Leitura aos pedaços
Editoras brasileiras começam a perceber vantagens do tão temido livro digital.
Nesta segunda, a Galera Record começa a vender, por R$ 4,90, o e-book com o capítulo inicial de “As Crônicas de Bane”, de Cassandra Clare, autora com mais de 180 mil livros vendidos no Brasil.
Desdobramento da celebrada série “Instrumentos Mortais”, o livro em dez capítulos independentes terá um e-book por mês antes de ganhar versão impressa.
O modelo vem funcionando. Em quatro meses, a Paralela vendeu, no total, 23,5 mil e-books com trechos de “Porque Você É Minha”, de Beth Kery. No próximo dia 12, põe nas lojas 8.000 cópias do livro impresso, e, em setembro, lança e-book com o primeiro capítulo de outra série da autora.
FONTE: http://abibliotecaderaquel.blogfolha.uol.com.br/2013/06/29/painel-das-letras-2/
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Rigorosamente, durante os anos oitocentos, os romances-folhetins ocupavam um lugar estabelecido nos jornais – o pé da página – espaço destinado a publicações diversas que abordassem temas literários e de entretenimento. Ali, publicavam-se desde crônicas, críticas, peças de teatro e livros recentemente lançados, até piadas, charadas e receitas de cozinha. Para denominar esta mistura de gêneros diversificados, Martins Pena empregou o termo “sarrabulho-jornalístico”, sugerindo que a mistura de escritos que se apresentavam nos rodapés dos jornais não estavam classificadas entre os gêneros nobres. Mesmo assim o romance-folhetim foi uma febre nacional que impulsionou muitos dos nossos grandes autores a utilizarem esse espaço como forma de publicação das suas obras e projeção dos seus nomes entre o público e a crítica. Sendo o jornal o veículo de comunicação mais acessível na sociedade dos oitocentos, talvez este fosse o caminho mais rápido e fácil para o escritor alcançar notoriedade.
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FONTE: Folhetins: uma prática de leitura do século XIX, Germana Maria Araújo Sales.
O que quero mostrar com esses dois textos é: será que estamos revisitando a prática de leitura em folhetins? Não digo literalmente, claro, mas esse tipo de prática editorial relatada pela Raquel Cozer me deixou intrigado...
Ainda acho que o livro digital tem muitas surpresas a trazer ao mundo da leitura. Bem o contrário das visões apocalípticas que propagam por aí... Esse tipo de abordagem, por exemplo, eu acho interessantíssima.