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Píramo e Tisbe

( Me perdoem se estou postando no lugar errado!! :| )

Gente,

Quero dividir com vocês um texto extraido do "Livro de Ouro da Mitologia" de Thomas Bulfinch, que eu adoro. :grinlove:
Ele é simples e bem curtinho, por isso vocês não vão se cansar!
Aguardo os comentários de vocês e espero que gostem!!! :wink:

Beijinhos :kiss:


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Píramo e Tisbe


Píramo era o mais belo jovem e Tisbe, a mais formosa donzela, em toda a babilônia, onde semíramis reinava. Seus pais moravam em casa contíguas; a vizinhança aproximou os dois jovens e o conhecimento transformou-se em amor. Seriam venturosos se se casassem, mas seus pais proibiram. Uma coisa, contudo, não podiam proibir: que o amor crescesse com o mesmo ardor no coração dos dois jovens. Conversavam por sinais ou por meio de olhares, e o fogo se tornava mais intenso, por ser oculto. Na parede que separava as duas casas, havia uma fenda, provocada por algum defeito de construção. Ninguém a havia notado antes, mas os amantes a descobriram. Que há que o amor não descubra? A fenda permitia a passagem da voz; e ternas mensagens passaram nas duas direções, através da fenda. Quando Píramo e Tisbe se punham de pé, cada um de seu lado, suas respirações se confundiam.
- Parede cruel! – exclamavam – Por que manténs separados dois amantes? Mas não seremos ingratos. Devemos–te, confessamos, o privilégio de dirigir palavras de amor a ouvidos complacentes.
Diziam tais palavras, cada um de seu lado da parede; e, quando a noite chegava e tinham de dizer adeus, apertavam o lábio contra a parede, ela do seu lado, ele do outro, já que não podiam aproximar-se mais.
De manhã, quando a aurora expulsara as estrelas e o sol derretera o granizo nas ervas, os dois encontram-se no lugar de costume. E então depois de lamentarem seu cruel destino, combinaram que, na noite seguinte, quando tudo estivesse quieto, eles se furtariam aos olhares vigilantes, deixariam suas moradas, dirigir-se-iam ao campo e, para um encontro, iriam ter a um conhecido monumento que ficava fora dos limites da cidade, chamado o túmulo de Nino, e combinaram que aquele que chegasse primeiro esperaria o outro, junto de uma certa árvore. Era uma amoreira branca, próxima de uma fonte.Tudo ficou combinado e os dois aguardaram, impacientes, que o sol se escondesse sob as águas e que a noite delas se levantasse. Então, Tisbe ergueu-se, cautelosamente, sem ser observada pela família, cobriu a cabeça com um véu, caminhou até o monumento e sentou-se em baixo da árvore. Enquanto estava ali sentada, sozinha, à luz difusa da noite, avistou uma leoa, que, com a boca ensangüentada por uma presa recente, aproximava-se da fonte para matar a sede. Ao vê-la, Tisbe fugiu e refugiou-se numa gruta, deixando cair o véu quando fugia. A leoa, depois de saciar a sede na fonte, virou-se para voltar aos bosques, e, ao ver o véu no chão, investiu contra ele e despedaçou-o, com sua boca ensangüentada.
Píramo, que se atrasara, aproximou-se, então, do local do encontro. Viu, na areia, as pegadas da leoa e o sangue fugiu-lhe das faces. Logo em seguida encontrou o véu, dilacerado e cheio de sangue.
- Desventurada donzela! – Exclamou. Fui a causa de tua morte! Tu, mais digna de viver do que eu, caíste como primeira vítima. Seguir-te-ei.
Fui o culpado, atraindo-te a um lugar tão perigoso, e não estando ali eu próprio para guardar-te. Vinde leões, dos rochedos e despedaçai com vossos dentes este corpo maldito!
Apanhou o véu, levou-o até a árvore onde fora combinado o encontro, e cobriu-o de beijos e lágrimas.
- Meu sangue também manchará o teu tecido! – Exclamou.
E, arrancando a espada, mergulhou-a no coração.
O sangue esguichou da ferida, tingiu de vermelho as amoras brancas da árvore, e penetrando na terra, atingiu as raízes de modo que a cor vermelha subiu através do tronco, até o fruto.
Enquanto isso, Tisbe, ainda trêmula de medo, e não desejando, contudo, desapontar o amante, saiu cautelosamente, procurando o jovem com aflição, ansiosa por contar-lhe o perigo que atravessara.
Ao chegar ao local e vendo a nova cor das amoras, duvidou que estivesse no mesmo lugar. Enquanto hesitava, avistou um vulto que se debatia nas vascas da agonia. Recuou, e um tremor percorreu-lhe todo o corpo, como a água tranqüila se encrespa ao ser atingida por uma lufada repentina de vento.
Logo, porém, reconheceu o amante, gritou e bateu no peito, abraçando-se ao corpo sem vida, derramando lágrimas sobre as feridas e beijando os lábios frios.
- Píramo, quem te fez isto? – Exclamou. Responde, Píramo! É a tua Tisbe quem fala. Sou eu, a tua Tisbe quem fala. Ouve-me, meu amor e ergue esta cabeça pendente!
Ao ouvir o nome de Tisbe, Píramo abriu os olhos e fechou-os de novo. A donzela avistou o véu ensangüentado e a bainha vazia da espada.
- Tua própia mão te matou, e por minha causa – Disse. – Também posso ser corajosa uma vez e meu amor é tão forte quanto o teu. Seguir-te-ei na morte, pois dela fui a causa; e a morte, que era a única que nos podia separar, não me impedirá de juntar-me a ti. E vós, infelizes pais de nós ambos, não negueis nossas súplicas conjuntas. Como o amor e morte nos juntaram, deixai que um único túmulo nos guarde. E tu, árvore, conserva as marcas de nossa morte. Que tuas frutas sirvam como memória de nosso sangue.
Assim dizendo, mergulhou a espada no peito.
Os pais ratificaram seu desejo, e também os deuses. Os dois corpos foram enterrados na mesma sepultura e a árvore passou a dar frutos vermelhos, como faz até hoje.
 
