Artigos Valinor
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Tolkien passou uma enorme parcela de sua vida escrevendo cartas. Com efeito, o autor de O Senhor dos Anéis era um correspondente quase tão prolífico quanto os hobbits do Condado. Certa vez, quando quebrou o braço direito, ele chegou a confidenciar a seu editor: "Não ser capaz de usar uma caneta ou um lápis é, para mim, tão humilhante quanto seria a perda de seu bico para uma galinha". </P>
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The Letters of J.R.R. Tolkien (As Cartas de J.R.R. Tolkien), livro organizado por Humphrey Carpenter, biógrafo do autor, e por Christopher Tolkien, seu filho mais novo, reúne uma porção significativa da imensa correspondência entre Tolkien e seus familiares, amigos, editores e simples fãs (os quais, surpreendentemente, parecem ter recebido grande atenção por parte do Professor, principalmente nos anos que se seguiram à publicação de O Senhor dos Anéis). </P>
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Letters é fascinante em muitos aspectos: consegue revelar as opiniões pessoais de Tolkien sobre cultura, literatura, política, religião e vida familiar, ao mesmo tempo em que lança luz sobre aspectos de sua intrincada e sempre dinâmica mitologia. Ao mesmo tempo, Tolkien se revela um grande frasista, observador agudo das mazelas do século XX, crítico mordaz e irônico, mas que nunca perdia de vista o amor e a compaixão pelos seres humanos. </P>
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Algumas passagens são antológicas: os conselhos dados ao filho Michael sobre o amor entre homem e mulher, as cartas emocionadas a Christopher quando este servia a Força Aérea na África do Sul durante a Segunda Guerra Mundial, cartões postais em runas e caracteres fëanorianos para admiradores, observações iradas a respeito de um roteiro cinematográfico completamente distorcido para O Senhor dos Anéis, e até desenhos da coroa do Reino de Gondor. </P>
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Letters também ajuda a esclarecer algo que é motivo de tristeza para os fãs de Tolkien: o porquê de O Silmarillion nunca ter sido publicado durante sua vida. O Professor fez de tudo para publicar a mitologia dos Dias Antigos em conjunto com O Senhor dos Anéis, mas só conseguiu, a muito custo, que a editora Allen & Unwin publicasse este último. Quando o sucesso da Saga do Anel veio, era "tarde demais": Tolkien nunca pôde terminar O Silmarillion, por mais que tentasse. </P>
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Publicado em 1981, Letters inclui também muitas notas feitas por Humphrey Carpenter e um índice onomástico bastante completo</P>
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