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Tolkien é infanto-juvenil?

Tolkien é Infanto-Juvenil?

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  • Talvez, eu bebi demais ontem e fui violentado por um orc, o que me impossibilita de espider nesse ex

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Ronzi

Oh, Crap!
Bem, alguns professores da USP da área de literatura consideram a obra de Tolkien como uma fantasia Infanto-juvenil, principalmente baseados em livros como O Hobbit, Mestre Gil de Gam, Roverandom e SDA, sendo os três primeiros claramente escritos para crianças.

Sei que a grande maioria das pessoas desse fórum é advindo da Valinor e já sofreu em algum período da vida de tolkienomania grave ou mediana :lol:, por isso gostaria de saber de vcs se consideram a obra desse escritor como Infanto ou não. Obviamente os outros livros dele como SDA, Contos Inacabados, Silmarillion, Children o Hurin e HoME são mais maduros, mas também tem um grande apelo entre adolescentes, o que talvez ajudaria na classificação.

O que acham?
 
O único que considero infanto-juvenil é O Hobbit. Os demais não. São obras muito bem trabalhadas, tramadas, com muitos personagens, locais, raças, etc.
Quando li O Hobbit meio que me decepcionei justamente por ele ser meio infantil e não ser da mesma linha do SdA, por exemplo.
 
Não acho que Tolkien seja infanto juvenil, existem muitas passagens nos livros que necessitam de uma interpretação mais madura, não que apenas um adulto vá entender não é isso, mas que que existem partes voltadas mais para o público adulto existem, com exeção do Hobbit como já foi falado.
 
O Hobbit não é o único livro claramente infantil de Tolkien. Não sou um especialista nele, talvez fosse até mais assunto para o Deriel e para os demais da Valinor, mas se não me engano, Mestre Gil de Ham e Roverandom foram escritos para crianças, inclusive seus próprios filhos.
 
Ronzi disse:
O Hobbit não é o único livro claramente infantil de Tolkien. Não sou um especialista nele, talvez fosse até mais assunto para o Deriel e para os demais da Valinor, mas se não me engano, Mestre Gil de Ham e Roverandom foram escritos para crianças, inclusive seus próprios filhos.

Sim, concordo que esses livros foram escritos para crianças, mas não concordo em dizer que por causa deles Tolkien deve ser considerado um escritor infanto-juvenil.
Tanto que a linguagem de SdA é totalmente diferente dO Hobbit, por exemplo. E SdA foi uma sequência dO Hobbit, penso eu que se Tolkien quisesse continuar escrevendo somente para adolescentes não teria feito essa mudanças.
Logo, concluo eu, que ele teve sim sua fase infanto-juvenil, mas passou.
 
O Hobbit, Rover e Mestre Gil acho que são sim infanto-juvenis.

Mas acho que pra definir se um SdA ou outros livros do Tolkien como Silma são infanto-juvenis ou não depende mais de definir o que você vai considerar como literatura infanto-juvenil. Quer dizer, sabe, eu poderia vir aqui e dizer que acho que SdA é um livro adulto, mas eu mesma o li com treze anos, e conheço outras pessoas que leram com essa faixa etária. So...
 
Apenas O Hobbit e Roverandom foram escritos com os filhos em mente (o primeiro para todos os filhos, o segundo especificamente para Michael Tolkien, que havia perdido um cãozinho de brinquedo numa praia). Contudo, posteriormente Tolkien, conforme o próprio relata em uma carta, se arrependeu do tom adotado no Hobbit justamente por ser excessivamente condescendente para com as próprias crianças.

Farmer Giles é uma sátira e, apesar do aparente tom mais leve, não é infantil. É uma obra recheada de trocadilhos lingüísticos, que obviamente se perdem aos trambolhões na tradução.

Tolkien não é um escritor de literatura infantil ou infanto-juvenil. O fato de ter escrito dois livros com esse público mente (embora tenha se arrependido depois sobre um) não o tornam esse tipo de escritor. Todas as suas outras obras são "adultas" (rótulos medonhos esses).

