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Sauron, vitórias na derrota.

Cara, tem este texto na Valinor que expõe e analisa esse conceito:

"Se eles não mergulharam abaixo de certo nível. Uma vez que nenhum fëa poderia ser aniquilado, reduzido a zero ou à não-existência, não é claro o que significa. Portanto Sauron é dito ter caído abaixo do ponto de recuperação, embora anteriormente tenha se recuperado. O que provavelmente significa é que um espírito ‘malicioso’ se torna fixado em um certo desejo ou ambição, e se não pode se arrepender então seu desejo se torna virtualmente seu ser como um todo. Mas o desejo pode estar completamente além da fraqueza para onde caiu, e ele será incapaz de retirar sua atenção do desejo inalcançável, mesmo para cuidar de si mesmo. Permanecerá para sempre em impotente desejo ou memória do desejo."

http://www.valinor.com.br/14790/

Me parece que só Melkor teria essa capacidade, mesmo com seu aprisionamento pós-guerra da ira, podia retornar um pouco de sua "essência" dispersa, acho que tem até um texto que trata desta possibilidade.

Tá, mas a questão é que o mal que os dois causaram, as ideias que eles disseminaram, o legado maligno que deixaram jamais poderia ser extinguido ou esquecido. A semente de malevolência já havia sido plantada há muito tempo, desde Melkor. E por mais que Sauron jamais conseguisse voltar a se reerguer, porque o Anel estava destruído e sem o seu Anel de Poder, Sauron não seria invencível, ainda assim o que ele pregou por muito tempo não foi jogado ao léu com ele. Tudo que a Sombra (e aí incluo Melkor e TODOS os seus seguidores e aliados) fez nunca seria destruído, o Mal nunca seria erradicado.
Melkor estava no Vazio e dali não poderia sair, Sauron sem o Anel não teria como voltar e concluir seu plano de domínio, mas o alicerce pra existência deles, o que fazia com que a figura deles perdurasse não consistia no físico, mas sim no que eles disseminaram em sua épocas.
 
Quando Sauron foi derrotado na Guerra da Última Aliança seu corpo foi destruído e ele fugiu para longe, mas todo o seu poder inato ainda existia, pois o Um Anel, que continha grande parte desse poder, não foi destruído. Por isso que, com o passar dos milênios, Sauron pôde assumir uma nova forma física e retornar à ativa. No entanto, apenas utilizando o Um Anel ele tinha acesso ao Elemento Morgoth e somente assim seu poder inato era incrivelmente aumentado.

Quando o Um Anel foi destruído ele não só perdeu a capacidade de acessar o Elemento Morgoth e utilizá-lo, mas teve totalmente destruída a melhor e maior parte de seu poder. Por conta disso ele perdeu completamente, junto com seu poder, também, a capacidade de não só voltar a ter uma forma física como voltar à ativa. No Conselho de Elrond ele diz algo do tipo: "Quando o Um não foi destruído, isso ficou definido: que Sauron voltaria" - o que mostra que, com a destruição do Um Anel, Sauron não poderia jamais retornar e ficaria, como disse Gandalf, reduzido a um mero espírito de maldade dos ermos.

Quanto à questão do poder em si: embora muito aumentado pelo acesso ao Elemento Morgoth, esse poder, com o passar dos milênios, à medida em que fosse sendo gasto, diminuiria. Mesmo Morgoth, detentor original desse poder, quando da Guerra da Ira já era apenas uma sombra do que havia sido no começo de sua rebelião: de forma que, no auge de sua carreia, quando da Guerra da Ira, Sauron era, efetivamente, mais poderoso do que o próprio Morgoth. Mas, se vitorioso, esse poder um dia diminuiria de tal forma com o passar dos milênios que ele mesmo se veria reduzido à uma mera sombra do poder que um dia havia tido.


[]'s!

