Sauron_Body
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[Tírion][A Mensagem das Chamas - Capitulo 1]
Capítulo 1
Mas aí, ele falou pra mim:
- Quem está caindo é você, não é?
Ele era meu melhor amigo. Conversávamos todo dia. Costumávamos ir para a lanchonete depois da escola pra comer o almoço. Depois, andávamos para casa, já que morávamos no mesmo prédio no Jardins em São Paulo. Sempre estávamos conversando sobre RPG e coisas atuais. A maioria da conversa era inútil.
- Eu sei disso. Mesmo assim você poderia pegar a corda.
Estávamos discutindo sobre nosso jogo no recreio. Eu tinha caído num poço e ele se recusava a jogar a corda.
- É só um jogo mesmo! – ele dizia.
E voltamos pra casa.
No dia seguinte ele não veio à escola. Não pudemos jogar pois ele era um personagem muito importante para a trama da história. No meio da aula de história fui perguntar ao professor Oliveira – que era o vizinho de andar do meu amigo – pra saber se ele sabia de algo.
- Não vi nada ontem e nem hoje. – disse ele - ele e a família não movimentaram a porta desde que eu entrei no meu apartamento.
Eu pensei que ele provavelmente tinha pego uma febre ou algo parecido. Depois, na lanchonete, eu pensei melhor. Era auge da primavera. Como é que se pega febre no meio da primavera? Decidi não pensar mais nisso.
No dia seguinte, ele não estava lá de novo. Continuei com o pensamento da febre. Não jogamos de novo. Dessa vez não almocei na lanchonete e voltei direto pra casa. Na hora peguei o telefone e liguei. Depois de tocar umas seis vezes, a mensagem de que o telefone estava fora de uso começou a tocar. Eu liguei de novo e a mesma mensagem tocou. Estranho. Eu subi dois andares o mais rápido que podia e toquei a campainha da casa dele. Ninguém apareceu. Comecei a ficar muito preocupado. Por que ele não estava atendendo? Depois de quinze minutos eu desisti.
Uma semana se passou e ele não vinha pra escola. Tivemos que continuar o jogo, ou então o recreio seria um tédio total. Professor Tadeu de matemática dizia que eles tinham viajado para visitar um parente que estava doente. Eu quis acreditar nessa história, mas pensamentos horríveis rondavam a mente. Meu amigo jamais contou sobre o passado dele, só algumas coisas que não gostaria de relatar aqui. Eu temia o pior.
Três meses se passaram, e as memórias de voltar pra casa conversando com ele já tinham se dissipado e estávamos voltando de férias de verão. Quando cheguei em casa de Floripa, corri pra casa dele pra ver se ele havia voltado. Toquei a campainha e de novo não ouvi nenhuma resposta.
- Ele não está aí – disse uma voz atrás de mim.
Eu virei com um susto, para ver que era o professor Oliveira.
- Ele saiu... Ele saiu pra fazer o que ELES fazem.
A palavra ELES saíra da boca do professor com um desgosto profundo, como se ele designasse um grupo de pessoas cruéis e maldosas.
- Quem são ELES? – perguntei eu
- Logo vai descobrir garoto
No primeiro dia de escola, notei que professor Oliveira havia faltado, e tivemos uma aula livre no lugar. No recreio, acabamos o jogo, mesmo sem meu amigo. Passei reto pela lanchonete e fui direto pra casa. Quando passava pelo porteiro, notei milhares de cartas transbordando da caixa de entrada da família dele. Nenhuma delas tinha remetente.
Depois de algumas semanas, fui de novo para a casa dele. Desta vez, eu ousei um pouco mais. Eu tentei ver se a porta estava aberta. E estava. Quando eu entrei na casa, todos os moveis estavam cobertos com um pano branco. A porta que dava para o corredor estava lacrada com pedaços de madeira pregados contra ela. Tudo muito estranho. Eu saí da casa e antes de começar a descer as escadas, notei professor Oliveira me espiando pela porta. Eu não entendi no começo e desci uns dois degraus, voltei pra cima e ele não estava mais lá.
Uma semana se passou e eu tentei esquecer o que acontecera. O que será que tinha acontecido. Só quando eu saí do ônibus a ponto de entrar na escola eu vi a chance de ter minhas perguntas respondidas. Lá estava ele, parado na entrada. Eu fui correndo perguntando o que tinha acontecido e como foram as férias dele e ele me respondeu
- Logo descobrirá. Não posso falar agora
E logo depois da primeira classe ele foi embora. E não voltou masmo depois de meses. A única coisa que deixou foi um bilhete embaixo da mesa escrito em uma língua que eu não sabia. Como todos me disseram, logo eu iria descobrir...
