Minha opinião é bem parecida com a de Célio Meneldur, do Grahan e da Talira.
É difícil falar num post as coisas que Tolkien me ensinou, ele realmente foi um professor para mim, cada personagem me ensina algo novo, fala com o meu "eu" profundo. Eu poderia listar os ensinamentos que tive com cada personagem, mas talvez meu post ficasse demasiado longo e chato, então serei mais breve.
Minha opinião é parecida com a do Célio porque, para mim, talvez a maior lição que Tolkien (no geral) me ensinou foi a força dos fracos. É incrível como na Terra-Média tudo é possível e os fracos têm vez SIM SENHOR!
É incrível como apesar do mundo estar sucumbido à sombra, apavorado no final da 3a Era, sem quaisquer esperaça mesmo para sábios e grandes governantes como Saruman e Denethor, mas mesmo assim é possível mudar o mundo, mesmo o mais fraco e anônimo de todos os seres, mesmo um camponês, uma pessoa simples.
É incrível como um mendigo pode se tornar um rei ou um poderosíssimo mago.
É incrível como uma mulher pode matar o maior general do inimigo que inspirava medo e loucura não só nos mais bravos guerreiros de Rohan, mas também em seus cavalos.
Se formos pensar n'O Silmarillion, é incrível pensar como apenas 1 elfo pode salvar seu amigo do terror de Angband com apenas um harpa.
Como 1 elfo, filho de Ilúvatar, pode fazer jóias que serão almejadas mesmo pelos valar, os Poderes de Arda.
Como um homem mortal pode conseguir desposar a mais bela e poderosa princesa eldar, filha de uma maia e de um rei que não aceitava nem um príncipe noldo como genro. E como esse homem e essa elfa conseguiram ir até o trono do capeta e resgatar uma silmaril do mesmo, coisa que noldor nenhum conseguiu fazer.
Que 1 homem mortal pode matar um dragão.
Tolkien ensina que os fracos têm sua força, e que essa força dos fracos que move o mundo, que cria e transforma todo o mundo, mesmo que eles não acreditem. Isso é sensacional. Nos faz sentir importantes e poderosos, aptos a realizar grandes façanhas, a ajudar a escever e a mudar as histórias e os destinos do nosso mundo real. Isso é magnífico.
Tudo isso que eu falei está contido no Prólogo, na segunda página da Sociedade do Anel numa frase que fala sobre a importância dos hobbits na Terceira Era:
"Mas na época de Bilbo e Frodo, seu herdeiro, eles [hobbits] repentinamente se tornaram, sem que o desejasem, tanto importantes quanto renomados, e atrapalharam as deliberações dos Sábios e dos Grandes"
E também na frase de Gandalf:
"Quando os Sábios tropeçam, a ajuda costuma vir das mãos dos fracos".
Sensacional.
E falando em frases, a gente já entra na opinião de Grahan. Tolkien ensina essa sutileza das palavras, a magia que elas contêm, seu sabor adocicado, intelectual, mas acima de tudo, acessível. Tolkien fala das coisas que acontecem nos corações de todos nós, é impossível não se identificar com os personagens e com os momentos da vida que os dos personagens. E essa identificação entre leitor e personagens, que faz com que nós leitores aprendamos mais acerca de nós mesmos que a Talira comentou.
Lembro da descrição das capas que Galadriel dá aos heróis, a cor dessas capas é sensacional porque ela não existe. Tolkien começa a descrever essa cor dizendo algo como (não lembro na íntegra): "ela é de um verde-musgo azulado, mas não é verde nem azul, e à luz do luar seu brilho é cinza apagado, mas ao amanhecer é da cor da grama repleta de orvalho pela manhã..." enfim, é interessantíssimo porque apesar de ser uma cor inexistente, através do poder das palavras, Tolkien consegue nos fazer visualizar a cor das capas de Lórien, é magnífico.