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O Mistério Paulo Coelho

Anica

Usuário
Ok, todo mundo adora odiar o sujeito. Mas estava eu dando uma olhadela no NYT e na lista de mais vendidos temos:

1 THE PILLARS OF THE EARTH, by Ken Follett.
2 ATONEMENT, by Ian McEwan.
3 WATER FOR ELEPHANTS, by Sara Gruen.
4 NINETEEN MINUTES, by Jodi Picoult.
5 THE KITE RUNNER, by Khaled Hosseini.
6 THE 6TH TARGET, by James Patterson and Maxine Paetro.
7 THE OTHER BOLEYN GIRL, by Philippa Gregory.
8 THE FRIDAY NIGHT KNITTING CLUB, by Kate Jacobs.
9 THE MEMORY KEEPER’S DAUGHTER, by Kim Edwards.
[size=x-large]10 THE ALCHEMIST, by Paulo Coelho.[/size]

Detalhe:
11 NO COUNTRY FOR OLD MEN, by Cormac McCarthy.
15 LOVE IN THE TIME OF CHOLERA, by Gabriel García Márquez.

Alguém aí já leu PC em outra língua para saber se rola uma mexidinha básica para melhora do texto? :think:
 
Se eles mexem no texto, eu não sei, mas tem muita 'celebridade' mundo afora que sempre cita Paulo Coelho entre os autores favoritos. E sempre rola aquela coisa do "agora eu me interessei', né?
 
É vergonhoso ver o "Pau no Coelho" no top 10.
Sei lá, eu não sou muito fã de literatura brasileira, mas reconheço que temos talentos inestimáveis aqui. Com tanta gente boa para fazer sucesso, foi logo esse mago de meia tigela estar em destaque.
Já achei em sebo a versão inglesa do "Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei". Eu vou atrás depois para ver se encontro alguma versãoaqui por perto, e se custar menos de 10 reais eu compro e posto alguma coisa aqui.
 
Se tem alguém que mexe tem que dar o Nobel pro cara. E pedir pra ONU salvá-lo porque está sendo torturado tendo que ler TODOS os Livros do Sr. Paulo "Eu posso me teletransportar" Coelho...
 
Eu acho estranho porque o negócio é meio mundial, né? Na França adoram o sujeito também. E eu nunca esqueço de um post que li em um fórum estrangeiro de literatura que freqüento, de um carinha que disse que teve que ler para o colégio. Gentem, imagina. Professora em colégio estrangeiro pedindo para ler Paulão! o_O
 
Vai ver que eles encaram como Cultura de Terceiro Mundo. Já to até vendo a professora:
- Classe, classe. Silêncio por favor. Hoje, darei um livro para que possam estudar o modo primitivo de escrita que ocorre nos países subdesenvolvidos. Percebam a falta de critério e a pobreza no conteúdo. Não é necessário comprar o livro. Já os reservei na biblioteca da escola. Peço que tomem muito cuidado com o o livro. Não rasguem ou danifiquem o livro após a leitura. Não se esqueçam que é de propriedade da escola e que o autor tem poderes paranormais e pode se teletransportar para onde o livro está e matá-los. Quero um resumo do livro para quinta-feira.

Sério. Eu falo e falo mas eu juro que já tentei ler e não dá.
Ai piora tudo quando eu vejo esse cara dando entrevista. Juro que eu também não entendo.
 
Opinião de Ziraldo, revista Língua Portuguesa, matéria: Como narrar histórias infantis
"Escrever bem não tem relação com criar histórias. Pode-se fazer um grande romance escrevendo feio. Paulo Coelho é um narrador extraordinário e escreve mal feito poucos. Rui Castro escreve como poucos, mas quebrou a cara na ficção."

Estava, nessa sexta-feira, falando sobre a difícil arte da comunicação, com uma amiga.
Decodificar o que o outro pretende dizer, custa tempo, caso se pretenda fazê-lo realmente.
Creio que se Paulo Coelho se faz entender por uma quantidade enorme de pessoas, penso que decodificar esse mistério é válido. Até porque a crítica é tão unânime sobre ele que despertou minha curiosidade: Qual é mesmo o problema, tanto barulho por alguém que escreve e vende bem?
Os livros de economia e muitos de administração são intragáveis e não adianta reclamar, tem-se que descobrir o que o perdido queria dizer com aquela sopa de letrinha que chamam de livro.
Há circunstâncias em que não adianta espernear e criticar, é fato. O cara consegue se comunicar com mais da metade do mundo e os de economia também, só que no último caso somos coagidos.
Eu li e tem conteúdo dentro do que ele se propõe. A forma como ele escreve, nesse caso, é menos importante que chegar ao que se pretende, que é entender a mensagem do livro.
O que ele faz não está bom, em nosso ponto de vista, agora como se consegue fazer o que ele já fez, sem o atual formato?
É caso para se fazer comparações, estudos, o que quisermos, e compreender o mistério desse contato imediato em enésimo grau com o público.
 
