Primula
Moda, mediana, média...
Eu devo ter um ancestral bonobo, outro klingon e algum vulcano lá longe.
Era o que eu estava pensando, Balbo. Desconsiderando o fato que é uma avacalhação, a avacalhação sendo caricatura, e como disse meu professor de caricatura, uma boa caricatura é aquela que você exagera coisas EXISTENTES... bem, melhor considerar em vez de desconsiderar.
O ponto é que enquanto tudo isso é apenas uma questão pessoal masoquista (onde um cara sente prazer em sofrer - não necessariamente se mutilando) é uma coisa. O problema é nossa tendência humana de "no inferno QUERER ter companheiros de dor", ou seja, se estou fudido, ao invés de olhar gente que tá feliz e usar como exemplo para também lutar em ser feliz nãaaao, vamos trazer o resto do mundo para a merda também. Que é mais frequente infelizmente do que desejaríamos a qualquer inimigo.
Como eu disse isso é uma caricatura: a pessoa que escreveu não é adepta a essa crença e daí o fato de quem é adepto logo perceber as aberrações como santos/imagens. (porque orar e rezar, ora vamos isso é procurar pêlo em ovo para dizer que é diferente: são ações em que a pessoa deixa de lado o mundano em busca do espiritual).
No entanto, o detalhe do fanatismo foi colocado de forma adequadamente exagerada (caricatura). Desculpe, crentes (no sentido de CREREM), mas jurem de pés juntos que nunca tentaram "trazer luz" para alguma pobre alma atéia?
Tenho amigos que volta e meia tentam me converter - sutilmente - a acreditar em Deus, mesmo que eu diga que eu acredito em Deus por diversos motivos pessoais. Só que o perfil do meu Deus não bate com o perfil do Deus coletivo deles. Aí dizem que estou adorando um falso Deus.
Isso apesar de todo religioso sempre dizer que é uma experiência pessoal saber que Deus está conosco, não conseguem entender (emocionalmente falando) quando alguém FORA dos padrões deles consegue ter a "experiência pessoal". O que é um paradoxo enorme: se é pessoal, por que o meu Deus tem de ser padronizado igual ao das outras pessoas do grupo? Mas não é experiencia espiritual se não for padronizado como o Deus do grupo dos religiosos
Retornamos na verdade a um medo de estar errado e ter andado no caminho errado. Apesar de experiência espiritual ser uma coisa pessoal e intransferível, o fato de andar juntos em busca do inefável (algo totalmente desconhecido) é desconfortável... andar juntos dá uma certa segurança. Há a impressão "estou indo junto com outros que devem estar certos".
Daí a necessidade quase patológica em dizer que os outros caminhos estão errados. (como se um Budista que segue o que foi escrito por Sidharta precisasse desse aviso, uma vez que ele avisou para tomarmos cuidados com as "regras" que qualquer "mestre" resolver dizer que são universais e imutáveis... até os ensinamentos DELE são passíveis de questionamento e dúvida) Isso porque aceitar a validade dos outros caminhos, em nossa visão maniqueista das coisas (preto ou branco, sem nenhum tom de amarelo ou roxo) significa pânico "ai meu Deus e se eu estive no caminho errado este tempo todo?!?"
Para sair daqui para casa podemos fazer trilhões de caminhos. E seria na verdade o recomendado, para que nenhum marginal não fique de tocaia para te pegar. Mas fazemos os milhões de caminhos possíveis, ou como desconfio fazemos um só? E faria diferença alguém de casa pegar um caminho diferente? Pista 1.
Outra pista: "caráter". Essa palavra, alguns dos filólogos devem saber tinha antes significado de "não dar surpresa, ser previsível". Uma pessoa de caráter, tem rotina (trabalho fixo, residência fixa). Uma pessoa assim raramente assusta a gente com algum comportamento "agressivo". Por agressivo entenda-se tanto estar com fome e intimidar você a dar dinheiro, quanto de repente começar a cantar Barbeiro de Sevilha a plenos pulmões quando até então estava sentado tranquilo a seu lado no metrô.
Sem saber, temos algo de condicionado a não gostar de surpresas e mudanças (apesar de reclamarmos da rotina ), que nos faz olhar torto quem é diferente.
Pois o diferente pode significar que é uma alternativa melhor e deixamos de lado. Ressentimo-nos mais conosco do que com o berrante aviso estampado na nossa cara, mas claro que não entendemos isso e queremos extirpar aquela coisa irritante de nossas vidas.
No fundo é a mesma reação da paciente do Dr. Benett. Por ser incapaz de lidar com o seu problema, não suporta quando alguém aponta o problema mesmo quando está apenas preocupado com a saúde/felicidade da pessoa. Prefere processar, matar, extirpar o inconveniente espelho do que extirpar o cancer que corrói a própria vida.
Esse impulso em maior ou menor grau nas pessoas pode ser a diferença entre skinheads ou um fracassado infeliz normal.
