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Píndaro (c. 520-440 a.C.)

Béla van Tesma

Nhom nhom nhom
Colaborador
Considerado um dos mais importantes poetas líricos da história literária, Píndaro nasceu na cidade grega de Cinoscéfalos, localizada perto de Tebas, em 520 a.C. Ele descende de uma célebre família de Esparta, provavelmente a dos Égidas. Na opinião dos críticos, ele é ainda hoje visto como um escritor único, sublime na expressão, criativo na linguagem e inigualável na maneira de lidar com os aspectos formais da poesia.

De todos os criadores da lírica grega, sua obra foi a única que resistiu à passagem do tempo, pois dela restou uma grande parte. Seus estudos poéticos foram realizados em Atenas; além da literatura, ele também cultivava a música, por esta razão iniciou-se no domínio da flauta com Escopélinos. Posteriormente ele foi guiado na trajetória literária pelas poetisas Mirtes e Corina, naturais da Beócia.

Píndaro viveu no final da era arcaica, na mesma época em que vicejavam as guerras médicas; nadando contra a corrente dominante, liderada por Tebas, ele não era adepto da vitória do Império Persa, mas sim um ardoroso defensor do renascimento da Grécia. O poeta era um aristocrata, portanto sua produção poética refletia naturalmente a visão de mundo deste segmento social. Ele era inclusive financiado pelas famílias mais importantes da região grega.

Sua obra foi estruturada por seus editores em dezessete livros — quatro deles subsistiram. Neles predominam suas Odes Triunfais ou Epinícios — compostos em homenagem aos vencedores dos jogos disputados em sua época, especialmente os participantes de competições olímpicas. Eles tinham a forma de poemas corais líricos, e não se preocupavam em narrar o transcorrer das disputas, e sim em exaltar os jogadores, seus familiares e suas terras natais.

Mas Píndaro também escreveu, no idioma grego, hinos, elegias, louvores, ditirambos, odes a Atena, entre outros estilos. Seus epinícios estão distribuídos em quatro livros, de acordo com a localidade na qual foram empreendidas as disputas: quatorze olimpíadas, doze píticas — jogos pan-helênicos disputados em Delfos —, onze neméias — dedicadas a Zeus —, sete ístmicas — travadas em honra a Poseidon.

Sua poesia apresenta uma elevada ciência de suas atribuições, entre elas a missão de tornar imortais os atletas que celebra e, assim, eternizar-se também. Seu legado foi preservado nos trabalhos de vários autores por ele influenciados: Ronsard, Malherbe, Abraham Cowley e os adeptos do Classicismo, desde o espanhol Juan Meléndez Valdés ao alemão Hölderlin. Píndaro escreveu sua última poesia em 446 a.C. Ele faleceu em 440 a.C., na cidade de Argos, na Grécia.

As principais obras de Píndaro são: Odes Píticas (498-446 a.C.); Odes Olímpicas (488-460 a.C.); Odes Neméias (485-444 a.C.); e Odes Ístmicas (480-454 a.C.).

Fontes: InfoEscola
 
Abri o tópico com um textinho protocolar, só para fazer justiça ao Pindarozinho, que não tinha nada. O objetivo, mesmo, é compartilhar com vocês a informação de que a Mnema planeja fazer uma publicação bem completinha e caprichada desse poeta grego, e o primeiro volume está em pré-venda já.

Do site da editora:
As Odes Olímpicas celebram as vitórias conquistadas nos jogos atléticos realizados a cada quatro anos no santuário de Zeus em Olímpia. Os Jogos Olímpicos, que serviram de inspiração para as Olimpíadas modernas, foram o mais importante e duradouro evento cultural da Grécia Antiga, tendo se realizado por mais de mil anos, desde a sua primeira edição histórica em 776 a.C. até a sua proibição pelo imperador Teodósio I, em 393 d.C.

Esta publicação constitui o primeiro volume da Biblioteca Monumenta dedicado a Píndaro, em nova e anotada tradução, que conta ainda com uma alentada introdução geral sobre o autor, os epinícios e o ambiente dos jogos na Grécia Antiga.

Esta edição apresenta ainda um apêndice com traduções das “Vidas de Píndaro” — biografias antigas e, muitas vezes, fantasiosas sobre a vida do poeta, mas que nos dizem bastante sobre sua recepção e apreciação na Antiguidade.

Tradução de Robert De Brose (Universidade Federal do Ceará – UFC)
Odes-frente.jpg Odes-verso.jpg
 
Acho que sim. Acho que a ideia é lançar tudinho em edição bilíngue e capa dura, com o trabalho do Robert de Brose. A quem interessar, já existe uma edição completa do Píndaro que saiu pela Kotter (link da Amazon):
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Parece interessante também.
Eu tenho uma ediçãozinha portuguesa da Quetzal; não sei se completa (acho que não).
E traduzida em prosa mesmo.
Como planejo estudar grego, essa bilíngue da Mnema vai ser uma ótima aquisição. :timido:
 
Como estou adquirindo a edição da Editora Mnēma, vou com essa mesmo.

Espero que a tradução seja boa. Algum dos amigos foristas, especialistas em literatura grega, sabe informar algo sobre o tradução de Robert De Brose?
 
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Meu professor de grego na UFRGS parece aprovar o trabalho dele. É o mais próximo de uma opinião pessoal que você vai conseguir aqui no fórum, eu acho. Até que nós mesmos o leiemos. XD
 
O Robert é um dos maiores especialistas em Píndaro do Brasil - aliás, acho até que mais: a nível mundial. Ele tem também uma erudição impressionante e uma enorme bagagem como leitor de poesia. Eu compraria de olhos fechados, ainda mais por se tratar de Píndaro, um gigante da poesia antiga infelizmente muito pouco lido hoje em dia... Torço para que as edições da Mnema, ou mesmo a da Kotter (também uma ótima edição!), mudem isso!
 
O Robert é um dos maiores especialistas em Píndaro do Brasil - aliás, acho até que mais: a nível mundial. Ele tem também uma erudição impressionante e uma enorme bagagem como leitor de poesia. Eu compraria de olhos fechados, ainda mais por se tratar de Píndaro, um gigante da poesia antiga infelizmente muito pouco lido hoje em dia... Torço para que as edições da Mnema, ou mesmo a da Kotter (também uma ótima edição!), mudem isso!
Parece que a Editora Mnēma vai lançar toda a obra de Píndaro.
 

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