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Divosk
I - Divagações


Tarde da noite no castelo de Divosk. Rei Divosk, para ser mais preciso. Rei de um reino muito longe do que se pode ver. Tudo era reino para ele, Divosk Martuac.
Em uma batalha foi que ganhou o cognome 'Matuac', que na língua dos imundos quer dizer "aquele que feriu". Porque? Digamos que ferir mais de vinte e dilacerar uma criança sejam motivos mais do que suficientes.
Quanto a prêmios? Ele não tinha nenhum. E muito menos ostentava honrarias, se quer saber. Divosk, rei Divosk, só vivia da dor. Nela, porém, ele mesmo nunca esteve (até os dias de hoje).
É tarde da noite no castelo de Divosk, e chove. Rei algum seria capaz de morar ali, senão ele. É um lugar imundo, alagado, mofado e lodoso além da conta, e nem mesmo seus servos o habitam, a não ser Hugor. Esse castelo, como se diz, é próprio para a habitação de um demônio. Quem sabe Divosk não o é?
Nossa história começa aqui, nesse já tão referido lugar. Essa nossa história começa com um passeio pela mente enregecida do rei, e pelas suas loucura de devaneios.

Divosk não é para ser lido pelos olhos críticos. Os críticos não entendem o mal.
 
Divosk
II - Hugor


Era Hugor o nome do servo. Pelo menos até onde me lembro, e até onde for verdade... o sobrenome eu não saberei dizer aqui. Características ele possuia muitas: bajulador, horroroso, mentiroso, ignóbil, medroso, malevolente... ou seja: um homem como todos os outros.
Era baixo, como é a maioria dos servos. Baixo e nodoso. Alguns diziam que até peçonhento... mas para Divosk, o rei, ele era um homem em especial: seu criado, seu escravo.
- Hugor, criatura! Traga-me carneiro sangrando!
Era o que o rei mais comumente dizia a ele.
- Sim, mestre, estou indo! Já vou! - dizia Hugor, mas, em segredo pensava: - Um dia ainda vais ver, verme! Descubro o que guardas em sua mente, e vos estrangunlo com seus próprios devaneios!

Mas Hugor, eu sei o porque mas acho que não devo contar, tem uma ligação maior do que serviçal-patrão para com Divosk. Algo que o obriga a ficar ali, sendo controlado pelo rei, e que o faz nunca abandonar o castelo. Algo que enegreceu sua alma, e tornou seus dias amargos e canstaivos.
Da mesma forma, Divosk precisa de Hugor, pois no vilarejo que há além de suas terras, que são poucas, ele mesmo não é bem vindo. A luz do sol fere sua pele branca, e seu rosto quase cadavélico faz medo às pessoas.
De fato, a relação dos dois se tornou mais intensa há algum tempo, mas agora periga a esfriar, pois o fetiche do rei Divosk pelo criado está acabando.
Não sei o que dizer mais por aqui, portanto, então essa parte acaba agora.

Divosk, almas enegrecidas com o tempo que cessou sua luz.
 
Divosk
III - Perâmbulas


Um rei não podia temer, era no que acreditavam todos no vilarejo de Sherkat, além das terras de Divosk. Essa crença não era seguida pelo rei, no entanto, que temia algo além do que se pode ver.
Era comum ouví-lo dizendo: "Não... não! Eu não firmei nada com você! Eu não vos devo nada!". Outras vezes, viam Divosk na sacada de seu quarto, lutando contra uma mão invisível. Ele não era normal, assim diziam.

Deu-se um dia, enquanto o rei contava vítimas de sua última batalha, em seu trono, quem um clarão iluminou a sala real pelo lado de fora das janelas. Divosk não fora averiguar - sabia muito bem o que era.
Um anjo dourado, resplandecendo uma aura viva de paz e tranqüilidade adentrou o castelo, estilhaçando a janela com sua mão sedosa, e, virando-se para o rei, disse:
- Não temas, Divosk Matuarc. Meu nome é Ierathel, aquele que busca os que foram corrompidos, e venho julgá-lo.
Hugor, por sinal, estava longe dali, se divertindo em seu quarto, e não ouviu tal barulho nem a chegada do misterioso ser. Divosk no entanto, encarou o anjo assustado, brandindo sua espada enferrujada e gritando:
- Eu não serei levado àquele lugar imundo!
Mas Ierathel, calmo, começou simplesmente a contar a vida do rei, desde sua infância até os dias de hoje, conforme foi ista pelo Alto.

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Um terceiro espisódio não perde o brilho do primeiro, mas envelhece sua sina conformeos ventos do tempo esfarelam a vivacidade.
 
A idéia é essa. Divosk é um delírio em si só, e uma grande orquestra de pensamentos em confusão. Terá, sim, continuanções.
 
Isso tá começando a me lembrar "Um conto de Natal"... :think:
Mas tá ficando legal... tente postar mais de uma só vez, Tho... :)
 
Dá não, Eli.
É pq, por opção minha, eu vou redigir esse texto uma vez por semana, e na net...
 
