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[L][Gaara] [Hybrid]

Re: [L][Riku] Final alternativo

Resposta

Quando tomou consciência, sentiu as narinas geladas pelo ar frio da madrugada. O vestido tremulava ao vento, que produzia o único som naquelas campinas banhadas em sangue. Atirado sobre suas costas, o corpo de Heru jazia imóvel. Ao lado, Clara e os cavalos jogados no chão.
- Heru? Heru! Acorde!
Apesar das sacudidas, o moço não acordou. Um temor profundo invadiu seu peito e uma lágrima de desespero contornou seu rosto ao tocar a face fria e morta do jovem. Levantou o olhar e deparou-se com milhares de lobisomens e vampiros que a observavam.
Um rangido de grandes portas se abrindo soou atrás de Selenee. Outra centena de pessoas a olhavam de dentro da igreja.
- Por favor... Ajudem-me! – suplicou, lançando um olhar aos guerreiros.
Aina fez menção de se dirigir mas parou. Apenas a observava, desejando em seu íntimo que ela encontrasse uma forma de trazê-los de volta. Ernil também o queria.
Então, Selenee levantou-se e tentou erguer Heru. Diante deste esforço, os líderes das duas raças, impulsionados pelo amor fraternal que dormia em algum lugar de suas memórias, foram até ela e cada um pegou nos braços os corpos dos amigos. Ernil olhou Selenee significativamente, acenando de leve com a cabeça para mostrar que sim, ela deveria fazer aquilo.
Sob o olhar dos guerreiros confusos ali fora e o aterrorizado ar dos fiéis dentro da igreja, a jovem tomou a dianteira do cortejo, tendo Aina à direita e o jovem lobisomem à esquerda. Adentraram o templo, caminhando por entre os bancos de humanos acuados, apontando seus amuletos em sua direção.
Mas por maldição ou milagre, as cruzes não faziam efeito algum sobre aquelas três criaturas. Continuavam seu desfile, na reta do altar, onde o padre que ajudara Selenee os observava em um misto de admiração e medo.
Subiram os degraus e ficaram frente a frente com o sacerdote, que se afastou ligeiramente e tentou ser simpático:
- Você voltou mesmo...
Selenee devolveu a simpatia com um sorriso vago e disse:
- Seu deus nos criou. E nos abandonou depois. Será que... – abaixou a cabeça e seu tom de voz - Será que ele ainda lembra de suas criações?
Vendo que o padre não entendera, explicou:
- Se eu pedir, ele vai me ouvir?
- Pedir o quê, minha jovem?
- A vida de meus amigos.
Selenee levantou o rosto banhado em lágrimas. Sentia que este era seu último recurso para salvar Clara e Heru. O padre, comovido com aquela cena, quis ajudá-la. Trazer pessoas da morte não era algo que a Igreja se atrevia a fazer. Mas mesmo assim, disse-lhe para fazer o que achava conveniente; fazer aquela criatura curvar-se diante da cruz e tentar conversar com Deus.
- Repita o que eu disser: Pai nosso que estais no céu...
Selenee repetiu os versos da oração que ele ia dizendo, com uma dor terrível no peito. A cada palavra a dor se intensificava e pronunciá-las tornava-se fruto de um esforço além das forças que possuía.
Não agüentou e berrou de dor. E silenciou ao ser apunhalada nas costas, no ombro esquerdo. A arma partiu de um dos fiéis ali presentes, tomado pelo impulso de destruir aquilo que teme ou não conhece. Congelada pelo susto, continuou a oração até o fim. Depois, voltou-se esperançosa para os corpos dos amigos.
- Tente novamente... – sussurrou o padre.
Selenee rezou novamente, a dor já sufocando. Outros humanos, incentivados pelo ato daquele que lançou o punhal em Selenee, começaram a mirar suas armas em Aina e Ernil. Percebendo o movimento, correu para perto deles, na tentativa de desviar as adagas. Acabou defendendo-os com o próprio corpo, pois sua força estava esgotada. Assim, cambaleante, murmurava a oração.
Até não agüentar mais, ajoelhou-se com os braços dando um abraço em si mesma, para aliviar a dor. A visão já embaçada começava a escurecer. Pouco a pouco, a imagem de Heru e Clara ali, mortos, sumia e tudo ficava frio...
“Estou aqui...dou-lhe a minha vida se for preciso...Mas por que não me responde?”
A dor sumiu com a raiva que incendiou seu peito. Queria reviver seus amigos a qualquer preço.
A força dessa ira fez despertar em Selenee o que ela realmente era.
 
