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Copa 2014 Protesto em Porto Alegre contra mascote da Copa termina em repressão policial

Kainof

Sr. Raposo
Usuário Premium
Na quinta-feira à noite, dia 04/10/12, rolava pelo facebook a imagem do mascote da Copa do Mundo Fifa 2014 numa das regiões mais movimentadas de Porto Alegre cercado por um grande aparato policial:

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Os comentários dessa imagem no facebook eram todos de revolta contra a atitude de cercar o boneco gigante de plástico com viaturas e policiais do POE (Pelotão de Operações Especiais) da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, enquanto várias vias da capital gaúcha ficam sem policiamento e à mercê de assaltantes. De fato, a segurança pública tem se tornado cada vez preocupante em Porto Alegre.
Junto com esses comentários indignados, alguns planos de furar o bicho, por piada ou não. No facebook, a foto e os comentários atingiram proporções virais.

Horas mais tarde, coincidentemente ou não, um protesto que acontecia nas ruas de Porto Alegre contra a privatização e cercamento dos espaços de lazer público, levou os seus manifestantes até o local próximo do mascote gigante. Foi aí que a confusão começou:

Jornal Zero Hora disse:
Manifestantes atacaram o boneco inflável do mascote da Copa do Mundo de 2014 que está no Largo Glênio Peres, no centro de Porto Alegre, na noite de quinta-feira. Por volta das 23h20min, cerca de cem pessoas derrubaram as grades de proteção em torno do Tatu-Bola e colocaram no chão o símbolo do Mundial do Brasil.

O grupo entrou em confronto com policiais militares do Pelotão de Operações Especiais (POE) do 9º Batalhão de Polícia Militar (Centro). Os PMs usaram cassetetes, bombas de efeito moral e balas de borracha para pôr fim ao protesto. Pelo menos 20 viaturas da Brigada Militar e cerca de 80 PMs foram mobilizados para conter os manifestantes. O confronto durou cerca de 20 minutos.

Os manifestantes integravam um grupo que estava reunido na Praça Montevidéu, em frente à prefeitura, para um ato denominado “Defesa Pública da Alegria”. Organizado via rede social, o movimento critica a privatização de locais públicos e o governo do prefeito José Fortunati.


— Eles estavam provocando os policiais na manifestação na Praça Montevidéu. A BM ficou de fora, só observando. Eles arrancaram os gradis e começaram a derrubar o mascote. Foi uma atitude de afronta — afirmou o capitão da BM Euclides Neto, comandante da 1ª Companhia do 9º BPM
Fonte: Zero Hora

A reação dos manifestantes à interferência policial foi violenta, assim como a truculência dos policiais na tentativa de conter o protesto que virou vandalismo:

Jornal Zero Hora disse:
A intenção era utilizar o tema da alegria e da felicidade para protestar contra o que consideram "a privatização dos espaços públicos" de Porto Alegre, em frente à prefeitura municipal. No entanto, a manifestação que iniciou ainda na tarde de quinta-feira acabou em confronto com a Brigada Militar e a Guarda Municipal. Como resultado, feridos e acusações de todos os lados.

— Não teria sentido depredar um mascote de plástico. A polícia começou a se exaltar e houve um exaltação mútua. Aí aconteceu uma violência indiscriminada do choque, com tiros de balas de borracha, bombas de efeito moral, como se estivéssemos ali cometendo um crime. Foi uma violência que não se pode esperar de uma instituição do Estado. Não entendo porque posicionaram um efetivo tão grande em frente a um boneco — alega Alves, que também trabalha no setor de Saúde.

Depois que a manifestação estava dispersada, conta Alves, algumas pessoas teriam sido perseguidas pelos policiais. Já na Rua Uruguai, o estudante afirma que tentava conversar com agentes da Guarda Municipal para evitar novo confronto, quando teria sido atingido por um deles, observa:

— Ele tirou uma distância e acertou na minha cabeça. Fiquei tonto e caí no chão. Tive que fazer 11 pontos.

O comandante da Guarda Municipal, Eliandro Olveira de Almeida, confirma o princípio de confronto entre manifestantes e integrantes do órgão em frente ao Paço Municipal, pois algumas pessoas teriam tentado invadir o prédio. Conforme ele, não houve gravidade nem excessos por parte da Guarda.
Fonte: Zero Hora

O vídeo do momento é assustador:


Há também um vídeo filmado pelas câmeras de segurança do local disponível na reportagem no link acima.


