Veganismo. Ou talvez Veganismos. Ou ainda: Veganize-se!
Vamos falar sobre alimentação, exploração animal, afinal ovo é bom ou não é, frango e atum são essenciais pra maromba?
Podemos também falar sobre o impacto ambiental do consumo de carne e derivados animais nessa bomba relógio que chamamos de planeta:
Claro que a transição pode ser feita aos poucos e uma redução no consumo de carne e derivados animais já ajudaria bastante tanto a saúde pública quanto a saúde do Planeta (lembrando que até a SpaceX conseguir terraformar Marte não temos, literalmente, lugar nenhum pra fugir no espaço, e que um aumento de 2º na temperatura do planeta já seria devastador, e estamos nos encaminhando para uma elevação de 5º nos próximos 200 anos, então é sério o negócio) -
Além da moderação temos a iniciativa segunda sem carne, defendida por ninguém menos que Paul McCartney
Feito esse compêndio, vou falar agora do MEU veganismo e por que decidi adotá-lo.
Primeiramente, para mim é fácil ser vegana. Minha mãe tinha que se virar nos 30 para me fazer beber nescau quando criança (sim, eu sempre detestei achocolatado com leite, apesar de amar brigadeiro e bolo de chocolate). Para me fazer comer carne, então, só com milagre. O frango tinha que vir disfarçado em um mar de maionese e farofa bem temperada, a carne tinha que ser moída e disfarçada com molhos e outros acompanhamentos. Senão eu realmente não queria saber.
OK, eu gostava de um bacon ou calabresa na pizza, mas o presunto não me descia desde nunca.
Eventualmente, depois de anos indo a churrascarias sem comer a carne, comecei a gostar de vazio - mas só daquela parte carbonizada que tinha gosto de queimadinho. Da carne ao ponto sempre tive pavor.
Nos últimos anos desenvolvi uma paixão alucinada por restaurantes veganos - de repente encontrei a minha praia. Mas como eu sou das marombas, ainda tentava me forçar a comer omelete (e quase vomitava depois), e adorava queijos (me diz um único ser humano que não ama???), e de vez em quando, com um help do @Slicer, cozinhei carne moída algumas vezes (porque é a única que não precisa encostar para cozinhar - nunca consegui encostar num pedaço de carne crua).
Feita a contextualização, sim, é fácil pra mim ser vegana.
Foi um alívio tremendo não tentar mais me forçar a comer ovo ou carne. Foi também um grande alivio deixar de ''empurrar com a barriga'' uma responsabilidade que eu já sentia desde sempre com os demais seres vivos e com o planeta.
Digo isso porque eu sei que a maioria das pessoas não se enquadra nessa descrição - a maioria genuinamente gosta de carne, ovo, leite e derivados, e não sente remorso em relação aos animais, afinal animais sempre se alimentaram de outros animais e essa é a vida, e quanto ao planeta, bom, uma hora alguém vai surgir com uma solução, afinal a ciência vem se desenvolvendo exponencialmente.
O que eu não falei até agora foi o marco que me fez mudar de prática concretamente, e a razão é a seguinte: mesmo não gostando, eu acreditava que comer carne, ovo e leite eram necessários para minha saúde. Até que eu descobri que não apenas não eram, como são nocivos.
Agora entra uma parte da minha argumentação que merece um disclaimer.
Os assuntos sobre os quais vou falar agora não são pacíficos entre médicos e nutricionistas - na verdade, é objeto de embate ferrenho entre eles, e qualquer pessoa que fale o que vou falar agora pode se preparar para ser apedrejado.
Então, caso queira continuar acreditando nas próprias convicções, beleza. Mas como aqui no fórum (em tese...) os participantes em geral leem mais, são mais bem informados e mais inteligentes, eu peço que refutem meus argumentos com dados, estudos, etc. com fontes sólidas e não financiadas pelo agronegócio.
Os opositores da whole food plant-based diet costumam acusar seus defensores de cherry picking (filtro de informações para só ressaltar aquilo que convier). É claro que a mesma acusação também pode ser feita para o outro lado.
Estou dizendo tudo isso para que os dados que eu vou postar a seguir sejam recebidos de forma crítica e consciente por todos.
Então vamos ao que importa
Eu já conhecia a obra do Dr Michael Greger há um tempo, mas nunca tinha parado para realmente ler e ir a fundo nisso até que o livro dele (com um título click bait bem agressivo) How not to die entrou em promoção na loja do kindle. Avisei meu marido, um natureba/saudável hardcore, e ambos passamos a ler o dito cujo.
No final daquela semana ambos tínhamos nos convertido.
https://www.amazon.com/How-Not-Die-Discover-Scientifically/dp/1250066115
Qual é o diferencial deste livro frente ao resto?
1. O autor não fica com nenhum lucro. Todas as vendas vão para o http://nutritionfacts.org que basicamente dá toda a informação gratuitamente. Ele também tem um canal no youtube com toneladas de infomação https://www.youtube.com/user/NutritionFactsOrg
2. Tudo que ele fala, ABSOLUTAMENTE TUDO, vem diretamente de um estudo científico, e ele SEMPRE fala os prós e contras do estudo de forma realista - por exemplo, ele avisa quando o estudo não é ''randomized and double blinded'', por exemplo quando não dão os alimentos em pó para os participantes, então é óbvio que eles sabem que o que estão comendo não é um placebo e portanto podem dar resultados enviesados (biased).
3. Ele investiga quem financia os estudos também.
Já varri a internet atrás de denúncias de algum interesse do dr Greger - estaria ele sendo financiado pela whole foods? Pela indústria do brócolis, como ele mesmo adora brincar? Até agora não achei nada.
Lembrando que o que o livro defende é uma alimentação integral baseada em plantas, o que significa que ele não está pregando o veganismo - tu pode seguir o livro e usar uma bolsa de couro sem dor na consciência. Por outro lado, um vegano que é vegano só pela causa animal pode comer oreos, mas quem segue a WFPBD (whole food plant based diet) deve evitar oreos porque eles fazem mal, simples assim.
Vou anexar aqui algumas informações interessantes publicadas no nutrition facts:
Tem muito mais...
Aí depois ainda tem o argumento evolutivo, que o ser humano é onívoro pero no mucho, isto é, se era para comer carnes ou derivados animais, a proporção deveria ser ínfima comparado ao que a dieta ocidental prega hoje em dia.
Isso sem falar na obsessão da proteína e na falta de alerta sobre o consumo de fibras.
Ainda tem gente que não sabe que carnes processadas são reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde como cancerígenos, em especial do câncer colorretal - mas os próprios médicos (cujas universidades e eventos são bancados por coca cola, mcdonnalds e afins) disseram para não se preocupar, porque o risco só aumenta uns 17% - quase 1/5 de chance de câncer no reto é um risco aceitável?!?!??
E o principal: se tu tiver um filho HOJE, tu vai levar ele pra comer algo que vai aumentar em 17% a chance dele de passar por uma das piores experiências que um ser humano pode ter? Estou vendo uma pessoa de 70 anos na minha família definhar numa maca exatamente com esse câncer, tendo tido que usar por anos a bolsa de colonoscopia.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5448603/
https://nacoesunidas.org/onu-consum...da-e-carne-vermelha-aumentam-risco-de-cancer/
Eu, particularmente, cheguei à conclusão de que as pessoas devem entrar em negação justamente por não conseguir lidar com sua própria culpa - se eu tivesse um filho de, digamos, 20 anos, para quem eu tivesse alimentado essas carnes (especialmente as processadas) desde pequeno, eu iria querer viver com esse pensamento de que eu aumentei em 1/5 a chance dele ter câncer e quase 100% a chance dele ter problemas cardíacos no futuro? O que é pior, encarar esses fatos e mudar, ou fazer de conta que estou certa e continuar como estava, encontrando alguma desculpa pra limpar minha barra?
Tem muita evidência de muita coisa que deveria ser debatida. Mas ninguém quer falar nisso, a não ser uns poucos ativistas.
Não é do interesse de ninguém. O povo prefere envelhecer sem saúde a parar de comer carne e leite e ovos.
Lembrando que de nada adianta ser vegano e só comer bobagem.
Muita gente só se livra do paladar infantil ao se tornar vegano e descobrir que as coisas têm sabor - que não seja o sabor dos quilos de sal, açúcar e gordura que os restaurantes colocam em tudo.
Enfim, como qualquer veneno conveniente, eu ainda abro exceções para derivados animais - a carne cortei de vez. Minha fisolofia é de comer vegano sempre que possível, e quando não for possível, maneirar. Para o grosso da minha alimentação eu como saudável (basicamente vegetais frescos) e evito os pega ratões carésimos como "substitutos" vegetais (manteiga vegetal, leite vegetal, carne vegetal...) que além de caros são processados e portanto não muito saudáveis.