Quanto à "acessibilidade" de Sauron para com o Elemento de Morgoth, há um conceito muito bem explanado por Ilmarinen de que mesmo sem o Um Anel, Sauron na 3ª Era podia utilizar tal essência Morgothiana, vide este post que ele tratou no tópico: http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=97979&page=4&highlight=Poderes+de+Sauron

Então, a conclusão mais lógica é que o Anel era como um dínamo, ou melhor, uma antena parabólica que drena, acumula e canaliza energia constantemente do EM ambiente pra Sauron, porque,senão, não haveria maneira de Sauron renovar o seu poder tão rápido e o que sabemos é que, no decorrer da Terceira Era, essa força dele não só se renovou mas se ampliou ao ponto dele fazer coisas como alterar o clima nas montanhas ao redor de Mordor ( Gandalf comenta que "o braço" dele ficou "mais comprido"), provocar erupções vulcânicas e usar o cobertor cinéreo resultante pra ocultar a luz do Sol numa extensão de centenas de quilômetros em torno de Mordor, virtualmente toda a região a leste das Nebulosas, carregando com ele um feitiço inibidor de vontade e indutor de medo. Isso já é terraformação prefiguradora de nível Melkor.

Gandalf halted. Snow was thick on his hood and shoulders; it was already ankle-deep about his boots.
‘This is what I feared,’ he said. ‘What do you say now, Aragorn?’
‘That I feared it too,’ Aragorn answered, ‘but less than other things. I knew the risk of snow, though it seldom falls heavily so far south, save high up in the mountains. But we are not high yet; we are still far down, where the paths are usually open all the winter.’
‘I wonder if this is a contrivance of the Enemy,’ said Boromir. ‘They say in my land that he can govern the storms in the Mountains of Shadow that stand upon the borders of Mordor. He has strange powers and many allies.’
‘His arm has grown long indeed,’ said Gimli, ‘if he can draw snow down from the North to trouble us here three hundred leagues away.’
‘His arm has grown long,’ said Gandalf.

Nada disso ele era capaz de fazer na Primeira Era, e não se diz que ele teria feito na Segunda. Sabemos, sim, que a Orodruin já obedecia aos seus comandos, mas, ao que parece, nada tão cataclísmico como o espraiar da Escuridão Nebulosa pra cima de Gondor.

Como ele não era, ainda, um Segundo Morgoth, é de se presumir que essa fonte de energia renovável do Anel era o próprio EM e que haveria ainda MUITA ENERGIA pra ser absorvida e canalizada. Como esse processo acontecia , inclusive, SEM CONTATO FÍSICO com o Anel e continuou depois que ele o perdeu, o mais lógico é partir da suposição que ele era constante e já "programado" na feitiçaria que criou o Anel e o vinculou ao espírito de Sauron.

No que tange ao "superior poder" de Sauron em comparação ao Morgoth-fim da 1ª era, cito este trecho do texto que linkei no meu 1º post:

"Sauron foi ‘superior’, efetivamente, na Segunda Era do que Morgoth ao fim da Primeira. Porque? Por que, embora ele fosse muito inferior em estatura natural, ele ainda não havia caído tão baixo. Eventualmente ele também dispersou seu poder (de ser) no empreendimento de ganhar controle sobre outros. Mas ele não foi obrigado a dispender tanto de si mesmo. Para obter domínio sobre Arda Morgoth deixou que a maior parte de seu ser passasse para os constituintes físicos da Terra – de forma que todas as coisas que nascessem na Terra e vivessem nela e por ela, animais ou plantas ou espíritos encarnados, seriam passíveis de ‘mácula’. Morgoth no período da Guerra das Jóias se tornou permanentemente ‘encarnado’: por esta razão ele tinha medo, e travou a guerra quase inteiramente por intermédio de aparatos ou de subordinados e criaturas dominadas.
Sauron, contudo, herdou a ‘corrupção’ de Arda, e apenas gastou seu poder (muito mais limitado) nos Anéis; pois eram as criaturas da terra, em suas mentes e vontades, que ele desejava dominar. Nesta forma Sauron também foi mais sábio do que Melkor-Morgoth. Sauron não era um iniciante em discórdia; e ele provavelmente conhecia mais da ‘Música’ do que Melkor, cuja mente sempre esteve repleta com seus próprios planos e aparatos, e dava pouca atenção a outras coisas."

http://www.valinor.com.br/14790/
 
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Assim dá gosto criar um tópico!

Então, segundo o Professor, a derrota de Sauron foi definitiva, nada de um Gorthaur redivivo e em plena forma no fim da Quarta Era.

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Assim dá gosto criar um tópico!

