Eu lembro quando assisti o
trailer do Senhor dos Anéis pela primeira vez.
Eu tinha 11 anos na época, e achei que aquele era um filme de terror. Aquela cena das folhas indo em direção ao Frodo com o vento, depois os Nazgûl aparecendo, todos vestidos de negro... sem falar na trilha sonora e na quantidade de bicho feio e fogo que aparecem ali! Pra mim era um filme de horror, e eu nunca gostei deles.
Nem me animei com a ideia.
Daí um pouco antes do filme sair, minha mãe me falou que aquele filme era a continuação dO Hobbit, aquele
livro ilustrado que a gente tinha na sala. Então eu fiquei curioso! Eu não tinha lido o livro porque ele era em inglês, mas as ilustrações sempre haviam me chamado a atenção.
E então eu fui com a minha mãe pro cinema, assistir o filme que mudaria minha vida.
Eu já havia assistido alguns filmes que me agradaram muito (Space Jam, qualquer um dos Caninos Brancos), mas a Sociedade do Anel me apresentou a um mundo novo, e lembro que saí do cinema com o coração acelerado. Eu queria ter a velocidade e habilidade dos elfos! Usar um arco tão rápido quanto o Legolas, viver num lugar tão bonito e mágico como Valfenda.
E a partir dali, a Terra-Média foi entrando cada vez mais na minha vida. Ou seria o contrário?
Minha mãe me deu o Sociedade do Anel no meu aniversário em fevereiro (3 meses depois do filme), e ela tinha que brigar comigo pra eu ir dormir, porque eu não queria largar o livro. De nenhum jeito!
Então quando saiu o próximo trailer, dessa vez eu não fiquei assustado, mas mega animado!!
Na minha cidade do interior os filmes saíam com certo atraso, então eu e um amigo fomos assistir as Duas Torres em Campinas, num shopping! Um caipira desafiando a cidade grande, pra poder ver os elfos de novo (quase o Sam! haha).
E lembro que fiquei impressionado com Rohan, com as batalhas, que não tinham chamado minha atenção quando li os livros. E quem era aquele maldito Haldir???? Ah, não importa, a Terra Média estava ali novamente.
E bom, nem preciso falar do Retorno do Rei.
Até hoje eu fico emocionado vendo (e lendo) a cena dos Portos Cinzentos. Que incrível.
Como o Gerbur comentou, Tolkien mudou minha vida.
Moldou minha personalidade, meus pensamentos, minhas atitudes. Me mudou.
Quando o Hobbit saiu ano passado, eu estava longe de casa. Muito, muito longe de casa.
Mas quando a música do Condado começou a tocar, eu dei um suspiro, estiquei as pernas, e sorri. Por algumas horas, eu estava em casa normalmente.