Spartaco
Maurice Ravel - 150 anos do nascimento
James Augustine Aloysius Joyce nasceu em 1882, em Dublin (Irlanda), de pais católicos. Em 1902, segue para Paris para estudar medicina, mas abandona o curso para dedicar-se ao ensino da língua inglesa e à literatura.
Com a morte da mãe, em 1903, retorna a Dublin. Exerce a crítica literária por um tempo; logo se muda para Zurique (Suíça) e, em seguida, para Trieste (parte do Império Austro-Húngaro, hoje Itália), onde dá aulas de inglês. Em 1906, vai para Roma, onde também trabalha como professor.
Em 1907, publica seu primeiro livro, Música de Câmara (poemas). A coletânea de contos Dublinenses sai em 1914, causando revolta nos círculos conservadores, por sua descrição sem sentimentalismo das pequenas e grandes misérias da vida na Irlanda.
Seu primeiro romance, o autobiográfico Retrato do Artista Quando Jovem aparece em 1916. Mas Joyce só alcança fama internacional em 1922, com a publicação de Ulisses, citado habitualmente como um dos maiores romances do século XX.
Cercado pela família e pequeno círculo de amigos, Joyce trabalha por 17 anos em seu último livro, Finnegans Wake (1939), uma grande comédia escrita em linguagem toda própria.
Depois de viver 20 anos em Paris, quando os alemães invadem a França no início da Segunda Guerra Mundial, Joyce se refugia em Zurique, onde morre, em 1941.
OBRA
· Música de Câmara (1907)
· Dublinenses (1914)
· Retrato do Artista Quando Jovem (1916)
· Exilados (1918)
· Ulisses (1922)
· Pomas, um Tostão Cada (1927)
· Finnegans Wake (1939)
· Stephen Herói (precursor de Retrato do Artista Quando Jovem, escrito em 1904–06 e publicado em 1944)
· Giacomo Joyce (escrito em 1907 e publicado em 1968)
Poesia
Seus primeiros poemas (Música de Câmara, 1907), líricos, de influência simbolista e feitos para serem letras de música, continham, no entanto uma visualidade e objetividade que os aproximavam do, posterior, imagismo de Pound, além do uso de arcaísmos combinados a alguns neologismos. Joyce publicará, em 1927, seu segundo livro de poesia, Pomas, um Tostão Cada, próximo da radicalidade das suas mais ousadas obras em prosa. Escreve também Ecce Puer, um poema escrito em 1932, sobre dois eventos próximos, a morte de seu pai e o nascimento de seu neto. Publica-os, juntamente com as demais obras poéticas, em Collected Poems (Poesia reunida), em 1936. Apesar de ser autor de um trabalho muito elogiado por poetas como o próprio Pound, que o considerava um brilhante inovador do ritmo, Joyce se considerava um poeta frustrado.
Dublinenses
Trata-se de um livro que reúne em quinze contos, enfocando diversos aspectos da vida de Dublin e seus habitantes. Ênfase especial é dada a experiências de infância, relacionamentos conjugais e epifanias.
Retrato do Artista Quando Jovem
Primeiro romance de James Joyce; ele narra experiências de infância e adolescência de Stephen Dedalus, alter ego do autor; termina com a recriação de seus ritos de passagem para a idade adulta, que incluíram deixar para trás a família, os amigos e a Irlanda e ir viver no continente.
A obra, cuja prosa evolui estilisticamente conforme o próprio Stephen se torna capaz de narrar-se de maneira mais sofisticada, baseou-se numa ideia que Joyce tivera havia mais de uma década, e que depois foi publicada na obra póstuma Stephen Herói.
O Retrato do Artista é um romance de formação, tipo de romance em que é exposto de forma pormenorizada o processo de desenvolvimento físico, moral, psicológico, estético, social ou político de uma personagem, geralmente passando por fases de sua vida (infância, adolescência, adulta, maturidade).