Meu cardápio tem sido, basicamente:
1. Café da manhã - começar o dia com uma tigela abarrotada de frutas (uns 5 tipos), muita aveia, farinha de linhaça, cacau 100%, canela e gengibre em pó, e algum tipo de castanha ou amendoim. Às vezes acho que chega a dar 1kg de comida. Não sei bem. Mas é parrudo. Daí pego a bicicleta, vou pro trabalho e quando der fome,
2. Almoço - uma concha bem cheia de arroz integral, uma concha bem cheia de feijão sem porco, e tudo que tiver de vegetal não frito no buffet. Sobremesa: frutas.
3. Lanche da tarde: o mesmo do café da manhã.
4. Janta: quando possível, algo semelhante ao almoço, ou um suco verde com tudo que tiver de fruta e vegetal em casa, ou pipoca sem oleo, ou massa integral...
Como podem ver, nada de outro mundo.
Esse é o meu ''veganismo''. Não precisa ser radical pra fazer uma bela diferença para a própria saúde, para o planeta, e, pra quem se importa com isso, para os animais.
Parece que há uma tendência para a direção do veganismo, mas, assim como a indústria do tabaco, as indústrias da carne, leite e ovos disseminam dúvidas. Elas não precisam dar certezas. Basta plantar a dúvida que as pessoas seguirão consumindo seus infartos e cânceres felizonas, como ainda tem gente fumando seus cânceres de pulmão todo santo dia mesmo com toda informação do mundo...
Diferenças entre o vegetarianismo e o veganismo
Anquanto o vegetarianismo pode ser adotado por razões diversas, como a questão ética, saúde e religião, o veganismo tem como cerne e foco principal a questão ética, de luta pela libertação e não exploração animal. Isso implica em uma atitude mais radical por parte do vegano ou vegan (como é chamado o adepto do veganismo) em relação ao vegetariano.
O vegan não consomem nenhum produto de origem animal. Isso passa pela carne, pelo leite e seus derivados, ovos, mel, lã, etc. Eles também não consomem produtos que são testados em animais, como são a maioria dos remédios, xampus, sabonetes, maquiagens e cosméticos em geral. Por isso os vegans estão sempre atentos sobre as empresas que fazem testes em animais, para que possam boicotá-las e buscarem outras alternativas. O veganismo não é só uma opção alimentar, mas uma postura ética diante do sofrimento e da exploração em relação aos animais.
Fonte: https://estilovegan.com.br/vegano-e-vegetariano-quais-as-diferencas/
O vegan não consomem nenhum produto de origem animal. Isso passa pela carne, pelo leite e seus derivados, ovos, mel, lã, etc. Eles também não consomem produtos que são testados em animais, como são a maioria dos remédios, xampus, sabonetes, maquiagens e cosméticos em geral. Por isso os vegans estão sempre atentos sobre as empresas que fazem testes em animais, para que possam boicotá-las e buscarem outras alternativas. O veganismo não é só uma opção alimentar, mas uma postura ética diante do sofrimento e da exploração em relação aos animais.
Fonte: https://estilovegan.com.br/vegano-e-vegetariano-quais-as-diferencas/
Vamos falar sobre alimentação, exploração animal, afinal ovo é bom ou não é, frango e atum são essenciais pra maromba?
Podemos também falar sobre o impacto ambiental do consumo de carne e derivados animais nessa bomba relógio que chamamos de planeta:
Na América Latina, as fazendas de gado são a principal causa do corte de árvores e plantas nativas. O solo também acaba sendo prejudicado indiretamente com a retirada da vegetação e compactação da terra. Dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) estimam que seja gasto 16 vezes mais água para produzir 1 libra (o equivalente a 0,453 kg) de proteína de carne comparada à proteína vegetal. A água é utilizada na irrigação dos grãos para ração, dessedentação dos animais, higienização das instalações e retirada de dejetos.
Cientistas americanos estimam que mais 500 milhões de toneladas de metano são liberadas a cada ano na criação de gado, e que a criação de outros ruminantes produzem aproximadamente 60 milhões de toneladas de metano em todo o mundo, o equivalente a 12% do total de todas as fontes de emissão.
Fonte: http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/beneficios-vegetarianismo-meio-ambiente/
Cientistas americanos estimam que mais 500 milhões de toneladas de metano são liberadas a cada ano na criação de gado, e que a criação de outros ruminantes produzem aproximadamente 60 milhões de toneladas de metano em todo o mundo, o equivalente a 12% do total de todas as fontes de emissão.
Fonte: http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/beneficios-vegetarianismo-meio-ambiente/
Vegetarianismo e Conservação Ambiental
A pecuária representa uma das atividades humanas mais impactantes para o meio ambiente, consumindo grandes quantidades de água, grãos, combustíveis fósseis, pesticidas e drogas. Esta atividade é também a principal causa por trás da destruição das florestas tropicais e outras áreas naturais, além de grande responsável por outros impactos ambientais, como a extinção de espécies, erosão do solo, escassez e contaminação de águas, desertificação, poluição orgânica, efeito estufa etc.
Na pecuária intensiva, o gado é criado em sistema de confinamento, sendo mantido por toda a vida em recintos apertados, com alta densidade populacional, vivendo sobre as próprias fezes. Devido à insalubridade a que estes animais estão sujeitos, é grande o risco de infecções. Por este motivo, estes animais recebem juntamente com a ração antibióticos e outras drogas, além de hormônios de crescimento (o que no Brasil é proibido, embora praticado). Neste sistema de criação, o gado é alimentado no cocho com ração à base de grãos como soja e milho. Mais de 80% do milho e da soja produzidos nos EUA são destinados à fabricação de rações e praticamente todas as exportações brasileiras destes produtos, para os EUA e Europa, destinam-se a este fim.
Caso estes grãos fossem utilizados diretamente na alimentação de seres humanos, sua produção não necessitaria ser tão elevada e as áreas de terras cultivadas não necessitariam ser tão extensas, sobrando mais espaço para os ecossistemas naturais. Alimentar animais com grãos para depois comê-los é um uso ineficiente dos grãos, pois a conversão de proteínas vegetais em animais implica em custos. Os grãos são mais eficientemente utilizados quando consumidos diretamente por seres humanos.
Uma determinada área capaz de sustentar um único indivíduo consumindo carne poderia sustentar entre 12 e 30 indivíduos consumindo alimentos vegetarianos diversos (para mais detalhes, leia o texto “Vegetarianismo e Combate à Fome”). Sob outro ponto de vista, para sustentar cada ser humano vegetariano é necessário entre 12 e 30 vezes menos terra do que para sustentar um indivíduo que baseie sua alimentação em carnes.
Destruição de ecossistemas naturais
A necessidade do aumento na produção de carne reflete-se na abertura de novos campos de cultivo em locais onde antes havia áreas naturais. A Amazônia é um ótimo exemplo disto. A cada ano são destruídos vários alqueires destas florestas. No entanto, ao contrário do que se pensa, as madeireiras, as rodovias e a ocupação desordenada desempenham apenas um papel secundário nesta destruição. A principal causa foi e continua sendo a remoção das florestas para dar lugar à cultura de soja que será utilizada para alimentar o gado de países desenvolvidos, ou para formar pastos que alimentarão o gado brasileiro.
A maior parte do gado brasileiro é criada pelo sistema extensivo, onde os animais permanecem soltos no campo, ocupando vastas áreas. Neste sistema, considerado menos produtivo, cada cabeça de gado necessita de um hectare (10.000 m2) de terra para engordar. O Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo (mais de 200 milhões de cabeças), que necessita de uma área de pastagem de, no minimo, 200 milhões de hectares para ser sustentado (o equivalente a um quarto do território nacional). Estas pastagens eram anteriormente áreas naturais (cerrados, Pantanal, florestas tropicais etc) que foram degradadas para a instalação de um sistema produtivo onde toda a terra é colocada nas mãos de poucos (formação de latifúndios), é empregada pouca mão-de-obra e a atividade necessita de constantes subsídios governamentais.
Calcula-se que a cada segundo, uma área de floresta tropical equivalente ao tamanho de um campo de futebol é destruída no mundo para produzir 257 hamburguers. É isto o que as pessoas fazem quando consomem hamburguers de “boi verde”, consomem a floresta tropical, o cerrado, as pradarias, os campos e outros ecossistemas. Isto tem reflexos tanto locais quanto globais.
Extinção de espécies
Quando florestas são destruídas para formar pastos, ocorre a perda de biodiversidade: a maior parte dos animais e plantas nativos desaparecem do local, sendo substituídos por forrageiras invasoras e gado. A remoção da cobertura vegetal original transforma completamente o ambiente, tornando-o impróprio para sustentar a maior parte das espécies que antes ali viviam. Ainda, as raras espécies que se adaptam às novas condições tendem a ser eliminadas pelos fazendeiros, uma vez que entram em competição com o gado ou passam a predá-lo por falta de suas presas naturais. Há também várias zoonoses, como a raiva, o antraz, a toxoplasmose e a febre maculosa, que são transmitidas do gado para os animais silvestres e vice-versa, o que freqüentemente resulta na eliminação dos animais silvestres.