Divosk
IV - A Lírica de Ierathel


"Vós fostes concebido as pressas, rei Divosk. Num lugar chamado Darkwood, as margens do rion negro de Lanfalas. Sua mãe, Darand, morreu logo após o parto, que foi muito difícil, como sei que sabe.
Seu pai, Elenor, o repudiou por causa disso" - começou Ierathel.

"'Você é a desgraça dessa família, horenda criatura!' dizia ele a vós, e tu o amaldiçoava: 'porco, morrerás pela minha mão, e teu sangue jorrará pela terra que um dia será minha!'. Seu primeiro pecado, o Alto sabe, foi ter 'suicidado' seu pai".

Divosk estava pasmo. Para ele, o crime parecia ter sido perfeito. Agora via que não... outras pessoas [seres] sabiam...

"Nada é perfeito..." começou Ierathel novamente, balançando a cabeça, fazendo com que seus cabelos dourados ondulassem. "... nada. O seu segundo pecado, no entanto, foi mais 'aceitável'. Matar um gato. Oh, Elohim! Isso não foi um ultraje a vossa raça - a humana. E vós ainda pensastes ser pior por isso".

- "Eu nunca pensei ser pior! Somente quis valer minha maldade... e quanto aquele homem, meu pai; ele teve o que merecia!". Retrucou Divosk.

"Se alguém merece algo aqui, rei, sois vós: um vanglorio por sua crueldade... ou a morte, se não me falha a razão. Mas pouparei-o de castigos por enquanto. Nossa conversa ainda é longa, e não espero que termine em mais dois ou três tempos".

E assim, Ierathel fechou suas asas, que antes estavam abertas, transimitindo glória, e se sentou na cadeira do rei, enquanto esse procurava fugir da sala real; o que era impossível, pois todas as entradas e saídas estavam trancadas e Hugor, dormindo.

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Um quarto do que é possível se fazer. Eu nunca disse que duraria mais do que ele pudesse sofrer - homem mortal, fadado a morrer.
 
Divosk
V - O Poço de Verdades que criamos


"E tu, rei Divosk, zombou dos Céus, escarnecendo-nos com suas palavras indignas, brotadas da fonte perpétua de asneiras que é a tua boca. Sei que se lembra delas - da maioria, como sei que se lembra. Mas as palavras que dissestes que mais nos feriram foram aquelas ditas enquanto chorava a morte de sua mulher:

"'Me levaram meu bem mais precioso...', começou você, '... me tiraram meu único sorriso! Minha única alegria! Tirarei as vossas também, até que não reste um único ser nisso que chamam céu! eu vos repudio!', disse você".

"Divosk, Divosk... não que o que disse tenha nos ferido, ou mesmo nos ameaçado, mas fez com que tivéssemos pena de ti... e Aquele Que Tudo vê ordenou-nos para que ficássemos preparados, pois vós não durarias muito mais na terra mortal".

Divosk havia se aquietado. Estava agora recostado numa parede fria, com a cabeça entre as pernas... chorando.

"NÃO CHORES PERANTE MIM!" gritou Ierathel. "NÃO ME VENHA COM SUA LÁGRIMAS, APOS TER DILACERADO TANTAS PESSOAS!"

"Eu não... eu não sabia que o Alto se preocupava comigo... eu pensei que... que eu tivesse sido repudiado por vocês!´E além disso... o mal me foi muito atraente...", choramingou Divosk.

"Hoje vês que não, homem mortal!" começou Ierathel, abrindo suas grandes asas e se aproximando de Divosk. "E vou lhe mostrar mais coisas ainda, rei, pois tem muito a ver do mal que fizestes".

"Sim... eu verei do mal que fiz... leve-me para vê-lo, e se ele ainda me for agradável e atraente, parta-te daqui, suplico-te, e não me atordoe mais!".

Sorrindo, Ierathel ergueu Divosk do chão e, com um clarão sacro de luz, desapareceram do Salão Real. No andar debaixo, Hugor acordara com uma dor de cabeça lancinante, indo tomar um copo d'água na cozinha. Ierathel e Divosk já estavam longe daquele castelo.

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Um quinto do que e posso vos dar.
Nada mais do que um grande ressoar:
de palavras disformes,
ditas por um ser dito incapaz de amar.
 
Divosk
VI - Servidão exacerbada


Para Hugor, Divosk era um "ser do abismo". Quando acordara naquela noite por causa dos gritos histéricos do mestre no andar de cima, logo foi resmungando: "demônio ordinário, esse! Que todos se escarneçam dele!". Hugor bem sabia que, quando o mestre gritava, o servo, como bom servente que deveria ser, zeloso, cuidadoso, amoroso, deveria ir ver o que estava acontecendo. Mas se tem uma coisa que Hugor nunca foi, é um bom servo. No fundo, o servo desejava que Divosk estivesse sofrendo com as dores de sua inflamação intestinal, e que morresse logo. Porém, Hugor não via motivos concretos para desejar isso...

Divosk sempre fora muito bom para com ele. Desde seu doze anos de idade, quando começou a servir seu mestre, Divosk jpa o convidava gentilmente para dormir em sua cama, e lá eles se divertiam. Hugor nunca gostou muito disso, mas sabia que o Mestre sempre convidara seus criados preferidos para se deitar com ele, e não seria ele, Hugor, que recusaria essa bizarra "regalia".

