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Soneto da Inexistência

Mavericco

I am fire and air.
Usuário Premium
Soneto da Inexistência

Do berçário, do caixão, do estranho
Aqui jaz aquele que não mais sou
Do educador ao padre, acanho
Os horrores que o tempo transpassou

Horrores estes infandos, infantis!
Da tenuidade de antes do útero
À ausência nas fotos pueris,
Tais pensamentos tornam-se crucíferos...

Nascer, crescer, galantear, morrer
Como me assusta a morte, o não nascer,
A inexistência que ronda o humano!

Burlai-me, ó fenecer dum arcano!
Deixa para este pobre o oblívio:
Flores, caixão, berço, flores, declívio.

_________________________________________________

Soneto petrarquiano, decassílabo, com rimas ABAB ABAB AAB BAA.
 
Obrigado :sim:
Sabia que o interessante seria dito. Criar um poema sobre a não existência, os dois pólos máximos da vida humana (o não-nascer e a morte), acho que acaba gerando isso mesmo...
Criei esse poema quando senti algo ruim quando vi uma foto dum meio irmão meu (morto, infelizmente, já -- quem sabe um dia eu poste o poema que fiz para ele)... Essa sensação da inexistência, essa exata sensação da inexistência, que rondou a vida deste meu meio irmão e que ronda a minha, a de todos...
 
"Como me assusta a morte, o não nascer,
A inexistência que ronda o humano!"

Vida e morte estão ligadas,para existir uma vida desaparecerá outra, verdadeiro ciclo da existencia do mundo,o ser humano talvez seja apenas um ponto muito pequeno dentro do contexto.Soneto bem filosófico e reflexivo.
 

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