Balbo disse:Joy disse:No caso da cartilha do sexo, as pessoas acreditam nisso e são felizes seguindo esse tipo de cartilha
Eu não posso falar sobre a felicidade dos outros... mas será que é possível ser feliz carregando nas costas toneladas e toneladas de culpa e outros sentimentos reprimidos?
Era o que eu estava pensando, Balbo. Desconsiderando o fato que é uma avacalhação, a avacalhação sendo caricatura, e como disse meu professor de caricatura, uma boa caricatura é aquela que você exagera coisas EXISTENTES... bem, melhor considerar em vez de desconsiderar.
O ponto é que enquanto tudo isso é apenas uma questão pessoal masoquista (onde um cara sente prazer em sofrer - não necessariamente se mutilando) é uma coisa. O problema é nossa tendência humana de "no inferno QUERER ter companheiros de dor", ou seja, se estou fudido, ao invés de olhar gente que tá feliz e usar como exemplo para também lutar em ser feliz nãaaao, vamos trazer o resto do mundo para a merda também. Que é mais frequente infelizmente do que desejaríamos a qualquer inimigo.
Como eu disse isso é uma caricatura: a pessoa que escreveu não é adepta a essa crença e daí o fato de quem é adepto logo perceber as aberrações como santos/imagens. (porque orar e rezar, ora vamos isso é procurar pêlo em ovo para dizer que é diferente: são ações em que a pessoa deixa de lado o mundano em busca do espiritual).
No entanto, o detalhe do fanatismo foi colocado de forma adequadamente exagerada (caricatura). Desculpe, crentes (no sentido de CREREM), mas jurem de pés juntos que nunca tentaram "trazer luz" para alguma pobre alma atéia?
Tenho amigos que volta e meia tentam me converter - sutilmente - a acreditar em Deus, mesmo que eu diga que eu acredito em Deus por diversos motivos pessoais. Só que o perfil do meu Deus não bate com o perfil do Deus coletivo deles. Aí dizem que estou adorando um falso Deus.
Isso apesar de todo religioso sempre dizer que é uma experiência pessoal saber que Deus está conosco, não conseguem entender (emocionalmente falando) quando alguém FORA dos padrões deles consegue ter a "experiência pessoal". O que é um paradoxo enorme: se é pessoal, por que o meu Deus tem de ser padronizado igual ao das outras pessoas do grupo? Mas não é experiencia espiritual se não for padronizado como o Deus do grupo dos religiosos
Retornamos na verdade a um medo de estar errado e ter andado no caminho errado. Apesar de experiência espiritual ser uma coisa pessoal e intransferível, o fato de andar juntos em busca do inefável (algo totalmente desconhecido) é desconfortável... andar juntos dá uma certa segurança. Há a impressão "estou indo junto com outros que devem estar certos".
Daí a necessidade quase patológica em dizer que os outros caminhos estão errados. (como se um Budista que segue o que foi escrito por Sidharta precisasse desse aviso, uma vez que ele avisou para tomarmos cuidados com as "regras" que qualquer "mestre" resolver dizer que são universais e imutáveis... até os ensinamentos DELE são passíveis de questionamento e dúvida) Isso porque aceitar a validade dos outros caminhos, em nossa visão maniqueista das coisas (preto ou branco, sem nenhum tom de amarelo ou roxo) significa pânico "ai meu Deus e se eu estive no caminho errado este tempo todo?!?"
Para sair daqui para casa podemos fazer trilhões de caminhos. E seria na verdade o recomendado, para que nenhum marginal não fique de tocaia para te pegar. Mas fazemos os milhões de caminhos possíveis, ou como desconfio fazemos um só? E faria diferença alguém de casa pegar um caminho diferente? Pista 1.
Outra pista: "caráter". Essa palavra, alguns dos filólogos devem saber tinha antes significado de "não dar surpresa, ser previsível". Uma pessoa de caráter, tem rotina (trabalho fixo, residência fixa). Uma pessoa assim raramente assusta a gente com algum comportamento "agressivo". Por agressivo entenda-se tanto estar com fome e intimidar você a dar dinheiro, quanto de repente começar a cantar Barbeiro de Sevilha a plenos pulmões quando até então estava sentado tranquilo a seu lado no metrô.
Sem saber, temos algo de condicionado a não gostar de surpresas e mudanças (apesar de reclamarmos da rotina ), que nos faz olhar torto quem é diferente.
Pois o diferente pode significar que é uma alternativa melhor e deixamos de lado. Ressentimo-nos mais conosco do que com o berrante aviso estampado na nossa cara, mas claro que não entendemos isso e queremos extirpar aquela coisa irritante de nossas vidas.
No fundo é a mesma reação da paciente do Dr. Benett. Por ser incapaz de lidar com o seu problema, não suporta quando alguém aponta o problema mesmo quando está apenas preocupado com a saúde/felicidade da pessoa. Prefere processar, matar, extirpar o inconveniente espelho do que extirpar o cancer que corrói a própria vida.
Esse impulso em maior ou menor grau nas pessoas pode ser a diferença entre skinheads ou um fracassado infeliz normal.