Então, segundo o Professor, a derrota de Sauron foi definitiva, nada de um Gorthaur redivivo e em plena forma no fim da Quarta Era.

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Mas nem teria como. Era o Anel que dava poder a Sauron. Era o Anel que fazia Sauron ser tão temível. Sem isso, ele era um maia influenciado e maligno, com um enorme poder de persuasão, mas era facilmente destrutível.
 
Mas nem teria como. Era o Anel que dava poder a Sauron. Era o Anel que fazia Sauron ser tão temível. Sem isso, ele era um maia influenciado e maligno, com um enorme poder de persuasão, mas era facilmente destrutível.

Olha, não sei se ele é "facilmente destrutível" não, teve um post que eu até elenquei a "tolerância" dos Ainur, quando "constituídos" por Fäna, de que são (aparentemente) poucas as formas de se destruir um ser "angelical":

Vide:

Quanto a essa "atingibilidade", há os conceitos básicos a serem entendidos, há o Fea (alma), Fana (uma espécie de vestimenta "divina" para interagir no mundo físico) e o Hroa (à grosso modo, são os corpos físicos como os nossos, constituídos e alimentados pela "carne"/substâncias da terra).

Respondendo bem rapidamente, o Fana parece possuir uma "tolerância" resistência contra muitas formas de destruição, vide o exemplo do Balrog, que ao meu ver possuía um Fana. Há no 1º livro, um momento em que os "tetos de uma montanha" (parece) caem em cima dele (o peso de um montanha destruiria uma totalidade de formas, objetos e corpos), mas o monstro simplesmente parece "ignorar" esse dano brutal. Ademais, há a famosa queda do Balrog com Gandalf no Abismo da ponte de Moria (introdução do 2º filme mostra isso), ambos caíram de uma altura inimaginável em velocidade terminal (ao meu ver) e resistiram ao impacto.

No silmarillion, por exemplo, demonstra (ao meu ver, mais uma vez), a grande batalha dos poderes, em que Melkor e seus asseclas enfrentam a fúria dos senhores do Oeste (Valar e seus Maiar). Nesse mesmo embate, a terra tremia, águas mudavam de lugar, a forma da Terra-média fora até mesmo alterada, sem contar com os clarões ao norte à "nível explosões atômicas", e mesmo assim (pode ser sorte ou habilidade dos Balrogs ou até mesmo alguma capacidade deles em tornar suas formas físicas "intangíveis", não sei) suas formas físicas sobreviveram à essa hecatombe global.

Ou seja, um Fana parece suportar várias formas de destruição conhecidas, mas nem todas; a destruição da forma física de Sauron (que era de Fana) com a queda de Númenor ou destruição (não é clara) da forma física que posteriormente criou na época da guerra da última aliança, em que (ao meu ver não ficou muito claro nas obras) a lança encantada de Gil-Galad e a espada "mágica" de Elendil foram responsáveis pelo extermínio do corpo de Sauron no fim da guerra da última aliança (início do 1º filme).

Já o Hroa, por ser um "corpo mesmo" padece de ser destruído de formas mais "convencionais".

http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=105020

Agora, Sauron sem o Um anel, na 1ª era, quando estava sob a tutela de Morgoth, possuía capacidades impressionantes para alguém de sua estatura, vide, por exemplo, a capacidade dele em:

Destarte, me impressiona saber que 5 indivíduos conseguiram pelejar contra um ser que chegou (na minha opinião com uma boa ajuda do elemento morgoth que ele tinha acesso) a anular a proteção de Ulmo na 1ª era:

"Por quase dois anos depois da Dagor Bragollach, os Noldor ainda defendiam a passagem ocidental perto das nascentes do Sirion, pois o poder de Ulmo estava naquela água (...)" (Silmarillion - 194).

Sem dissentir:

"Com o tempo, entretanto, depois da queda de Fingolfin, Sauron, o mais terrível e mais poderoso dos servos de Morgoth, que no idioma sindarin era chamado de Gorthaur, levantou-se contra Orodreth, o guardião da torre sobre Tol-Sirion. Sauron se tornara um feiticeiro de poder tremendo, mestre das sombras e dos espectros (...)." (Silmarillion - 194-195).

