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[L] [Melkor, o inimigo da luz] [Do Som e da Canção]

Melkor- o inimigo da luz

Senhor de todas as coisas
[Melkor, o inimigo da luz] [Do Som e da Canção]

Mais uma lenda que se passa no mundo que tento criar. ^^

Da mesma linha:

Da Desarmonia
O surgimento do Amor
Do surgimento dos felinos não disponível no CdE

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Do som e da canção

Nos primórdios do mundo, quando os homens e animais nasciam e as árvores brotavam, não existia o som. Nem uma pedra caindo de um penhasco era capaz de arranhar a perfeição do mundo com um barulho ou ruído, por maior que fosse. Era essa a imagem de paz e harmonia que os deuses tinham e tudo parecia perfeito para eles.
E tudo permaneceu assim por um bom tempo, sem diálogos ou sons para completar o mundo. As plantas nasciam e morriam, mas não havia som; os homens se espalhavam e destruíam, mas não havia som; a água corria, mas não havia som. Por três vezes os animais clamaram por algo para quebrar a tranqüilidade do mundo, que era insuportável para eles, e por três vezes não houve som para que os deuses ouvissem seus pedidos.


Somente Natra, filha de Alexius, entendeu o sofrimento dos seres vivos do mundo, pois ela também odiava o silêncio. Ergueu sua voz e falou com Zúnia, sem temer sua fúria:
- Ó mãe da vida e de todos nós, deuses ou humanos, venho aqui te pedir um favor.
- Diga qual é e ajudar-te-ei, minha criança.
- A vida morre no mundo e é devido ao silêncio. Todos exigem dos deuses algo que quebre a tranqüilidade e a paz para que o mundo possa florescer. Sei que quem comanda o silêncio é Juna, tua filha mais velha, e por isso peço que a retire o poder e assim permita que o som reine no mundo como ele já fez antes da vida existir.
- Quem mantém o silêncio é Juna, mas mesmo sem poderes os sons ainda não reinarão, pois eles não mais existem. Foram banidos do mundo e aqui estão proibidos de voltarem.
- Então criemos outros sons para o mundo, minha tia, e nada me satisfaria mais.
- Esta incumbência é demais para meus poderes, como sabes muito bem, pois controlo a vida e já tarefa árdua esta é.
- Poder? Eu o tenho. Não é o problema.
- Não tens o suficiente para criar os sons. Podes, sim, criar o som em sua existência, mas sua manifestação só posso eu permitir, e não o farei.
- Que assim seja, Grande Mãe. – ela terminou e se retirou.


Zúnia temeu pelo destino de Natra, e com razão, pois três dias depois sua filha Juna prostrou-se diante dela e disse estendendo suas mãos:

- Ó mãe, olhe minhas mãos! O poder não mais emana delas! Natra, filha do mar, trouxe o som de volta ao mundo e o silêncio não mais existe!
- Então a traga até mim para que punida seja esta ingrata!
- Não, não a puna, por mim!
- Não entendo, filha.
- Natra não mais existe, só há o som e nele ela corre livre. Nem seus poderes seriam capazes de atingi-la no domínio que ela criou para si mesma.
- Poderia banir mais uma vez o som.
- Não o faça. Vi, após deixar de ser o silêncio, que a vida realmente necessita do som. Cria-o com teus poderes e faças felizes os teus servos! – ela disse e retirou-se.


Zúnia ficou a refletir durante uma grande porção de tempo e chorou pela vida, sabendo que não podia criar o som, pois se o fizesse deixaria de controlar a vida no mundo. Eis que um deus entrou em seus aposentos e Zúnia percebeu que nunca o havia visto.
- Saúdo-te, minha senhora.
- Quem és tu, que ousas aparecer sem anunciar-te e sem nem conhecido por mim ser.
- Ninguém me conhece ainda senão a vida, pois dela vim. Estou aqui para assumir teu cargo diante do mundo e livrar-te desta obrigação para sempre.
- Como ousas me ofender de tal modo? A vida é meu reino e não me retirarás daqui de modo algum! – ela disse assumindo seu máximo poder, mas ele não se abalou. Ergueu as mãos e ela caiu de seu trono.
- Meu nome é Raza e o destino é meu reino. A vida não é domínio de deus algum, pois essa é a vontade do nosso pai. Vim para tomar seu trono e o farei. – Zúnia, assustada, então compreendeu o que se dava ali. Criou coragem e levantou-se do chão.
- Agora entendo tua existência. Nasceste para me livrar do peso de meu fardo e me tornar livre para criar o som. Não foi?
- Sim. Vá, mãe de toda a vida, pois o mundo aguarda tuas mãos.



Pela primeira vez Zúnia deixou seus aposentos e correu pelos céus até a casa de Juna, tocando-a e transformando-a novamente no silêncio. O silêncio, porém, deixou de habitar o mundo em sua totalidade e escondeu-se em alguns recantos onde pudesse ser apreciado.
Decidiu correr pelo céu, sem motivo nenhum, e o fez sorrindo. Então veio ao mundo o vento e por um longo tempo este foi o único som que os seres ouviram e o idolatraram como se idolatra a um ídolo. Mas o som do vento era único, não era o farfalhar das árvores nem o vento raspando em alguma superfície. Era o simples som de vento em sua forma pura. Pediu, mais tarde, à Laura, que criasse o som do farfalhar para quando o vento encostasse na árvore ele se mostrasse ao mundo. Para Alexius ela pediu que criasse o som das ondas, que com o vento, começaram a se formar. Argan teve como tarefa a criação do som da tempestade de areia enquanto Hanatan fez o som mudo do sol e da lua. E cada deus, grande ou pequeno, criou o som para seu reino, é dito que apenas Raza, aquele que veio após a criação, não possui som em seu reino e é dito que a causa disto é o fato de Juna ser sua consorte. O destino enamora o silêncio.


E só com o som no mundo e com a alegria da quebra do inquebrável silêncio veio a canção. Bluwo, irmão de Natra, desesperado com a falta da irmã, juntou-se à ela no ar e tornou-se a canção, a representação do vento e do som. E assim o mundo encheu-se e Zúnia tornou-se senhora dos ventos enquanto Natra tornou-se senhora do som e Bluwo da canção. Raza, o recém chegado deus, sentou-se no seu trono e de lá somente duas vezes se levantou e as conseqüências foram terríveis. Ele era o enviado da terra, filho da vida, e a partir deste momento tornou-se o senhor do mundo.
 

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