Muito obrigado.


Meu professor de português desafiou a todos que encontrassem uma história de amor que Fosse como a de Romeu e Julieta, que ele Julgava ser a única Onde os Dois amantes Sofriam com a morte do outro.

Valeuzão mesmo! 8-)
 
Talvez no "Literatura" isso caísse melhor ein.
Este conto é muito bonito, principalmente pelo lance da amoreira. Aliás, todo "O Livro de Ouro da Mitologia" é muito bom.
 
Bom saber que de alguma forma o texto lhe ajudou Leir!!!
Agora seu professor vai saber que existem outras histórias de amor tão dramáticas quanto Romeu e Julieta... :wink:
E Panda, é justamente o "lance da amoreira" que fez com que eu me apaixonasse por esta história! :grinlove:
 
Puxa vida, lindo texto mesmo :grinlove: !

O Píramo foi valente ao contexto da história, pois memso sem ter provas reais da morte de sua amada, a não ser o véu, se matou para juntar-se á ela. E ela foi tambem corajosa ao ver que seu amor matou-se por ela.

Gostei do texto, agora pude conhecer mais sobre esse livro de Ouro :D
 
Agora há pouco li um capítulo do livro ''O Conde de Monte Cristo'', entitulado ''Pírama e Tisbe''. Não entendi o título do capítulo, que narrava dois namorados conversando (que não eram Píramo e Tisbe, claro).

Agora entendo que é uma alusão a esse belo conto.
 
Realmente é mto bom mesmo esse texto, o Livro é maravilhoso, li faz um mes, e nao é só esse conto(mito) de amor que podemos encontar no livro tem um também que é muito legal que é Chamado "Céfalo e Prócris", é a história de um amante dos exércitos e sua esposa era amiga de Diana(Ártemis) que deu um presente a ela, um dardo e um cao, e com esse mesmo dardo Prócris foi morta quando seguia o marido para ver se ele a traia com outra.
A história é linda... mas ainda prefiro a de piramo e tisbe.....
C alguem tiver saco de digitar poe ai pro pessoal ler...

Leir, provavelmente seu professor já leu "Amor de Perdiçao" do Casimiro Castelo Branco, eu gosto muito do livro, e ele é considerado o "romeu e julieta portugues", a história é bem semelhante,o casal sofre muito coma morte um do outro, o livro naum é grande nem difícil de ler, c der leia e esfrega na cara dele!!!! :lol: :twisted:
Té+ :lol:
 

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