Ulisses e a ascensão do modernismo literário
O ano de 1922 foi fundamental na história do modernismo na literatura de língua inglesa, com a publicação tanto de Ulisses quanto do poema The Waste Land, de T. S. Eliot. Em seu romance, Joyce utiliza-se do fluxo de consciência, da paródia, de piadas e virtualmente todas as demais técnicas literárias para apresentar seus personagens. A ação do livro, que se desenrola em um único dia, 16 de junho de 1904, situa os personagens e incidentes da Odisseia de Homero na Dublin moderna e representa Odisseu (Ulisses), Penélope e Telêmaco em Leopold Bloom, sua esposa Molly Bloom e Stephen Dedalus, cujos caracteres contrastam com seus altivos modelos, parodiando-os.
O livro explora diversas áreas da vida dublinense, estendendo-se sobre sua degradação e monotonia. Ainda assim, o livro também é um estudo afeiçoadamente detalhado sobre a cidade, e Joyce afirmava que se Dublin fosse destruída por alguma catástrofe, poderia ser reconstruída tijolo por tijolo, usando como modelo sua obra.
O livro consiste em dezoito capítulos, cada um cobrindo aproximadamente uma hora do dia, começando por volta das 8 da manhã e terminando em algum ponto após 2 da madrugada seguinte. Cada um dos dezoito capítulos emprega seu próprio estilo literário. Cada um deles também se refere a um episódio específico da Odisseia de Homero e tem associado a si uma cor, arte ou ciência e órgão do corpo humano. Esta combinação de escrita caleidoscópica com uma estrutura extremamente formal e esquemática é uma das maiores contribuições do livro para o desenvolvimento da literatura modernista do século XX. Outras são uso da mitologia clássica como a armação para a construção do livro e o foco quase obsessivo nos detalhes exteriores num livro em que muito da ação relevante ocorre dentro das mentes dos personagens.
Celebra-se anualmente a vida de Joyce no dia 16 de junho, o Bloomsday, em Dublin e num número cada vez maior de cidades ao redor do mundo. Em 2004, a capital irlandesa realizou o festival Bloomsday 100, que durou cinco meses (de abril a agosto) e se propunha a reaproximar a cidade e a obra de seu estimado filho.
Finnegans Wake
O método joyceano dos fluxos de consciência, alusões literárias e livres associações oníricas foi levado até o limite em Finnegans Wake, que abandonou todas as convenções de construção de enredo e personagem e é escrito numa linguagem peculiar e árdua, baseada principalmente em complexos trocadilhos de múltiplos níveis. Esta abordagem é similar à usada por Lewis Carroll em "Jabberwocky", mas muito mais extensa. Se Ulisses é um dia na vida de uma cidade, o Wake é uma noite e compartilha da lógica dos sonhos. Isto fez com que "Livro Azul inutilmente ilegível, numa tradução simples", a frequentemente citada descrição de Ulisses no Wake, fosse aplicada por muitos leitores e críticos ao próprio Wake. Entretanto, foi-se chegando a um consenso sobre o elenco central de personagens e enredo geral.
Além do uso frequente de neologismos e arcaísmos, muito do jogo de palavras do livro enraíza-se no uso de trocadilhos multilíngues que conectam uma gama de idiomas. O papel de Beckett e outros assistentes incluiu reunir palavras destes idiomas em cartões para Joyce usar e, à medida que a visão do autor piorava, escrever o texto enquanto ele ditava.
Enfim, deve-se destacar que a obra de Joyce foi submetida a pesquisas intensas por estudiosos de todos os tipos, e ele é um dos autores mais notáveis do século XX. Também foi influência importante para autores tão diversos quanto Beckett, Jorge Luis Borges, Flann O'Brien, Salman Rushdie, Thomas Pynchon, William Burroughs e muitos outros. Haroldo de Campos considera sua obra, em prosa e em verso, de importância central para a poesia posterior a ela.