Essa classificação da obra de Tolkien como "literatura infantil" sempre provém de acadêmicos esnobes que não admitem que alguém possa se interessar em elaborar um mundo imaginário para contar suas histórias em vez de usar o "mundo real" da forma mais realista possível. Como se o mundo que os escritores ditos realistas usam em suas obras de fato retratasse o "mundo real": o simples fato de tal mundo se encontrar dentro de uma obra de ficção torna óbvio que tal representação da realidade nada mais são que o construto que o próprio autor faz dessa dita realidade e, por conseguinte, é tão "imaginário" quanto a Terra-média de Tolkien neste aspecto.

Isso é simplesmente de uma estupidez tremenda que advém principalmente da incapacidade de tais críticos de compreender realmente a obra de Tolkien, visto que as inspirações e referências da mesma se encontram no âmbito da literatura medieval e clássica - coisa basicamente desconhecida dos e vista como "inferior" pelos críticos pós-modernos. Há críticas literárias competentes de Tolkien, feitas por estudiosos que são da área dos estudos medievais e clássicos - e mesmo de outras áreas, mas que sabem reconhecer as influências e como analisar as obras tolkienianas; um exemplo disso é o jornal acadêmico anual Tolkien Studies, que terá sua quinta edição publicada este ano. Basta dar uma lida em um volume do jornal para se perceber que o âmbito da obra de Tolkien é completamente outro daquele rotulado pelos críticos de plantão.

A visão geral desses críticos é que o grande "pecado" de Tolkien foi ter nascido no final do séc. XIX e ter decidido escrever narrativas "medievais" em vez de romances "realistas", recusando-se a seguir a moda vigente. Visão essa que é, repito, de uma estupidez tremenda.
 
Eu concordo que o único livro dele q seja mais puxado pra infanto-juvenil seja "O Hobbit" mesmo...pq imagina O SDA como infanto? Ou o Silmarillon? Não mesmo...magina...ai seria um exagero...UHhuahha
 
Como alguns livros deles tem uma temática infanto, e outros não... votei em "talvez" :dente:
 
Eu voto em não. Apesar de que, livros como SdA e o Hobbit são muito apelativos na adolescência.
Quando eu li SdA, nos meus 13 anos, eu gostava bastante da trama, mas achava a linguagem complexa. Algo que me irritava profundamente era ter que esperar 3 páginas por um diálogo, já que o autor detalhava claramente o cenário, os objetos, a situação. Acredito que hoje em dia, numa possível releitura, eu posso achar o modelo do Tolkien de escrever genial, mas para isso preciso reler :D.
 
Gabriel disse:
[...]
Essa classificação da obra de Tolkien como "literatura infantil" sempre provém de acadêmicos esnobes que não admitem que alguém possa se interessar em elaborar um mundo imaginário para contar suas histórias em vez de usar o "mundo real" da forma mais realista possível. Como se o mundo que os escritores ditos realistas usam em suas obras de fato retratasse o "mundo real": o simples fato de tal mundo se encontrar dentro de uma obra de ficção torna óbvio que tal representação da realidade nada mais são que o construto que o próprio autor faz dessa dita realidade e, por conseguinte, é tão "imaginário" quanto a Terra-média de Tolkien neste aspecto.

Isso é simplesmente de uma estupidez tremenda que advém principalmente da incapacidade de tais críticos de compreender realmente a obra de Tolkien, visto que as inspirações e referências da mesma se encontram no âmbito da literatura medieval e clássica - coisa basicamente desconhecida dos e vista como "inferior" pelos críticos pós-modernos.
[...]
A visão geral desses críticos é que o grande "pecado" de Tolkien foi ter nascido no final do séc. XIX e ter decidido escrever narrativas "medievais" em vez de romances "realistas", recusando-se a seguir a moda vigente. Visão essa que é, repito, de uma estupidez tremenda.

Concordo com você Gabriel, no geral classificar ou desclassificar uma obra parece não ser a função ideal para acadêmicos esnobes. Essa classe precisa de um pouco de humildade, para não se tornar conhecida como "ridículos críticos de um escritor de sucesso".