Desertificação
A remoção da cobertura vegetal original para formar pastos não apenas compromete a biodiversidade, como também interrompe o equilíbrio e a ciclagem natural de nutrientes. Por baixo da exuberante floresta tropical há uma tênue camada de folhiço, de cerca de 30 cm de profundidade, que representa a reserva de nutrientes daquele solo. Este folhiço se origina da queda de material vegetal das árvores, e sua retirada ou a retirada da cobertura vegetal compromete este equilíbrio.
Quando uma floresta cede lugar ao pasto, expõe-se o solo arenoso, pobre e pouco produtivo que se encontrava abaixo. Um pasto verdejante pode a princípio ser formado nesta área, mas a menos que se utilizem contribuições externas, este pasto tende a enfraquecer quando submetido ao pastoreio sucessivo, dando lugar a pastagens de cada vez pior qualidade. De maneira geral, o produtor tende a abandonar estas áreas onde o pasto tornou-se tão pobre que não pode mais sustentar o gado. Assume-se que a floresta gradativamente retornará a estas áreas, mas algumas vezes o seu comprometimento é tal que ocorre exatamente o contrário – formam-se desertos.
Locais no planeta onde a atividade de pastoreio é mais antiga são testemunhas de que o homem de fato transforma florestas em desertos. O superpastoreamento destrói toda a possibilidade de rebrotamento e crescimento vegetal. Além disso, quando o gado pisoteia massivamente o solo, este é compactado. Isto torna a absorção da água dificultada, além de possibilitar o arraste de material superficial pelo vento e pela água, resultando em processos erosivos. Com efeito, a formação das estepes semi-áridas da China e possivelmente do deserto do Sahara são resultado de séculos de pastoreamento de bois, ovelhas e carneiros nestas áreas que antes apresentavam perfil vegetal totalmente diverso.
Ovelhas e cabras são capazes de transformar completamente uma paisagem em 3 a 7 anos. Em uma área cuja cobertura vegetal tenha sido removida e que tenha sofrido a ação do superpastoreamento, a temperatura tende a ser cerca de 4º C maior. Quando este aumento na temperatura deixa de ser caso isolado e torna-se generalizado, verificamos a ocorrência de aquecimento global, colapso de sistemas agrícolas, desastres naturais, morte de recifes de corais, propagação e surgimento de novas pragas agrícolas e salinização de corpos de água doce, entre outras conseqüências de alterações climáticas.
De que forma o vegetarianismo auxilia na proteção das florestas e áreas naturais?
Uma alimentação exclusivamente vegetariana é compatível com a manutenção de florestas e outras áreas naturais, por otimizar o processo produtivo e não demandar grandes quantidades de recursos. Supondo uma população mundial vegetariana, seria suficiente o cultivo de terras com reconhecida aptidão para a agricultura. Desta forma, não haveria demanda pela irrigação ou pela exploração de novas terras, ficando estas reservadas para os ecossistemas naturais.
*Sérgio Greif
Biólogo, Coordenador do Departamento de Meio Ambiente da Sociedade Vegetariana Brasileira, Mestre em Alimentos e Nutrição, Especialista em Nutrição Vegetariana
Fonte: https://www.svb.org.br/home/205-vegetarianismo/saude/artigos/17-vegetarianismo-e-conserva-ambiental
A pecuária representa uma das atividades humanas mais impactantes para o meio ambiente, consumindo grandes quantidades de água, grãos, combustíveis fósseis, pesticidas e drogas. Esta atividade é também a principal causa por trás da destruição das florestas tropicais e outras áreas naturais, além de grande responsável por outros impactos ambientais, como a extinção de espécies, erosão do solo, escassez e contaminação de águas, desertificação, poluição orgânica, efeito estufa etc.
Na pecuária intensiva, o gado é criado em sistema de confinamento, sendo mantido por toda a vida em recintos apertados, com alta densidade populacional, vivendo sobre as próprias fezes. Devido à insalubridade a que estes animais estão sujeitos, é grande o risco de infecções. Por este motivo, estes animais recebem juntamente com a ração antibióticos e outras drogas, além de hormônios de crescimento (o que no Brasil é proibido, embora praticado). Neste sistema de criação, o gado é alimentado no cocho com ração à base de grãos como soja e milho. Mais de 80% do milho e da soja produzidos nos EUA são destinados à fabricação de rações e praticamente todas as exportações brasileiras destes produtos, para os EUA e Europa, destinam-se a este fim.
Caso estes grãos fossem utilizados diretamente na alimentação de seres humanos, sua produção não necessitaria ser tão elevada e as áreas de terras cultivadas não necessitariam ser tão extensas, sobrando mais espaço para os ecossistemas naturais. Alimentar animais com grãos para depois comê-los é um uso ineficiente dos grãos, pois a conversão de proteínas vegetais em animais implica em custos. Os grãos são mais eficientemente utilizados quando consumidos diretamente por seres humanos.
Uma determinada área capaz de sustentar um único indivíduo consumindo carne poderia sustentar entre 12 e 30 indivíduos consumindo alimentos vegetarianos diversos (para mais detalhes, leia o texto “Vegetarianismo e Combate à Fome”). Sob outro ponto de vista, para sustentar cada ser humano vegetariano é necessário entre 12 e 30 vezes menos terra do que para sustentar um indivíduo que baseie sua alimentação em carnes.
Destruição de ecossistemas naturais
A necessidade do aumento na produção de carne reflete-se na abertura de novos campos de cultivo em locais onde antes havia áreas naturais. A Amazônia é um ótimo exemplo disto. A cada ano são destruídos vários alqueires destas florestas. No entanto, ao contrário do que se pensa, as madeireiras, as rodovias e a ocupação desordenada desempenham apenas um papel secundário nesta destruição. A principal causa foi e continua sendo a remoção das florestas para dar lugar à cultura de soja que será utilizada para alimentar o gado de países desenvolvidos, ou para formar pastos que alimentarão o gado brasileiro.
A maior parte do gado brasileiro é criada pelo sistema extensivo, onde os animais permanecem soltos no campo, ocupando vastas áreas. Neste sistema, considerado menos produtivo, cada cabeça de gado necessita de um hectare (10.000 m2) de terra para engordar. O Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo (mais de 200 milhões de cabeças), que necessita de uma área de pastagem de, no minimo, 200 milhões de hectares para ser sustentado (o equivalente a um quarto do território nacional). Estas pastagens eram anteriormente áreas naturais (cerrados, Pantanal, florestas tropicais etc) que foram degradadas para a instalação de um sistema produtivo onde toda a terra é colocada nas mãos de poucos (formação de latifúndios), é empregada pouca mão-de-obra e a atividade necessita de constantes subsídios governamentais.
Calcula-se que a cada segundo, uma área de floresta tropical equivalente ao tamanho de um campo de futebol é destruída no mundo para produzir 257 hamburguers. É isto o que as pessoas fazem quando consomem hamburguers de “boi verde”, consomem a floresta tropical, o cerrado, as pradarias, os campos e outros ecossistemas. Isto tem reflexos tanto locais quanto globais.
Extinção de espécies
Quando florestas são destruídas para formar pastos, ocorre a perda de biodiversidade: a maior parte dos animais e plantas nativos desaparecem do local, sendo substituídos por forrageiras invasoras e gado. A remoção da cobertura vegetal original transforma completamente o ambiente, tornando-o impróprio para sustentar a maior parte das espécies que antes ali viviam. Ainda, as raras espécies que se adaptam às novas condições tendem a ser eliminadas pelos fazendeiros, uma vez que entram em competição com o gado ou passam a predá-lo por falta de suas presas naturais. Há também várias zoonoses, como a raiva, o antraz, a toxoplasmose e a febre maculosa, que são transmitidas do gado para os animais silvestres e vice-versa, o que freqüentemente resulta na eliminação dos animais silvestres.
Desertificação
A remoção da cobertura vegetal original para formar pastos não apenas compromete a biodiversidade, como também interrompe o equilíbrio e a ciclagem natural de nutrientes. Por baixo da exuberante floresta tropical há uma tênue camada de folhiço, de cerca de 30 cm de profundidade, que representa a reserva de nutrientes daquele solo. Este folhiço se origina da queda de material vegetal das árvores, e sua retirada ou a retirada da cobertura vegetal compromete este equilíbrio.