Fonte: Wikipedia e http://educacao.uol.com.br/biografias/james-joyce.jhtm
Com a morte da mãe, em 1903, retorna a Dublin. Exerce a crítica literária por um tempo; logo se muda para Zurique (Suíça) e, em seguida, para Trieste (parte do Império Austro-Húngaro, hoje Itália), onde dá aulas de inglês. Em 1906, vai para Roma, onde também trabalha como professor.
Em 1907, publica seu primeiro livro, Música de Câmara (poemas). A coletânea de contos Dublinenses sai em 1914, causando revolta nos círculos conservadores, por sua descrição sem sentimentalismo das pequenas e grandes misérias da vida na Irlanda.
Seu primeiro romance, o autobiográfico Retrato do Artista Quando Jovem aparece em 1916. Mas Joyce só alcança fama internacional em 1922, com a publicação de Ulisses, citado habitualmente como um dos maiores romances do século XX.
Cercado pela família e pequeno círculo de amigos, Joyce trabalha por 17 anos em seu último livro, Finnegans Wake (1939), uma grande comédia escrita em linguagem toda própria.
Depois de viver 20 anos em Paris, quando os alemães invadem a França no início da Segunda Guerra Mundial, Joyce se refugia em Zurique, onde morre, em 1941.

OBRA
· Música de Câmara (1907)
· Dublinenses (1914)
· Retrato do Artista Quando Jovem (1916)
· Exilados (1918)
· Ulisses (1922)
· Pomas, um Tostão Cada (1927)
· Finnegans Wake (1939)
· Stephen Herói (precursor de Retrato do Artista Quando Jovem, escrito em 1904–06 e publicado em 1944)
· Giacomo Joyce (escrito em 1907 e publicado em 1968)
Poesia
Seus primeiros poemas (Música de Câmara, 1907), líricos, de influência simbolista e feitos para serem letras de música, continham, no entanto uma visualidade e objetividade que os aproximavam do, posterior, imagismo de Pound, além do uso de arcaísmos combinados a alguns neologismos. Joyce publicará, em 1927, seu segundo livro de poesia, Pomas, um Tostão Cada, próximo da radicalidade das suas mais ousadas obras em prosa. Escreve também Ecce Puer, um poema escrito em 1932, sobre dois eventos próximos, a morte de seu pai e o nascimento de seu neto. Publica-os, juntamente com as demais obras poéticas, em Collected Poems (Poesia reunida), em 1936. Apesar de ser autor de um trabalho muito elogiado por poetas como o próprio Pound, que o considerava um brilhante inovador do ritmo, Joyce se considerava um poeta frustrado.
Dublinenses
Trata-se de um livro que reúne em quinze contos, enfocando diversos aspectos da vida de Dublin e seus habitantes. Ênfase especial é dada a experiências de infância, relacionamentos conjugais e epifanias.
Retrato do Artista Quando Jovem
Primeiro romance de James Joyce; ele narra experiências de infância e adolescência de Stephen Dedalus, alter ego do autor; termina com a recriação de seus ritos de passagem para a idade adulta, que incluíram deixar para trás a família, os amigos e a Irlanda e ir viver no continente.
A obra, cuja prosa evolui estilisticamente conforme o próprio Stephen se torna capaz de narrar-se de maneira mais sofisticada, baseou-se numa ideia que Joyce tivera havia mais de uma década, e que depois foi publicada na obra póstuma Stephen Herói.
O Retrato do Artista é um romance de formação, tipo de romance em que é exposto de forma pormenorizada o processo de desenvolvimento físico, moral, psicológico, estético, social ou político de uma personagem, geralmente passando por fases de sua vida (infância, adolescência, adulta, maturidade).
