Pronto, corrigi pra você
Mestre não manda quase nada no estilo do grupo - o máximo que o Mestre vai conseguir é ficar sem grupo se forçar a barra
Se forçar a barra sim, mas dificilmente escolher o sistema é forçar a barra. A não ser que o mestre queira empurrar 3D&T pra um grupo de veteranos em D&D.
Pele menos na minha opinião, forçar a barra geralmente significa retirar equipamentos de personagens no meio do jogo, proibir ou tornar automaticamente falhos coisas ou atitudes simplesmente por não querer que seja assim, sacanear jogadores etc. Enfim, tudo o que se resume a arbitrariedade e jogar contra os jogadores, para divertimento exclusivo do mestre.
De fato, quem tem mais serviço é o mestre, então o mínimo que ele pode fazer, é escolher o sistema em que vai mestrar.
É claro que pode ser mais difícil de fazer com que jogadores acostumados a um sistema sejam completamente receptivos a jogar em outro. Mas nesse caso, convém um pouco de bom senso aos mesmos, em experimentar algo novo (se já tiverem experimentado e não gostado, aí é outra história), e se não quiserem, que um deles se voluntarie a mestrar algo no sistema
venerado preferido. Caso contrário, que engulam os caprichos e deem um pouco de valor ao empenho do mestre.
Tirando isso, o estilo de jogo é algo que se aprende com o tempo. Eu, por exemplo, já desisti de mestrar jogos mais sérios, a não ser que a proposta seja levar isso ao extremo, de modo que os jogadores não vão achar muita graça nas coisas que acontecem, ou em agir comicamente. E já jogamos jogos assim, com outras pessoas mestrando, e eles gostaram pra caramba. Muito provavelmente, por ter conseguido se criar uma atmosfera de terror, medo e anseio. Quando o jogador se sente dentro do jogo, em geral o gênero não importa tanto assim. Creio que, mesmo que seja o estilo preferido do dito cujo, ele não vai gostar muito se o jogo não passar o sentimento que deveria.
Outro problema está em quando o jogo se torna chato. Já me diverti mais com jogos de 3D&T, do que com algumas partidas de D&D, e isso devido à mania horrível (na minha opinião) de alguns mestres em fazer rodadas longas demais, quando os jogadores estão separados. De fato, nos respectivos jogos, eu era o único que ficava em tempo integral na mesa, só pra ter conhecimento do que acontecia, pois a vontade mesmo era de dormir. Os outros jogadores enquanto esperavam, iam jogar WoW, video-game, comer, ir no banheiro, dormir...
Nos jogos com que estou acostumado, do meu grupo principal, os jogadores normalmente pedem ao meste que pare um pouco a narração, quando vão ao banheiro, ou que o jogo continue na cozinha, quando um vai passar o café, ou preparar um lanche, pois estão animados com a coisa, mesmo quando não estão na cena. Até porque, sabem que logo chegará a vez deles.
Creio que a questão seja manter o jogo fluído, e sem dar a impressão ao jogador de que você está cerceando-o. Não tem nada mais desanimador do que um jogo parado, e no qual você não pode fazer as coisas apenas porque na opinião do mestre, não são possíveis, ou porque produziriam resultados diferentes do desejado por ele.
Mas devo confessar que, o que acho realmente detestável, é quando o mestre toma as rédeas da personagem (em especial, quando você está presente no jogo), e usa isso pra fazer as coisas de modo que lhe sejam mais convenientes, mesmo que vá contra qualquer lógica existente.
Eu acho o 3D&T um sistema interessante pra jogos de DBZ, cavaleiros do zodíaco, megaman e coisas do tipo. Basicamente, aquilo para o qual ele foi inventado. Se vc gosta desse tipo de coisa, vá em frente.
Eu não acho a 4e especialmente complicada pra começar a jogar. No primeiro nível ela é bem simples, e vai escalando em complexidade. Mas até chegar lá, vc já se acostumou.
Storyteller eu gosto muito, especialmente Lobisomem. Foi o primeiro sistema que eu joguei com regularidade, fácil de criar personagens (só preencher bolinhas) e de narrar (se vc não se levar a sério demais, como alguns). Não deve ser difícil hj em dia arranjar a 3a edição traduzida de Lobisomem.
Então, na minha época de 3D&T, nos divertíamos jogando, mas tínhamos noção de que não podiamos esperar nada próximo da realidade ali.
Da mesma maneira, montanhas, espadas e patos de borracha nunca causaram os mesmos estragos. Usavamos a tabela de armas de Daemon, e somavamos o dano das mesmas aos atributos básicos. Diferenciávamos os tipos de danos, assim como não permitiamos "kame-hame-hás" e coisas assim. Usávamos os atributos em escalas parecidas com a de Storyteller, ao invés dos absurdos do sistema básico. Enfim, mudavamos a coisa inteira, praticamente, mas permanecia o sistema de rolagem.
Era divertido, naquela época, mas porque já sabíamos que era uma droga, e como não tínhamos coisa melhor em mãos, não esperávamos grande coisa.
Eu recomendaria 3D&T mais pra jogadores que não estejam ligando muito pra regras ou pra realidade, e que se importem primeiramente em dar risada.
Já se o grupo for mais chato com essa questão de realidade, eu realmente iria sugerir começar com Storyteller, visto que tem uma dose satisfatória da mesma, e não é nem um pouco complicado.
Mas tinha quotado na verdade pra comentar do pedaço relativo à seriedade de narração. Isso me lembrou de umas abominações que vi uma vez numa comunidade do orkut, como um mestre todo orgulhoso falando que buscava tornar o jogo de Lobisomem dele o mais real possível, pedindo testes de Vigor a cada turno de batalha, pros jogadores não se cansarem...
Tento imaginar um Lobisomem de Vigor 6, 7, com sua regeneração, se cansando após 5 turnos de batalha, o que seriam...15 segundos
Imagino que não era esse o sentido da seriedade de narração, mas tinha me lembrado, e resolvi comentar...
Agora também recordei da primeira vez que joguei RPG na vida, e do mestre que exigia que, para entrar numa sala, por exemplo, falássemos que girávamos a maçaneta, e abriamos a porta.