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[L] [Masei®][Os Andarilhos]

bem como prometido aqui estou eu......


Nossa quantas portas e quando suspense estou excitada (no lado bom da coisa) quero ver logo o que vem por ai!
 
Parte VI

......Zacchi tinha desses surtos psico-ninfomaníacos se isso existe. A verdade é que todos riram daquela frase xula e maldizida, mas as vozes que antes podiam ser ouvidas, cessaram por um momento despertadas pelas gargalhadas ruidosas de Bruno. Todos estremeceram da base até a cabeça, pois sabiam, apesar de não entender uma palavra sequer do que diziam, que eles sabiam que havia alguém que não era para estar no corredor.
..... - Abre essa merda logo Danilo! – falou Zacchi se entregando finalmente à aventura.
......Danilo, muito nervoso com a pressão colocada em cima dele com palavrões e risos contidos de excitação, pois de fato estavam extasiados com tudo aquilo, finalmente conseguiu abrir a porta passando por cima de uma dificuldade que ninguém entendeu. Entrou na sala escura, seguido pelos outros. A sala estava num breu total e barulhos de joelhos e canelas sendo alvejados por caixotes puderam ser ouvidos, urros de dor tiveram de ser abafados pois alguém apareceu na porta, um segurança.
......E só então, todos eles notaram que a porta parecia feita de vidro, de forma que eles podiam ver claramente o segurança de cabelos castanhos e de pulôver escuro com um walkie-talkie na boca com uma feição preocupada. Se era possível ver o lado de fora, certamente o segurança também veria sombras se moverem na escuridão da sala de dentro e os pegaria ali.
......O segurança primeiramente foi averiguar alguma coisa na sala onde eles tinham pegado os sorvetes. Aliviaram-se e acocoraram-se uns aos outros atrás duma barricada de caixotes de papelão de forma que pudessem ver o que acontecia lá fora. O Segurança tornou a voltar trancando a porta e segurando um celular na mão. Danilo reconheceu seu pertence.
..... - Nossa, meu celular.
..... - Burro! – comentou Bruno e logo foi agraciado por um tapa.
 
Parte VII

......O Segurança se virou para a porta onde eles se escondiam, ninguém se importou em se esconder embora uma corrente de ar frio tenha rasgado o corpo de todos de cima a baixo e feito o estômago revirar. Sentiam-se protegidos pelas sombras daquela escuridão, e naquele cenário de todo estranho, viram algo ainda mais intrigante. A luz advinda do corredor não passava do limite da porta, o segurança deveria emitir uma sombra fantasmagórica e maior que sua silhueta, mas não passava de uma imagem sem profundidade, como se fosse uma imagem projetada. Jamais haviam visto coisa semelhante, mas a atenção voltou à ameaça do Segurança que tentou abrir a porta e encontrou-a trancada.
..... - Você deixou trancada?
..... - Não...
Danilo sussurrava para Diógenes e isto estava tão claro pelas vozes, como estava escura aquela sala. O Segurança encontrando aquela estranha porta trancada girou nos calcanhares e sumiu no corredor. O silêncio era impassível, ninguém ousava dizer nada, nem ao menos sussurrar um pio. A luz repentinamente se acendeu causando um terror imenso em todos que exclamaram tomados de susto. Picolino, tranqüilo, apenas disse.
..... - Achei o botão.
..... - Seu retardado, quase morro de susto.
......E naquele momento, ninguém estava preocupado com nada, estavam todos rindo do susto como sempre acontece quando o mesmo não é sério. Mas logo, o mesmo Picolino que levantou todos num susto deixou-os a par da situação:
..... - E agora? Que vamos fazer?
De fato não era uma pergunta muito fácil de ser respondida pelos Andarilhos. Acharam a luz do lugar, mas não faziam idéia de como iam abrir aquela porta. Nenhum deles fizera nenhum curso de espionagem que os habilitaria a abrir aquela porta com qualquer palito de dente. E, embora fossem cinéfilos de carteirinha, nenhum deles jamais ousou se passar por James Bond e abrir portas a esmo com cartões de crédito. Reuniram-se para decidir o que fariam.
 