Ulisses e a ascensão do modernismo literário
O ano de 1922 foi fundamental na história do modernismo na literatura de língua inglesa, com a publicação tanto de Ulisses quanto do poema The Waste Land, de T. S. Eliot. Em seu romance, Joyce utiliza-se do fluxo de consciência, da paródia, de piadas e virtualmente todas as demais técnicas literárias para apresentar seus personagens. A ação do livro, que se desenrola em um único dia, 16 de junho de 1904, situa os personagens e incidentes da Odisseia de Homero na Dublin moderna e representa Odisseu (Ulisses), Penélope e Telêmaco em Leopold Bloom, sua esposa Molly Bloom e Stephen Dedalus, cujos caracteres contrastam com seus altivos modelos, parodiando-os.
O livro explora diversas áreas da vida dublinense, estendendo-se sobre sua degradação e monotonia. Ainda assim, o livro também é um estudo afeiçoadamente detalhado sobre a cidade, e Joyce afirmava que se Dublin fosse destruída por alguma catástrofe, poderia ser reconstruída tijolo por tijolo, usando como modelo sua obra.
O livro consiste em dezoito capítulos, cada um cobrindo aproximadamente uma hora do dia, começando por volta das 8 da manhã e terminando em algum ponto após 2 da madrugada seguinte. Cada um dos dezoito capítulos emprega seu próprio estilo literário. Cada um deles também se refere a um episódio específico da Odisseia de Homero e tem associado a si uma cor, arte ou ciência e órgão do corpo humano. Esta combinação de escrita caleidoscópica com uma estrutura extremamente formal e esquemática é uma das maiores contribuições do livro para o desenvolvimento da literatura modernista do século XX. Outras são uso da mitologia clássica como a armação para a construção do livro e o foco quase obsessivo nos detalhes exteriores num livro em que muito da ação relevante ocorre dentro das mentes dos personagens.
Celebra-se anualmente a vida de Joyce no dia 16 de junho, o Bloomsday, em Dublin e num número cada vez maior de cidades ao redor do mundo. Em 2004, a capital irlandesa realizou o festival Bloomsday 100, que durou cinco meses (de abril a agosto) e se propunha a reaproximar a cidade e a obra de seu estimado filho.
Finnegans Wake
O método joyceano dos fluxos de consciência, alusões literárias e livres associações oníricas foi levado até o limite em Finnegans Wake, que abandonou todas as convenções de construção de enredo e personagem e é escrito numa linguagem peculiar e árdua, baseada principalmente em complexos trocadilhos de múltiplos níveis. Esta abordagem é similar à usada por Lewis Carroll em "Jabberwocky", mas muito mais extensa. Se Ulisses é um dia na vida de uma cidade, o Wake é uma noite e compartilha da lógica dos sonhos. Isto fez com que "Livro Azul inutilmente ilegível, numa tradução simples", a frequentemente citada descrição de Ulisses no Wake, fosse aplicada por muitos leitores e críticos ao próprio Wake. Entretanto, foi-se chegando a um consenso sobre o elenco central de personagens e enredo geral.
Além do uso frequente de neologismos e arcaísmos, muito do jogo de palavras do livro enraíza-se no uso de trocadilhos multilíngues que conectam uma gama de idiomas. O papel de Beckett e outros assistentes incluiu reunir palavras destes idiomas em cartões para Joyce usar e, à medida que a visão do autor piorava, escrever o texto enquanto ele ditava.
Enfim, deve-se destacar que a obra de Joyce foi submetida a pesquisas intensas por estudiosos de todos os tipos, e ele é um dos autores mais notáveis do século XX. Também foi influência importante para autores tão diversos quanto Beckett, Jorge Luis Borges, Flann O'Brien, Salman Rushdie, Thomas Pynchon, William Burroughs e muitos outros. Haroldo de Campos considera sua obra, em prosa e em verso, de importância central para a poesia posterior a ela.
Fonte: Wikipedia e http://educacao.uol.com.br/biografias/james-joyce.jhtm