Anica disse:
Alguém aí já leu PC em outra língua para saber se rola uma mexidinha básica para melhora do texto? :think:
É bem capaz. Como a escrita dele que é ruim pacas, é bem provável que essa parte seja melhorada quando o livro vai pro exterior, ou pelo menos adaptada pro estilo de literatura do pais de destino. O que dá pro PC uma história carismática + um estilo de escrita já apreciado, o que eu acho que é fácil pra resultar em best seller...
Mas agora realmente deu vontade de ler em outra língua pra tirar a prova :think:

kuinzytao disse:
Opinião de Ziraldo, revista Língua Portuguesa, matéria: Como narrar histórias infantis
"Escrever bem não tem relação com criar histórias. Pode-se fazer um grande romance escrevendo feio. Paulo Coelho é um narrador extraordinário e escreve mal feito poucos. Rui Castro escreve como poucos, mas quebrou a cara na ficção."
Fato. E eu acho que o maior trunfo do PC é justamente na história, ele escreve sobre temas universais que cativam a maioria da população: misticismo, força de vontade e vc vai conseguir o que quer, é possível encontrar o amor da sua vida, seja sábio e equilibrado e etc.
Eu particularmente acho que ele é um ótimo escritor de auto-ajuda, já que como escritor de auto-ajuda ele cumpre seu objetivo. A única coisa que me deixa realmente pê da vida é ele querer vender auto-ajuda como literatura, e pior - como literatura de qualidade. Achar O Alquimista melhor do que o Amor nos Tempos do Cólera, por exemplo, é algo que me revira o estômago :blah:
(eu juro que é isso, não tem nada a ver com serem 8 da manhã e eu estar comendo ruffles com coca cola :g:)
 
No final de contas, ele escreve o que o público comum (por público comum entenda-se "pessoas que não estão nem aí para aspectos literários da obra, querem só uma história para passar o tempo) quer ler. Mensagem positiva, filosofia meio "faça o bem e o bem virá para você", etc. etc. etc.

Mas sabe, estive pensando aqui. Caem no pé do sujeito por causa de algumas barbaridades gramaticais que ele comete mas eu não acho que escrever mal, do ponto de vista literário, signifique necessariamente cometer muitos erros gramaticais. Da mesma forma que eu acho que escrever bem não signifique necessariamente contar uma boa história. Pelo menos sob o meu ponto de vista, a forma como se desenvolve uma história seria o principal para definir uma obra como boa ou ruim.

Sempre uso o exemplo do Machado para deixar isso claro, mas vamos lá. Se Dom Casmurro fosse uma história narrada em terceira pessoa, com narrador onisciente, ela estaria aí entre as mais debatidas da literatura brasileira? Não. Porque com narrador onisciente não teríamos a eterna pergunta sobre a traição da Capitu.

E eu sei que a narrativa do Machado é recheada de sacadas irônicas geniais que fariam a obra valer de qualquer maneira, mas observando friamente, seria apenas a história de um corno (ou não). Nada de muito diferente nisso. Por isso acho que não dá para dizer que só uma boa história faz um bom escritor. Tem sempre algo a mais, aquela habilidade em manusear as ferramentas da "contação" de modo a deixar mais atraente para o leitor.
 
Nisso vocês tem razão.
Ele escreve o tipo de livro que mais vende no mundo. Auto-Ajuda. Mas embute uma historinha ali no meio pra deixar com cara de "literatura".

Mas ai pensei aqui. Todas as histórias contadas tem um "moral da história" que se seguido, quase sempre são o caminho para um felicidade.
Só que ele força. É como "O Segredo". Ele se faz como o arauto das verdades do mundo que um grupo mesquinho de pessoas tentam esconder.
 
Pra falar a verdade eu nunca li nenhum livro do Paulo Coelho, mas só recebo más indicações, aqui no fórum, do meu professor de literatura, de amigos e por isso nem pretendo ler.