Por fim:

"Pois, sob o comando de Morgoth, seu poder era imenso." (Dos anéis de poder e da terceira era - 363).

http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=105048

Sem contar que suas "magias" atingiam "níveis-territoriais (quase) imensos", à exemplo desta passagem do Silmarillion:

Mais além ficavam os ermos de Dungortheb, onde os feitiços de Sauron e o poder de Melian se enfrentavam... - Silmarillion - De Beren e Lúthien - pag. 206

Vai ver que, seguindo a ideia de que o Mal acaba por gerar um bem, as "maquinações" de Gorthaur tenham aberto alguma brecha no Cinturão de Melian, permitindo assim que Beren adentrasse ao Reino de Doriath, e pudesse ter conhecido Lúthien, e seus descendentes viraram reis, e esses reis dominaram a Era em que foram inseridos, e um desses reis liderou a resistência contra sua dominação, e Sauron caiu. Quem sabe.
 
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"Destarte, me impressiona saber que 5 indivíduos conseguiram pelejar contra um ser que chegou (na minha opinião com uma boa ajuda do elemento morgoth que ele tinha acesso) a anular a proteção de Ulmo na 1ª era:

'Por quase dois anos depois da Dagor Bragollach, os Noldor ainda defendiam a passagem ocidental perto das nascentes do Sirion, pois o poder de Ulmo estava naquela água (...)' (Silmarillion - 194).

Sem dissentir:

'Com o tempo, entretanto, depois da queda de Fingolfin, Sauron, o mais terrível e mais poderoso dos servos de Morgoth, que no idioma sindarin era chamado de Gorthaur, levantou-se contra Orodreth, o guardião da torre sobre Tol-Sirion. Sauron se tornara um feiticeiro de poder tremendo, mestre das sombras e dos espectros (...).' (Silmarillion - 194-195)."

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Mas será que nesta época ele já conseguia acessar o Elemento Morgoth ou teria Melkor lhe transmitido poder (como fez com Glaurung) ou ainda teria Sauron realizado tais feitos apenas com suas próprias habilidades?

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Para ilustrar a durabilidade dos efeitos do poder de um Vala ou maia existem duas passagens interessantes nos livros que foram discutidas aqui no fórum em alguns tópicos.

Na primeira delas um dos Valar (acho que Yavanna mas me corrijam se eu estiver errado) se pergunta se alguma coisa do que ela havia feito pudesse durar. Já em outra passagem em SdA presenciamos o caso de Frodo que decidiu ir até Aman junto dos elfos em razão de nem todo o mal provocado por Sauron ser passível de cura aqui nas terras mortais após a destruição do anel.

Isso ocorre porque a princípio fora concebido que a parte mais evidente das ações dos Valar e Maiar, principalmente os atos diretos, deviam se tornar cada vez mais invisíveis\discretas ou deixarem de existir com o domínio dos homens (a queda de Númenor foi um marco acelerador desses efeitos). Mas que a parte que devia durar seria assim porque o destino havia estabelecido. A palavra destino ou sorte é o disfarce mais comum para Eru ou Deus no nosso mundo. Algo só ocorre se realmente ele não quiser impedir.

De modo que após a destruição do anel a maior parte da "escuridão direta" deixou de existir exceto aquela escuridão que Eru permitia que permanecesse na forma de ações indiretas ou atividades em que o poder de Sauron estivesse mesclado o bastante para não permitir separação nítida com facilidade do resto do mundo. Ainda, havia também o medo de Sauron habitar agora o mundo do além e o mundo do além\sonhos possui um modo de agir sobre o mundo real.

Quer dizer, a presença direta e dos feitiços de Sauron sumiu com rapidez mas a corrupção generalizada do mundo demorava bem mais a sumir como ocorria com muitas ruínas de pedra, rios\lagoas sujos e áreas desertificadas em que Frodo sentiu na pele que a destruição do anel não era o bastante para curar imediatamente todos os males do mundo porque a maldade podia se misturar nas coisas e ao seu próprio corpo em que os hroa carregavam máculas de escuridão.
 
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Pra mim Sauron nunca obteve uma única vitória por insignificante que fosse, tão somente suspiros de alívio por crer que se vingara de um senhor élfico ou outro. Agora a obtenção do Poder, a destruição dos Filhos, a deturpação dos intentos de Eru, o assassinato e corrupção da Vida, enfim, a vitória da Sombra nunca foi mais que uma derrota, constantes derrotas e desapontamentos para Morgoth e para Sauron.