Lembrei com esse post de nosso papo em: http://www.meiapalavra.com.br/showthread.php?tid=564&pid=7813#pid7813
Minha opinião é: Tolkien descreveu a Terra-média com foco no leitor masculino, o que não me incomoda a ponto de classificar como infanto-juvenil. Acho que é ficção, aventura, literatura medieval, por aí.
Sei que muitos leram com 13 anos, mas, entender mesmo, tudo, acho que precisou de um pouco mais de tempo, será que não? Leituras complementares, comentários, discussões... Ficar maravilhado, assombrado é diferente de compreender a profundidade da obra.
 
Creio que boa parte dessa atitude da academia com relação a Tolkien tem que ser dividida entre o que os críticos daqui e o que os críticos lá de fora pensam sobre ele. Enquanto lá fora o reconhecimento dos valores literários da obra de Tolkien continua crescendo ano após ano (e o Tolkien Studies que mencionei antes é justamente o ápice disso), por aqui a coisa continua estagnada naquela visão que ressaltei no meu post anterior.

Para os críticos brasileiros, Tolkien é basicamente "aquele lixo popular infanto-juvenil", e não posso deixar que pensar que essa atitude, por mais bisonha que seja em si mesma, tem muito a ver com a tradução, que acredito que, dos críticos que tem essa visão deficiente de Tolkien, foi o único modo pelo qual leram as obras dele (a maioria dos críticos simplesmente sequer leu qualquer coisa, traduzida ou não, e se limita a cuspir opiniões pré-concebidas sem conhecimento de causa, simplesmente porque Tolkien é "fantasia" e "popular", o que no vocabulário deles é automaticamente igualado a "lixo" - e não é exagero meu aqui: eu comprovei isso, ouvi esse tipo de coisa dentro do meio acadêmico). E Tolkien é extremamente problemático nesse ponto pois, por melhor que a tradução pudesse ser (e infelizmente não é), ela ainda seria incapaz de reproduzir a complexidade estilística do autor presente no texto original.

Tolkien antes de ser escritor era um lingüista, e antes de ser um lingüista na acepção geral do termo ele era um filólogo - que para resumir é o tipo mais "hardcore" e "nerd" de lingüista, se é que me entendem. É seguro dizer (além de ser embasado por quem é da área) que Tolkien foi o maior filólogo e uma das pessoas que tinha maior domínio estilístico e estrutural da língua inglesa do século XX, e isso está refletido e comprovado nas suas obras, das aparentemente mais simples como Farmer Giles of Ham a sua mais complexa estilisticamente falando, The Lord of the Rings. Só quem já leu o original pode ter uma idéia da profundidade desse aspecto, e mesmo assim costuma não ser o suficiente. Mesmo o leitor médio falante nativo de língua inglesa, que embora naturalmente já consiga assimilar a beleza estética do texto em níveis completamente fora do alcance do mesmo leitor médio falante de outra língua, não apreende toda a extensão desse trabalho feito por Tolkien; é realmente necessário "ter um olho" para a coisa, sendo especialista ou não. Apenas a questão do vocabulário já costuma confundir os leitores, o que dirá em nível sintático e do referencial literário. É o tipo de coisa só percebida e apreciada com muita bagagem cultural, anos de experiência com a língua e literatura de língua inglesa, como os ensaios no Tolkien Studies comprovam. E todos ou a maior parte desses fatores, obviamente, está ausente do "aparato" do crítico nacional.
 