Mas uma coisa tenho que admitir, quando ele compunha com o Raul saiam coisas boas, que eu gosto muito...
 
Mas uma coisa tenho que admitir, quando ele compunha com o Raul saiam coisas boas, que eu gosto muito...
[/quote]

Concordo com vc, Gitá é uma obra-prima, lirica e musicalmente.
Essa é uma das coisas que eu não consigo entender: como um cara que nas músicas fazia versos tão bons é tão fraco pra contar uma história em prosa?
Eu já li Paulo Coelho- o tão falado Alquimista- e achei chatíisssimmo, seja a história ou o modo de escrita enfadonho dele.
 
Devo estar desatualizada no tema Paulo Coelho. Do que eu sei, ele se apresenta como um Mago que tem a missão de trazer ao público informações "restritas". Conta histórias um tanto clássicas, que já existem soltas por aí, com uma interpretação psicológica ou visão mística. Creio até, que ele pode ter se surpreendido em acertar em cheio o tom com o público.
Agora que a intenção primeira fosse literária?... Acho que ele se interessa por magia mental. Manifestações físicas de magia mental.
 
kuinzytao disse:
Devo estar desatualizada no tema Paulo Coelho. Do que eu sei, ele se apresenta como um Mago que tem a missão de trazer ao público informações "restritas". Conta histórias um tanto clássicas, que já existem soltas por aí, com uma interpretação psicológica ou visão mística. Creio até, que ele pode ter se surpreendido em acertar em cheio o tom com o público.
Agora que a intenção primeira fosse literária?... Acho que ele se interessa por magia mental. Manifestações físicas de magia mental.

O Alan Moore deu uma bela zoada nele há uns tempos atrás, em uma entrevista para o G1. Disse algo como "É, me contaram que ele diz que faz chover. Eu aqui na Inglaterra já tenho disso a toda hora, não preciso fazer esse tipo de magia". :lol:
 
kuinzytao disse:
Devo estar desatualizada no tema Paulo Coelho. Do que eu sei, ele se apresenta como um Mago que tem a missão de trazer ao público informações "restritas". Conta histórias um tanto clássicas, que já existem soltas por aí, com uma interpretação psicológica ou visão mística. Creio até, que ele pode ter se surpreendido em acertar em cheio o tom com o público.
Agora que a intenção primeira fosse literária?... Acho que ele se interessa por magia mental. Manifestações físicas de magia mental.

Pois é, pra mim tb, que eu saiba ele vendia a imagem dele como mago, inclusive antigamente você achava os livros dele na seção de magia (e continua, não?) e é principalmente por isso que eu o acho tão tosco - e tb pq ele vendia seus livros como sendo verdade, aliás, eu cheguei até o Alquimista e li Brida pq me diziam que era realmente a versão dele dos fatos, um tanto romanceada claro.
"Pau no Coelho" é um ex-seguidor de Crowley safado traíra que deveria ser 93 vezes castigado só por ter traído os manos dele :chibata: :lol:
 
Fe Peretti disse:
Pois é, pra mim tb, que eu saiba ele vendia a imagem dele como mago, inclusive antigamente você achava os livros dele na seção de magia (e continua, não?) e é principalmente por isso que eu o acho tão tosco - e tb pq ele vendia seus livros como sendo verdade, aliás, eu cheguei até o Alquimista e li Brida pq me diziam que era realmente a versão dele dos fatos, um tanto romanceada claro.

Se não me engano ele vendia mesmo tudo como fatos reais "revelando sobre a magia para as pessoas comuns", até que as pessoas realmente ligadas ao misticismo e à magia começarem a falar o quanto tudo que ele escrevia era nada a ver, ou que eram coisas das quais ele simplesmente não devia falar sobre, e ele foi sendo descriminado no "meio místico" por isso...

Atualmente, meusimilivre, os livros dele ficam na seção Literatura. Pelo menos nas livrarias que eu visito...:blah:
 
Pepper disse:
Se não me engano ele vendia mesmo tudo como fatos reais "revelando sobre a magia para as pessoas comuns", até que as pessoas realmente ligadas ao misticismo e à magia começarem a falar o quanto tudo que ele escrevia era nada a ver, ou que eram coisas das quais ele simplesmente não devia falar sobre, e ele foi sendo descriminado no "meio místico" por isso...

É por essas e outras que eu não respeito ele nem Dan Brown. Ambos ao lançarem seus livros diziam que era a mais pura verdade que pesquisaram e que havia um romance mas o contexto era tudo real.