Protestos e manifestações públicas são comuns em Porto Alegre, mas quase nunca atingem esse nível de extremismo e violência.
Existem já diversos questionamentos sobre a possibilidade de organização de protestos através das redes sociais quando bem utilizadas.
Sobre o desperdício de profissionais da segurança que poderiam estar protegendo o cidadão ao invés de um amontoado de borracha e vento.
Além claro, da velha rixa entre protesto violento x truculência da Brigada Militar.
 

Anexos

  • Tatu Bola Gigante em PoA.jpg
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Última edição por um moderador:
Sério, eu não entendo essa truculência da polícia, se fosse um protesto violento (que eu apoio) eu entenderia, mas eles são sempre truculentos, até nos protestos pacíficos, não somos ditadura há 27 anos, mas os meios de repressão daquela época não foram avisados.
 
Eu não defendo nenhum tipo de extremismo. Nem de um lado, nem o outro.

É fato que a polícia exagerou, desde antes do protesto.
Pra quê tanto efetivo mobilizado pra se proteger um boneco? Beira o ridículo...

Mas por outro lado, pensando como autoridade policial, é preciso considerar que houve uma suposta ameaça organizada.
Depredar um patrimônio, seja ele público ou privado, é crime. Portanto, deve ser reprimido!

Muitos poderiam tentar justificar o ato, alegando que a polícia recebe denúncias de ameaças todos os dias e não dá a mínima.
É fato! Mas um erro não justifica o outro...
 
Exagero de ambos os lados, onde ninguém é santo nesse incidente e ao mesmo tempo foi algo muito patético e bizarro.

Eu não vivo em Porto Alegre, então não estou totalmente a par de como estão as coisas por lá, mas poderiam ter erguido esse boneco dentro de um shopping de grande movimento e nada disso teria acontecido.
 
Porto Alegre é uma cidade acostumada a comportar protestos e manifestações. Impossível que um destacamento especial da polícia militar não saiba disso e não saiba como lidar com esse tipo de coisa. Ou foi completo despreparo profissional ou foi agressividade pura.

Me entristece que tenhamos chegado a tal nível democrático no qual estamos e não possamos manifestar descontentamento com o governo. Ainda que saibamos que pouco vai adiantar bater panela nas portas dos palácios governamentais, porque quem está lá dentro não dá a mínima para quem o elegeu, mas não é quem o mantém no comando. Ainda que saibamos que realizar uma marcha de protesto não vai adiantar, porque as pessoas ficarão mais interessadas em reclamar do engarrafamento do trânsito do que apoiar. Ainda assim, temos o direito de protestar, em público se preciso, de forma contundente se necessário.

Mas o que me entristece ainda mais é ver pessoas esclarecidas e bem cotadas defendendo a violência. Defendendo a repressão policial, a truculência. Triste, tristíssimo. Triste que em nome de uma contrariedade político-ideológica, alguém defenda a agressão aos "burguesinhos de esquerda sustentados pelos pais". Que argumento idiota! Generalização escrota. Vocês viram os vídeos e fotos? Perseguição, agressão contra pessoas indefesas e com os braços levantados. Agressão gratuita contra pessoas filmando ou fotografando ou apenas paradas. Viram as mulheres caídas no chão ou ensanguentadas? Atrocidade é o nome disso! Covardia. Extravasamento de impulso violento. Até quando o corpo policial admitirá alguns dos mais agressivos seres da sociedade?

Nada, nada justifica essa ação policial. Acho que qualquer um que respeite a integridade humana concordará.

Quanto ao protesto. Em princípio ele era pacífico e totalmente de acordo com o momento no qual a cidade vive. O que penso que ocorreu foi que com o movimento no facebook, algum valentão tenha saído de casa para tomar parte. Ou que durante o trajeto da manifestação, bêbados (como afirmaram os policiais) aleatórios tenham se juntado aos manifestantes. Porque sempre tem um babaca. Ainda assim, o movimento inicial foi de cercar o boneco. Acredito que aí devem ter ocorrido ameaças ao mascote da Copa. Esse foi o momento crítico. Se a polícia tivesse identificado os mais exaltados ou líderes e efetuassem uma aproximação pacífica e preventiva neles, ao invés de chegar batendo indiscriminadamente, ou "descendo o cacete" como é dito aqui e típico da Brigada Militar, o ocorrido poderia ter se resolvido sem maiores danos. Mesmo que o boneco fosse danificado, os responsáveis deveriam ser detidos, ok. Mas preferiu-se o espancamento dos manifestantes. Cortes, concussões, quedas, pontos, hematomas, terror, trauma, por um boneco gigante inflável de borracha... uma troca justa e humana, como se espera do Estado e do seu aparato de segurança do cidadão. Só que não...

