Isso remonta a espada de Eöl, e todas obras de elfos ou ainur, onde o objeto contém parte de seu criador. O mesmo ocorre com anel, contendo parte do ser de Sauron, seus poderes e até mesmo intenções. É natural que, tendo um grande poder inserido no objeto, tais poderes só fossem acessíveis para aqueles que tivessem uma "estatura" suficiente, e aqueles que não a tem não acessariam o poder completo do objeto. É o que ocorre com Frodo, mas não com Gandalf, que contém a capacidade de dominar todo o poder contido no anel. Alias, corrigindo, creio que este só tem o poder de dominar parcialmente, pois seria corrompido: quem tem o poder de dominá-lo completamente seria apenas os valar, ou talvez valar mais poderosos, como Eonwë e Ossë.
Eu sempre tive a impressão, embora não lembro disso estar contido na obra, que o anel de Sauron fosse um "guardião" da energia de seu mestre, que sempre resistiria após a morte. Afinal, o poderes doss ainur não era infinito, parecia serem dissipados - o que ocorre com a incapacidade de Yavanna criar as Duas Árvores, ou até mesmo de Fëanor criar novas obras tão grandiosas quanto as silmarilli. Também eram dissipados após mortes sucessivas, Morgoth e Sauron perderem o poder de permanecerem belos, sendo encarnados em hröar. Porém, se Sauron resguardar seu poder no anel, tal poder ficaria resguardado caso o anel não fosse destruído, mantendo sua energia mais ou menos estável com o decorrer de mortes, e não em permanente decadência.
Como o anel tem parte de seu criador, o anel parece ter, a sua maneira, a mesma lábia de Sauron. O mesmo poder de sedução. Ninguém na Terra-Média teria poder de destruí-lo, afinal, caso chegasse a Montanha, se negaria a fazê-lo, desejando a ficar com ele. Assim a "energia" estaria resguardada.