Quando uma floresta cede lugar ao pasto, expõe-se o solo arenoso, pobre e pouco produtivo que se encontrava abaixo. Um pasto verdejante pode a princípio ser formado nesta área, mas a menos que se utilizem contribuições externas, este pasto tende a enfraquecer quando submetido ao pastoreio sucessivo, dando lugar a pastagens de cada vez pior qualidade. De maneira geral, o produtor tende a abandonar estas áreas onde o pasto tornou-se tão pobre que não pode mais sustentar o gado. Assume-se que a floresta gradativamente retornará a estas áreas, mas algumas vezes o seu comprometimento é tal que ocorre exatamente o contrário – formam-se desertos.
Locais no planeta onde a atividade de pastoreio é mais antiga são testemunhas de que o homem de fato transforma florestas em desertos. O superpastoreamento destrói toda a possibilidade de rebrotamento e crescimento vegetal. Além disso, quando o gado pisoteia massivamente o solo, este é compactado. Isto torna a absorção da água dificultada, além de possibilitar o arraste de material superficial pelo vento e pela água, resultando em processos erosivos. Com efeito, a formação das estepes semi-áridas da China e possivelmente do deserto do Sahara são resultado de séculos de pastoreamento de bois, ovelhas e carneiros nestas áreas que antes apresentavam perfil vegetal totalmente diverso.
Ovelhas e cabras são capazes de transformar completamente uma paisagem em 3 a 7 anos. Em uma área cuja cobertura vegetal tenha sido removida e que tenha sofrido a ação do superpastoreamento, a temperatura tende a ser cerca de 4º C maior. Quando este aumento na temperatura deixa de ser caso isolado e torna-se generalizado, verificamos a ocorrência de aquecimento global, colapso de sistemas agrícolas, desastres naturais, morte de recifes de corais, propagação e surgimento de novas pragas agrícolas e salinização de corpos de água doce, entre outras conseqüências de alterações climáticas.
De que forma o vegetarianismo auxilia na proteção das florestas e áreas naturais?
Uma alimentação exclusivamente vegetariana é compatível com a manutenção de florestas e outras áreas naturais, por otimizar o processo produtivo e não demandar grandes quantidades de recursos. Supondo uma população mundial vegetariana, seria suficiente o cultivo de terras com reconhecida aptidão para a agricultura. Desta forma, não haveria demanda pela irrigação ou pela exploração de novas terras, ficando estas reservadas para os ecossistemas naturais.
*Sérgio Greif
Biólogo, Coordenador do Departamento de Meio Ambiente da Sociedade Vegetariana Brasileira, Mestre em Alimentos e Nutrição, Especialista em Nutrição Vegetariana
Fonte: https://www.svb.org.br/home/205-vegetarianismo/saude/artigos/17-vegetarianismo-e-conserva-ambiental
Claro que a transição pode ser feita aos poucos e uma redução no consumo de carne e derivados animais já ajudaria bastante tanto a saúde pública quanto a saúde do Planeta (lembrando que até a SpaceX conseguir terraformar Marte não temos, literalmente, lugar nenhum pra fugir no espaço, e que um aumento de 2º na temperatura do planeta já seria devastador, e estamos nos encaminhando para uma elevação de 5º nos próximos 200 anos, então é sério o negócio) -
Com moderação
Felizmente, o mundo inteiro não precisa adotar o vegetarianismo ou veganismo para que possamos ter os benefícios sem os prejuízos.
Em vez disso, é fundamental uma moderação na frequência com que se come carne e no tamanho das porções.
Um estudo comprovou que se a Grã-Bretanha adotasse as recomendações alimentares da Organização Mundial de Saúde (OMS), suas emissões de gases de efeito estufa cairiam 17% - algo que poderia cair ainda outros 40% se os habitantes evitassem produtos de origem animal e alimentos processados.
"São pequenas mudanças que os consumidores nem perceberiam. Não seria algo como ser vegetariano versus ser carnívoro", explica Jarvis.
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-38129638
Em vez disso, é fundamental uma moderação na frequência com que se come carne e no tamanho das porções.
Um estudo comprovou que se a Grã-Bretanha adotasse as recomendações alimentares da Organização Mundial de Saúde (OMS), suas emissões de gases de efeito estufa cairiam 17% - algo que poderia cair ainda outros 40% se os habitantes evitassem produtos de origem animal e alimentos processados.
"São pequenas mudanças que os consumidores nem perceberiam. Não seria algo como ser vegetariano versus ser carnívoro", explica Jarvis.
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-38129638
Além da moderação temos a iniciativa segunda sem carne, defendida por ninguém menos que Paul McCartney

Feito esse compêndio, vou falar agora do MEU veganismo e por que decidi adotá-lo.
Primeiramente, para mim é fácil ser vegana. Minha mãe tinha que se virar nos 30 para me fazer beber nescau quando criança (sim, eu sempre detestei achocolatado com leite, apesar de amar brigadeiro e bolo de chocolate). Para me fazer comer carne, então, só com milagre. O frango tinha que vir disfarçado em um mar de maionese e farofa bem temperada, a carne tinha que ser moída e disfarçada com molhos e outros acompanhamentos. Senão eu realmente não queria saber.
OK, eu gostava de um bacon ou calabresa na pizza, mas o presunto não me descia desde nunca.
Eventualmente, depois de anos indo a churrascarias sem comer a carne, comecei a gostar de vazio - mas só daquela parte carbonizada que tinha gosto de queimadinho. Da carne ao ponto sempre tive pavor.
Nos últimos anos desenvolvi uma paixão alucinada por restaurantes veganos - de repente encontrei a minha praia. Mas como eu sou das marombas, ainda tentava me forçar a comer omelete (e quase vomitava depois), e adorava queijos (me diz um único ser humano que não ama???), e de vez em quando, com um help do @Slicer, cozinhei carne moída algumas vezes (porque é a única que não precisa encostar para cozinhar - nunca consegui encostar num pedaço de carne crua).
Feita a contextualização, sim, é fácil pra mim ser vegana.
Foi um alívio tremendo não tentar mais me forçar a comer ovo ou carne. Foi também um grande alivio deixar de ''empurrar com a barriga'' uma responsabilidade que eu já sentia desde sempre com os demais seres vivos e com o planeta.
Digo isso porque eu sei que a maioria das pessoas não se enquadra nessa descrição - a maioria genuinamente gosta de carne, ovo, leite e derivados, e não sente remorso em relação aos animais, afinal animais sempre se alimentaram de outros animais e essa é a vida, e quanto ao planeta, bom, uma hora alguém vai surgir com uma solução, afinal a ciência vem se desenvolvendo exponencialmente.
O que eu não falei até agora foi o marco que me fez mudar de prática concretamente, e a razão é a seguinte: mesmo não gostando, eu acreditava que comer carne, ovo e leite eram necessários para minha saúde. Até que eu descobri que não apenas não eram, como são nocivos.
Agora entra uma parte da minha argumentação que merece um disclaimer.
Os assuntos sobre os quais vou falar agora não são pacíficos entre médicos e nutricionistas - na verdade, é objeto de embate ferrenho entre eles, e qualquer pessoa que fale o que vou falar agora pode se preparar para ser apedrejado.
Então, caso queira continuar acreditando nas próprias convicções, beleza. Mas como aqui no fórum (em tese...) os participantes em geral leem mais, são mais bem informados e mais inteligentes, eu peço que refutem meus argumentos com dados, estudos, etc. com fontes sólidas e não financiadas pelo agronegócio.
Os opositores da whole food plant-based diet costumam acusar seus defensores de cherry picking (filtro de informações para só ressaltar aquilo que convier). É claro que a mesma acusação também pode ser feita para o outro lado.
Estou dizendo tudo isso para que os dados que eu vou postar a seguir sejam recebidos de forma crítica e consciente por todos.
Então vamos ao que importa
Eu já conhecia a obra do Dr Michael Greger há um tempo, mas nunca tinha parado para realmente ler e ir a fundo nisso até que o livro dele (com um título click bait bem agressivo) How not to die entrou em promoção na loja do kindle. Avisei meu marido, um natureba/saudável hardcore, e ambos passamos a ler o dito cujo.
No final daquela semana ambos tínhamos nos convertido.

https://www.amazon.com/How-Not-Die-Discover-Scientifically/dp/1250066115
Qual é o diferencial deste livro frente ao resto?
1. O autor não fica com nenhum lucro. Todas as vendas vão para o http://nutritionfacts.org que basicamente dá toda a informação gratuitamente. Ele também tem um canal no youtube com toneladas de infomação https://www.youtube.com/user/NutritionFactsOrg
2. Tudo que ele fala, ABSOLUTAMENTE TUDO, vem diretamente de um estudo científico, e ele SEMPRE fala os prós e contras do estudo de forma realista - por exemplo, ele avisa quando o estudo não é ''randomized and double blinded'', por exemplo quando não dão os alimentos em pó para os participantes, então é óbvio que eles sabem que o que estão comendo não é um placebo e portanto podem dar resultados enviesados (biased).