A contrapartida violenta dos manifestantes não se justifica. Violência nunca é justificável. Quem reagiu foi idiota. E os vândalos mereciam mesmo a prisão. Mas quando entraram em choque, as coisas ficaram "levemente" injustas se comparar bêbados com pedaços de calçada contra policiais treinados, armados e protegidos por escudos...
 
Acho que a coisa começa a ficar perigosa quando as próprias pessoas não entendem muito bem o porquê de protestar.
Nesses casos, a força policial tem de ser muito cuidadosa.

Hoje eu bvi no jornal um fato que aconteceu aqui no Rio e me lembrou um pouco esse caso.
Na praia de Ipanema, um grupo pequeno de guardas municipais abordaram um banhista que estava com um cachorro na areia da praia, fato que não é permitido.
O resultado da abordagem foi o ataque totalmente desproporcional de uma turba contra, se não me engano, três agentes.

O ponto a ser enfatizado nesse caso é que os guardas estavam agindo conforme a lei, visando ao benefício comum.
Em resposta, as pessoas atiraram cadeiras, côcos, barrascas e tudo mais que estava à mão nos policias.

Em Porto Alegre, poderia ter acontecido algo muito parecido.
Imaginem uma patrulha pequena, a pé e sem equipamento de choque ou controle de turba que se depara com um grupo danificando patrimônio público.
A intervenção é justa e legal. Mas pode descambar para um tumulto generalizado, pois as pessoas extrapolaram o limite entre um protesto pacífico e uma ação ilegal.
 
Acho que a coisa começa a ficar perigosa quando as próprias pessoas não entendem muito bem o porquê de protestar.
Nesses casos, a força policial tem de ser muito cuidadosa.

Hoje eu bvi no jornal um fato que aconteceu aqui no Rio e me lembrou um pouco esse caso.
Na praia de Ipanema, um grupo pequeno de guardas municipais abordaram um banhista que estava com um cachorro na areia da praia, fato que não é permitido.
O resultado da abordagem foi o ataque totalmente desproporcional de uma turba contra, se não me engano, três agentes.

O ponto a ser enfatizado nesse caso é que os guardas estavam agindo conforme a lei, visando ao benefício comum.
Em resposta, as pessoas atiraram cadeiras, côcos, barrascas e tudo mais que estava à mão nos policias.

Em Porto Alegre, poderia ter acontecido algo muito parecido.
Imaginem uma patrulha pequena, a pé e sem equipamento de choque ou controle de turba que se depara com um grupo danificando patrimônio público.
A intervenção é justa e legal. Mas pode descambar para um tumulto generalizado, pois as pessoas extrapolaram o limite entre um protesto pacífico e uma ação ilegal.

vocer esta falando desse evento, eu acho:

E não foram 3 agentes, foram bem mais que isso. Eles imobilizaram (!!!) o rapaz e foram arrastando ele para fora da praia. Os banhistas ficaram chocados com a violencia e cercaram os guardas, que sacaram seus cacetes e foram abrindo espaço na porrada, porém os banhistas não pararam e obrigaram os guardas a soltar o rapaz e fugirem para o calçadão. No fim do video não mostra, mas depois que a turba se dissipou, os guardas voltaram para a praia e pegaram um dos rapazes que protegeram o muleque e espancaram ele, levando mais tarde o mesmo para a delegacia.

E eles NÃO estavam agindo de acordo com a lei. Eles estavam sendo TRUCULENTOS, agindo com violencia desproporcional e causando um incidente totalmente evitavel.
 
Última edição por um moderador:
O caso em Ipanema não entra tanto nessa discussão de Copa. Ali foi só os agentes do mau-caráter do Dudu Paes querendo mostrar poder numa área do Freixo.
 

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