Pra mim são criaturas iludidas pelo próprio ego, presas das próprias obsessões, sanhas, ignorâncias e imoralidades. No fim, todos os seus esforços só serviram para fortalecer, temperar, os Filhos e a obra de Eru só foi mais glorificada.

Vitórias de cunho patrimonial ele teve e muitas, mas apenas isso porque os povos contrários aos seus intentos prevaleceram mesmo quando muitos viveram no exílio ou "escondidos" pelos cantos da Terra media.
 
Interessante a discussão. Eu tenho uma duvida os Valar deixaram de ter uma interferencia mais direta sobre os humanos porque era para os mortais estar subjugados diretamente a Eru? Pq o silmarillion e o conto da Adanel passa essa ideia que o homens seria muito mais ligados a Eru, tanto que os humanos que foram conhecer a antiga esperança e só atraves deles que os elfos foram saber.
 
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Também fiquei com esta impressão, elfos subordinados aos valar, humanos diretamente subordinados a Eru.

O que faz sentido, afinal, naquela mitologia, o lugar dos humanos não é aqui.

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Interessante a discussão. Eu tenho uma duvida os Valar deixaram de ter uma interferencia mais direta sobre os humanos porque era para os mortais estar subjugados diretamente a Eru? Pq o silmarillion e o conto da Adanel passa essa ideia que o homens seria muito mais ligados a Eru, tanto que os humanos que foram conhecer a antiga esperança e só atraves deles que os elfos foram saber.

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Também fiquei com esta impressão, elfos subordinados aos valar, humanos diretamente subordinados a Eru.

O que faz sentido, afinal, naquela mitologia, o lugar dos humanos não é aqui.

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Tipo os elfos "queridinhos dos valar" e os homens os "queridinhos" de Eru, não que isso tenha definido que Eru ou os Valar gostassem mais de um grupo em detrimento dos outros, mas devido a essência humana ser caracteriza como algo que identifica Eru assim como a essência élfica seja um atributo que identifique mais com os Valar.

Muito do caráter dos elfos foram modelados pelos Valar que por sinal uma grande leva viveu nas Terras Imortais e muito dos costumes, modo de viver, pensar, se relacionar em sociedade e dentro de um territorio foi algo construído pelos seres angelicais. Ao contrário dos homens que as vezes me remete àquela relação homem/Deus. É como se existisse um Deus e os homens sempre iam em busca dessa força sobrenatural muitas vezes sem uma interferência diretas dos maiar e valar. Ou seja, para o homem estar próximo de Illuvatar não precisa de uma ponte via Terras Imortais e seus habitantes; valar ou elfos.

E o maia Sauron me lembra muito da essência má do homem, uma personificação contrária dos pensamentos de Eru. Sauron tem uma relação profunda com os homens e seus "status quo" por assim dizer mostra o lado negro daquilo que Eru não desejava ao homens. E fazendo um paralelo com nossa realidade, a sociedade ao longo de sua história pode testemunhar a existência de vários Saurons em diferentes partes e contexto do mundo.

Já Morgoth é (entre aspas), uma espécie de passado bem mitológico que as vezes foge um pouco do contexto humano e entra numa realidade mais élfica e sobrenatural.
 
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Já Morgoth é (entre aspas), uma espécie de passado bem mitológico que as vezes foge um pouco do contexto humano e entra numa realidade mais élfica e sobrenatural.

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Interessante conceito, apesar de o texto do "Silmarillion" dar a entender que Melkor (o vala da criatividade) foi o modelo e a inspiração para a criação dos humanos.

Quanto a Sauron, penso que ele fazia melhor o papel de "deus" perante os humanos, até por ser menos "próximo" da humanidade do que era Melkor. Vide o diálogo entre Húrin e Morgoth, há, entre os dois, uma intimidade que eu não consigo conceber entre Sauron e qualquer ser humano.

Por mais cruel e sarcástica que fosse, a zombaria de Melkor acabava por tornar tudo mais íntimo, algo parecido com a relação de "O'Brien" e "Winston Smith" em "1984". Posso imaginá-lo dizendo: "Seus macacos! Não consigo acreditar que meu pai se inspirou em mim para criar chimpanzés iguais a vocês". Isto, inevitavelmente, derruba certas barreiras.