3. Ele investiga quem financia os estudos também.
Já varri a internet atrás de denúncias de algum interesse do dr Greger - estaria ele sendo financiado pela whole foods? Pela indústria do brócolis, como ele mesmo adora brincar? Até agora não achei nada.
Lembrando que o que o livro defende é uma alimentação integral baseada em plantas, o que significa que ele não está pregando o veganismo - tu pode seguir o livro e usar uma bolsa de couro sem dor na consciência. Por outro lado, um vegano que é vegano só pela causa animal pode comer oreos, mas quem segue a WFPBD (whole food plant based diet) deve evitar oreos porque eles fazem mal, simples assim.
Vou anexar aqui algumas informações interessantes publicadas no nutrition facts:
No matter where we live, how old we are, or what we look like, health researchers have discovered that 90% of risk for having a first heart attack can be attributed to nine modifiable risk factors. The nine factors that are threatening our lives include smoking, too much bad cholesterol, high blood pressure, diabetes, abdominal obesity, stress, a lack of daily fruit and vegetable consumption, as well as a lack of daily exercise.
It was not appreciated until recently that the average blood cholesterol level in the United States, the so-called “normal” level, was actually abnormal, accelerating the blockages in our arteries, and putting a large fraction of the normal population at risk for our #1 killer. That’s cited as one of the reasons the cholesterol controversy lasted so long–an unwillingness to accept the notion that a very large fraction of our population actually has an unhealthily high cholesterol level. Normal cholesterol levels may be terminal cholesterol levels.
The optimal cholesterol level, the optimal “bad cholesterol” LDL level, is 50 to 70. Accumulating data from multiple lines of evidence consistently demonstrate that that’s where a physiologically normal LDL level would be. That appears to be the threshold above which atherosclerosis and heart attacks develop.
In the same way, the egg industry can design a study showing that adding eggs doesn’t make much of a difference, but make the same convenient omission. Imagine if you took a raging drunk, and had them take a shot of whiskey. In someone who’s hammered, it might not make much of a difference. But, to a teetotaler, a couple shots could have quite an effect. So, it’s like the alcohol industry with a group of drunks saying, “See, couple shots; no big deal.” But, that doesn’t mean it’s not better to be sober.
Instead of going from high-risk to high-risk, better to go to low-risk, or no-risk.
The American Egg Board is a promotional marketing board appointed by the U.S. government, whose “mission is to increase demand for egg and egg products on behalf of U.S. egg producers.” Now, if an individual egg company wants to run an ad campaign, they can say whatever they want. But, if an egg corporation wants to dip into the ten million dollars the American Egg Board sets aside for advertising, because the board is overseen by the federal government, corporations are not allowed to lie with those funds. What a concept! Which leads to quite revealing exchanges between the egg corporations that want to use that money, and the USDA—on what egg companies can and cannot say about eggs.
Thanks to the Freedom of Information Act, I was able to get my hands on some of those emails. Of course, a lot of what I got looked like this: “Please note a number of items” about our “Salmonella Crisis…Module…any questions[?]” Or, even better, entire sheets of paper that literally just said this [“Please consider the environment before printing this email”]. That was the whole sheet of paper. Our tax dollars, hard at work.
But check this out. This is some egg company trying to put out a brochure on “healthy snacking” for kids. But because of existing laws against false and misleading advertising, the head of USDA’s Poultry Research and Promotion program reminds them that “you can’t couch eggs [or] egg products as being ‘healthy’ or ‘nutritious.'” See, the words “[nutritious and healthy carry certain connotations” (you know, that a food is actually good for you). But, “because eggs have the amount of cholesterol they do” (plus all the saturated fat), the words healthy and nutritious “are problematic” when it comes to eggs. This is the USDA saying this! However, the USDA helpfully suggests, you can say eggs are “nutrient-dense.”
Wait a second. Why can you say eggs are nutrient-dense, but not nutritious? Because there’s no legal definition of nutrient-dense. You can say Twinkies and Coca Cola are nutrient-dense, but legally, you can’t say something is nutritious unless it’s actually nutritious.
So, for example, the egg industry wanted to run this ad calling eggs a “Nutritional POWERHOUSE [that] aids in weight [loss].” The USDA had to remind the industry you can’t “portray eggs as a diet food, because of the fat and cholesterol content.” In fact, “they have nearly twice the calories of anything that can be called low-calorie.”
“‘Nutritional powerhouse’ can’t be used, either.” Fine, the industry said. They’ll “move…to PLAN B, and headline the ad “Egg-ceptional Nutrition.” Nope, because again, given the saturated fat and cholesterol, you can’t legally call eggs nutritious. So, the ad ended up: “Find true satisfaction.” And, instead of weight loss, they had to go with “Can reduce hunger.” USDA congratulated them on their “clever[ness].” Yes, a food that, when eaten, can reduce hunger—what a concept.
You can’t even call eggs a food “relatively low in calories.” Can’t say “eggs are low in saturated fat”—they’re not. Can’t say they’re “relatively low in…fat.” Can’t even call them a rich source of protein—because they’re not.
It’s illegal to advertise that eggs “pack a…nutritional wallop.” “Can’t [truthfully] say that.” Or, have a “high nutritional content.” You can’t say eggs are “nutritious” at all. Can’t say “nutritious;” cannot say eggs are “nutritious.” (Sometimes you have to tell the industry a few times.) Eggs have so much cholesterol, you can’t even say they “contribute nutritionally.” Can’t say eggs are “healthful,” certainly can’t say they’re “healthy.” Have you seen how much cholesterol there is in those things? Can’t say “healthy.” Can’t even say eggs “contribute healthful components.”
Since you can’t say eggs are a “healthy…start to the day,” the USDA suggests “satisfying start.” Can’t call eggs a “healthful ingredient,” but you can call eggs a “recognizable ingredient.” Can’t truthfully say eggs are “good for you.” Can’t say they’re “good for you.” By law, the egg industry “need to steer clear of words like ‘healthy’ or…’nutritious.’”
For a food to be labeled “healthy” under FDA rules, it has to be low in saturated fat. Eggs fail that test—and less than 90mg of cholesterol per serving. Even half an egg fails that criteria. For the same reason you can’t tout “an ice cream” for healthy bones, you can’t say eggs are healthy—because they exceed the limit for cholesterol.
Egg corporations aren’t even allowed to say things like “Eggs are an important part of a well- balanced, healthy diet” on an egg carton, because it would be “considered misleading,” according to the USDA’s National Egg Supervisor—”since eggs contain significant amounts of fat and cholesterol,” and, therefore, contribute to the leading killer in the United States, heart disease.
The industry can’t afford to tell the truth about eggs, or even the hens that lay them. The industry crams five to ten birds in cages the size of a file cabinet their whole lives, but when providing footage to the media, the American Egg Board instructs, “Do not show multiple birds in cages—they look too crowded and open us up to activist criticism.” In other words, do not show the truth.
Not only is the industry barred from saying eggs are healthy; they can’t even refer to eggs as “safe.” “[A]ll references to safety must be removed,” because more than a hundred thousand Americans are salmonella-poisoned every year from eggs.
The egg board response to this eggborne epidemic is that salmonella is “a naturally occurring bacteria.” The egg industry didn’t think that should necessarily be the key message, fearing, “It may be counterproductive by implying there is no avoiding Salmonella in eggs aside from avoiding eggs all together.”
That’s why the American Egg Board can’t even mention anything but eggs cooked hard and dry. No “soft-boiled,” no “over easy,” no “sunny side up,” because of salmonella.
The American Egg Board’s own research showed that “The sunny-side-up [cooking] method should be considered unsafe.” And, because of “avian influenza,” as well, not just salmonella. In light of bird flu viruses, eggs must be cooked “firm.” The “VP [of[ Marketing” for the Egg Board complained to the USDA, saying they’d, you know, “really like to not have to dictate that yolks are firm.”
You know, what about some “Washington Post article” saying runny yolks may be safe for everyone, except “pregnant women, infants, the elderly [or] those with chronic disease”? Turns out that was a “misquote”—they can’t be considered safe for anyone.
Instead of safe, you can call eggs “fresh,” the USDA Marketing Service helpfully suggests. But you can’t call eggs “safe,” you cannot say eggs are “safe to eat,” can’t say they’re “safe,” can’t even mention “safety,” can’t say they’re “healthful.” All “[r]eferences to healthfulness must be deleted,” as well.
Wait a second. Eggs can’t really be called healthy? Eggs can’t even really be called safe? Says who? Says the United States Department of Agriculture.
It was not appreciated until recently that the average blood cholesterol level in the United States, the so-called “normal” level, was actually abnormal, accelerating the blockages in our arteries, and putting a large fraction of the normal population at risk for our #1 killer. That’s cited as one of the reasons the cholesterol controversy lasted so long–an unwillingness to accept the notion that a very large fraction of our population actually has an unhealthily high cholesterol level. Normal cholesterol levels may be terminal cholesterol levels.