Parte VIII

..... - Liga pra alguém Zacchi. – pediu Bruno. Embora sem muitas esperanças.
..... - E eu vou ligar pra quem seu idiota? Pra polícia vir pra cá e prender a gente? – respondeu cheio de ódio.
..... - Tem uma idéia melhor seu velho caquético?
..... - Vamos arrombar a porta.
......E todos olharam instintivamente para Danilo que, apesar de acima do peso, ainda era o mais forte do grupo. Com um manejar do punho derrubaria qualquer um ali, e com uma investida certamente arrancaria o tronco de Bruno e Picolino fora. Ele mesmo consentiu com a decisão e afastou alguns caixotes para tomar distância e um impulso maior. Dos dois lados do pequeno corredor que ele armara, estavam os outros como numa torcida por ele. De muito atrás ele veio num pinote rápido e se jogou com toda força contra a parede de vidro que, recebendo o impacto do boi gordo nem se mexeu. Ele caiu no chão, como se o impacto tivesse sido devolvido, com o braço doendo, a porta nem se mexera, foi como se tivesse jogado contra uma montanha de aço.
..... - Nossa, é muito dura. – comentou ele gemendo de dor.
..... - Ihh... Mó fraquinho... Olha o franguinho... – falou Zacchi num novo surto seguido duma imitação até muito boa do cacarejar duma galinha.
......Todos riram novamente, mas continuavam trancafiados numa sala que não sabiam nem ao menos se tinha saída. Até quando ficariam ali rindo de Danilo estirado de dor no chão fazendo caras e bocas e de Zacchi imitando uma galinha, eles não sabiam e no momento nem se importavam. Tudo parecia engraçado, mas não se deram conta que estavam trancados numa sala onde não tinham chaves e certamente o que faziam era ilegal. E mais ainda, que suas famílias já deviam estar preocupadas. Zacchi, no entanto, lembrou de sua família, mas seu celular não tinha sinal.
..... - Hey... Olha isso. – disse ele mostrando o celular. O sinal não era a única coisa que faltava para o celular, o horário estava desregulado e corria e voltava sem contar direito o tempo. Ninguém jamais viu aquilo e logo imaginaram um relógio de ponteiro enlouquecendo em suas cordas, se alguém tivesse um destes tinham certeza que seria isto que veriam.
..... - Meu e agora? – perguntou Danilo.
..... - Nossa, o Yuji.
......A simples menção daquele nome era totalmente fora de contexto e fora da realidade. Picolino, o dono da exclamação, parecia embasbacado com a visão que logo todos puderam divisar. Felipe Yuji, um nippo-cearense de cor café-com-leite de olhos puxados e os cabelos arrepiados; grande e peludo feito um urso, apareceu agarrando uma jovem adolescente que todos conheciam. Mas Yuji estava beijando-a tão animalescamente que a face da coitada perdia-se nos lábios bestiais dele que, dizendo que tinha ido fazer um trabalho na Vergueiro, tapeara os Andarilhos, quando na verdade estava ali na frente deles pronto a bulir com uma amiga de todos. No entanto ficaram em dúvida da identidade da meretriz, tal era a animalidade do rapaz. Entraram os dois na sala de sorvetes e nada mais aconteceu.
 
PARTE IX

......Os Andarilhos ocuparam-se em imaginar o que estaria fazendo os dois juntos ali quando se recordaram que tinham um lugar para fugir, e Yuji certamente diria tudo quando tudo voltasse ao normal. Pois nada parecia normal daquele lugar.
......- Ok. Vamos procurar na sala toda pra tentar achar alguma coisa que abra essa maldita porta. – começou Danilo.
......E todos se ocuparam na meia hora que se passou em procurar dispositivos, alavancas, alçapões, botões e tudo o mais. Mas o máximo que acharam foi outra porta, descoberta por Picolino enquanto empurrava uma estante no fundo da sala. Era toda estranha duma cor que não dava para se ver naquela luz fraca e amarela do lugar. Toda trabalhada manualmente e muito pesada e alta. Sua maçaneta era de ouro vivo, pois parecia brilhar por si próprio. Parecia uma saída, Zacchi já se desesperando falou:
......- Vamos sair daqui logo. – abriu a porta.

......Um a um foram entrando naquela estranha porta. A sala seguinte era ainda mais escura, nenhum veio de luz entrava naquele lugar, nem ao menos a pouca luz amarela que deveria passar pela fresta da folha da porta. Nada. Uma escuridão total, um silêncio total. Bruno sentiu como se estivesse num navio que viajasse velozmente quebrando as ondas dum oceano turbulento. Sentia isso na alma e na náusea que sentia, seus pés deixaram de tocar o solo por um segundo e assim que percebeu isso, voltou a si. A sensação do mar pareceu sumir da alma mas começou a formigar-lhe no corpo. Como se depois de uma viagem turbulenta, ele se deitasse no meio do campo e ainda sentisse os efeitos das ondas.
......- O que aconteceu? Cadê vocês? – Bradou ele ao Vazio desesperado. Ninguém respondeu, nada aconteceu.

FIM DO PRIMEIRO CAPÍTULO
 

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