Hugor levantou-se com raiva, e foi até a cozinha, que naquela hora estava deserta, para pegar um copo d'água, para que depois pudesse voltar a dormir. Foi quando ele havia acabado de encher seu copo, que um clarão de luz prateada cegante invadiu todo o castelo, acompanhado de um estrondoso som de desabamento. Mais que rapidamente, pela primeira vez preocupado com Divosk, ele subiu apressado as escadas que davam para o andar de cima.


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A sexta fatia de um pedaço eterno;
de um pensamento humano de dor.
A sexta parte de uma dívida com o Terno,
o sexto canto de uma alma, onde quer que for.
 
Divosk
VII - O vigia


Ierathel era grandioso, como a primeira manhã da primavera, ou o pôr-do-sol do melhor dia de nossas vidas. Era alvo com a neve dos grandes picos que circundavam Sherkat. Era um anjo, ora pois: merecia sua grandeza, e engrandecia qualquer alvura que a ele fosse relacionada.
Um anjo é um ser antigo, que em toda sua vida só tem uma obrigação: vigiar. É vigiando através dos séculos que ele vive, é guardando aquilo que lhe foi dado como "grandes valores" que ele se alimenta. Um anjo não morre, nem ferido, nem não ferido. Ele só existe, e está, e é; e assim era Ierathel. Mesmo que todos os exércitos que Divosk pudesse reunir o atacasse, ele sobreviveria por todos os séculos, até o fim do mundo, até que tudo se dissolvesse e o tempo parasse - e as coisas deixassem de ser.

Os Altos Céus deram a Ierathel um grande fardo: Divosk. Não que o rei tivesse mais importante para aqueles que são imortais do que qualquer outra criatura que anda por este mundo. Na verdade, o que os preocupava era Hugor e todos aqueles que viviam sob o julgo do rei. Estes faziam preces aos Céus, pedindo que algo acontecesse: "...por favor, matem-no", "levem-no...", "...para longe!". Eram esses pedidos, era a angústias dos servos de Divosk que preocupava os Céus, e acima de tudo foi para salvar os que ainda olhavam para o alto ao fazer suas súplicas, e não banhavam-nas em sangue e morte, com rituais dos mais diferentes para que seus desejos fossem atendidos, que Ierathel, o Vigia, foi enviado até o rei.

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Os anjos só sentem um decálogo de emoções chamadas Grandes Mandamentos.
 
Mais de um ano depois, Caranthir volta com sua história e seu mundo, e de cara, se percebe uma grande evolução. Tom mais literário e agradável.
Vamos prestar atenção na concordância, Caranthir (sem tirar o mérito da beleza de sua história).

"Mesmo que todos os exércitos que Divosk pudesse reunir o atacassem"

Vale a pena corrigi-lo, pois tem enorme potencial.
 
Divosk
VIII - Ad-Redrum


Dois dias haviam se passado desde que Ierathel visitara o rei e consigo o levara. Na pequena Sherkat muitos boatos sobre o acontecimento surgiram, boatos estes dos mais diferentes. Uns diziam que Divosk fora finalmente embora, deixando o poder de governar nas mãos do povo. Outros, menos esperançosos, que ele havia ido guerrear em algum reino a poucas léguas dali, e logo voltaria. E assim o imaginário do povo se aquecia com a expectativa, mesclada ao mais profundo desejo, do rei finalmente ter ido embora.

Entretanto, nada disso ocorrera. Divosk e Ierathel estavam mais do que algumas léguas do vilarejo, e privar os habitantes de Sherkat da presença de seu rei era uma das últimos desejos do anjo. Na verdade, este o levava por todos os lugares além do mundo mortal, onde os homens acreditam haver árvores de ouro e existir nascentes peroladas que dão origem a caudalosos rios de prata. Bobagem! O que existe por lá é um nada eterno, um grande deserto escuro de areias negras, que só reflete o brilho apagado do sol. Tudo é silencioso, e nada é visível. O silêncio, a quietude, são o maiores tesouros dos imortais. As marcas do sofrimento que os homens provocam no mundo que a eles foi dado e o grito desesperado de todos aqueles que aos anjos pedem ajuda só pode ser apagado de suas mentes pelo nada absoluto, que lhes conforta a alma e o coração, e está, para eles, acima de toda jóia que possa ser cobiçada.

Além do escuro tempo e espaço estão os portões do Ad-Redrum, o lar do Fogo Perpétuo, para onde vão aqueles que não deram valor a sua vida enquanto andaram pelo mundo dos homens, ou mesmo não valorizaram a vida de outrem. Ierathel levou Divosk até a entrada do Mar de Fogo, onde as pilastras de pedra na qual ele se firmava há muito haviam se transformado em grandes colunas de magma incandescente. E lá estava em seu posto o sentinela das almas incuráveis, Baradhân, a última voz ouvida por um condenado antes de ter sua existência reduzida a chamas e brasas.
 

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