The optimal cholesterol level, the optimal “bad cholesterol” LDL level, is 50 to 70. Accumulating data from multiple lines of evidence consistently demonstrate that that’s where a physiologically normal LDL level would be. That appears to be the threshold above which atherosclerosis and heart attacks develop.
In the same way, the egg industry can design a study showing that adding eggs doesn’t make much of a difference, but make the same convenient omission. Imagine if you took a raging drunk, and had them take a shot of whiskey. In someone who’s hammered, it might not make much of a difference. But, to a teetotaler, a couple shots could have quite an effect. So, it’s like the alcohol industry with a group of drunks saying, “See, couple shots; no big deal.” But, that doesn’t mean it’s not better to be sober.
Instead of going from high-risk to high-risk, better to go to low-risk, or no-risk.
The American Egg Board is a promotional marketing board appointed by the U.S. government, whose “mission is to increase demand for egg and egg products on behalf of U.S. egg producers.” Now, if an individual egg company wants to run an ad campaign, they can say whatever they want. But, if an egg corporation wants to dip into the ten million dollars the American Egg Board sets aside for advertising, because the board is overseen by the federal government, corporations are not allowed to lie with those funds. What a concept! Which leads to quite revealing exchanges between the egg corporations that want to use that money, and the USDA—on what egg companies can and cannot say about eggs.
Thanks to the Freedom of Information Act, I was able to get my hands on some of those emails. Of course, a lot of what I got looked like this: “Please note a number of items” about our “Salmonella Crisis…Module…any questions[?]” Or, even better, entire sheets of paper that literally just said this [“Please consider the environment before printing this email”]. That was the whole sheet of paper. Our tax dollars, hard at work.
But check this out. This is some egg company trying to put out a brochure on “healthy snacking” for kids. But because of existing laws against false and misleading advertising, the head of USDA’s Poultry Research and Promotion program reminds them that “you can’t couch eggs [or] egg products as being ‘healthy’ or ‘nutritious.'” See, the words “[nutritious and healthy carry certain connotations” (you know, that a food is actually good for you). But, “because eggs have the amount of cholesterol they do” (plus all the saturated fat), the words healthy and nutritious “are problematic” when it comes to eggs. This is the USDA saying this! However, the USDA helpfully suggests, you can say eggs are “nutrient-dense.”
Wait a second. Why can you say eggs are nutrient-dense, but not nutritious? Because there’s no legal definition of nutrient-dense. You can say Twinkies and Coca Cola are nutrient-dense, but legally, you can’t say something is nutritious unless it’s actually nutritious.
So, for example, the egg industry wanted to run this ad calling eggs a “Nutritional POWERHOUSE [that] aids in weight [loss].” The USDA had to remind the industry you can’t “portray eggs as a diet food, because of the fat and cholesterol content.” In fact, “they have nearly twice the calories of anything that can be called low-calorie.”
“‘Nutritional powerhouse’ can’t be used, either.” Fine, the industry said. They’ll “move…to PLAN B, and headline the ad “Egg-ceptional Nutrition.” Nope, because again, given the saturated fat and cholesterol, you can’t legally call eggs nutritious. So, the ad ended up: “Find true satisfaction.” And, instead of weight loss, they had to go with “Can reduce hunger.” USDA congratulated them on their “clever[ness].” Yes, a food that, when eaten, can reduce hunger—what a concept.
You can’t even call eggs a food “relatively low in calories.” Can’t say “eggs are low in saturated fat”—they’re not. Can’t say they’re “relatively low in…fat.” Can’t even call them a rich source of protein—because they’re not.
It’s illegal to advertise that eggs “pack a…nutritional wallop.” “Can’t [truthfully] say that.” Or, have a “high nutritional content.” You can’t say eggs are “nutritious” at all. Can’t say “nutritious;” cannot say eggs are “nutritious.” (Sometimes you have to tell the industry a few times.) Eggs have so much cholesterol, you can’t even say they “contribute nutritionally.” Can’t say eggs are “healthful,” certainly can’t say they’re “healthy.” Have you seen how much cholesterol there is in those things? Can’t say “healthy.” Can’t even say eggs “contribute healthful components.”
Since you can’t say eggs are a “healthy…start to the day,” the USDA suggests “satisfying start.” Can’t call eggs a “healthful ingredient,” but you can call eggs a “recognizable ingredient.” Can’t truthfully say eggs are “good for you.” Can’t say they’re “good for you.” By law, the egg industry “need to steer clear of words like ‘healthy’ or…’nutritious.’”
For a food to be labeled “healthy” under FDA rules, it has to be low in saturated fat. Eggs fail that test—and less than 90mg of cholesterol per serving. Even half an egg fails that criteria. For the same reason you can’t tout “an ice cream” for healthy bones, you can’t say eggs are healthy—because they exceed the limit for cholesterol.
Egg corporations aren’t even allowed to say things like “Eggs are an important part of a well- balanced, healthy diet” on an egg carton, because it would be “considered misleading,” according to the USDA’s National Egg Supervisor—”since eggs contain significant amounts of fat and cholesterol,” and, therefore, contribute to the leading killer in the United States, heart disease.
The industry can’t afford to tell the truth about eggs, or even the hens that lay them. The industry crams five to ten birds in cages the size of a file cabinet their whole lives, but when providing footage to the media, the American Egg Board instructs, “Do not show multiple birds in cages—they look too crowded and open us up to activist criticism.” In other words, do not show the truth.
Not only is the industry barred from saying eggs are healthy; they can’t even refer to eggs as “safe.” “[A]ll references to safety must be removed,” because more than a hundred thousand Americans are salmonella-poisoned every year from eggs.
The egg board response to this eggborne epidemic is that salmonella is “a naturally occurring bacteria.” The egg industry didn’t think that should necessarily be the key message, fearing, “It may be counterproductive by implying there is no avoiding Salmonella in eggs aside from avoiding eggs all together.”
That’s why the American Egg Board can’t even mention anything but eggs cooked hard and dry. No “soft-boiled,” no “over easy,” no “sunny side up,” because of salmonella.
The American Egg Board’s own research showed that “The sunny-side-up [cooking] method should be considered unsafe.” And, because of “avian influenza,” as well, not just salmonella. In light of bird flu viruses, eggs must be cooked “firm.” The “VP [of[ Marketing” for the Egg Board complained to the USDA, saying they’d, you know, “really like to not have to dictate that yolks are firm.”
You know, what about some “Washington Post article” saying runny yolks may be safe for everyone, except “pregnant women, infants, the elderly [or] those with chronic disease”? Turns out that was a “misquote”—they can’t be considered safe for anyone.
Instead of safe, you can call eggs “fresh,” the USDA Marketing Service helpfully suggests. But you can’t call eggs “safe,” you cannot say eggs are “safe to eat,” can’t say they’re “safe,” can’t even mention “safety,” can’t say they’re “healthful.” All “[r]eferences to healthfulness must be deleted,” as well.
Wait a second. Eggs can’t really be called healthy? Eggs can’t even really be called safe? Says who? Says the United States Department of Agriculture.
Tem muito mais...
Aí depois ainda tem o argumento evolutivo, que o ser humano é onívoro pero no mucho, isto é, se era para comer carnes ou derivados animais, a proporção deveria ser ínfima comparado ao que a dieta ocidental prega hoje em dia.
Isso sem falar na obsessão da proteína e na falta de alerta sobre o consumo de fibras.
Ainda tem gente que não sabe que carnes processadas são reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde como cancerígenos, em especial do câncer colorretal - mas os próprios médicos (cujas universidades e eventos são bancados por coca cola, mcdonnalds e afins) disseram para não se preocupar, porque o risco só aumenta uns 17% - quase 1/5 de chance de câncer no reto é um risco aceitável?!?!??
E o principal: se tu tiver um filho HOJE, tu vai levar ele pra comer algo que vai aumentar em 17% a chance dele de passar por uma das piores experiências que um ser humano pode ter? Estou vendo uma pessoa de 70 anos na minha família definhar numa maca exatamente com esse câncer, tendo tido que usar por anos a bolsa de colonoscopia.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5448603/
https://nacoesunidas.org/onu-consum...da-e-carne-vermelha-aumentam-risco-de-cancer/
Eu, particularmente, cheguei à conclusão de que as pessoas devem entrar em negação justamente por não conseguir lidar com sua própria culpa - se eu tivesse um filho de, digamos, 20 anos, para quem eu tivesse alimentado essas carnes (especialmente as processadas) desde pequeno, eu iria querer viver com esse pensamento de que eu aumentei em 1/5 a chance dele ter câncer e quase 100% a chance dele ter problemas cardíacos no futuro? O que é pior, encarar esses fatos e mudar, ou fazer de conta que estou certa e continuar como estava, encontrando alguma desculpa pra limpar minha barra?
