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Vício Inerente - Thomas Pynchon

Meia Palavra

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Um magnata do ramo imobiliário desaparece e sua atual amante bate à porta de um detetive particular buscando ajuda. Até ai, o clichê é obvio. As coisas começam a ficar interessantes quando se descobre que isso aconteceu no final dos anos 1960, logo apos a prisão de Charles Manson e sua 'Família'.

Agora, as coisas começam a ficar realmente estranhas quando o detetive em questão é Doc Sportello, maconheiro e vagabundo profissional. E tudo vai ficando cada vez mais surreal com o envolvimento da Sociedade Ariana, dos Panteras Negras e do Canino Dourado- que ninguém sabe exatamente o que é, as teorias indo desde algum monstro bizarro, um barco ou o sindicato dos dentistas de Los Angeles.

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A linguagem de Pynchon é realmente peculiar ele tem um estilo vulgar-elegante que não deixa o leitor se desligar dos personagens. É incrível. Esse é um dos livros que mais cobiço ler.
 
Não sei, estava lendo agora "O Leilão do Lote 49" e realmente não entendi o porquê do Pynchon ser tão reverenciado...

Aproveitando a dica do Luciano, vou procurar os comentários do Bloom a respeito, ver se consigo mudar minha opinião com um pouco mais de instrução... Mas se alguém já se dispor a me esclarecer, ficaria muito agradecido.

Luciano, qual sua opinião quanto ao papel do Pynchon no cenário literário? A forma com que você caracterizou o estilo dele - "peculiar", "metódico" - não me passou muita confiança, pra falar a verdade...
 
Tava lendo O arco-íris da gravidade domingo, quando um dos personagnes do livro vai vomitar no banheiro e perde a gaita, que cai do bolso dele na privada, ele mete a cabeça na privada, que tá cheia de merda, enquanto sente e pressente negros baixando a calça dele e tocando na bunda dele, então ele mergulha na privada, e vai reconhecendo as merdas de vários amigos dele, e vai lembrando de quando cada um cagou aquilo, e a narrativa vai falando do interior da privada, da descarga de merdas vindouras e, tã-dã, já tá falando de outro personagem que não tinha nada a ver, tudo isso pra terminar da mesma forma que começou: "Você? Nunca dançou? O garoto Kenosha!". Tudo isso em 7 páginas. Eu ri muito no início (e a prosa é linda), mas no fim me deu aquela sensação de (eu nunca pronunciarei isto alto) bad trip. Das brabas. Aliás, esse livro me traz duas sensações recorrentes: o primeiro toque do despertador, quando tu tá saindo do sonho pra acordar; e a sensação de sair de uma montanha-russa e pensar: eu não devia ter comido tanto cachorro quente antes de entrar nesse troço.

Estou com o livro há mais de um ano e ainda não passei da página 100.
 
Tenho muita curiosidade com Arco-Íris da Gravidade, e nunca li nada do Pynchon.
Mas depois desses últimos posts, estou com um pé atrás... será que mais alguém aqui leu esse livro?
Também estou aguardando a opinião do Luciano.
 
Há quem ame esse livro. É um dos preferidos do Xerxenesky, por exemplo. Eu ainda não consegui mergulhar no livro.

Ah, no meu comentário sobre o trecho, usei termos um pouco menos chulos do que os que ele usa no livro.

Sobre Vício Inerente, lembro de ter lido em algum lugar que o Paul Thomas Anderson faria um filme baseado no livro.
 
Gigio disse:
Luciano, qual sua opinião quanto ao papel do Pynchon no cenário literário? A forma com que você caracterizou o estilo dele - "peculiar", "metódico" - não me passou muita confiança, pra falar a verdade...

Então Gigio... Eu acho difícil falar do Pynchon, porque apesar de ele ter lançado o primeiro romance faz algum tempo, ele sempre esteve um tanto à margem, sendo underground demais para ser mainstream, e mainstream demais para ser underground. Recentemente os escritores latino-americanos resgatam um pouco isso, como é o caso do Bolaño e, principalmente, do Rodrigo Fresán.
E acho inevitáveis os paralelos com Vonnegut e K. Dick.
Talvez eu que conheça muito pouco da obra dele, mas acho que ainda é cedo para se pensar no papel- e no impacto- real dele.
 
Rodrigo Lattuada disse:
Ah, no meu comentário sobre o trecho, usei termos um pouco menos chulos do que os que ele usa no livro.

:lol:

Mas se só a sua descrição da cena já me pareceu bem engraçada (lembrei do tipo de coisa que o DFW faz), deve valer a pena conhecer melhor o "Gravity's Rainbow"...

