da leitura de Estrela Distante e, bem, encomendei Detetives Selvagens para emendar uma sequencia saudável de Bolaño.

Qualquer outra sugestão, acato nos próximos dias!

Pips disse:
Os Detetives Selvagens é fantástico!!! Gostei muito do padrão diário, narração, investigação! Ótima narrativa. Os autores latinos (e hispânicos também) conseguem casar sexo com poesia, ao mesmo tempo que é direto e sem rodeios, rola algo poético.

Pips disse:
Voltando para um Update, uma pena poucos ainda conhecerem Bolaño, realmente vale a pena. Acho que todos deveriam aproveitar essa bolanomania para procurarem alguns de seus livros. Deliciosos de ler.

Quanto ao Detetives Selvagens, quem leu Cortázar (O Jogo da Amarelinha) talvez se identifique de maneira positiva, uma nova geração, um novo conflito de personagens que tentam respirar a arte, mas desesperados por algo que surja e os engula para dentro de uma realidade abstrata. Quando terminar, prometo um apanhado geral. Contudo, recomendo desde já.

Gigio disse:
Legal, Pips. Também estou querendo entrar nessa bolanomania... A um certo ponto, comecei a ficar desconfiado, achando muito hype todo esse destaque. Mas quando estava procurando umas dicas de romances espanhóis, encontrei uma lista dos melhores dos últimos 25 anos, escolhidos por especialistas (escritores, críticos, etc). Os 5 primeiros foram:

1. O Amor nos Tempos do Cólera, García Márquez
2. A Festa do Bode, Vargas Llosa
3. Os Detetives Selvagens, Bolaño
4. 2666, Bolaño
5. Notícias do Império, Fernando del Paso

E pelo total de votos, incluindo também os de "Estrela Distante, que também aparece na lista, o Bolaño foi o mais citado. Acho que começarei então por esse último, que é menorzinho... :g:

Fonte: http://www.semana.com/wf_InfoArticulo.aspx?idArt=101793

Anica disse:

Pips disse:
Lendo Nortuno do Chile. Até agora a ênfase no silêncio e na paz de um aspirante a crítico literário tem feito eu pensar em diversas formas como a quietude pode nos tornar pessoas apáticas e ao mesmo tempo detalhistas. Devo acrescentar que a narração do Bolaño tem uma substânciia ímpar e por isso criei certa simpatia com seu jeito de escrever.

O que vejo depois de ler sua terceira obra quase em seguida (dei uma pausa para ler Suicidios Exemplares do Vila-Matas) é que muitos anarquistas de coração, deslocados em seu tempo, podem vir a adorar o escritor. A sua repudia e admiração, sua ambivalência, para com a literatura chilena, transforma sua leitura em uma abertura a formação crítica, devo acreditar que odeio esses escritores e suas atitudes citadas ou devo pesquisar e tirar próprias conclusões? Enfim, realmente a bolañomania que surgiu não foi por um acaso simples. A voz da geração em que foi criado, desde a ditadura até seu exilio, mostra que nos tempos mais dificeis é que podemos criticar o nosso tempo para criar na atualidade uma nova visão sobre o que aconteceu conosco. Creio que Roberto escrevia para entender seu próprio tempo, sobre ele mesmo ele entendia: era um perdido, mas a época em que viveu estava longe da perdição.
 
Li Estrela Distante recentemente, meu primeiro contato com o Bolaño. Deu pra sacar que é um autor excelente e provavelmente iria produzir muita coisa bem conceituada se não tivesse a vida abreviada.

Sobre o livro, achei que se perdeu um pouco no meio, mas o início e o final são sensacionais. Como é curto, 143 páginas, acaba que não prejudica o fluxo.
 
eeeeeeeeeeee \o/ -> http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=13012421&sid=01861119312426712286663918&k5=212C4DC3&uid=
 
Minha cópia de 2666 chegou!!! A capa da Cia. das Letras ficou linda e o livro é bem pesadinho.
 
Pips disse:
Minha cópia de 2666 chegou!!! A capa da Cia. das Letras ficou linda e o livro é bem pesadinho.


Eu vi na livraria. Cobicei. E realmente, o peso é muito! Imagino indo trabalhar com aquilo na bolsa >.<
 
.Izze. disse:
Pips disse:
Minha cópia de 2666 chegou!!! A capa da Cia. das Letras ficou linda e o livro é bem pesadinho.


Eu vi na livraria. Cobicei. E realmente, o peso é muito! Imagino indo trabalhar com aquilo na bolsa >.<

A Cia. das Letras tem uma promoção, resenhar um livro do Bolaño e eles dão o 2666 e uma bolsa exclusiva para as cinco melhores.
 
Aaah.. eu vi a promoção. Faria, se já tivesse lido algo dele, mas nope. Quero começar! =D

E tenho resenhas meio que atrasadas de livros que ainda nem li D: Mas eu adorei a promoção: a mais inteligente que já vi.
 
Pips disse:
A Cia. das Letras tem uma promoção, resenhar um livro do Bolaño e eles dão o 2666 e uma bolsa exclusiva para as cinco melhores.

tem link?
 
alguém me recomendaria um livro dele pra começar? (que não seja o detetives selvagens, algo menor.) gostei do 2666 pelo pouco que folheei. e calhamaços tem um poder de atração especial.
 
Eu vou começar pelo 2666, por pura cisma - qdo ouvi falar do Bolaño pela primeira vez foi por causa desse livro, e eu estava morrendo de vontade de ler mas nunca chegava a tradução. Aí qdo comentei que ia começar por esse o Xerxenesky falou isso aqui para mim no twitter:

Ih! 2666 como primeiro Bolaño? Ousadia, hein! Eu começaria mais light, pelo "Estrela Distante"... algo assim... ;P

então se eu não fosse teimosa até começaria pela sugestão dele, mas hum, agora 2666 já está aqui >< mas fica a dica dele aí pra vc então hehehe
 
Estrela Distante e Noturno do Chile são os dois de entrada que eu recomendaria.

Pelo pouco que entendi do 2666 ele é muito parecido com o que o Cortázar fazia. Depois de ler poderei apurar melhor, mas cada vez mais acho que Bolaño tem uns traços do Argentino.
 

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