PC fez como o DB... juntou um monte de mentiras, histórias, lendas e fez um romance... até ai tudo bem, agora não venha me vender dizendo que é real.
 
Vou falar baseada em minha experiência.
Fatos reais dependem da pessoa e sua realidade, quando vamos a campo estudar uma realidade estudamos os hábitos, as relações e até as crenças daquelas pessoas, naquele tempo/espaço.
Quem já foi a campo sabe que a realidade de algumas pessoas faz cair nosso queixo. Já estive em locais, com pessoas que transportam a gente à outra realidade. Quase um "O Campo dos sonhos" vivenciado.

Quando o interesse é literatura, como possíveis escritores, deveríamos ser capazes de imaginar o inimaginável, pois surpresa é uma das mais elaboradas armas de um escritor.
Olhava o blog do Sky, pretendia comentar sobre Stephen King e veio a mente algumas máximas dele:
- "...alguém sempre levanta e me faz essa pergunta: Por que você escolheu escrever sobre assuntos tão medonhos? Eu geralmente respondo essa com uma outra pergunta: Por que você acha que eu tenho escolha?"

- "O meu trabalho se resume em duas coisas: prestar atenção em como as pessoas reais se comportam e então contar a verdade sobre o que você vê." Fonte
Putz, ele não tem escolha? “... prestar atenção e contar a verdade”? Cara!!!
Esse exemplo estava mais a mão em minhas lembranças. Erico Veríssimo deu uma entrevista em que dizia: "um escritor tem a capacidade de se transportar para outra realidade".

O que importa para mim, quando o assunto é literatura, é se o autor me leva junto ou não. O filho da mãe "Stephen King" parece sempre estar em uma moto em alta velocidade, quando me dou conta estou na garupa de forma involuntária, com dificuldades em respirar, apavorada e me perguntando, porque estou aqui? Devo estar louca.
Muitos pegaram o bonde do tigrão, outros a locomotiva do Paulo Coelho. Para mim que gosto de palavras, importa assistir passar bondes, locomotivas, trens balas e descobrir em que momento fui abduzida e colocada na traseira daquela moto.

A crítica, para quem gosta e pretende escrever como ofício, precisa ser dirigida às metas, aos objetivos, olhar sua própria obra como um leitor exigente a olharia.

Paulo Coelho parece ter surpreendido muita gente. Argumente comigo, diga que ele acertou pessoas simples. Eu aceito o argumento. Talvez, esse fosse o alvo dele, as pessoas simples, aquelas que jamais colocam a mão em um livro, apenas abrem o jornal na página policial pra olhar as fotos.
Para os meus interesses que é acostumar o maior número de pessoas a ler, quanto mais assombrados melhor.
Ler é viciante, um vício que eu aprovo e ajudo. Em algum momento eles vão se tornar capazes de fazer comparações, mesmo que seja entre dois livros de Paulo Coelho, para mim, esse é o "momento gatilho".
É preciso calma, vamos aguardar.
 
Menegroth disse:
PC fez como o DB... juntou um monte de mentiras, histórias, lendas e fez um romance... até ai tudo bem, agora não venha me vender dizendo que é real.
No caso, acho que DB que fez como o PC, voluntariamente ou não, já que o PC escreve a muito mais tempo do que o DB...

kuinzytao disse:
Paulo Coelho parece ter surpreendido muita gente. Argumente comigo, diga que ele acertou pessoas simples. Eu aceito o argumento. Talvez, esse fosse o alvo dele, as pessoas simples, aquelas que jamais colocam a mão em um livro, apenas abrem o jornal na página policial pra olhar as fotos.
Para os meus interesses que é acostumar o maior número de pessoas a ler, quanto mais assombrados melhor.
Ler é viciante, um vício que eu aprovo e ajudo. Em algum momento eles vão se tornar capazes de fazer comparações, mesmo que seja entre dois livros de Paulo Coelho, para mim, esse é o "momento gatilho".
É preciso calma, vamos aguardar.

Sim, acredito que esse tenha sido o objetivo dele, e esse objetivo ele cumpriu com louvor. Não dá pra dizer que ele não é um cara inteligente, olha só o sucesso que ele faz e a quantidade de livros que ele vendeu. Ele é inteligente pra burro, consegue escrever o que muita gente quer ler. Não quer dizer que ele faça uma boa literatura, mas também merece um certo crédito.
 

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