Luciano R. M. disse:
Então Gigio... Eu acho difícil falar do Pynchon, porque apesar de ele ter lançado o primeiro romance faz algum tempo, ele sempre esteve um tanto à margem, sendo underground demais para ser mainstream, e mainstream demais para ser underground. Recentemente os escritores latino-americanos resgatam um pouco isso, como é o caso do Bolaño e, principalmente, do Rodrigo Fresán.
E acho inevitáveis os paralelos com Vonnegut e K. Dick.
Talvez eu que conheça muito pouco da obra dele, mas acho que ainda é cedo para se pensar no papel- e no impacto- real dele.

Valeu, Luciano, ter em mente essas relações é bem útil. E essa minha pergunta foi mesmo exagerada... Mas ainda pretendo conhecer diretamente as palavras do Bloom... Depois posto aqui o resultado da pesquisa.
 
Então, consultando o "Cânone Ocidental", do Bloom, não encontrei nenhuma caracterização explícita do Pynchon ou das obras dele, algo assim como um elogio das suas qualidades específicas... Indo pela estrutura geral, me parece que o Bloom valoriza as obras que são capazes de transformar a maneira como se usa a linguagem, os autores que tem tanta força de expressão que são capazes de alterar os rumos da literatura. E oferece até um teste prático: pertencerão ao cânone aqueles autores que se consolidarem como referências duas gerações mais tarde. "O contágio é o teste pragmático para a formação de um cânone", ele diz.

O Bloom acredita na influência do Pynchon, mas, como disse o Luciano, ainda é cedo para saber o seu impacto real...

(O último membro incontestável do cânone seria Beckett.)
 
Não sei se alguém aqui já sabia, mas viram que há uma playlist do Pynchon lá no Amazon para a leitura de Vício Inerente.
Para alguém que é tido como recluso, é uma atitude bastante interessante.

Larry "Doc" Sportello é um detetive particular que vê o mundo através de uma névoa pegajosa de droga, animado pela música de uma época cujas marcas registradas eram paz, amor e revolução. Enquanto o estranho caso de Doc cresce estranhamente, sua trilha sonora dos anos 60 - que varia de surf, pop e rock psicodélico a instrumentais misteriosos - pega o ritmo. Ouça algumas das músicas que você vai escutar em Vício inerente - a playlist que se segue foi feito exclusivamente para Amazon.com, por cortesia de Thomas Pynchon.
As faixas são:

Bamboo - Johnny and the Hurricanes
Bang Bang - The Bonzo Dog Band
Bootleg Tape - Elephant's Memory
Can't Buy Me Love - The Beatles
Desafinado - Stan Getz & Astrud Gilberto, with Charlie Byrd
Elusive Butterfly - Bob Lind
Fly Me to the Moon - Frank Sinatra
Full Moon in Pisces - Lark
God Only Knows - The Beach Boys
The Greatest Hits of Tommy James and The Shondells
Happy Trails to You - Roy Rogers
Help Me, Rhonda - The Beach Boys
Here Come the Hodads - The Marketts
The Ice Caps - Tiny Tim
Interstellar Overdrive - Pink Floyd
It Never Entered My Mind - Andrea Marcovicci
Just the Lasagna (Semi-Bossa Nova) - Carmine & the Cal-Zones
Long Trip Out - Spotted Dick
Motion by the Ocean - The Board
People Are Strange (When You're a Stranger) - The Doors
Pipeline - The Chantays
Quentin's Theme (Theme Song from "Dark Shadows") - Charles Randolph Grean Sounde
Rembetissa - Roza Eskenazi
Repossess Man - Droolin’ Floyd Womack
Skyful of Hearts - Larry "Doc" Sportello
Something Happened to Me Yesterday - The Rolling Stones
Something in the Air - Thunderclap Newman
Soul Gidget - Meatball Flag
Stranger in Love - The Spaniels
Sugar Sugar - The Archies
Super Market - Fapardokly
Surfin' Bird - The Trashmen
Telstar - The Tornados
Tequila - The Champs
Theme Song from The Big Valley - Beer
There's No Business Like Show Business - Ethel Merman
Vincebus Eruptum - Blue Cheer
Volare - Domenico Modugno
Wabash Cannonball - Roy Acuff & His Crazy Tennesseans
Wipeout - The Surfaris
Wouldn't It Be Nice - The Beach Boys
Yummy Yummy Yummy - Ohio Expresss
 
Gostei bastante de The crying of lot 49, do Pynchon. Mas não consegui engrenar a leitura de Vício inerente, ou de V., um outro romance do autor. Ambos foram parar em sebos.
 

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