Capítulo 1
Mas aí, ele falou pra mim:
- Quem está caindo é você, não é?
Ele era meu melhor amigo. Conversávamos todo dia. Costumávamos ir para a lanchonete depois da escola pra comer o almoço. Depois, andávamos para casa, já que morávamos no mesmo prédio no Jardins em São Paulo. Sempre estávamos conversando sobre RPG e coisas atuais. A maioria da conversa era inútil.
- Eu sei disso. Mesmo assim você poderia pegar a corda.
Estávamos discutindo sobre nosso jogo no recreio. Eu tinha caído num poço e ele se recusava a jogar a corda.
- É só um jogo mesmo! – ele dizia.
E voltamos pra casa.
No dia seguinte ele não veio à escola. Não pudemos jogar pois ele era um personagem muito importante para a trama da história. No meio da aula de história fui perguntar ao professor Oliveira – que era o vizinho de andar do meu amigo – pra saber se ele sabia de algo.
- Não vi nada ontem e nem hoje. – disse ele - ele e a família não movimentaram a porta desde que eu entrei no meu apartamento.
Eu pensei que ele provavelmente tinha pego uma febre ou algo parecido. Depois, na lanchonete, eu pensei melhor. Era auge da primavera. Como é que se pega febre no meio da primavera? Decidi não pensar mais nisso.
No dia seguinte, ele não estava lá de novo. Continuei com o pensamento da febre. Não jogamos de novo. Dessa vez não almocei na lanchonete e voltei direto pra casa. Na hora peguei o telefone e liguei. Depois de tocar umas seis vezes, a mensagem de que o telefone estava fora de uso começou a tocar. Eu liguei de novo e a mesma mensagem tocou. Estranho. Eu subi dois andares o mais rápido que podia e toquei a campainha da casa dele. Ninguém apareceu. Comecei a ficar muito preocupado. Por que ele não estava atendendo? Depois de quinze minutos eu desisti.
Uma semana se passou e ele não vinha pra escola. Tivemos que continuar o jogo, ou então o recreio seria um tédio total. Professor Tadeu de matemática dizia que eles tinham viajado para visitar um parente que estava doente. Eu quis acreditar nessa história, mas pensamentos horríveis rondavam a mente. Meu amigo jamais contou sobre o passado dele, só algumas coisas que não gostaria de relatar aqui. Eu temia o pior.
Três meses se passaram, e as memórias de voltar pra casa conversando com ele já tinham se dissipado e estávamos voltando de férias de verão. Quando cheguei em casa de Floripa, corri pra casa dele pra ver se ele havia voltado. Toquei a campainha e de novo não ouvi nenhuma resposta.
- Ele não está aí – disse uma voz atrás de mim.
Eu virei com um susto, para ver que era o professor Oliveira.
- Ele saiu... Ele saiu pra fazer o que ELES fazem.
A palavra ELES saíra da boca do professor com um desgosto profundo, como se ele designasse um grupo de pessoas cruéis e maldosas.
- Quem são ELES? – perguntei eu
- Logo vai descobrir garoto
No primeiro dia de escola, notei que professor Oliveira havia faltado, e tivemos uma aula livre no lugar. No recreio, acabamos o jogo, mesmo sem meu amigo. Passei reto pela lanchonete e fui direto pra casa. Quando passava pelo porteiro, notei milhares de cartas transbordando da caixa de entrada da família dele. Nenhuma delas tinha remetente.
Depois de algumas semanas, fui de novo para a casa dele. Desta vez, eu ousei um pouco mais. Eu tentei ver se a porta estava aberta. E estava. Quando eu entrei na casa, todos os moveis estavam cobertos com um pano branco. A porta que dava para o corredor estava lacrada com pedaços de madeira pregados contra ela. Tudo muito estranho. Eu saí da casa e antes de começar a descer as escadas, notei professor Oliveira me espiando pela porta. Eu não entendi no começo e desci uns dois degraus, voltei pra cima e ele não estava mais lá.
Uma semana se passou e eu tentei esquecer o que acontecera. O que será que tinha acontecido. Só quando eu saí do ônibus a ponto de entrar na escola eu vi a chance de ter minhas perguntas respondidas. Lá estava ele, parado na entrada. Eu fui correndo perguntando o que tinha acontecido e como foram as férias dele e ele me respondeu
- Logo descobrirá. Não posso falar agora
E logo depois da primeira classe ele foi embora. E não voltou masmo depois de meses. A única coisa que deixou foi um bilhete embaixo da mesa escrito em uma língua que eu não sabia. Como todos me disseram, logo eu iria descobrir...