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[align=justify] A questão que ronda os contos clássicos de detetive envolve talvez menos o conteúdo de um mistério do que o procedimento utilizado para chegar a tal solução. Assim, mais que o conteúdo da “Carta Roubada” de Poe, cujas escandalosas informações que encerra nós nunca temos acesso, interessa-nos a sagacidade de Dupin, as linhas de raciocínio que o permitem adiantar-se a policia ou a qualquer um. Mais memorável é a afirmação da superioridade do jogo de damas sobre o xadrez do que a identidade do criminoso de “Os Crimes da Rua Morgue”. Essa é uma constante desse gênero, que, não por acaso, nunca prescindiu de personagens memoráveis: Sherlock Holmes, o comissário Maigret ou investigador particular Philip Marlowe. Menos ainda nos interessa o destino do criminoso, porque já sabemos que seu destino é a cela ou a morte. Por isso, talvez, essas narrativas mereçam ser chamadas de contos policiais – porque por mais que ela seja incompetente ou mesmo estúpida, ao fim, sua função será cumprida e garantida. O escritor argentino Rodolfo Walsh (1927-1977?: e esse ponto de interrogação será a marca indelével de um mistério “policial”, como veremos) também integrou esse linha de autores. Ao menos até Operação Massacre. Porque foi aí que o destino do criminoso passou a importar já que coincide com o da policia, e atravessa ou arrasa o do detetive. A partir de então o mistério, o segredo, dá lugar a injustiça cínica.[/align]
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