Tem muita evidência de muita coisa que deveria ser debatida. Mas ninguém quer falar nisso, a não ser uns poucos ativistas.
Não é do interesse de ninguém. O povo prefere envelhecer sem saúde a parar de comer carne e leite e ovos.
Lembrando que de nada adianta ser vegano e só comer bobagem.
Muita gente só se livra do paladar infantil ao se tornar vegano e descobrir que as coisas têm sabor - que não seja o sabor dos quilos de sal, açúcar e gordura que os restaurantes colocam em tudo.
Enfim, como qualquer veneno conveniente, eu ainda abro exceções para derivados animais - a carne cortei de vez. Minha fisolofia é de comer vegano sempre que possível, e quando não for possível, maneirar. Para o grosso da minha alimentação eu como saudável (basicamente vegetais frescos) e evito os pega ratões carésimos como "substitutos" vegetais (manteiga vegetal, leite vegetal, carne vegetal...) que além de caros são processados e portanto não muito saudáveis.
Meu cardápio tem sido, basicamente:
1. Café da manhã - começar o dia com uma tigela abarrotada de frutas (uns 5 tipos), muita aveia, farinha de linhaça, cacau 100%, canela e gengibre em pó, e algum tipo de castanha ou amendoim. Às vezes acho que chega a dar 1kg de comida. Não sei bem. Mas é parrudo. Daí pego a bicicleta, vou pro trabalho e quando der fome,
2. Almoço - uma concha bem cheia de arroz integral, uma concha bem cheia de feijão sem porco, e tudo que tiver de vegetal não frito no buffet. Sobremesa: frutas.
3. Lanche da tarde: o mesmo do café da manhã.
4. Janta: quando possível, algo semelhante ao almoço, ou um suco verde com tudo que tiver de fruta e vegetal em casa, ou pipoca sem oleo, ou massa integral...
Como podem ver, nada de outro mundo.
Esse é o meu ''veganismo''. Não precisa ser radical pra fazer uma bela diferença para a própria saúde, para o planeta, e, pra quem se importa com isso, para os animais.
** Posts duplicados combinados **
E se alguém acha que médicos/nutricionistas não receitariam algo cancerígeno para os pacientes:Já imaginou Papai Noel distribuindo com alegre gargalhada pacotes de cigarro ou um bebê aconselhando a mãe a reforçar a marca preferida de fumo? Que tal médicos orientando pacientes a fumar?
Para os dias de hoje, isso soa impensável. Para tempos nem tão remotos, esses foram alguns personagens centrais da indústria tabagista e a poderosa máquina publicitária montada ao redor do mundo para influenciar a sociedade. A exposição permanece no Hospital Estadual Mário Covas até 11 de novembro e foi aberta no dia 17 de outubro com a presença do presidente da Fundação do ABC, Dr. Maurício Mindrizs, do superintendente do HEMC, Dr. Desiré Carlos Callegari e do diretor Clínico do HEMC, Dr. Vanderley da Silva Paula.
Pelo menos 90 dessas campanhas foram organizadas na forma de mostra itinerante pela agência nova/sb e serão exibidas no Hospital Estadual Mário Covas e AME-Poupatempo da Saúde em Santo Andréde 12 de outubro a 13 de dezembro. A exposição “Propagandas de Cigarro - Como a Indústria do Fumo Enganou as Pessoas” é uma iniciativa da Fundação do ABC, gestora dos dois equipamentos de saúde, e poderá ser visitada gratuitamente em horário comercial de segunda a sexta-feira.
As campanhas foram veiculadas nos Estados Unidos entre as décadas de 1920 e 1950 e despertaram a atenção dos médicos Robert K. Jackler e Robert N. Proctor, professores da Universidade de Stanford, pelo inusitado dos personagens. Há peças absurdas. “Garganta Sensível? Fume Kool”, “Médicos fumam Camel mais do que qualquer outro cigarro” e “20.679 médicos dizem que Lucky Strike não irrita a garganta” são exemplos publicitários da época que hoje deixariam de cabelo em pé antitabagistas que a muito custo conseguiram proibir a propaganda em diversos países, como o Brasil, e fizeram com que muitas cidades como São Paulo, Londres, Nova Iorque e Paris aumentassem a restrição ao fumo.
Um dos anúncios mostra uma jovem enfermeira de guerra acendendo o tabaco no cachimbo de um soldado ferido. No rodapé, o texto pede doação para compra de fumo aos militares. Atrizes foram escaladas para distribuir cigarros nas trincheiras. Há também peças com artistas estelares como Frank Sinatra, John Wayne, Ronald Regan e Marlene Dietrich. “A Proteção para sua garganta contra irritação e tosse” (Lucky Strike), “A cura da asma (pode seguramente ser fumado por mulheres e crianças – Joy´s Cigarettes)”; “19.293 dentistas recomendam: Fume Viceroy! Nunca mancharão seus dentes!” ou “Dê férias para sua garganta, fume um cigarro refrescante” (Camel).
“Eles foram ‘geniais’ para atingir seu objetivo maléfico”, comenta Dr. Jackler, referindo-se à indústria do tabaco. O médico iniciou a compilação das peças quando a mãe morreu de câncer de pulmão após fumar por toda a vida.
A exposição foi exibida em vários estados americanos e faz parte do imenso acervo do Smithsonian Institution – complexo de museus americanos. Também percorreu a Europa e foi trazida em 2009 ao Brasil pela nova/sb, responsável por duas campanhas internacionais do Dia Mundial Sem Tabaco da OMS (Organização Mundial de Saúde). Foi exibida em espaços públicos como Livraria Cultura, Instituto do Câncer de São Paulo, INCOR, Universidade Mackenzie e Secretaria do Estado da Saúde, além da Fundação Oswaldo Cruz no Rio. Em Brasília, ficou em exibição no Congresso Nacional.
Serviço: Exposição “Propagandas de Cigarro - Como a Indústria do Fumo Enganou as Pessoas”.
Médico receitar cigarro
Eduardo Szklarz
Erro – Convencer as pessoas de que fumar fazia bem para a saúde usando profissionais de saúde em anúncios – além de atletas e estrelas de cinema.
Quem – Indústria do tabaco.
Quando – Entre as décadas de 1920 e 1950.
Em 1944, um comercial de TV fez um tremendo sucesso nos EUA com o seguinte slogan: “mais médicos fumam Camel do que qualquer outro cigarro”. O filme mostrava um doutor bem apessoado em sua rotina pesada, dedicando o único tempo livre para apreciar um cigarrinho. O maço ficava sobre a mesa, ao lado do estetoscópio. “Veja como os Camel combinam com a sua garganta”, prosseguia o anúncio. “Perceba como eles podem ser suaves e gostosos.”
Médico fazendo propaganda de cigarro? Pois é. Naquela época, fumar era um hábito considerado bacana, elegante e – quem diria – saudável. Os atores Humphrey Bogart e Clark Gable, entre outros mitos do cinema americano, também deram baforadas nas propagandas de tabaco. E atletas como Ellsworth Vines, número 1 do tênis nos anos 30, completaram o time de celebridades que ajudaram a coroar os benefícios da fumaça. Nas peças publicitárias, eles garantiam que os cigarros eram um santo remédio para ansiedade, problemas digestivos e inflamações na garganta. Assim, milhões de pessoas acreditaram que fumar fazia bem para a saúde.
“O cigarro é hoje a principal causa de morte nos EUA, e menos de 4% dos médicos americanos fumam. Nos anos 30 e 40, porém, fumar era a norma para homens e mulheres no país, e a maioria dos doutores fumava”, escreve Allan M. Brandt, da escola de Medicina da Universidade Harvard, num artigo do Jornal Americano de Saúde Pública. “Ao mesmo tempo, havia uma curiosidade crescente quanto aos possíveis riscos do tabagismo. E uma estratégia dos fabricantes foi fazer propagandas que se referiam diretamente aos médicos.”
Pesquisas fajutas
Deu certo: com o aval dos profissionais de saúde, era mais fácil convencer a população de que a marca era segura. Qualquer temor de que o tabagismo pudesse ser perigoso era facilmente contestado pelo fato de que o próprio médico era fumante. Assim, o marketing do tabaco produziu slogans como o do Camel (leia mais no quadro ao lado).
Alguns anunciantes diziam se basear em pesquisas de alto rigor científico. A campanha do Camel, por exemplo, citava estudos realizados por 3 institutos de pesquisa independentes com 113.597 médicos de todas as especialidades. “Na verdade, essa pesquisa supostamente independente foi conduzida pela agência de propaganda do fabricante RJ Reynolds, chamada William Esty Co.”, diz Brandt. “Ao que tudo indica, a maioria dos médicos foi indagada sobre sua marca de cigarro preferida logo após ganhar pacotes de Camel.”