Gabriel, quando você diz:
... sequer leu qualquer coisa, traduzida ou não, e se limita a cuspir opiniões pré-concebidas sem conhecimento de causa, simplesmente porqueTolkien é "fantasia" e "popular", o que no vocabulário deles é automaticamente igualado a "lixo". ...
precisa lembrar que os melhores escritores não foram reconhecidos em sua época e após 100 anos, viram a base de um novo conceito. Lembro de ter lido, que as pessoas diziam a Tolkien, que preferiam não serem lembrados do que ele escrevera, para que o papo continuasse em um nível aceitável. Não com essas palavras, mas aproximadamente isso. Por essas e outras, que prefiro, ao fundamentar minhas escolhas, não dar a mínima para a crítica. Eles com seus meio-sorrisos, suas incapacidades de comunicação, que continuem a margem, de preferência sem palavras, nenhuma letra escrita por eles no mundo que eu escolho. Muitos "escritores" maravilhosos viveram na miséria, sem reconhecimento dessa classe "sofisticada". No que depende de mim (leitora assídua), é uma classe sem nome, não os conheço, não os cito, e passo por cima de qualquer parágrafo que contém sua "nula" opinião. Descobri que o mísero destaque que conseguem é citando uma pessoa muito respeitada.
 
Bem , na prateleira das livrarias que eu fui aqui na cidade , tanto ele , quanto os livros " ERAGON & CIA (livros do estilo) " , são colocados na parte infanto-juvenil .




:tchauzim:
 
Po, mas um tópico que eu não havia visto...
Esses novatos agitando o meia, muit bom...

Mas em fim... votei no NÃO, mas acho que a resposta certa ceria um TALVEZ, porque as obras como SDA e o Hobbit podem ser concideradas tanto infantis como não, pois tem um conteudo um tanto quanto pesado em algumas partes, isso é claro, dependendo da interpretação de cada leitor.

(Agora fui extremamente prolixo)
 
Eu não o considero um autor infanto-juvenil. O único livro dele mais fácil de ler, vamos assim dizer, é Roverandon. Todos os outros são mais puxados, cheios de detalhes, cansativos até, e com temáticas mais pesadas (por envolverem guerras e afins).

Eu acredito que talvez ele seja assim classificado não pela literatura em sim, mas pela repercursão que as adaptações pro cinema tiveram. Era muito maior o número de adolscentes nos cinemas vendo o filme, por conta de toda a fantasia presente nele + efeitos especiais.

Claro que é assim que muitos começaram a se interessar por Tolkien, mas acredito que dificilmente um rapaz de 12, 13 anos, que tenha contato primeiramente com os livros, consiga ler um inteiro. Salvo a exceções.
 
Não saberia dizer...
Por um lado sim, pois a maior parte dos leitores de Tolkien começa na adolescência
Mesmo que o alvo principal de Tolkien fosse os adultos, o seu universo atrai junto muitos jovens que ficam facinados pelo seu universo.

Por outro lado se perguntassem pro Tolkien, acho que provavelmente ele diria que não...

Então!?
Não sei... XD
 
Tivornas disse:
Por um lado sim, pois a maior parte dos leitores de Tolkien começa na adolescência
Mesmo que o alvo principal de Tolkien fosse os adultos, o seu universo atrai junto muitos jovens que ficam facinados pelo seu universo.

Eu acho que nesse caso isso acontece porque o adulto tem uma maior resistência à fantasia. Uma dificuldade enorme de por algumas horas "romper" com a realidade e mergulhar em um mundo com elfos, hobbits e magos. O que é uma pena, no final das contas. Tolkien é o melhor exemplo para como fantasia pode ser bem desenvolvida/escrita, deixando no chinelo a prosa de muito autor que escreve "dramas da vida real", digamos assim.
 
Ah , Anica , tipo , meu pai odeia qualquer filme de fantasia , e minha mãe gosta de todos .

Sei lá , depende muito do estilo da pessoa , não importa se é adulto . Meu primo , de 13 anos , acha que esse tipo de história é um monte de m***a e tudo mais , e eu pelo contrário adoro viajar com esse tipo de fantasia .



:tchauzim:
 
Sim, eu sei que depende das pessoas. Mas no geral, adultos oferecem essa resistência, enquanto pessoas mais jovens ainda se deixam levar. Tanto que a maioria dos leitores adultos que continuam lendo fantasia são os que já começaram quando jovens (meu caso e de outras pessoas que conheço). Mas o adulto que NUNCA leu fantasia partirá do preconceito básico do "isso é coisa de criança". É disso que estava falando no meu post ;)
 

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