Re: [L][Riku] Final alternativo

Quebrando barreiras

O chão estremeceu e as paredes da igreja começaram a ruir. Teriam esmagado quem estivesse ali se não houvesse aquela força pesada, carregada e sombria, sustentando tudo ao seu redor. O centro da força era Selenee, com asas negras a saírem de suas costas, lágrimas de sangue contornando seu rosto e a expressão em transe.
Todos estavam se segurando em algo para não serem arrastados pela energia crescente. Dois feixes de luzes vermelha e azul focaram em Selenee, cessando a força sombria que a tomara. Seu corpo estava mais leve agora e ela flutuava sobre o altar, ficando paralela à cruz no vitral da igreja.
Quando a luz diminuiu, puderam ver o anjo negro, asas abertas e olhar assassino.
- Pelos céus! – exclamou o padre – Então é verdade!
A verdade a que se referia era sobre o anjo Hybrid. A criatura híbrida de todas as raças inimigas, banida dos paraísos durante milênios. Era o símbolo do apocalipse, a chave das novas dimensões. Por representar a perfeição, é conseqüentemente, o fim de um mundo habitável por humanos, vampiros e lobisomens.
Hybrid ergueu os braços à altura dos ombros e fechou-os bruscamente em frente ao peito, criando uma luz branca que viajou até a outra igreja e se dividiu em duas, formando uma cruz, cuja luminosidade se refletiu no céu e o fez em estilhaços, literalmente.
Quebrada a primeira barreira, a aurora despontava no horizonte.
Do coração de Aina e Ernil, saíram duas borboletas; uma vermelha e a outra, azul. Voaram em direção a Hybrid, pousando delicadamente sobre o pingente do colar que ainda usava. O medalhão se completou e o feixe de luz se transformou em pequenos cometas em órbita em volta do anjo. Giravam cada vez mais rápido, ocultando a criatura dentro de uma bolha colorida.
Quando já não se podia ver o que estava lá dentro, a esfera expandiu de uma vez e se espalhou em uma explosão leve e silenciosa, cobrindo tudo. Todos os que estavam ali foram tomados por uma energia morna, como água, leve e aconchegante. Aquele mundo foi coberto por completo, todas as almas sendo levadas para o coração de Hybrid.
 
Re: [L][Riku] Final alternativo

Futuro

Serena conversa com Selenee:
- O que será do futuro?
- “O futuro a Deus pertence”
- Céus, mamãe! Atualize-se! O futuro a nós pertence!
- Ah, mas que criança orgulhosa eu tenho! Está assim só por que é Hybrid! – brincou a mulher, abraçando a menina pelas costas e balançando-a de um lado para o outro.
- Não estou não. Hybrid agora é outra pessoa, quem reside neste corpo é Selenee.
- Que bom saber disso. Podemos então viver tranqüilos.
Aranel e Thoron entram correndo na sala, de volta do passeio com Ethan. Vêm carregados de sacolas.
- “Nee”! – diz Aranel, chamando a irmã pelo apelido, enchendo seu colo de doces – Papai comprou as balinhas que você gosta!
- Oh, obrigada, papai!
- De nada, filha. – pegou Thoron pela cintura e sentou-se no sofá – E aí...Como se sentem, sendo plebeus novamente?
- Eu não quero ser líder de lobisomem sem vocês. – disse Thoron.
- Nem eu de vampiros. – concordou Aranel.
A campainha tocou e Serena abre a porta. Heru adentrou a sala, seguido por Clara e Rochben.
- Encontrei seus avós no caminho, Nee. – explica o jovem, beijando delicadamente a namorada nos lábios.
Uma hora depois, estão todos em seus trajes de festa. Dado os últimos ajustes nas gravatas, maquiagem e cabelo, Ethan tranca a porta do apartamento e entra no elevador com a família. Esta noite vão à uma festa de fim de ano, assistir o show de fogos na beira da praia.
Cinco minutos faltando para a meia-noite, a grande massa branca pelas roupas das pessoas sobre a areia observa ansiosa o prédio iluminado de onde sairá o espetáculo.
Meia-noite em ponto, fogos azuis e vermelhos ofuscam as estrelas e se confundem ao luar. Um dos fogos desenha uma enorme borboleta no céu ao explodir, como um espelho ao medalhão que Selenee carrega no pescoço.
 

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