Comerciais sedutores
Alguns doutores contestavam os anúncios, mas a maioria nada fez enquanto a indústria do tabaco falava em nome da Medicina. Um anúncio de 1937, por exemplo, creditava a “um grupo de médicos” a descoberta de que os cigarros da Philip Morris curavam irritação de garganta. Outro dizia que a marca Lucky Strike ajudava mulheres a manter a forma, pois elas fumavam em vez de comer.
Em 1954, ante as crescentes evidências sobre os males do tabaco, os marqueteiros decidiram tirar os médicos das propagandas. E passaram, então, a exaltar as qualidades do filtro dos cigarros. Artistas e atletas continuaram fazendo comerciais até os anos 80, quando as agências associaram a imagem do cigarro à natureza e aos esportes radicais. A vida real, no entanto, era bem diferente. A exemplo de Humphrey Bogart, que morreu com câncer no esôfago, milhões de pessoas pagaram um alto preço ao se deixarem seduzir por esses anúncios.
Em 1969, os EUA resolveram adotar as primeiras restrições à propaganda de cigarro, quando ela foi vetada na mídia eletrônica. O primeiro país a bani-la completamente foi a Noruega, em 1975. Em seguida, vieram outros 26 países, como Finlândia e França. No Brasil, a proibição entrou em vigor em 2000.
Parece mentira
Mas pode acreditar, houve um tempo em que as propagandas de cigarro eram assim:
• “Cuide de sua saúde, fume Chesterfield.”
• “Você nunca sente que fumou demais. Esse é o milagre de Marlboro.”
• “L&M, justo o que o médico recomendou.”
• “Mais médicos fumam Camel do que qualquer outro cigarro.”
Desserviço ao mundo
Foi o britânico Walter Raleigh quem levou o tabaco da América para a Europa
O tabaco é originário das Américas. Um dia, alguém teve a genial ideia de levá-lo para a Europa. E foi aí que o vício de fumar começou a se alastrar pelo mundo feito praga. Quem prestou esse desserviço à humanidade foi o nobre Walter Raleigh (1554-1618), um típico aventureiro de seu tempo. Em seus 64 anos de vida, ele foi poeta, soldado, pirata e espião. Fundou uma colônia britânica na América (a Virgínia, nos EUA), explorou o rio Orinoco em busca do Eldorado e seduziu uma dama de companhia da rainha Elizabeth I. Mas a façanha que realmente entraria para a história foi mesmo ter introduzido o tabaco no velho continente.
“Raleigh popularizou o consumo de tabaco na Inglaterra no século 17, diz o sociólogo britânico Jason Hughes no livro Learning to Smoke: Tobacco Use in the West (Aprendendo a Fumar: O Uso do Tabaco no Ocidente, inédito no Brasil). “No início, o fumo era muito caro e restrito aos mais ricos. Com o aumento da oferta, porém, o preço caiu, e o tabagismo se tornou acessível para toda a sociedade.”
Durante séculos, o tabaco havia sido usado em rituais xamânicos por tribos indígenas da América Central. Raleigh tomou contato com os nativos quando se aventurou por lá, no século 16, e levou a planta para sua terra natal. É certo que outros navegadores já haviam feito o mesmo, mas Raleigh popularizou o consumo na Europa usando o cachimbo.
https://super.abril.com.br/saude/medico-receitar-cigarro/
Parece que há uma tendência para a direção do veganismo, mas, assim como a indústria do tabaco, as indústrias da carne, leite e ovos disseminam dúvidas. Elas não precisam dar certezas. Basta plantar a dúvida que as pessoas seguirão consumindo seus infartos e cânceres felizonas, como ainda tem gente fumando seus cânceres de pulmão todo santo dia mesmo com toda informação do mundo...
https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=YcWCMNV2YIA
transcrição:
In 1954, the tobacco industry paid to publish the “Frank Statement to Cigarette Smokers” in hundreds of U.S. newspapers. It stated that the public’s health was the industry’s concern above all else and promised a variety of good faith changes. The “Frank Statement” was a charade, the first step in a concerted, half-century-long campaign to mislead Americans about the catastrophic effects of smoking, and to avoid public policy that might damage sales. What followed were decades of deceit and actions that cost millions of lives. In the hope that the food industry history will be written differently, these researchers highlight important lessons that can be learned from the tobacco experience.
The processed food industries use tactics similar to those used by tobacco companies to undermine public health interventions. They do this by distorting research findings, co-opting policy makers and health professionals, and lobbying politicians and public officials. In his book about his fight with the tobacco industry, former FDA commissioner David Kessler recounted similar strong-arm tactics used by the meat industry to try to squash nutrition regulations.
The Supreme Court’s Citizens United decision allowing corporations to spend unlimited amounts on political ads during election campaigns could make things even worse, by working against candidates who support public health positions.
Another similarity between tobacco and food companies is the introduction and heavy marketing of “safer” or “healthier” products. When cigarette sales dropped due to health concerns, the industry introduced “safer” filtered cigarettes that gave health-conscious smokers an alternative to quitting, and sales shot back up. Ironically, the filters originally had asbestos in them.
Less nicotine, less tar, and now with Reduced Carcinogens! And, how could anything be bad for you if it is 100% organic?
Today, leaner pork or eggs with less cholesterol may be the food industry’s low-tar cigarettes. A KFC ad campaign depicted an African American family in which the father was told by the mother that “KFC has 0 grams of trans fat now.” The father, in the presence of children, shouts, “Yeah baby! Whoooo!!” and then begins eating the fried chicken by the bucketful.
Or cereal companies touting all the whole grains in their cocoa puffs brownie crunch. Fruit Loops now provides fiber.
A U.S. district judge overseeing a tobacco industry case put it well: “All too often in the choice between the physical health of consumers and the financial well-being of business, concealment is chosen over disclosure, sales over safety, and money over morality. Who are these persons who knowingly and secretly decide to put the buying public at risk solely for the purpose of making profits, and who believe that illness and death of consumers is an apparent cost of their own prosperity?” Above all, the experience of tobacco shows how powerful profits can be as a motivator, even at the cost of millions of lives and unspeakable suffering.
To see any graphs, charts, graphics, images, and quotes to which Dr. Greger may be referring, watch the above video. This is just an approximation of the audio contributed by Katie Schloer.
transcrição:
In 1954, the tobacco industry paid to publish the “Frank Statement to Cigarette Smokers” in hundreds of U.S. newspapers. It stated that the public’s health was the industry’s concern above all else and promised a variety of good faith changes. The “Frank Statement” was a charade, the first step in a concerted, half-century-long campaign to mislead Americans about the catastrophic effects of smoking, and to avoid public policy that might damage sales. What followed were decades of deceit and actions that cost millions of lives. In the hope that the food industry history will be written differently, these researchers highlight important lessons that can be learned from the tobacco experience.
The processed food industries use tactics similar to those used by tobacco companies to undermine public health interventions. They do this by distorting research findings, co-opting policy makers and health professionals, and lobbying politicians and public officials. In his book about his fight with the tobacco industry, former FDA commissioner David Kessler recounted similar strong-arm tactics used by the meat industry to try to squash nutrition regulations.
The Supreme Court’s Citizens United decision allowing corporations to spend unlimited amounts on political ads during election campaigns could make things even worse, by working against candidates who support public health positions.
Another similarity between tobacco and food companies is the introduction and heavy marketing of “safer” or “healthier” products. When cigarette sales dropped due to health concerns, the industry introduced “safer” filtered cigarettes that gave health-conscious smokers an alternative to quitting, and sales shot back up. Ironically, the filters originally had asbestos in them.
Less nicotine, less tar, and now with Reduced Carcinogens! And, how could anything be bad for you if it is 100% organic?
Today, leaner pork or eggs with less cholesterol may be the food industry’s low-tar cigarettes. A KFC ad campaign depicted an African American family in which the father was told by the mother that “KFC has 0 grams of trans fat now.” The father, in the presence of children, shouts, “Yeah baby! Whoooo!!” and then begins eating the fried chicken by the bucketful.
Or cereal companies touting all the whole grains in their cocoa puffs brownie crunch. Fruit Loops now provides fiber.
A U.S. district judge overseeing a tobacco industry case put it well: “All too often in the choice between the physical health of consumers and the financial well-being of business, concealment is chosen over disclosure, sales over safety, and money over morality. Who are these persons who knowingly and secretly decide to put the buying public at risk solely for the purpose of making profits, and who believe that illness and death of consumers is an apparent cost of their own prosperity?” Above all, the experience of tobacco shows how powerful profits can be as a motivator, even at the cost of millions of lives and unspeakable suffering.
To see any graphs, charts, graphics, images, and quotes to which Dr. Greger may be referring, watch the above video. This is just an approximation of the audio contributed by Katie Schloer.