Já Sauron, fazia questão da compostura.

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Bem, ocorre que o Silma sendo relato élfico, apresenta os homens como dando tristeza para Manwe e os elfos vendo semelhanças dos homens com Melkor, entretanto a interpretação final vem aonde se conta que Melkor odiava e temia os homens invejando seus dons únicos.

Algo mais próximo de uma análise élfica acurada aparece com as palavras de Finrod que foi o elfo que descobriu os homens e os apresentou aos líderes das casas élficas. No diálogo de Finrod e Andreth ele comenta que os homens talvez fossem grandes demais para se submeterem totalmente aos assuntos de Arda e os Valar prefeririam não interferir nas atividades diretamente ligadas a Eru no mundo.

Me parece que se o destino escolheu Finrod para encontrar os homens então caberia a ele o papel de maior compreensão dentre os elfos a respeito do futuro daqueles tempos. Talvez pelo maior tempo de convivência entre um rei élfico e os homens dentre todos os elfos.

Todavia quando Finrod os encontra já traziam a marca da sombra adquirida da época em que Melkor se interessou por eles quando soube que eles haviam chegado no mundo. Nas palavras do Silmarillion Morgoth não completou o plano que possuía para os filhos mais novos e estava destinado a nunca completá-lo em razão de sua própria maldição.

Os Valar, incluindo Melkor, não compreendiam totalmente as obras de Eru e entendiam apenas que viriam obras maravilhosas e únicas como eles mesmos o eram. Quer dizer, na mente de Eru o único parentesco que os homens possuíam eram os elfos (filhos mais velhos de Eru) e posteriormente os anões e a criação de Eru foi extremamente original e inesperada, algo de fora da música e diferente de Melkor.

A intimidade que Melkor conheceu era a dos desejos do mundo (ele se auto-proclamava senhor do mundo) e por isso havia na aparência intimidade entre ele e Húrin. Na aparência eles adquiriam semelhança capaz de enganar alguns elfos mas na essência eram totalmente diferentes. Isso ocorria porque Melkor possuía cumplicidade com a matéria do mundo e podia distorcê-la diretamente.
 
Agora analisando na prática, quem mais conviveu com os homens durante milhares de anos foi justamente Sauron, desde o apogeu de Angband até os dias finais da Terceira Era. Foi baseado nessa relação próxima do maiar com os homens que eu fiz esse paralelo entre as duas raças.

Que eu me lembre, uma das raras excessões de Melkor próximo dos homens é quando ele deixa o comando de Angband com Sauron e vai para o leste da TM para ver de perto os homens e quando ele vive aquele duelo com Húrin.
 
Foi baseado nessa relação próxima do maiar com os homens que eu fiz esse paralelo entre as duas raças.

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Ponto muito interessante este, o do quão facilmente os maiar se corrompem.

Sauron, Saruman, os balrogs, os "magos" que foram para o Leste e o Sul da Terra Média (no caso destes dois as versões se contradizem, se bem me lembro), os capitães orcs etc. A lista é grande.

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Algo que pode ser dito de Sauron é que ele foi o maia que mais teve interação direta com os homens em relação a outros Maiar. Sua memória dos filhos mais novos ia até os dias antigos. A diferença estava na proximidade do coração do Maiar em relação a eles. Sauron estava entre eles sem ser deles, na aparência. Gandalf sofria entre os homens comuns na guerra, sofrendo de frio e de fome. Saruman adotava uma aparência de idoso para espionar, como Sauron podia fazer. Finrod vivia nos acampamentos dos homens padecendo as duras tristezas que a morte levava seus amigos.


Outro ponto interessante que a obra traz do contato entre as raças. Era possível haver contatos oficiais (históricos) e não oficiais. Por isso o brilho dos elfos da luz em Finrod eclipsou o peso do contato dos homens com os elfos silvestres e ele influenciou o destino das 3 casas. E das amizades que ocorreram entre homens e elfos silvestres nada se relatou em razão da educação dada após a chegada dos homens em Beleriand ter tido uma explosão tão fenomenal que o primeiro contato se tornou marca de Finrod ao invés dos elfos silvestres.
 

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